No entanto, a vantagem para o segundo classificado caiu agora para os 8 pontos (na prática são 9). A margem continua a ser confortável e foi exactamente para fazer face a estas “escorregadelas” que o FC Porto cavou uma vantagem confortável durante o primeiro terço da Liga.
Não foi surpreendente a forma como o FC Porto se apresentou em Alvalade. Os jogos frente ao Portimonense e Moreirense tinham deixado um claro sinal de abrandamento. Além disso, a tensão e a ansiedade (sentia-se no ar uma certa impaciência pela vitória), que se fizeram sentir na semana que antecedeu o jogo frente ao Benfica, ficaram desta vez arredadas do ‘clássico’ de Alvalade, pelo menos do lado do FC Porto.
Conclusão: o FC Porto perdeu 2 pontos na luta pelo título, mas saiu de Alvalade com o escudo da invencibilidade intacto, um estímulo extra que lhe vai permitir manter o ego e a auto-estima lá em cima.
Uma última nota para destacarmos as inacreditáveis palavras de Paulo Sérgio no final do jogo: criticou os elogios que o FC Porto recebeu após o jogo de Istambul (venceu 3-1 e terminou o jogo com 9 jogadores), quando a sua equipa não conseguiu criar uma única oportunidade de golo a jogar contra 10 jogadores (durante 25 minutos) em sua própria casa.
- o FC Porto saiu de Alvalade invencível e mantém uma distância confortável para o segundo classificado (em 2009/10, à passagem da mesma 12ª jornada, os primeiros classificados, Sp. Braga e Benfica, tinham apenas 3 pontos de vantagem sobre o segundo);
- a determinação que o FC Porto revelou até igualar o jogo (depois do intervalo, estivemos sempre por cima até ficarmos com 10 jogadores);
- a postura da equipa após a expulsão de Maicon (o FC Porto foi capaz de quebrar o ritmo ao jogo e manter a bola sempre longe do raio de acção de Helton);
- o sorteio da Taça confirmou o Natal “gordo” no Dragão, são 3 jogos consecutivos em casa: Vit. Setúbal (Liga), Juventude de Évora (Taça de Portugal) e CSKA Sofia (Liga Europa);
Negativo (-):
- a 1ª parte do FC Porto: durante esse período, a equipa não utilizou nem metade da agressividade e concentração que mostrou no jogo frente ao Benfica;
- Maicon: pelo excesso de confiança que revelou no lance do golo do Sporting (apesar do ‘off-side’ de Valdés) e no lance da sua expulsão (apesar de Liedson ter “cavado” a falta);
- Fernando: esteve desastrado no passe, o que colocou muitas vezes a defesa em apuros;
- talvez se justificasse a aposta de Villas-Boas num ‘4-4-2’, com Ruben Micael a fazer companhia ao trio habitual do meio-campo (é uma análise à posteriori, ou seja, é algo injusta, mas se Varela não estava a 100% e se o madeirense é neste momento o melhor suplente do FC Porto…);

Em cima, recuperámos uma foto que regista a presença de Eurico na final da Taça dos Vencedores das Taças (FC Porto - Juventus), em Basileia. O antigo defesa-central do FC Porto atingiu nesse jogo um dos pontos mais altos da sua carreira, que prosseguiu em alta semanas depois com a presença no Campeonato da Europa ‘França 84’, sempre ao lado do amigo e inseparável companheiro de defesa Lima Pereira.
Em cima, recordámos alguns momentos da passagem de Aloísio por Barcelona: com Johan Cruyff no dia da sua apresentação (1ª foto) e ao lado do guarda-redes camaronês Thomas N’Kono, a promover para a imprensa espanhola um sempre escaldante derby catalão entre o Espanhol e o Barcelona (3ª foto). 
A certeza é que este futebol curto e de bola na relva encanta a crítica e o público. Um pequeno aparte: se Jesualdo Ferreira fez um trabalho fantástico com jogadores como Hulk, Falcão ou Álvaro Pereira, também é justo reconhecermos que Villas-Boas tem sabido potenciar as qualidades de jogadores como Sapunaru, Belluschi ou Maicon. E ainda não percebemos o motivo pelo qual o nosso maior rival continua a lamentar a saída de dois jogadores (Dí Maria e Ramires) quando o FC Porto perdeu dois alicerces do ‘tetra’: Bruno Alves e Raul Meireles. Que culpa tem o FC Porto que os seus adversários em Portugal não o consigam acompanhar?
É aí que entra a Liga Europa, que pode muito bem ser o estímulo que manterá o FC Porto desperto e alerta no campeonato. Aliás, quanto mais cedo chegar a fase de eliminatórias melhor. Este ‘super FC Porto’ vai precisar depressa de adversários europeus que o obriguem a crescer e a dar cada vez mais importância aos pequenos detalhes. Após este primeiro terço da época, abre-se agora um novo ciclo para o ‘FC Porto de Villas-Boas’. É a difícil fase de gestão do sucesso e das expectativas de quem só lá mais para a frente voltará a encontrar adversários que o coloquem verdadeiramente à prova.
A segunda foto também é relativa à mesma época, mas ao ‘clássico’ disputado no Estádio da Luz, ainda durante a 1ª volta do campeonato. Nesse jogo, o ‘FC Porto de Pedroto’ conseguiu sair ileso da Luz e logo aí ganhar uma ligeira vantagem sobre o ‘Benfica de John Mortimore’.


