quarta-feira, 29 de julho de 2009

Refrear os ânimos e garantir a meia-final

Apesar do FC Porto 2009/10 ainda só ter realizado 6 jogos, julgo que não será prematuro concluirmos que esta época há melhores opções no banco de suplentes, embora isso hoje tenha sido menos evidente. Agora, falta garantir um «onze» tão forte como o de 2008/09. Pelo que vimos até agora, há qualidade para atingir esse nível.
No segundo jogo do FC Porto na 'Peace Cup', não estava apenas em causa a preparação da equipa em mais um jogo da pré-época. Além do prémio monetário (500 mil euros) que uma presença nas meias-finais garante, também era importante salvaguardar a calendarização de pré-época do FC Porto, que poderia ficar sem mais nenhum jogo agendado antes da Supertaça Cândido de Oliveira. Ou seja, era importante não perder com o Besiktas.
No entanto, hoje foi mais difícil encontrar coisas positivas na exibição do FC Porto. Foi um jogo de preparação demasiado físico. Houve espírito de sacrifício, progressos tácticos, entreajuda e... pouco mais!
Jesualdo optou, e bem, por colocar em campo alguns jogadores que já estão identificados com o modelo de jogo e com o próprio FC Porto. A intenção do Professor passava por garantir a presença na meia-final, agendada para a próxima Sexta-feira.
O plano correu bem, porque a equipa nunca se desposicionou. Ainda assim, 48 horas depois do primeiro jogo, notou-se que havia ali muita gente cansada (Meireles, Belluschi, Álvaro Pereira, Bruno Alves...).
Conclusão: acabou por ser o jogo menos conseguido por parte do FC Porto até ao momento, mas chegou para aceder à próxima fase e dar minutos de jogo a alguns jogadores pouco utilizados nos primeiros 5 jogos (Farías, Miguel Lopes, Falcão, Guarín, Beto,...).
Na próxima Sexta-feira, defrontamos o Aston Villa, na meia-final. Apesar de ser um torneio de pré-época, a 'Peace Cup' vai conseguir reunir 4 campeões da Europa no quadro das meias-finais (FC Porto, Juventus, Aston Villa e Real Madrid). Inédito num torneio de pré-época?

«Curiosidades FCP» - A edição de 1987 do 'Joan Gamper' (Parte V)

Hoje, publicamos um último 'post' sobre a edição de 1987 do 'Joan Gamper'.
Recuperamos uma foto do troféu (moldado em prata, com base de mármore e acabamento em ouro) que o FC Porto conquistou, um 'poster' de Fernando Gomes (com a camisola da Selecção), publicado nas páginas centrais de uma edição do 'El Mundo Deportivo' alusiva ao torneio, e o ingresso (em baixo) que deu acesso aos jogos do último dia do torneio, Barcelona-Ajax, de apuramento do 3º e 4º classificados, e FC Porto-Bayern de Munique, da final da prova.
Além de ter sido a primeira (e única!) equipa portuguesa a vencer o 'Joan Gamper', o FC Porto também se pode orgulhar de ter vencido a melhor edição de sempre do torneio.
Só por uma vez a organização da prova conseguiu reunir um quadro de equipas tão forte. Foi em 1986, quando ao Barcelona se juntaram o PSV Eindhoven, o Tottenham e o AC Milan. Ainda assim, a edição de 1987 conseguiu ter um cartaz ainda mais atractivo, pois a organização juntou 3 campeões da Europa (Bayern de Munique, FC Porto e Ajax) e o Barcelona.
Para o FC Porto, o 'Joan Gamper' também marcou o início de uma série de convites para participar em outros prestigiantes torneios de Verão, alguns também conquistados pela primeira vez.
Depois da vitória no célebre torneio organizado pelo Barcelona, o FC Porto conquistou, entre outros, o Torneio de Viareggio, em 1989, o Troféu Teresa Herrera, em 1991, o Torneio Cidade de Sevilha, em 1992, a 'Thailand Premier Cup', em 1997, e, mais recentemente, o Torneio de Roterdão, em 2007. Vamos lá ver se conseguimos juntar a 'Peace Cup' à lista.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Parece que temos FC Porto!

