sábado, 29 de novembro de 2008

Agora o tetra!

Depois de garantido o acesso aos Oitavos-de-final da 'Champions', o FC Porto deve agora voltar a concentrar esforços no grande objectivo da época, o tetra!
Apesar de ainda ir disputar com o Arsenal o primeiro lugar do Grupo G da Liga dos Campeões, o FC Porto pode desde já começar a programar o assalto ao primeiro lugar da Liga. Depois da melhor sequência da época, com vitórias sobre Dínamo de Kiev, Sporting, V. Guimarães e Fenerbahçe, o calendário parece reservar-nos um ciclo aparentemente menos complicado até final de 2008. Contudo, o FC Porto vai ter que realizar 5 jogos em apenas 15 dias. É à inglesa! Uma sequência muito desgastante mas que se tornou menos complicada depois do sorteio da Taça de Portugal ter colocado no caminho do FC Porto uma equipa da III Divisão nacional. É que o jogo frente ao simpático Cinfães ficou agendado para 3 dias depois da recepção ao Arsenal e 3 dias antes da visita à Amadora. É natural que Jesualdo Ferreira opte por colocar jogadores menos utilizados frente ao Cinfães de forma a que, 3 dias depois, possa apresentar o melhor «onze» frente ao E. Amadora. Um programa que prova que o FC Porto continua à frente dos seus rivais até na antecipação da calendarização das várias competições. Sabendo que, depois da viagem da Selecção ao Brasil, só podia contar com todos os jogadores internacionais 3 dias antes do decisivo confronto com o Fenerbahçe, o FC Porto adiou o jogo frente ao E. Amadora para depois da eliminatória da Taça. Contudo, o jogar na antecipação também tem custos. Até final do ano, o calendário reserva-nos 6 jogos. Depois da recepção à Académica, segue-se a visita a Setúbal. Começa aí um ciclo desgastante com 5 jogos em apenas 15 dias (V. Setúbal, Arsenal, Cinfães, E. Amadora e Marítimo). Um teste aos tricampeões!

A «foto do dia» - O programa oficial do Juventus - FC Porto, Final da Taça dos Vencedores das Taças 1983/84

Recuamos à final de Basileia com a versão italiana do programa oficial que antecipava o Juventus-FC Porto da Final da Taça dos Vencedores das Taças 1983/84.
‘Adesso la coppa’, foi o título que os italianos escolheram depois da Juventus ter acabado de conquistar o campeonato italiano. É curioso que os dois clubes disputaram a Final da Taça das Taças logo após a conquista de um troféu nacional. A Juventus, de Geovanni Trapattoni, chegou a Basileia duas semanas depois de ter conquistado o 21º ‘scudetto’, enquanto que o FC Porto vinha de uma vitória por 4-1 sobre o Rio Ave, na Final da Taça de Portugal.
Depois do 21º título, a ‘Vecchia Signora’ voltou a conquistar o ‘scudetto’ em 1985/86, enquanto que o FC Porto sería campeão nacional logo na época seguinte (1984/85) à da final de Basileia, já com Artur Jorge. Essa época também marcou o fim de um ciclo na 'Juve'. Os italianos disputaram a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus frente ao Liverpool (vitória por 1-0) um ano depois de terem derrotado (2-1) o FC Porto em Basileia. Terminou aí o ciclo Michel Platini.

«Curiosidades FCP» - Pedroto e o Belenenses

Antes de chegar ao FC Porto, clube ao qual ficou para sempre ligado, José Maria Pedroto representou outro histórico do futebol português, o Belenenses.
Foi o serviço militar obrigatório que alterou os planos do jovem Pedroto quando ainda representava os juniores do Leixões. Na altura, o ex-treinador do FC Porto foi obrigado a deixar o Norte do país e a fixar-se em Tavira, onde cumpriu o serviço militar na Escola de Sargentos Milicianos. Impossibilitado de efectuar grandes deslocações, Pedroto optou por representar um clube algarvio, o Lusitano de Vila Real de Santo António, que nessa altura disputava a antiga I Divisão nacional.
Segundo relatos da época, terá sido por influência do então Ministro da Marinha, o Almirante Américo Tomás, que Pedroto se vinculou ao Belenenses numa transferência que envolveu aproximadamente 50 contos, 25 contos para o jogador e outros 25 para o Lusitano, com quem Pedroto ainda tinha contrato.
Foi por essa altura que surgiram os primeiros sinais do interesse do FC Porto no jogador. Segundo a imprensa da época, um director do FC Porto ainda terá tentado aliciar o jogador com um cheque de 80 contos para o convencer a mudar-se para a Invicta. No entanto, como nessa altura o jovem José Maria Pedroto já dava mostras de grande personalidade e rectidão, recusou a proposta do FC Porto por já ter dado a sua palavra ao clube da cruz de Cristo. A experiência no Belenenses acabou por ser muito positiva para Pedroto e até para o próprio FC Porto porque o jogador chegaría às Antas com a formação completa e com as funções dentro de campo bem definidas, já que foi no Belenenses que Pedroto aperfeiçoou as aptidões que fizeram dele um dos melhores médios centro da história do futebol português.

Foi num jogo frente ao Sporting que o treinador de então do Belenenses, Fernando Vaz, deu ordens a Pedroto para deixar a zona mais avançada do campo e marcar o sportinguista Travaços. A experiência correu tão bem que Pedroto nunca mais largou as funções de centro campista, chegando ao FC Porto como um dos médios mais consagrados da liga portuguesa e já depois de se ter estreado na Selecção nacional. Foi em 1952 que o FC Porto voltou à carga para tentar convencer o jogador a mudar-se para as Antas. E não foi nada fácil convencê-lo. Como Pedroto se sentia bem no Belenenses, fez uma exigência aos dirigentes do FC Porto: só se mudava por 150 contos! Qual não foi a surpresa quando se soube que o FC Porto aceitou os montantes exigidos pelo jogador, e pelo Belenenses, e estabeleceu na altura um novo record nas transferências do futebol português. Foi o próprio Pedroto que o confirmou: «Eu estava satisfeito no Belenenses e, financeiramente, a minha situação não era nada má, pois também tinha um emprego bem remunerado na Hidro-Eléctrica do Zêzere. Portanto, quando fui abordado por emissários do FC Porto, fixei a verba astronómica de 150 contos para mim, convencido que não seria aceite tal pedido. Às contra-propostas que depois recebi não tirei nem um tostão. Despedi-me do emprego e do Belenenses com aquela quantia em meu poder». A chegada de Pedroto ao FC Porto coincidiu com o início da construção daquela fantástica equipa que foi campeã nacional com Dorival Yustrich e, mais tarde, com Bella Guttman.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Já está!

