Antes de chegar ao FC Porto, clube ao qual ficou para sempre ligado, José Maria Pedroto representou outro histórico do futebol português, o Belenenses.
Foi num jogo frente ao Sporting que o treinador de então do Belenenses, Fernando Vaz, deu ordens a Pedroto para deixar a zona mais avançada do campo e marcar o sportinguista Travaços. A experiência correu tão bem que Pedroto nunca mais largou as funções de centro campista, chegando ao FC Porto como um dos médios mais consagrados da liga portuguesa e já depois de se ter estreado na Selecção nacional. Foi em 1952 que o FC Porto voltou à carga para tentar convencer o jogador a mudar-se para as Antas. E não foi nada fácil convencê-lo. Como Pedroto se sentia bem no Belenenses, fez uma exigência aos dirigentes do FC Porto: só se mudava por 150 contos! Qual não foi a surpresa quando se soube que o FC Porto aceitou os montantes exigidos pelo jogador, e pelo Belenenses, e estabeleceu na altura um novo record nas transferências do futebol português. Foi o próprio Pedroto que o confirmou: «Eu estava satisfeito no Belenenses e, financeiramente, a minha situação não era nada má, pois também tinha um emprego bem remunerado na Hidro-Eléctrica do Zêzere. Portanto, quando fui abordado por emissários do FC Porto, fixei a verba astronómica de 150 contos para mim, convencido que não seria aceite tal pedido. Às contra-propostas que depois recebi não tirei nem um tostão. Despedi-me do emprego e do Belenenses com aquela quantia em meu poder». A chegada de Pedroto ao FC Porto coincidiu com o início da construção daquela fantástica equipa que foi campeã nacional com Dorival Yustrich e, mais tarde, com Bella Guttman.
1 comentário:
«... A chegada de Pedroto ao FC Porto coincidiu com o início da construção daquela fantástica equipa que foi campeã com Dorival Yustrich e, mais tarde, com Bella Guttman ...»
Uma precisão.
Coincidiu mas demorou... 6 anos.
Para a equipa campeã de Yustricht, quando Pedroto chegou em 1952, no
FC Porto «já» estavam o Virgílio, o Hernâni,o Cambalacho, o Zé Maria Teixeira, o Eleutério, o Perdigão e o Monteiro da Costa.
Pelo que, todo o mérito vai para aquele mítico treinador brasileiro que sucedeu a consagrados como, entre outros, Fernando Vaz e Cândido de Oliveira.
PS. - O citado dinheiro ganho foi (parte) investido num Café,sabiam?
O «Apolo», que ainda existe, na Rua Ramalho Ortigão.
Enviar um comentário