Bela estreia do FC Porto na 'Peace Cup'! Foi o adversário mais difícil que encontrámos na pré-época e o nosso melhor jogo até ao momento. A vitória por 2-0 («bis» de Hulk!) assenta-nos bem. Continuamos fortes!
Ao contrário do que aconteceu frente ao Dinamo de Bucareste, que assumiu uma postura demasiado defensiva para um jogo de pré-época, hoje, frente ao Lyon, o FC Porto conseguiu apresentar um futebol mais fluído.
Só foi pena haver tão pouco público nas bancadas. A hora a que jogo se disputou (teve início ás 22h30 de Espanha) e o preço exorbitante que a organização resolveu cobrar por um bilhete (o ingresso mais barato custava 20€!) explicam o afastamento dos adeptos, não só deste jogo mas de todos os encontros da 'Peace Cup' realizados até ao momento (o jogo do Real Madrid teve menos de meia-casa!). A prova merecia mais adeptos nas bancadas...
Quanto à nossa exibição, foi uma partida inteligente por parte do FC Porto, que respondeu ao melhor momento físico do adversário (o Lyon iniciou a pré-época 1 semana antes) com um bom posicionamento no campo e muita entreajuda. A nível táctico, parece que o FC Porto 2009/10 vai manter a consistência e o rigor, uma marca das equipas de Jesualdo Ferreira. No início do jogo, fase em que os franceses pressionaram mais, também foi importante a acção de Raúl Meireles e Fernando Belluschi, pois jogaram ambos ao primeiro/segundo toque. Dupla inteligente e esclarecida, esta!
Lá atrás, e durante o mesmo período do jogo, Rolando e Bruno Alves revelaram-se concentradíssimos a compensar as dificuldades iniciais que Fucile e Álvaro Pereira (tem melhorado o posicionamento defensivo) revelaram perante a velocidade dos dois extremos franceses.
Quanto a Hulk, já não vale a pena fazer mais elogios. Só esperamos que o dia 31 de Agosto, data de fecho do mercado, chegue depressa!
Na segunda-parte, e apesar de ter abusado dos passes longos para Hulk, o FC Porto controlou sempre o jogo (um aviso à concorrência: vai continuar a ser difícil marcarem-nos golos!). Nesse período, destaque para os excelentes pormenores de Falcão. O colombiano não teve oportunidade de alvejar a baliza, mas foi precioso no momento de combinar com os colegas. Promete!
Agora, segue-se o Besiktas na Quarta-feira. O empate entre o Lyon (já está fora da competição!) e os turcos acabou por beneficiar o FC Porto, que na Quarta-feira não necessita de vencer, pois o empate será suficiente para acedermos ás meias-finais da prova.
É provável que Jesualdo apresente um «onze» menos rotinado do aquele que hoje defrontou o Lyon. Ainda assim, confiamos no trabalho táctico do Professor para camuflar a natural falta de automatismos entre os novos reforços.

«Curiosidades FCP» - FC Porto - HJK de Helsínquia, Taça dos Clubes Campeões Europeus 1988/89

Recordamos mais uma eliminatória europeia do FC Porto. Desta vez, recuamos à 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1988/89, disputada entre o FC Porto e o HJK de Helsínquia, com o programa oficial (em cima) do jogo de Helsínquia e o ingresso (em baixo) do jogo das Antas.
Apesar de ser um clube relativamente modesto a nível europeu (actualmente, ocupa a posição 231 (!) no ranking da UEFA), o HJK foi 21 vezes campeão da Finlândia e venceu 10 Taças do seu país.
A 1ª mão da eliminatória disputou-se nas Antas, a 7 de Setembro de 1988, e marcou a estreia de Quinito em jogos das competições europeias (a 2ª eliminatória, frente ao PSV Eindhoven, marcaria a sua curta passagem pelas Antas). O jogo acabou por ser relativamente fácil para o FC Porto, que venceu os simpáticos finlandeses por 3-0 (Madjer aos 6', Sousa aos 22' e Rui Águas aos 75').
Algo surpreendentemente, fomos derrotados em Helsínquia, por 2-0!
O jogo do Estádio Olímpico disputou-se a 5 de Outubro de 1988 e, apesar da eliminatória nunca ter estado em perigo (o segundo golo dos finlandeses foi marcado no final da partida), a atitude do FC Porto deixou muito a desejar. Uma derrota por 2-0 (Valla aos 53' e Kanerva aos 84') deixou bem evidente que o «FC Porto de Quinito» não possuía dimensão europeia.
Reparem que, na capa do programa oficial, os finlandeses colocaram um «onze» do FC Porto da época anterior e o primeiro (!) emblema da história do clube, ainda sem o brasão da cidade do Porto (uma 'gaffe' simpática e desculpável!).
Depois do HJK, seguiu-se o PSV Eindhoven, na 2ª eliminatória.

domingo, 26 de julho de 2009

Entre os melhores, sempre!