Pois é, as contas fazem-se no fim. Quase no fim! A uma jornada do final da 1ª fase lá vamos nós novamente para os Oitavos. Um feito histórico para alguns mas quase uma obrigação para o nosso FC Porto.
Depois da vitória da época passada frente ao Besiktas, nova demonstração de força dos tricampeões em Istambul com vitória sobre o Fenerbahçe por 2-1. Agora, falta ir vencer ao terreno do Galatasaray para fazermos o pleno com os 3 grandes da Turquia.
Foi um FC Porto descomplexado, cheio de personalidade e que jogou o jogo pelo jogo com o Fenerbahçe. O que tínhamos criticado em Jesualdo Ferreira naquela sequência de 3 derrotas consecutivas foi hoje a melhor arma do FC Porto: o trabalho de casa. A equipa jogou muito subida no campo e ocupou muito bem os espaços. Nem se notou a ausência de ‘El Comandante’. Com um 4-4-2 puro, o FC Porto controlou completamente o jogo na 1ª parte. Exibição portentosa do nosso meio-campo, que abafou a bola e não permitiu aos turcos fazerem «o jogo da época» como tinham prometido no dia anterior. Apesar do «onze» inicial do FC Porto indiciar que o 4-3-3 seria a aposta de Jesualdo, isso não se verificou pois Hulk e Lisandro Lopez jogaram sozinhos na frente e Cristian Rodriguez jogou um pouco mais recuado.
Apesar de não atravessar um grande momento de forma, o uruguaio é muito disciplinado tacticamente e permite a Jesualdo mexer facilmente no sistema táctico durante o jogo. Uma solução que Ricardo Quaresma não possibilitava.
Com o trio Fernando-Raúl Meireles-Tomás Costa muito pressionante e a obrigar o adversário a errar, foi com naturalidade que surgiram os golos. O inevitável Lisandro Lopez voltou a bisar e a sua parceria com Hulk promete porque o brasileiro faz ruir qualquer sistema defensivo.
Na segunda parte, o golo fortuito dos turcos intraquilizou-nos mas o FC Porto voltou-nos a sossegar com 20 minutos finais de grande rigor defensivo e concentração. A vitória nunca esteve em causa. Nesse período, só nos surpreendeu a opção de Jesualdo em substituir Tomás Costa demasiado cedo. O argentino estava a ser dos melhores em campo mas Freddy Guarín acabou por entrar bem no jogo e ajudou a segurar o meio-campo.
Agora, com a qualificação garantida e dois pontos a separarem-nos do primeiro lugar, temos umas contas a ajustar com o Arsenal na última jornada.

O FC Porto de Carlos Resende

Apesar de ser o clube português com mais títulos na modalidade (nas variantes de Andebol de 7 e Andebol de 11), na última década o FC Porto foi campeão nacional de Andebol apenas duas vezes.
Esta época, além da continuidade de Carlos Resende como técnico, o FC Porto deu preferência aos jogadores formados na casa e a dois reforços, também portugueses, com estatuto no Andebol nacional, Wilson Davyes e Inácio Carmo. Uma aposta com o objectivo de fazer regressar a modalidade ao título nacional depois do último campeonato conquistado em 2003/04.
A opção de formar um plantel só com jogadores portugueses parece estar a dar resultado. Apesar do orçamento da secção de Andebol ser dos mais baixos das últimas épocas, o FC Porto assumiu este fim-de-semana a liderança do campeonato depois da vitória sobre o Benfica por 29-25.
Além da ascensão ao primeiro lugar da classificação, o FC Porto mantém-se como a única equipa sem derrotas na prova. O técnico Carlos Resende, além de conhecer o Andebol português, parece ser o homem certo para potenciar o excelente trabalho do FC Porto a nível das camadas jovens.
É curioso que esta época o FC Porto tem 3 treinadores, na orientação das equipas de Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins, que no passado foram campeões nacionais pelo FC Porto nas respectivas modalidades.
Depois de ter vestido durante 13 anos a camisola do FC Porto, Carlos Resende é a escolha natural para fazer regressar o FC Porto ao título nacional de Andebol. Consegui-lo sem jogadores estrangeiros no plantel sería no mínimo notável.

A «foto do dia» - Raúl e Chaínho

Em semana de ‘Champions’, recuperamos mais uma foto de um jogo do FC Porto na competição. O espanhol Raúl e o português Chaínho defrontaram-se na 3ª jornada da 1ª fase de grupos da Liga dos Campeões 1999-00. Nessa época, a prova disputou-se em 2 fases de grupos, tendo o FC Porto na 1ª fase sido sorteado no Grupo E, juntamente com Molde, Olympiakos e Real Madrid.
Depois de ter vencido os dois primeiros jogos da competição (0-1 com o Molde e 2-0 com o Olympiakos), o FC Porto deslocou-se a Madrid em primeiro lugar do grupo, mas uma derrota por 3-1 no Santiago Bernabéu permitiu ao Real Madrid assumir a liderança. No entanto, 15 dias depois o FC Porto venceu (2-1) os espanhóis nas Antas com dois golos de Mário Jardel e reassumiu o primeiro lugar do Grupo E. A qualificação para a fase seguinte ficou garantida logo na jornada seguinte, com nova vitória (3-1) sobre o Molde. FC Porto e Real Madrid avançaram para a 2ª fase.
Vamos recordar os «onzes» do jogo de Chamartín:
Estádio Santiago Bernabéu, 28 de Setembro de 1999
Árbitro: Pierluigi Collina
Real Madrid: Bizarri, Míchel Salgado, Hierro, Júlio César, Roberto Carlos, Steve McManaman (Seedorf aos 58’), Helguera (Sanchis aos 81’), Redondo, Sávio (Eto’o aos 90’), Morientes e Raúl;
Treinador: John Toshack
FC Porto: Vítor Baía, Secretário, Jorge Costa, Argel, Esquerdinha, Chaínho (Rubens Júnior aos 58’), Peixe, Capucho (Alessandro aos 51’), Deco, Drulovic (Féher aos 88’) e Jardel;
Treinador: Fernando Santos
Golos: Morientes aos 23’, Jardel aos 24’, Helguera aos 37’ e Hierro aos 68’.

sábado, 22 de novembro de 2008

Este é o FC Porto de Lucho Gonzalez!

Hoje damos destaque ao jogador mais carismático do actual plantel do FC Porto e que é também o preferido do “blogger”, ‘El Comandante’.
Apesar de Helton, Pedro Emanuel, Bruno Alves, Raúl Meireles e Lisandro Lopez também partilharem com Lucho os louros do tri campeonato, é ao nosso actual nº 8 que melhor associamos o “novo” FC Porto. Apesar de não gostar que o tratem por ‘El Comandante’, Lucho é simplesmente a cabeça, o pulmão e o coração do actual FC Porto. Um ‘top class football player’ como dizia Bobby Robson.
Até hoje, Lucho jogou apenas em 3 clubes (Huracan, River Plate e FC Porto), o que é bem revelador da fidelidade que mantém com os emblemas que representa. Foi aos 9 anos que começou a jogar futebol nas escolas do Huracan, o clube pelo qual se estreou na primeira liga argentina.
Miguel Brindisi, o seu treinador no Huracan, foi dos primeiros a elogiar as suas capacidades: "Quando recebe a bola já sabe o que fazer com ela. A cabeça dele parece um computador. Tem interiorizado um mapa das movimentações dos companheiros e sabe perfeitamente qual é o melhor caminho. Além disso, ele consegue jogar em várias posições, sempre com um alto rendimento. É um menino de ouro!”
Foi no Torneio Clausura de 2002 que a Argentina começou a olhar de outra forma para as excelentes exibições do médio do Huracan, o que levou o River Plate a adquirir o seu passe. Ao serviço do River, Lucho venceu o Torneio Clausura em dois anos consecutivos. Apesar de o FC Porto já ter acordado com o River Plate a sua vinda para a Europa no início da época 2004/05, Lucho permaneceu em Buenos Aires mais um ano, chegando à Europa no Verão de 2005.
A sua transferência não foi nada pacífica e ainda hoje os adeptos do River Plate, e os responsáveis do clube, lamentam a sua saída. “Desde que Lucho se foi, não voltámos a ser campeões. Lucho é o melhor jogador na sua posição, é titular da selecção argentina e um jogador insubstituível. No River continuamos à procura de uma alternativa, mas ainda não chegámos perto de encontrar alguém parecido”, afirmou José Maria Aguilar, presidente do River Plate, após a ída de Lucho para a Europa.
Quem não pode lamentar a sua saída do futebol argentino é o FC Porto. Mas o próprio Lucho também está a adorar a experiência e retribui na mesma moeda. “Considero que cresci, porque o FC Porto me permitiu crescer. O clube tem todas as condições para um jogador evoluir. Joguei grandes clássicos, jogos da Liga dos Campeões em grandes palcos da Europa, e aprendi muito com os treinadores que tive e com os companheiros. Os títulos também nos fazem crescer, e viver no Porto está a ser fantástico.”
Na próxima semana destacamos outro pilar do actual FC Porto, Lisandro Lopez.

A «foto do dia» - O bilhete do Feyenoord-FC Porto, 2ª eliminatória de acesso à Liga dos Campeões 1993/94

Já tínhamos recordado as autênticas batalhas em que se tornaram as duas mãos da célebre eliminatória entre o Feyenoord e o FC Porto, relativas à 2ª ronda de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões 1993/94. Hoje recuperamos o bilhete que deu acesso ao lotado Estádio de Kuip, onde se disputou o jogo da 2ª mão.
Na 1ª eliminatória, o Feyenoord eliminou os islandeses do Akranes, enquanto que o FC Porto afastou os malteses do Floriana. Lech Poznan, Sparta de Praga, Feyenoord, Levski de Sofia, Galatasaray, Steaua, FC Copenhaga e Austria de Viena eram os potenciais adversários do FC Porto na 2ª ronda. Apesar de ser cabeça de série, o FC Porto acabou por ter que discutir a sua 2ª presença em fases de grupos da ‘Champions’ com o campeão holandês.
Foi uma das eliminatórias europeias mais complicadas da história dos dois clubes. Foram 180 minutos de equilíbrio e de constante tensão entre as duas equipas, com os dois jogos a ficarem marcados por incidentes nas bancadas e entre os jogadores das duas equipas.
Depois de ter vencido nas Antas por apenas 1-0 (Domingos aos 89’), o FC Porto segurou a eliminatória com um empate (0-0) arrancado a ferros na ‘Banheira de Roterdão’. No final, o FC Porto avançou para a fase de grupos e a UEFA avançou com um inquérito aos incidentes entre os dois clubes.

«Curiosidades FCP» - O trio de ataque do Alianza Lima em 1967

Hoje recuamos à estreia de Teófilo Cubillas na Liga perúana. Foi no longínquo ano de 1966 que o ex-nº 10 do FC Porto debutou na principal liga de futebol do Perú.
'El Nene', como ficou conhecido na sua terra natal, iniciou a carreira de futebolista nas camadas jovens do Alianza Lima, estreando-se na equipa principal com apenas 17 anos. Logo na época de estreia na primeira Liga foi o melhor marcador do torneio com 19 golos. Na época seguinte, o Alianza Lima reuniu um dos melhores trios de ataque (na foto) da história do futebol perúano: Julio Baylón, Teófilo Cubillas e 'Pitín' Zegarra. Mais tarde, a este fantástico trio juntaram-se 'Perico' León e 'Babalu' Martinez, que completaram na perfeição a famosa linha dianteira do Alianza Lima, que ficou conhecida como 'el último rodillo negro'. Nessa altura, o jovem Teófilo Cubillas ainda estava longe de imaginar que se iría cruzar com o FC Porto uns anos mais tarde.
Depois do sucesso na estreia como profissional no futebol perúano, foi com naturalidade que Cubillas manteve a fidelidade ao seu clube do coração, representando o Alianza Lima durante 11 épocas e apresentando a fantástica marca de 295 golos marcados em 440 jogos ao serviço deste histórico clube perúano.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

«Curiosidades FCP» - O vulcãozinho em ebulição

Hoje recuamos a finais da década de 80 e à transferência que garantiu ao FC Porto um novo recorde (que tem sido sucessivamente superado) nos montantes auferidos com as saídas de jogadores portugueses para o estrangeiro. Depois de Paulo Futre, foi a vez de Rui Barros dar o salto para um campeonato mais mediático e para um histórico do ’calcio’, a Juventus.
Apesar de só ter representado o FC Porto em 1987/88, Rui Barros ficou de tal forma valorizado com as excelentes exibições que efectuou durante essa época que a sua transferência acabou por render ao FC Porto quase 1 milhão de contos.
Para essa exorbitância muito contribuiu a fantástica exibição de Rui Barros frente ao Ajax, na 1ª mão da Supertaça europeia. O golo que marcou aos holandeses, e a exibição que efectuou nessa partida, ficaram na memória de todos. «Parecia uma partida de xadrez entre uma criança de quatro anos e um grande mestre internacional», comentou no final do jogo um jornalista holandês maravilhado com a exibição do pequeno avançado do FC Porto.
«La Formica Atomica», como ficou conhecido em Itália, chegou à ‘Juve’ com apenas 22 anos. Foi o treinador de então da ‘Vecchia Signora’, Dino Zoff, que pediu à direcção do clube italiano um esforço para contratar o rapídissimo avançado do FC Porto. Altobelli (Inter), Galia (Verona), Marocchi (Bologna) e Zavarov (Dinamo de Kiev) foram os outros reforços da ‘Juve’ para a época 1987/88. Apesar do italiano Altobelli ser o jogador mais conceituado na frente de ataque dos italianos, era com Zavarov que o jogador português melhor combinava. «Com me e Zavarov adesso si cambia musica», confessou Rui Barros numa entrevista à revista «Intrepido Sport» (em baixo) ao comentar a grande cumplicidade que mantinha dentro de campo com o jogador russo.
A aventura em Itália começou da melhor forma para o jogador português. Em jogo a contar para a Taça de Itália, a Juventus venceu o Vicenza por 5-1 e Rui Barros foi um dos protagonistas da partida ao contribuir com 3 assistências para o hat-trick com que Altobelli brindou o Vicenza.
Contudo, o jogo que marcou a passagem do jogador português por Itália foi o clássico da época seguinte entre Juventus e AC Milan. A Juventus derrotou o campeoníssimo AC Milan de Arrigo Sacchi por 3-0 numa portentosa exibição do jogador português, que foi o autor de dois dos três golos da ‘Juve’ nessa partida.
Vamos recordar os «onzes» desse histórico jogo:
Estádio Delle Alpi, 11 de Março de 1990
Juventus:Tacconi; Galia; De Agostini; Alessio (Brio aos 46’); Bruno; Sonetti; Aleinikov; Rui Barros; Zavarov (Serena aos 74’); Marocchi; Schillaci;
Treinador: Dino Zoff.
Milan: Galli; Tassotti; Maldini; Colombo (Stroppa aos 38’); Costacurta; Baresi; Donadoni (Simone aos 74’); Ancelotti; Van Basten; Evani; Massaro.
Treinador: Arrigo Sacchi.
Golos: Schillaci aos 7’; Rui Barros aos 18’ e aos 58’.
Apesar de ter representado a Juventus naquele período de transição pós-Michel Platini, Rui Barros venceu uma Taça de Itália e uma Taça UEFA.
Além dos troféus colectivos, em 1989 foi ainda considerado o estrangeiro do ano em Itália. Uma distinção para a qual contribuiram os 15 golos que marcou nesse ano ao serviço da Juventus.
Dino Zoff, o maior responsável pela contratação do ex-avançado do FC Porto, foi quem melhor definiu o jogador português. O treinador italiano considerava Rui Barros «um vulcãozinho sempre em ebulição».

domingo, 16 de novembro de 2008

Subir mais um degrau!