Mais uma vez, vamos ter o FC Porto entre os melhores da Europa. Na próxima Segunda-feira, iniciamos a nossa participação na 'Peace Cup', a «Liga dos Campeões da pré-época». O convite para participar neste super-torneio, que vai decorrer na Andaluzia, foi, mais uma vez, consequência do prestígio intocável que o FC Porto continua a manter e que vai crescendo a cada ano que passa.
Na 'Peace Cup', vão estar presentes os 4 clubes mais influentes dos 4 países latinos: FC Porto (Portugal), Real Madrid (Espanha), Lyon (França) e Juventus (Itália).
Este é o melhor torneio de pré-época em que um clube português alguma vez se viu envolvido, ou seja, é uma competição que o FC Porto vai ter que levar um pouquinho mais a sério (apesar do FC Porto abordar sempre estas provas com intenção de as vencer), em virtude dos bons prémios envolvidos (2 milhões de euros para o vencedor!) e do excelente quadro de equipas que a organização conseguiu reunir.
Será que a poderemos considerar a 3ª competição mais importante da época para o FC Porto? Talvez, pelo menos pelos montantes e prestígio envolvidos na prova, embora uma competição como a Taça de Portugal ainda mantenha algum encanto, até a nível histórico.
Na próxima semana, a Europa vai estar de olho na 'Peace Cup', o que também vai possibilitar valorizar ainda mais os jogadores do FC Porto. Além disso, a competição poderá ser a última oportunidade de Jesualdo testar um «onze» para a Supertaça Cândido de Oliveira, pois para o FC Porto disputar mais de dois jogos na competição, frente a Lyon e Besiktas, será obrigado a ultrapassar a 1ª fase, ficando em 1º lugar do seu grupo. Ou seja, além de receber um prémio pela presença nas meias-finais, o FC Porto também evita ter de fazer um reajustamento no calendário de pré-época, pois haveria necessidade de marcar mais um jogo de preparação antes do primeiro encontro oficial da época, frente ao Paços de Ferreira.
O FC Porto já nos habituou a ter boas prestações nestes torneios de Verão. Nos últimos anos, merecem destaque as vitórias no Torneio de Amesterdão e no Torneio do Centenário da Atalanta.
Esta também é uma boa oportunidade de repetir as históricas vitórias no Torneio Joan Gamper (em 1987, com Barcelona, Bayern de Munique e Ajax), no Troféu Teresa Herrera (em 1991, com Deportivo da Corunha, Real Madrid e Ajax) ou na Thailand Premier Cup (em 1997, com Inter de Milão, Selecção da Tailândia e Boca Juniors).
A participação do FC Porto na 'Peace Cup' também pode marcar o regresso ao estádio onde vencemos a Taça UEFA. O Estádio Olímpico de Sevilha, onde se jogará a final da prova, é o único palco, dos 3 onde vencemos as 3 competições europeias do nosso historial, ao qual ainda não regressámos. Depois do regresso ao Estádio do Prater, em 2002/03 (eliminatória da Taça UEFA, frente ao Áustria de Viena), e à Arena de Gelsenkirchen, em 2007/08 (eliminatória da Liga dos Campeões, frente ao Schalke 04), só nos falta regressar ao 'La Cartuja'. É lá que se disputa a final do torneio.
Mas antes disso, é preciso começar por vencer o Lyon, de Cissokho e Lisandro Lopez.

«Curiosidades FCP» - Um sonho chamado Johan Cruyff

Foi um sonho algo utópico, mas o FC Porto tentou mesmo contratar o craque do Ajax e da Selecção da Holanda (ainda hoje, Pinto da Costa o considera o melhor futebolista que viu jogar).
A ideia de trazer Cruyff surgiu após a péssima perfomance do FC Porto na época 1969/70 (a pior da história do clube). Com os adeptos descontentes e alguns jogadores algo conformados, os dirigentes do FC Porto colocaram a hipótese de contratar um jogador conceituado que pudesse cativar a massa associativa e, ao mesmo tempo, contagiar a própria equipa, que nessa época perdera alguma confiança depois de um decepcionante 9º (!) lugar no campeonato nacional.
Os primeiros sinais das intenções dos dirigentes do FC Porto surgiram após uma Assembleia Geral que procurou encontrar soluções para melhorar a prestação da equipa de futebol, na altura orientada pelo escocês Tommy Docherty. «Se os 6000 associados que legitimaram a Direcção de Afonso Pinto de Magalhães subscreverem 1000 escudos cada um, poderemos comprar não o Eusébio mas um jogador de real valor», comentou-se na AG.
Na altura, Johan Cruyff tinha apenas 23 anos, mas há muito que deixara de ser apenas uma «estrela» emergente do futebol europeu. Assim, não foi nada surpreendente que o Ajax tenha pedido uma autêntica fortuna para libertar o jogador.
Segundo relatos da época, o clube de Amesterdão terá pedido 8000 contos pelo passe de Cruyff, o que, somado ao que o jogador exigia, faria a transferência superar os 11 000 contos! Uma quantia inatingível para a época.
Apesar dos dirigentes dos dois clubes terem anunciado que se efectuaram diligências no sentido de transferir o jogador, o FC Porto acabou por desistir da transferência, pois ás dificuldades de tesouraria juntava-se a ausência das competições europeias, devido ao 9º lugar na Liga. Assim, a aposta acabou por recair na renovação do plantel (Armando Manhiça, Bené, António Oliveira, Abel e Lemos, entre outros, foram alguns dos jogadores que chegaram ao FC Porto no início dessa época).
Um ano depois, no Verão de 1971, o FC Porto concretizou o sonho de adquirir um avançado conceituado, tendo a escolha recaído no brasileiro Flávio, na altura a «estrela» do Fluminense e da Selecção do Brasil. Para o contratar, o FC Porto acabou por despender menos de metade daquilo que o Ajax pedia por Cruyff. O FC Porto pagou 2375 contos ao Fluminense e 725 contos ao jogador, de prémio de assinatura.
Quanto a Johan Cruyff, permaneceria no Ajax durante mais duas épocas, até chegar ao histórico Barcelona, clube que também representou como treinador.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Um treino antes da 'Peace Cup'

Mais um jogo de pré-época, mais uma vitória. Apesar dos jogos de preparação não valerem pontos, o que é certo é que ajudam a ganhar confiança e a criar uma dinâmica de vitória. O FC Porto quer ganhar sempre!
Hoje, o Dinamo de Bucareste não foi o melhor dos adversários. Os romenos até se preocupam em trocar a bola, mas são demasiado lentos e previsíveis. Ou seja, foram um teste 'soft' para o FC Porto.
Mas o primeiro destaque do jogo deve ir para a numerosa presença de público em Albufeira. O FC Porto 2009/10 já ganhou a empatia dos adeptos.
Ao 4º jogo de preparação, estávamos curiosos para ver o comportamento da equipa com aquilo que foi um corpo estranho ao «onze» no início da pré-época, o ponta-de-lança clássico. Contudo, Jesualdo guardou a experiência apenas para a segunda-parte, altura em que o jogo ficou demasiado trapalhão e quezilento.
Apesar de nos 3 jogos anteriores o FC Porto não ter utilizado nenhum dos pontas-de-lança (Falcão, Farías e Orlando Sá) do actual plantel, a verdade é que a equipa até foi capaz de marcar 3 golos em cada um dos jogos realizados.
Curiosamente, o jogador (Hulk) que foi utilizado nessa posição não marcou nenhum dos 10 golos que o FC Porto apontou até ao momento. Daqui não se deve retirar nenhuma conclusão, pois até gostamos mais de ver jogar Hulk ao lado de um clássico avançado-centro.
Pelo que vimos hoje, Falcão e Farías vão ter que lutar por essa posição, pois é pouco provável que Jesualdo utilize os dois em simultâneo.
Quem voltou a confirmar que é super-candidato a ganhar um dos três postos da frente de ataque do FC Porto é Silvestre Varela. E se ao 'Drogba da Caparica' juntarmos o indiscutível Hulk, fica a sobrar apenas um lugar...
No jogo de hoje, também merecem destaque as actuações de Maicon (não perdeu nenhum duelo individual), de Nuno André Coelho (mostrou grande disponibilidade e atitude), de Freddy Guarín (mesmo sem deslumbrar, realizou o seu melhor jogo desde que chegou ao FC Porto) e de Valeri (esteve pouco tempo em campo, mas jogou simples e de cabeça levantada, é um altruísta!).
Apesar de ainda ser cedo para tirar conclusões, parece-nos que um possível «onze» do FC Porto 2009/10 talvez ainda não consiga atingir o brilhantismo da equipa da época passada, pelo menos nesta fase. No entanto, também nos parece que existem agora mais e melhores soluções no banco de suplentes.
Agora, segue-se a 'Peace Cup', uma competição que o FC Porto não deve abordar como apenas mais um torneio de pré-época, pois o prestígio e prémios envolvidos "convidam-nos" a encarar a prova de outra forma. Ou seja, a nossa época começa Segunda-feira!

«Curiosidades FCP» - A edição de 1987 do 'Joan Gamper' (Parte IV)