Este ainda não é um FC Porto com futebol vistoso mas já é bem mais consistente do que aquele que iniciou a época. Hoje, na vitória (2-0) frente ao Guimarães, o FC Porto fez a exibição mais segura da época no Estádio do Dragão até ao momento. Defensivamente a equipa foi irrepreensível. Com a recuperação de Fucile, os problemas nas faixas laterais parecem minimizados e até o apático Sapunaru se mostrou hoje mais concentrado e agressivo.
Sem jogo a meio da semana, a equipa esteve bem mais fresca e solta do que após os jogos que se seguiram às desgastantes jornadas europeias.
Quanto ao Vitória, apesar de ter retardado o golo do FC Porto, nunca foi capaz de discutir o jogo e criar perigo para Helton. Nem uma oportunidade de golo em 90 minutos! Muito pouco para quem ambicionava disputar a Liga dos Campeões.
No FC Porto, todo o sector defensivo esteve bem e merecem destaque as exibições de Bruno Alves e Fernando. No meio-campo e ataque, foi pena que Lucho Gonzalez não tenha consigo acompanhar o ritmo e intensidade de Lisandro Lopez, o seu cúmplice argentino. Com 'El Comandante' muito preso de movimentos, foi Lisandro a chamar a si as atenções. Além de ter marcado, ainda foi ele o principal transportador da bola nos últimos 30 metros. E o argentino parece não se importar nada de assumir essa responsabilidade. Sabendo que a equipa não atravessa um grande momento, 'Licha' corre, desmarca, remata, luta, gesticula e não se cansa! Notável! Renovem-lhe lá o contrato...
Depois da crise das últimas semanas, parece estar de volta o FC Porto firme e rigoroso das últimas épocas. Ainda não deu espectáculo mas já subiu mais um degrau.
Com o próximo jogo, frente ao Estrela da Amadora, adiado, o FC Porto ganha algum tempo para recuperar os jogadores para Istambul. Os turcos vão ter aí a grande oportunidade de voltarem às contas do apuramento para os Oitavos. Será fundamental o FC Porto não perder frente ao Fenerbahçe para, em caso de vitória do Arsenal frente ao Dinamo de Kiev, poder chegar à última jornada dependendo apenas de si próprio.

A «foto do dia» - O FC Porto de Júlio Matos

Parece que esta época vai marcar um novo ciclo no Basquetebol do FC Porto. Afastado do título desde 2003/04, o FC Porto optou este ano por promover a técnico principal um histórico da secção de Basquetebol, Júlio Matos.
Adjunto de Alberto Babo na época anterior, Júlio Matos estreia-se agora como treinador principal. Conhecedor profundo do basquetebol português e antigo capitão do FC Porto, vai certamente ser uma mais-valia na orientação do plantel do FC Porto mais rico das últimas épocas. Júlio Matos, como jogador, foi campeão pelo FC Porto em 1979, 1980 e 1983. Além dos títulos que conquistou, foi ainda distinguido com o Dragão D'Ouro na época 1991/92, na categoria de atleta de alta competição. Na qualidade de treinador conquistou os títulos nacionais de Juniores e de Esperanças (sub-24).
Além da aposta num homem da casa, esta época o FC Porto reforçou a equipa com 3 norte-americanos (Kevin Martin, Christian Burns e Chuck Bailey) de qualidade e dois portugueses (Daniel Monteiro e José Almeida) com experiência no 'basket' português. Se juntarmos aos reforços a qualidade de alguns jogadores como Nuno Marçal, João Figueiredo e Paulo Cunha, parece encontrada a combinação perfeita para quebrar a hegemonia da Ovarense nas últimas épocas.
Em cima, a ilustrar o "post", duas equipas de Basquetebol do FC Porto, uma da época 1984/85 (o base Júlio Matos é o segundo em baixo a contar da direita) e outra do actual plantel 2008/09.

«Curiosidades FCP» - O 2º melhor da Europa em 1987

Hoje recordamos algumas curiosidades associadas ao melhor extremo-esquerdo da história do FC Porto e do futebol português: Paulo Futre.
Futre chegou ao FC Porto na época 1984/85, depois de ter rescindido o contrato com o Sporting, e permaneceu nas Antas durante 3 épocas. O seu percurso no FC Porto coincidiu com a vertiginosa progressão na sua carreira, que teve o epílogo naquela fantástica exibição na Final de Viena, em 1987. No FC Porto, Futre conquistou dois campeonatos nacionais (1984/85 e 1985/86), uma Supertaça (1986) e uma Taça dos Campeões Europeus (1987).
Depois de ser por duas vezes considerado o melhor jogador da Liga portuguesa, em 1985/86 e 1986/87, faltava-lhe apenas o reconhecimento da Europa. Essa recompensa chegou logo após a conquista da Taça dos Campeões Europeus, com Futre a ser segundo classificado na eleição da Bola D'Ouro dessa época. Contudo, e apesar do prestigiante segundo posto do jogador português, essa escolha gerou alguma polémica porque o vencedor do troféu, o holandês Rudd Gullit, tinha apenas conquistado a pouco competitiva Liga holandesa, com o PSV Eindhoven. Apesar de ambos se terem envolvido em transferências sensação durante o defeso, Futre assinou pelo At. Madrid e Gullit pelo AC Milan, a eleição do holandês como melhor da Europa não foi nada consensual, isto depois da exposição mediática em que Futre se viu envolvido após a noite mágica de Viena.
O jogador português alcançou 91 pontos na votação final, enquanto que Gullit conquistou o troféu com 105 pontos. Apesar da escolha pouco pacífica, Futre viu finalmente reconhecido o seu enorme potencial. Com apenas 21 anos, o jogador português foi considerado o segundo melhor da Europa numa eleição em que superou alguns craques que nessa altura encantavam a Europa do futebol. Na votação para a Bola D'Ouro, Futre foi segundo classificado com uma grande vantagem (30 pontos) para o jogador que fechou o pódio, o espanhol Emílio Butragueno (Real Madrid). Atrás do jogador do FC Porto ficaram ainda Michel (Real Madrid), Gary Lineker (Barcelona), John Barnes (Liverpool), Marco Van Basten (AC Milan), Gianluca Vialli (Sampdoria), Bryan Robson (Manchester United) e Klaus Allofs (Marselha), que fechou os 10 primeiros classificados.
Num gesto solidário e carregado de simbolismo, o holandês Ruud Gullit decidiu dedicar a Bola D'Ouro ao líder sul-africano Nelson Mandela, que nessa altura ainda se encontrava aprisionado, vítima do regime do Apartheid.
Quanto a Paulo Futre, deixou o FC Porto no Verão de 1987 para jogar no At. Madrid. Apesar de na altura já ser dos mais bem remunerados nas Antas, o jogador português foi para Espanha auferir mais de 100 mil contos por época e quando chegou a Madrid tinha mais de 5000 'aficionados' do Atlético à sua espera. Sensacional!

quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Como é que o Professor enganou Paulo Bento (pela segunda vez consecutiva!)

Não, não foi Bruno Paixão o principal responsável pela eliminação do Sporting da Taça de Portugal. Depois de confirmado que o FC Porto foi de facto a equipa mais prejudicada pela arbitragem no último clássico (dois penaltis por assinalar sobre Hulk e algumas agressões que passaram impunes), já se pode agora analisar com mais serenidade o trabalho das duas equipas e dos dois treinadores.
Uma mudança táctica no «onze» do FC Porto é suficiente para derrotar este Sporting. Enquanto que Paulo Bento insiste em utilizar sempre o mesmo sistema táctico, Jesualdo já tem alternativa ao 4-3-3. Foi essa alternativa, o 4-4-2 com a inclusão de Tomás Costa no meio-campo, a chave das duas vitórias consecutivas em Alvalade. Mas para além dos sistemas tácticos, existem outras razões para o comportamento das duas equipas desde que estas são orientadas por Paulo Bento e Jesualdo Ferreira. Enquanto que Jesualdo confia e dá oportunidades a todos os jogadores do plantel, o treinador do Sporting prefere utilizar quase sempre o mesmo grupo de 13 ou 14 jogadores. A opção tem mais desvantagens do que virtudes. Enquanto que Jesualdo, ao colocar os habituais não titulares, corre o risco de ver a equipa ser eliminada de provas como a Taça de Portugal ou a Taça da Liga, Paulo Bento prefere jogar quase sempre com o mesmo «onze», até com adversários potencialmente mais frágeis como o Lagoa ou o Fátima. Mas isso obriga a equipa a um maior desgaste, bem reflectido na diferença de quase 20 pontos para o FC Porto no final da época passada. Ao invés, Jesualdo prefere refrescar a equipa noutras provas de forma a manter os níveis físicos e não desgastar mentalmente os jogadores. Ou seja, Paulo Bento, ao recear ser eliminado em competições menos prestigiantes, prefere “massacrar” o seu «onze» base para no final da época poder garantir um ou dois títulos que possam minimizar as más prestações da equipa na Liga e nas competições europeias. Mas mesmo utilizando quase sempre o mesmo «onze», o treinador do Sporting nem na Final da Taça da Liga conseguiu derrotar o conjunto com o orçamento mais baixo da Liga, o Vit. de Setúbal. Aliás, em 4 jogos com os vitorianos, o Sporting não venceu nenhum! Na Liga dos Campeões, com excepção desta época, a prestação da equipa tem sido desastrosa. Certamente que a culpa não foi de Bruno Paixão! Apesar de Paulo Bento privilegiar um sistema que permite à equipa estar menos exposta ao erro, com o 4-4-2 losango o Sporting fica demasiado previsível quando a equipa precisa de se afirmar e superiorizar ao adversário. Quanto ao(s) sistema(s) do FC Porto, Jesualdo pode rapidamente mudar tácticamente durante o jogo consoante as necessidades da equipa. Além disso, o 4-3-3 é o sistema ideal para uma equipa que quer ser autoritária na Liga portuguesa. Agora, falta apenas dar maior consistência ao 4-4-2. Conclusão: Paulo Bento é conservador, Jesualdo é corajoso e Bruno Paixão é um mau árbitro! Mas tudo isto também passa pela cultura dos dois clubes. No FC Porto, Jesualdo tem que ser campeão nacional e fazer uma boa campanha na Liga dos Campeões para evitar ser despedido, enquanto que em Alvalade qualquer Supertaça Cândido de Oliveira é suficiente para manter a confiança no treinador. Exigências...

A «foto do dia» - Eusébio e Jürgen Klinsmann

Foram eles que levaram a Taça dos Campeões Europeus para a Arena de Gelsenkirchen na véspera do FC Porto - AS Mónaco, da Final da Liga dos Campeões 2003/04. A UEFA, num acto simbólico, escolheu dois antigos internacionais que estivessem de alguma forma ligados aos clubes que se defrontavam no dia seguinte.
Os escolhidos foram o português Eusébio e o alemão Jürgen Klinsmann, que representou o AS Mónaco a meio da década de 90.
O acto foi uma iniciativa da UEFA e de um dos principais patrocinadores da Liga dos Campeões, a MasterCard.

O «cromo do dia» - Celso

Celso Dias dos Santos, ou Celso Gavião, como foi apelidado por um jornalista brasileiro devido à sua forma de correr, nasceu a 28 de Fevereiro de 1956 em Santos (Brasil).
Este antigo defesa central do FC Porto ficou ligado, juntamente com Branco e Geraldão, ao rol de excelentes marcadores de livres directos que representaram o FC Porto durante a década de 80 e início dos anos 90.
Celso chegou ao FC Porto na época 1985/86, vindo do Bahia, e ganhou a titularidade no centro da defesa do FC Porto depois da grave lesão de Eurico, que fracturou a perna na 1ª jornada do campeonato nacional dessa época num lance com o benfiquista Nunes. Ainda hoje permanecem na memória de muitos portistas as parcerias de Celso, no eixo da defesa do FC Porto, com Eurico e Lima Pereira, e mais tarde com Geraldão. Defesa central sóbrio e discreto, Celso será sempre recordado pela potência que colocava na marcação de livres directos. Apesar de ter marcado vários golos durante a sua estadia nas Antas, houve pelo menos dois que marcaram a sua passagem pelo FC Porto: frente ao Sporting e frente ao Dinamo de Kiev. Celso marcou ao Sporting num clássico disputado em 1985/86. O FC Porto venceu em Alvalade por 1-0 na sequência de uma «bomba» do central brasileiro a mais de 30 metros da baliza de Vital.
O outro momento alto da sua passagem pelo FC Porto ocorreu na 2ª mão da célebre eliminatória frente ao Dinamo de Kiev em 1986/87. Logo aos 4 minutos, Celso bateu o livre do qual resultou o primeiro golo do FC Porto nessa partida. No passado, já tinha ficado ligado a outro momento importante da sua carreira quando marcou o golo que garantiu o título do Ferroviário, num jogo frente ao Ceará, no campeonato brasileiro de 1979. Celso iniciou a carreira profissional em 1975, defendendo as cores do Botafogo. Em 1978 chegou ao Fortaleza mas foi ao serviço de outro clube do Ceará, o Ferroviário, que se sagrou campeão cearense. Em 1980 chegou a um histórico do futebol brasileiro, o Vasco da Gama (na foto), onde permaneceu até 1983. Antes de chegar ao FC Porto ainda representou mais 3 clubes brasileiros: o Atlético Paranaense, o Santa Cruz e o Bahia. No FC Porto foi bicampeão nacional, campeão da Europa e vencedor da Taça Intercontinental. Depois de deixar as Antas regressou ao Brasil para representar o Goiás, tendo depois retornado ao Ferroviário, onde terminou a carreira. Actualmente, Celso é técnico principal, tendo já orientado vários clubes brasileiros de menor dimensão.

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Obrigado rapazes!