Depois de termos recuperado as meias-finais da edição de 1987 do 'Joan Gamper', hoje é a vez de recordarmos o segundo dia do torneio, com os jogos de apuramento dos 3º e 4º classificados (Barcelona-Ajax) e da final (FC Porto-Bayern de Munique).
A 2ª jornada disputou-se no dia 19 de Agosto de 1987 e abriu com o jogo entre os dois derrotados das meias-finais, Barcelona e Ajax. O Barcelona, de Terry Venables, procurava despedir-se do 'Joan Gamper' com uma vitória, depois de ter sido derrotado pelo FC Porto no primeiro dia do torneio. Quanto aos holandeses, as suas ambições passavam por oferecer um bom espectáculo ao público presente no 'Camp Nou'. Na véspera do jogo, Johan Cruyff confirmou à imprensa que o Ajax foi ao 'Joan Gamper' para dar espectáculo e lançar os promissores jogadores vindos da 'cantera'.
O jogo entre o 'Barça' e o Ajax acabou por reflectir isso mesmo, ou seja, foi uma partida em que as equipas mostraram poucas preocupações defensivas e procuraram marcar mais golos que o adversário. Isso ficou bem espelhado no resultado final: 3-2 a favor do Barcelona. Uma vitória que garantiu aos catalães um lugar no pódio.
Vamos recordar os «onzes» e os marcadores dessa partida:
Barcelona: Zubizarreta (Urruti, aos 45'), Gerardo, Maratalla (Migueli, aos 39'), Julio Alberto, Víctor, Alexanco, Esteban (Urbano, aos 7'), Bernd Schuster, Roberto, Gary Lineker e Amarilla (Hughes, aos 71');
Treinador: Terry Venables;
Ajax: Stanley Menzo, Danny Blind, Spelbos, Ian Wouters, Sonny Silloy, Aron Winter, Meyer (Dennis Bergkamp, aos 65'), Frank Rijkaard (Johnny Bosman, aos 38'), Stapleton, Witschge, Van't Schip (Dick, aos 37').
Treinador: Johan Cruyff;
Golos: Víctor aos 28', Johnny Bosman aos 43', Gary Lineker aos 53', Ian Wouters aos 57' e Roberto aos 74';
No final, o jornalista do 'El Mundo Deportivo' presente no 'Camp Nou' realçou o facto da vitória do 'Barça' trazer algum alento à equipa a 10 dias do início da Liga espanhola: «la victoria del Barça sobre el Ajax abre el camino de la esperanza hacia la reválida de la Liga».
O artigo também fez menção ao calor sufocante que se sentiu no 'Camp Nou' e que o autor comparou ao cartaz do torneio: «El Gamper más fuerte de la historia es también el Gamper más fuerte de calor que llégo a ser sufocante cuando se inició el encuentro».
Nas bancadas, destaque também para um cartaz que os adeptos do 'Barça' exibiram sobre um tema que na altura dividia os catalães, a renovação do contrato de Bernd Schuster. Na faixa colocada na bancada podia ler-se: «Schuster si, Nuñez no»! O jornalista do 'El Mundo Deportivo' confirmou isso mesmo ao eleger o jogador alemão como a grande referência da equipa catalã: «la única conclusión de este torneo que finalizó ayer es que Schuster es el nuevo y único director de orquestra del Barça».
Quanto ao jogo, mostrou-nos um Barça mais alegre e desinibido do que aquele que, 2 dias antes, havia sido derrotado (1-2) pelo FC Porto. Num artigo assinado por Juan José Castillo, é destacada a mudança de atitude do Barça, que «se mostró más serio, coordinado y agresivo que en el choque contra el Oporto». No entanto, o colunista do diário catalão não deixa de criticar Terry Venables, que é acusado de não ter qualidades para dirigir tão importante orquestra: «los encuentros de pretemporada no son decisivos para casi nada, salvo para tocar teclas, aunque tememos que Venables no ha sabido componer la sinfonia adecuada».
O 'El Mundo Deportivo' também deu grande destaque à despedida de Esteban, que, apesar de só ter sido utilizado durante 7 minutos, recebeu a maior salva de palmas da noite e foi eleito, em jeito de homenagem, o melhor homem em campo.
Quanto à exibição do Ajax, Cruyff considerou-a positiva, tendo em conta o futebol desinibido e despreocupado que os seus jogadores praticaram. «Me siento contento con el espectáculo que hemos ofrecido», comentou 'don Johan', como é carinhosamente tratado pelos adeptos do 'Barça'.
Apesar de não ter defrontado o Ajax no 'Joan Gamper', o FC Porto tinha encontro marcado com os holandeses ainda antes do final desse ano, na 1ª mão da Supertaça europeia.
Após o jogo de apuramento do 3º e 4º lugar, seguiu-se o reencontro do FC Porto com o Bayern, 2 meses e meio depois da épica final de Viena. O jogo da final do 'Joan Gamper' foi presenciado por 80 mil espectadores e serviu para o FC Porto provar que a vitória na Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus não aconteceu por acaso. Afinal, a 'revanche' do Bayern teve que ser adiada!
Recordamos os «onzes» e os marcadores da final do 'Joan Gamper':
FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Eurico, Celso, Inácio, Semedo, André, Jaime Pacheco, Sousa, Jorge Plácido (Rui Barros, aos 45') e Madjer;
Treinador: Tomislav Ivic;
Bayern de Munique: Aumann, Nachtweih, Fuck, Klaus Augenthaler, Bayerschmidt (Lunde, aos 82'), Lothar Matthaus, Eck (Kogl, aos 46'), Dorfner, Michael Rummenigge, Tshiskale (Roland Wohlfart, aos 46') e Wegmann;
Treinador: Jupp Heynckes;
Golos: 1-0, por Semedo, aos 49'. Sousa desmarca Semedo, sobre a direita, que aproveita a indecisão da defesa alemã para bater Aumann. 2-0, por Madjer, aos 89'. Contra-ataque do FC Porto, com Jaime Pacheco a solicitar Rui Barros, que cruzou para Madjer finalizar.
No final da partida, o 'El Mundo Deportivo' rendeu-se à exibição do FC Porto: «Una copa de Oporto», titulava o diário catalão na página dedicada à final do torneio.
Sabendo que o Bayern de Munique se apresentava na final com o objectivo de vingar a derrota de Viena, o jornalista espanhol aproveitou também para lembrar a final da TCE: «no hulo revancha de Viena: los portugueses le tienen tomada la medida al Bayern».
Depois das vitórias sobre Barcelona e Bayern, os espanhóis foram unânimes em considerar o FC Porto a «mejor equipo del torneo». Para o 'El Mundo Deportivo', «el Oporto volvió a demonstrar que no ganó la Copa de Europa por casualidad».
Além de terem elogiado o comportamento do campeão da Europa, os espanhóis também se mostararam agradados com aquilo que viram o FC Porto fazer no relvado do 'Camp Nou': «las jugadas más bonitas estuvieron a cargo de los del Oporto». O jornalista espanhol chegou mesmo a descrever de forma pormenorizada uma iniciativa de Rui Barros, durante a 2ª parte do jogo: «la jugada más bonita de segunda mitad la protagonizó Rui Barros, cuando después de driblar a todos cuantos le salieron al paso, portero incluído, hizo lo increible: echar el balón fuera»!
Na sala de imprensa, Jupp Heynckes e Tomislav Ivic também coincidiram na análise ao jogo. Para o técnico alemão, «el Oporto es un equipo que se mueve muy bien por el campo». O treinador do Bayern aproveitou também para analisar o FC Porto pós-Viena, concluindo que «la ausencia de Futre no les ha perjudicado».
Quanto a Tomislav Ivic, mostrou-se orgulhoso pela vitória no torneio. «Nos ha salido un torneo redondo», afirmou aos jornalistas presentes na sala de imprensa do 'Camp Nou'. Para o técnico croata, «era muy dificil ganar un torneo con estos participantes». Quando questionado sobre o comportamento de Madjer durante o torneio, Ivic não teve dúvidas em considerá-lo brilhante: «es normal que juegue tan bién porque como todo el mundo sabe es un de los mejores jugadores del mundo».
Na próxima semana, "fechamos" o melhor 'El Gamper' de sempre com um último 'post' sobre a edição de 1987 do torneio.