Depois do frenético final de jogo de Quarta-feira passada, o FC Porto quer-nos matar do coração! Mais uma jornada de entrega e disponibilidade dos tricampeões a garantir, apesar do final dramático, a passagem à próxima eliminatória da Taça de Portugal. Foi a segunda vitória em Alvalade no espaço de 30 dias.
Depois do esforço de Quarta-feira, Jesualdo optou (e bem) por trocar algumas peças no «onze» titular e refrescar a equipa. A opção compreende-se mas resultou apenas em parte, porque o Professor resolveu voltar ao 4-3-3 que tão maus resultados vinha a dar em jogos frente ao Sporting. É um esquema táctico em que o Sporting gosta de "encaixar". Não foi por isso surpresa que o FC Porto tenha entrado mal no jogo e, apesar de entretanto ter equilibrado as coisas, ter-se visto a perder naquela hesitação de Pedro Emanuel. O Sporting estava por cima!
Na segunda parte tudo mudou. Jesualdo, além de voltar ao 4-4-2, mandou entrar Tomás Costa e o FC Porto passou a comandar as operações. Esteve aí a chave da reviravolta no jogo.
Apesar de não ser um criativo, o 'careca' do meio-campo do FC Porto é um jogador altruísta e muito esclarecido. Foi natural que o FC Porto tenha igualado através de um golo de Hulk. E que golo! Hulk, com potência e velocidade, pegou na bola a meio-campo e foi-a entregar à baliza de Rui Patrício. G-O-L-A-Ç-O! Quase que juramos ter visto Rochemback com a língua de fora depois do 'sprint' do brasileiro! Hulk! Hulk! Hulk!
Depois do empate, veio a expulsão de Caneira e o FC Porto passou a ficar por cima no jogo. Foi pena que, alguns minutos depois, Pedro Emanuel também tenha ido mais cedo para os balneários num lance inofensivo para o FC Porto. Foi um jogo para esquecer do "capitão"!
Com o FC Porto também reduzido a 10, foi a vez do Sporting ganhar ascendente emocional sobre o jogo mas sem conseguir marcar. Apesar de jogar fora de casa, o FC Porto acabou por fazer um prolongamento bem mais tranquilo que os últimos minutos do tempo regulamentar. A equipa passou a estar bem posicionada e foi pena um ou outro contra-ataque não ter saído mais fluído. O prolongamento serviu para vermos a qualidade e carácter dos tricampeões. Destaque para mais um jogo fantástico de Lisandro Lopez. Mesmo a jogar mais recuado que o habitual, o ponta-de-lança argentino faz tudo bem. Hoje ninguém roubava a bola ao 'Licha'!
Na lotaria das grandes penalidades, o protagonismo ficou para Helton. 5-4 para o FC Porto!
Quanto ao árbitro, apesar de ter irritado os adeptos do Sporting e de não ter feito uma boa arbitragem, foi coerente nas expulsões de Caneira, Pedro Emanuel e Hulk. Contudo, Paulo Bento, em vez de tentar explicar aos sócios como se perde duas vezes consecutivas com o FC Porto em Alvalade, preferiu "atirar-se" ao juiz da partida. Começou o choradinho em Alvalade!
Com duas importantes vitórias arrancadas a ferros nos últimos 5 dias, Jesualdo ganha tempo e legitimidade para dar maior consistência ao FC Porto. Pra já, estamos vivos!

«Curiosidades FCP» - 'Tickets, please!'

Recuamos à véspera da Final da Taça UEFA 2002/03 com uma foto de um adepto escocês que desesperadamente tentava adquirir bilhetes para o FC Porto - Celtic do dia seguinte. Além de envergar uma camisola dos 'Celts', alusiva à Final de Sevilha, este adepto também se fazia acompanhar de um folheto onde se podia ler: «Por favor, queremos entradas»!
Este «sincero futbol aficionado», como descrito no panfleto, foi um dos muitos escoceses que chegaram a Sevilha sem bilhete para o jogo entre o FC Porto e o Celtic.
O Celtic de Glasgow é um dos clubes britânicos com mais adeptos em todo o mundo (aproximadamente 9 milhões) e para os seus responsáveis não foi surpreendente que milhares de escoceses tenham viajado até Sevilha em Maio de 2003. Pelas estimativas da UEFA, foram cerca de 114 000 os apoiantes do Celtic presentes no sul de Espanha na semana do jogo entre os dois clubes. Um recorde no número de adeptos que alguma vez acompanhou um clube numa final europeia, segundo a UEFA. Aliás, em 1937 o clube já tinha ficado na história ao disputar a Final da Taça da Escócia, frente ao Aberdeen, com 146 433 espectadores nas bancadas.
Para se compreender melhor esta militância é preciso recuar à fundação do Celtic de Glasgow. Quando surgiu, o clube ficou conotado com os escoceses católicos e os descendentes de irlandeses, porque a população da região era formada na sua grande maioria por imigrantes vindos da Irlanda, vistos na época como cidadãos de segunda classe. Ao serem discriminados na condição de estrangeiros, os irlandeses acabavam por auferir salários inferiores à média. A escolha do nome Celtic acabou por ser uma forma de mostrar o orgulho que os irlandeses tinham nas suas origens.
Apesar de derrotados na Final da Taça UEFA, os fantásticos 'Celtic supporters' tiveram o devido reconhecimento por parte da UEFA ao ser-lhes atribuído o 'Fair Play Award', um troféu do organismo máximo do futebol europeu que premiou a excelente conduta e comportamento dos milhares de adeptos presentes em Sevilha.

O programa oficial do Vejle BK – FC Porto, Taça dos Vencedores das Taças 1981/82

Recuamos à edição de 1981/82 da Taça dos Vencedores das Taças com a capa do programa oficial do Vejle BK - FC Porto, relativo à 1ª eliminatória da competição.
O Vejle BK é um histórico clube da Dinamarca que já se sagrou por 5 vezes campeão do seu país. Grande rival de outro conceituado clube dinamarquês, o Aarhus, o Vejle BK anda há muitos anos afastado dos títulos, pois venceu o último campeonato em 1984 e a última Taça da Dinamarca em 1981.
Apesar dos dinamarqueses terem pouca tradição no futebol europeu (atingiram os Quartos-de-final da Taça das Taças em 1978), o FC Porto, de Hermann Stessl, foi surpreendido no 'Vejle Stadion' com uma derrota por 2-1 (Andersen aos 24’, Romeu aos 26’ e Eg aos 41’), num jogo disputado a 16 de Setembro de 1981. Uma desvantagem que acabou por não colocar em causa a passagem à fase seguinte porque 15 dias depois o FC Porto venceu os dinamarqueses nas Antas por 3-0. Apesar da igualdade (0-0) ao intervalo, o FC Porto fez uma grande segunda parte e eliminou o Vejle BK com golos de Jaime Magalhães, aos 47’ e aos 49’, e António Sousa aos 65’.
Depois do Vejle BK seguiu-se a Roma, de Nils Liedholm, na 2ª eliminatória.

quarta-feira, 5 de novembro de 2008

À procura do nosso FC Porto!