(Continua)

domingo, 19 de julho de 2009

Uma festa mais a sério!

Foi mais uma bonita e muito celebrada festa de apresentação do FC Porto aos sócios (que este ano incluiu a merecida homenagem a Pedro Emanuel). Parece que o jogo de apresentação veio para ficar. Já não é surpreendente ver o Estádio do Dragão praticamente cheio nestas ocasiões. Apesar de ser uma iniciativa relativamente recente, a apresentação aos sócios já ganhou o seu espaço no calendário do FC Porto. Começa a nascer uma tradição...
Apesar do Mónaco ser repetente em festas de apresentação do FC Porto, é sempre bom defrontar o nosso adversário de Gelsenkirchen (e repetir o resultado: 3-0!). Os monegascos trazem boas sensações...
No futuro, o FC Porto deveria colocar a possibilidade de também convidar os outros clubes que defrontou nas finais das 6 competições internacionais que conquistou até hoje. Depois do Celtic de Glasgow (presente na festa de apresentação da época passada) e do Mónaco, quem sabe se nas próximas épocas não veremos o Ajax, o Peñarol, o Bayern de Munique (deve pedir um 'cachet' elevado!) ou o Once Caldas na apresentação do FC Porto. Hoje, o Mónaco obrigou o FC Porto a fazer um jogo de final de pré-época. Os franceses, com a preparação mais adiantada, jogaram com muita intensidade e agressividade, a que o FC Porto teve natural dificuldade em responder nos primeiros minutos. No entanto, o trabalho de casa do Professor Jesualdo é tão competente que a equipa soube responder ao melhor momento físico do adversário com uma fluidez de jogo invulgar para quem iniciou a época há duas semanas.
No FC Porto, merecem destaque as exibições de Álvaro Pereira (é rápido e forte fisicamente), Belluschi (joga um futebol adulto e tem remate fácil), Mariano Gonzalez (tem um estilo estranho para um extremo mas ganha confiança a cada jogo que passa), Varela (alia a força à mobilidade) e Hulk (massacra uma defesa inteira!).
É uma pena Cissokho sair, porque o francês era perfeito a defender. Há muito tempo que não víamos o lado esquerdo da defesa do FC Porto ser tão bem protegido. Apesar do fantástico potencial que Álvaro Pereira aparenta possuir (já se percebeu que gosta de atacar), não vai ser nada fácil levar o internacional uruguaio a atingir a mesma eficácia de Cissokho nos lances defensivos. Pelo lateral francês ninguém passava!
Inicialmente, ao ver o calendário de pré-época do FC Porto, fiquei com a sensação que os «tetracampeões» teriam poucos jogos de preparação, tendo em conta a grande quantidade de novos jogadores (10, até ao momento) no plantel. Afinal, depois das exibições frente ao Leixões e frente ao Mónaco, fico com a sensação que o nível exibido é bastante aceitável para quem só realizou duas semanas de treinos. É claro que são apenas jogos de pré-época, mas tratando-se de 'preparação', o FC Porto parece bem preparado.
Agora, o FC Porto só regressa ao Dragão na 2ª jornada da Liga (falta mais de 1 mês!), e depois de já ter realizado dois jogos oficiais (Supertaça e 1ª jornada do campeonato), ambos contra o Paços de Ferreira. Mas antes, há uma importante competição que vamos querer vencer, a 'Peace Cup', uma autêntica Liga dos Campeões da pré-época. Até lá, ainda realizamos mais um jogo de preparação, na Quinta-feira, em Albufeira, frente ao Dinamo de Bucareste.

A «foto do dia» - Falcão, 'puro corazon'!