Ainda não é este o nosso FC Porto mas pelo menos jogámos com o coração... e com as tripas! Grande carácter dos tricampeões. Apesar de ter estado muito perto de sofrer o 2-1, naquela bola ao poste de Vukojevic, o FC Porto acabou por merecer essa felicidade. Aliás, só por algum infortúnio é que o FC Porto não entrou no jogo a marcar. Mesmo sabendo que não atravessa um bom momento, o FC Porto revelou grande personalidade na abordagem ao jogo e assumiu que precisava de vencer. Correu riscos é certo, mas isso é revelador do seu estatuto e da vontade que tinha em ganhar. Afinal, quantas equipas, depois de 3 derrotas consecutivas, abordam assim um jogo da Champions? Poucas!
Jesualdo voltou a apresentar um «onze» inédito, desta vez com Pedro Emanuel a defesa esquerdo. A adaptação correu bem e fez esquecer as más experiências com Lino e Benítez. Agora, falta recuperar Fucile para o lugar do pouco agressivo Sapunaru.
Apesar de ter dominado o jogo durante toda a primeira parte, por vezes o FC Porto perdeu o controlo do mesmo, precisamente por colocar pouca agressividade nas transições defensivas. Foi dessa forma que surgiu o golo do Dinamo.
Na segunda-parte, sabendo que só os 3 pontos lhe interessavam, Jesualdo lançou Hulk, Pelé e Lino. Com o péssimo momento de forma que Cristian Rodriguez atravessa, a força e potência, que eram necessárias para derrubar a rigorosa defesa ucraniana, foram trazidas por Hulk e Lisandro. Grande segunda parte de ambos!
O Professor acabou por ser feliz nas substituições e ver o FC Porto igualar num cabeceamento de Rolando. A partir daí o jogo ficou partido. Com as duas equipas à procura da vitória, o segundo golo premiou a coragem e dedicação da dupla Lucho-Lisandro. Fantástica cumplicidade entre os dois argentinos!
Foi giro repetir o resultado de há 21 anos atrás...
Com a vitória de hoje, o FC Porto sobe ao segundo lugar do grupo com 6 pontos. E atenção porque o FC Porto até pode garantir a qualificação já na próxima jornada. Para isso, é preciso vencer em Istambul e esperar que o Arsenal derrote o Dinamo de Kiev.

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto - FC Nantes, Liga dos Campeões 1995/96

Em semana de ‘Champions League’, recordamos mais um bilhete de um jogo europeu do FC Porto. O bilhete diz respeito ao jogo da 5ª jornada da fase de grupos da Liga dos Campeões 1995/96. Nessa época, o FC Porto foi sorteado no Grupo A, juntamente com o campeão de França (Nantes), o campeão da Grécia (Panathinaikos) e o campeão da Dinamarca (Aalborg).
Se vencesse os franceses nas Antas, o FC Porto assumia o primeiro lugar do grupo com um ponto de vantagem sobre Nantes e Panathinaikos. Contudo, um empate deixava os franceses em melhor posição para acederem aos Quartos-de-final.
Depois de empatarem (0-0) no ‘La Beaujoire’, os dois clubes voltaram a dividir os pontos nas Antas, desta vez com um empate (2-2) com golos. O Nantes, de Claude Makelele, esteve por duas vezes à frente do marcador, com dois golos do internacional francês Reynald Pedros, aos 3´e aos 34’, mas o FC Porto conseguiu igualar com golos de Drulovic, aos 10’, e de José Carlos, aos 56’.
Com o empate (2-2) da última jornada em Aalborg, o FC Porto acabou por ficar fora da fase seguinte. Gregos e franceses seguiram para os Quartos-de-final.

«Curiosidades FCP» - 6 figuras do FC Porto 1990/91

Geraldão, Aloísio, Stéphane Paille, Padrão, Vítor Baía e VLK. Cruzaram-se os seis no FC Porto de Artur Jorge, época 1990/91.
Os centrais brasileiros chegaram ao FC Porto em alturas diferentes. Enquanto que Geraldão veio para o FC Porto em 1987/88, vindo do Cruzeiro, Aloísio chegou apenas em 1990/91, vindo do Barcelona.
O francês Stéphane Paille também chegou às Antas em 1990/91, pouco tempo depois de ser considerado jogador do ano (1988/89) em França. Depois do sucesso na liga francesa, escolheu o FC Porto para iniciar o percurso no estrangeiro mas o fantasma de Fernando Gomes perseguiu-o durante toda a época, tendo marcado apenas 4 golos em 17 jogos.
Quanto aos dois guarda-redes, Baía fazia apenas a sua 3ª época no FC Porto, enquanto que Padrão, já com 32 anos, tinha acabado de chegar, vindo do Boavista.
Por último, o checo VLK. Este antigo defesa esquerdo da extinta Checoslováquia também chegou ao FC Porto em 1990/91, vindo do FC Vitkovice, e permaneceu na Invicta durante 3 épocas.

terça-feira, 4 de novembro de 2008

Kiev, 21 anos depois

Pois é, já passaram 21 anos desde a épica vitória em Kiev que permitiu ao FC Porto aceder à sua primeira final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Foi a 22 de Abril de 1987 que o FC Porto venceu (2-1) o Dinamo, no Estádio Olímpico de Kiev, na 2ª mão das meias-finais da prova.
Apesar da vitória por 2-1 na 1ª mão, o poderio daquela equipa do Dinamo era tal que muitos adeptos do FC Porto deixaram o Estádio das Antas com a sensação da vantagem ser demasiado curta para a 2ª mão da eliminatória. O Dinamo era super-favorito e temia-se que o FC Porto fosse “atropelado” no Olímpico. Os ucranianos, além de serem um dos favoritos a vencer a competição, só tinham consentido um golo (do Celtic de Glasgow) no Estádio Olímpico até essa fase da prova. Contudo, o FC Porto fez uma extraordinária exibição colectiva, com muita entrega e entreajuda, e venceu novamente os ucranianos por 2-1.
Apesar da vantagem na 1ª mão, o FC Porto ficou algo intranquilo com as condições que encontrou no Estádio Olímpico e que os adeptos também puderam comprovar através da transmissão da RTP. Ao frio, que ainda se fazia sentir em Kiev, juntava-se um relvado em más condições e um público entusiasta que lotava o Estádio Olímpico.
O «onze» do FC Porto (na foto) apresentava duas alterações relativamente ao jogo da 1ª mão: Quim e Madjer nos lugares de Sousa e Vermelhinho. Apesar do Dinamo ser fortíssimo nos jogos em casa, Artur Jorge preferiu manter o esquema habitual e não abdicar do fantástico tridente ofensivo Futre-Madjer-Gomes. Houve apenas uma ligeira alteração táctica, com Fernando Gomes ligeiramente mais recuado que o habitual (na posição 10) e o ataque entregue a Madjer e Futre (na foto). Quanto ao Dinamo, apenas uma contrariedade. Valery Lobanovski não pode contar com o defesa Andrei Bal (expulso no jogo das Antas) mas tinha a sua frente de ataque totalmente disponível: Yakovenko, Blokhin, Mikhajlichenko e Belanov.
O «entrar bem no jogo» nunca se aplicou tão bem ao FC Porto. Logo aos 4 minutos, Celso, num livre directo, fez a bola embater na barreira e trair o guarda-redes Chanov. 1-0 para o FC Porto! Mas a surpresa ainda foi maior quando Fernando Gomes marcou o segundo golo apenas 7 minutos depois. Os ucranianos nem queriam acreditar, bastava-lhes um golo para acederem à final e aos 11 minutos já perdiam por 2-0!
Apesar de ter respondido logo a seguir, com um golo de Mikhajlichenko, aos 13 minutos, o Dinamo já não era a equipa confiante e segura que tinha iniciado o jogo. Belanov ainda assustou Mlynarczyc com um remate à trave mas depois disso o FC Porto passou a controlar o jogo e os ucranianos nunca mais ficaram perto da igualdade. A segunda parte foi apenas o oficializar da passagem à fase seguinte. O FC Porto estava na Final de Viena!
Ao início da noite (o jogo de Kiev realizou-se à tarde) chegava a confirmação quanto ao outro finalista. Apesar de derrotado em Chamartín por 1-0, o Bayern de Munique eliminou o Real Madrid (4-1 na 1ª mão) e era o adversário do FC Porto na final.

domingo, 2 de novembro de 2008

Isto não é apenas uma crise!