Depois de termos recuperado uma 'foto-montagem' da 1ª página da revista 'Newsweek' (homenagem dos adeptos do Olympiakos a Fernando Belluschi), hoje recuperamos a 1ª página da edição colombiana da 'Fox Sports', que trouxe à capa o novo ponta-de-lança do FC Porto, Radamel Falcao García Zarate.
Ao contrário de Belluschi, que na 'Newsweek' viu a sua foto ser trabalhada pelo popular ´photoshop', Falcão foi mesmo 1ª página da edição colombiana da 'Fox Sports'. O novo nº 9 do FC Porto foi destaque desta revista de desporto depois de se ter tornado cada vez mais influente na Selecção da Colômbia. No interior, é dado destaque à forma dedicada e apaixonada como Falcão vive cada momento ao serviço da Selecção do seu país. O substituto de Lisandro provou isso mesmo ao marcar o golo da vitória da Colômbia no último jogo de apuramento para o Mundial da África do Sul, em 2010. Os colombianos receberam o Perú, no último dia 10 de Junho, em Medellin, e venceram por 1-0 (golo de Falcão, aos 25 minutos).

«Curiosidades FCP» - O Hóquei em Campo no FC Porto

O Armando Pinto enviou-nos mais um texto sobre uma modalidade histórica do FC Porto. Desta vez, trouxe-nos uma retrospectiva sobre o Hóquei em Campo. Para ilustrar o 'post', acrescentámos uma foto (a primeira) da equipa de Hóquei em Campo do FC Porto, de 1936.
"Estando-se neste período de defeso das modalidades desportivas em actividade, sobretudo o Futebol, mas também as de pavilhão e mais de alta competição, será oportunidade de fazer uma espécie de romagem ao passado, através de vislumbre de uma das modalidades que deixaram de estar incluídas no ecletismo ainda possível na vida Portista – dando-se breve exemplo do Hóquei em Campo.
O Hóquei em Campo no FC Porto é uma «modalidade saudade», cuja secção foi extinta em 1989, desaparecendo sua prática assim do universo portista. Uma das modalidades em pausa, entre as diversas que ao longo da história do FC Porto estiveram em foco, mas deixaram de ter sequência, como já aconteceu também com o “rugby”, ténis, tiro, water-polo, xadrez, voleibol, ciclismo, etc.Modalidade que no FC Porto foi fundada em 1929, graças aos esforços de José Teixeira Júnior, Carlos Diogo Moreira, do jornalista Rodrigues Teles (mais tarde o primeiro Historiador do FC Porto) e do inglês Brunel Evans.
Logo na época do seu nascimento (1929/30) aconteceu o jogo de baptismo. Desenrolou-se no Campo Soares dos Reis, em Vila Nova de Gaia, a 20 de Outubro de 1929, frente ao Vilanovense e saldou-se por um pesado desaire de 6-0. Nada que desmoralizasse, embora a primeira vitória só tenha acontecido meses mais tarde (12 de Janeiro), frente ao Progresso, por 1-0, com Rothes a ter direito a ficar na história por ter marcado esse golo histórico.
Integravam também essa equipa pioneira uns Manuel Ramos, João Ribeiro Júnior, Manuel Ribeiro, Carlos Moreira, Coelho Costa, Esteves de Sousa, João Gonçalves, Joaquim Lagoa, Alberto Temudo e Brunel Evans.Outros nomes se notabilizaram, no decurso dos anos mais distantes, como John Bessa, Herman Katzenstein, Agostinho Pena, o guarda-redes Francisco Costa, José Eurico Terroso e o considerado terrível atirador Álvaro Lopes Melo, autor de 36 golos numa só época.
O primeiro troféu conquistado pela modalidade, para o clube, aconteceu em 1931/32. Obteve-o, em Lisboa, frente ao Internacional (campeão lisboeta), ao vencer por 1-0 e chamava-se Taça das Laranjeiras. Contudo, apenas em 1951/52 o FC Porto ganharia o seu primeiro título de Campeão Nacional (foi a primeira equipa do Norte a consegui-lo). Campeões esses que posaram à posteridade, na foto de equipa anexada (em baixo), na qual ficaram fixados (conforme Fotobiografia do FC Porto, por Rui Guedes):
Em 1º plano (da esquerda para a direita): Manuel Verde, José Guedes, Fernando Moura, Wenceslau Teixeira, Lino Ferreira e Mário Capitão.
Em pé, (da esq. p/ dir): Belmiro Medeiros (Chefe de Secção), José Luís, Manuel Pires, Júlio Silvano, José Pinto, Eugénio Soares, Artur Pereira, Carlos Pinto e Francisco Gonçalves (Massagista).
Nessa lista dos campeões merecem saliência dois nomes de peso, Venceslau Teixeira, um histórico dirigente do clube que, como jogador era um verdadeiro tormento para árbitros e adversários pelo seu génio irascível, e Mário Capitão, antigo colaborador do clube (tal como Américo Capitão, seu irmão, basquetebolista notável também do nosso clube).
Bem como muitos mais se distinguiram por esses e outros tempos, estando na memória dos apaniguados ainda exemplos especiais de Lino Ferreira, Victor Lopes, Manuel Amaral, Ferramenta, Carlos Pinto, Carlos Amaral, Carlos Monteiro, José Luís, Joaquim Leite, etc.
O último título de campeão nacional, por ora, foi obtido em 1977/78, na soma das conquistas de oito campeonatos nacionais de seniores, mas entretanto também foi depois conseguida a Taça de Portugal em 1979/80 e 80/81.Modalidade que nunca atingiu grandes parangonas, teve maior destaque através dos renhidos confrontos das equipas do FCP com o Ramaldense, sendo hoje em dia praticada por um número reduzido de clubes no país. Em vista dos referidos baluartes, regista-se, noutra foto junta, um dos últimos dérbis Porto-Ramaldense...
Apesar de já não existir no horizonte clubista, do mundo azul e branco, esta foi, e é, uma modalidade de grande historial e grandioso património Portista, tendo dado às cores Azuis e Brancas uma mão cheia de títulos, vários atletas de craveira internacional, como ainda haver tido a possibilidade de competir, quase no final dos anos 70, em Itália, na fase preliminar da Taça dos Campeões Europeus e ostentar oito títulos nacionais".
Fontes bibliográficas: “75 Anos ao Serviço da Juventude e Desporto”, 1981, coordenação e pesquisa de José Alberto Viana; e trabalho de Luís César, in revista “Dragões” de Dezembro de 2008.
Armando Pinto – Julho de 2009