E vão três derrotas consecutivas! Num passado recente, a atitude e entrega dos jogadores do FC Porto sería suficiente para camuflar uma fase de maus resultados da equipa. Neste momento, não se trata apenas de incutir vontade nos jogadores. Falta mesmo qualidade!
O Relatório e Contas da SAD do FC Porto, apresentado na semana anterior, veio mesmo em boa altura. Pode ser que agora, com o mau período que a equipa de futebol atravessa, os sócios do FC Porto tenham a lucidez necessária para saber interpretar as contas da SAD. Há males que vêm por bem!
Os administradores da SAD que se preparem porque a ganância tem limites. Quando os lucros da SAD, em vez de servirem para reforçar a equipa de futebol, são reencaminhados para as contas bancárias dos senhores administradores...
Quanto à terceira (!) derrota consecutiva, não foi um FC Porto muito diferente das jornadas anteriores. O «frango» de Nuno não explica tudo. O FC Porto 2008/09 já nasceu torto! As limitações de alguns jogadores que este ano chegaram ao FC Porto são bem evidentes no 4-3-3 ou no 4-4-2. Isto parece que já não vai lá só com alterações de esquema táctico. Benítez, por exemplo, revela dificuldades confrangedoras. Não se trata apenas de falta de confiança, o lateral argentino não tem mesmo qualidade. O mais grave é o FC Porto andar há tanto tempo à procura de um lateral esquerdo e simplesmente não o encontrar. Que amadorismo!
Mas do lado direito, Sapunaru também não tem convencido. O lateral romeno, apesar de defender melhor que Benítez, não dá nenhuma profundidade ao flanco direito. Parece chegada altura de o FC Porto mudar de estratégia. E que tal voltar a convidar o árbitro para um cafezinho lá em casa? Agora a sério, a este FC Porto não falta apenas atitude ou entrega, falta-lhe definir um esquema táctico e adquirir bons jogadores que o possam interpretar. Até o craque Lucho Gonzalez fica contagiado pelos equívocos de alguns companheiros e do próprio treinador.
Depois de 3 derrotas consecutivas, o FC Porto vai chegar a Kiev com a confiança em níveis mínimos. Só um super-jogo nos pode manter na luta pelos Oitavos-de-final da 'Champions'.

«Curiosidades FCP» - A primeira Taça de Portugal de Hóquei em Patins

Apesar de ter iniciado a sua actividade no clube em 1955, o Hóquei em Patins do FC Porto só celebrou a conquista do seu primeiro troféu nacional em 1982/83. Foi por essa altura que se assistiu ao «boom» do Hóquei em Patins do FC Porto, com a conquista dos primeiros títulos a trazer ainda maior entusiasmo em torno da modalidade.
O Pavilhão Américo de Sá estava quase sempre lotado em dias de jogo e os adeptos acompanhavam com grande entusiasmo os relatos da rádio, principalmente dos jogos das competições europeias. Embalada pela conquista da Taça das Taças da época anterior (o primeiro título internacional da história do FC Porto), a equipa de Hóquei em Patins começava aí a sua saga de conquista de títulos nacionais e internacionais. Depois de eliminar o Sporting nas meias-finais da prova, o FC Porto necessitava de derrotar o seu outro eterno rival, o Benfica, para conquistar a edição de 1982/83 da Taça de Portugal. A primeira mão disputou-se num lotadíssimo Pavilhão Américo de Sá e o FC Porto não começou nada bem porque aos 5 minutos já perdia por 2-0. Apesar de logo ter reduzido a diferença, uma entrada em jogo demasiado ansiosa levou o FC Porto a ir para o intervalo a perder 2-1. Contudo, uma segunda parte fantástica, com grandes exibições de António Vale e Vítor Hugo, permitiu ao FC Porto, além da reviravolta no marcador, estabelecer uma diferença de golos condizente com a expectativa e entusiasmo com que os adeptos seguiram a partida no pavilhão das Antas. Apesar de a meio da segunda parte o Benfica ainda ter reduzido para 5-3, o FC Porto fez uma ponta final fabulosa e marcou por mais três vezes.
No final, cinco golos de diferença (8-3) davam grande confiança e margem suficiente para encarar a visita à Luz com optimismo.
1ª mão: FC Porto - 8, Benfica - 3
FC Porto: Domingos, Fanan, Alves, Vítor Hugo (3), Vítor Bruno (3), António Vale (2), David Reis e Rui Coelho;
Benfica: António Fernandes, Fernando Pereira, José Carlos, Piruças, Picas (2), Leste (1) e Cristiano;
Na 2ª mão, e apesar de o Benfica na altura também ser muito forte em sua casa, uma derrota por 7-4 não impediu o FC Porto de conquistar a primeira Taça de Portugal do seu historial. No jogo da Luz, o Benfica foi para o intervalo a vencer por apenas 3-2, o que não fazia prever uma segunda parte dramática para o FC Porto. O nervosismo e, consequentemente, algumas perdas de bola deram a possibilidade ao Benfica de se colocar a vencer por 6-2, ou seja, os encarnados ficavam a apenas um golo de reduzir a desvantagem trazida das Antas. Apesar de Fanan, num livre directo, ainda ter reduzido para 6-3, o Benfica voltaria a marcar e a colocar grande incerteza no resultado quando faltavam apenas 3 minutos para o jogo terminar. Um golo separava o FC Porto do seu primeiro título nacional. Foi a altura perfeita para convocar o génio de Vítor Hugo. O hoquista do FC Porto, depois de um fantástico «slalom», colocou o resultado em 7-4 e acabou com o sofrimento desses intermináveis 3 minutos de jogo. O FC Porto acabaría por vencer por dois golos de diferença (12-10) o conjunto das duas mãos da final.
Uma vitória celebradíssima que levou uma pequena multidão (na foto) a esperar pela equipa em Campanhã. A chegada da comitiva do FC Porto instalou a confusão na gare, com os sócios e adeptos a felicitarem os jogadores pela conquista da primeira Taça de Portugal de Hóquei em Patins da história do clube. Depois desse primeiro troféu, seguiram-se mais 11 Taças de Portugal (a última foi conquistada na época anterior).
2ª mão: Benfica - 7, FC Porto - 4
Benfica: António Fernandes, Fernando Pereira (2), José Carlos, Picas (4), Piruças, Leste (1), Cristiano e Oliveira;
FC Porto: Domingos, Fanan (1), Alves, Vítor Hugo (2), Vítor Bruno, António Vale (1), David Reis e Rui Coelho;

A «foto do dia» - Massimo Oddo e Deco

Regressamos às meias-finais da edição 2002/03 da Taça UEFA com uma foto de um duelo entre o defesa direito da Lazio, Massimo Oddo, e o «mágico» nº 10 do FC Porto, Deco.
A foto é relativa ao jogo da 2ª mão, disputado no Estádio Olímpico de Roma, que marcou a passagem do FC Porto à Final de Sevilha. Apesar de só se terem defrontado na 2ª mão da eliminatória (Oddo foi suplente nos épicos 4-1 das Antas), os dois jogadores tornaram-se rapidamente duas peças fundamentais do FC Porto de Mourinho e da Lazio de Roberto Mancini, acabando ambos mais tarde por se transferir para outros clubes.
Actualmente, nenhum dos dois jogadores representa os clubes que se defrontaram em 2003 no Olímpico de Roma. Enquanto que Deco rumou ao Chelsea, depois da aventura no Barcelona, Massimo Oddo chegou esta época ao Bayern de Munique por empréstimo do AC Milan.