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Continuamos o mesmo FC Porto!

Já tinhamos saudades! É bom voltar a assistir a um jogo dos «tetracampeões», 45 dias depois da Final da Taça de Portugal. Parece que foi ontem! Foi o primeiro teste mais a sério do FC Porto 2009/10. Ainda não suficientemente a sério porque do outro lado esteve um simpático Leixões, que é agora uma equipa muito diferente daquela que surpreendeu toda a gente na época passada. Foi natural que tenham perdido por dois golos de diferença (1-3).
Quanto ao FC Porto, não deu para tirar muitas conclusões, pois os primeiros jogos da pré-época servem mais para apurar a componente física do que para aperfeiçoar técnicas e automatismos. Ainda assim, houve um Belluschi que promete (o seu estilo é parecidíssimo ao de João Moutinho) e um Hulk arrasador. Para ele não há pré-época!
Com a maior parte dos jogadores do FC Porto a serem utilizados apenas durante 45 minutos, é injusto avaliar o seu comportamento por aquilo que fizeram em tão pouco tempo. Uma conclusão podemos tirar, a "fome" de bola e de golos mantém-se. Além disso, a equipa continua a querer ser dominadora desde o início. Estamos descansados! Além da natural curiosidade em ver os reforços, o jogo frente ao Leixões também possibilitou ver o estado físico da equipa e o posicionamento de alguns jogadores. Por vezes, os treinadores "desviam" os jogadores para posições a que não estão habituados, de forma a testar a postura e a disponibilidade de cada um para assumir outras funções. Neste particular, merecem destaque as exibições de Nuno André Coelho e Tomás Costa.
Pela negativa, merece reparo a condição física de jogadores como Freddy Guarín ou Mariano Gonzalez (até nem jogou mal!), que voltaram a regressar das férias com peso excessivo, algo incompreensível num profissional. O FC Porto sempre nos habituou a não descurar estas coisas. Lembram-se de Sérginho Baiano? O jogador brasileiro foi contratado ao Paços de Ferreira, em 2003/04, mas chegou ao estágio de pré-época tão pesado que José Mourinho ficou irritadíssimo com a sua falta de profissionalismo, acabando o brasileiro por ser dispensado.
Não defendemos um castigo tão pesado para Guarín e Mariano, mas o FC Porto deveria aplicar a ambos um plano específico de diminuição de peso. «Bundas grandes» é que não!
Agora, segue-se a apresentação aos sócios. Um jogo que surge num momento invulgarmente prematuro, em virtude da participação do FC Porto na 'Peace Cup'. Não é habitual o FC Porto apresentar-se aos sócios com pouco mais de uma semana de treinos. De qualquer forma, é provável que o Mónaco (presente pela 2ª vez na apresentação do FC Porto após a final de Gelsenkirchen) também não esteja nas melhores condições. Apesar de não esperarmos um jogo brilhante, vai ser engraçado ver tanta gente nova a pisar pela primeira vez a relva do Dragão com a camisola do FC Porto. E também não é de excluir uma surpresa...

«Curiosidades FCP» - A edição de 1987 do 'Joan Gamper' (Parte III)

Depois de termos apresentado os 4 participantes na edição de 1987 do 'Joan Gamper', vamos agora recuperar a 1ª jornada (meias-finais) do torneio.
Os organizadores da prova optaram por colocar o campeão da Europa (FC Porto) no caminho da equipa da casa (Barcelona) logo no primeiro dia da prova, ficando a outra meia-final reservada a Ajax e Bayern de Munique. Os dois jogos disputaram-se no 'Camp Nou', a 18 de Agosto de 1987. Começaram por se defrontar Ajax e Bayern de Munique, dois clubes com quem o FC Porto se cruzou por duas vezes nesse ano (defrontámos o Bayern em Viena e no 'Joan Gamper', e cruzámo-nos com o Ajax no Torneio de Amesterdão e na Supertaça europeia).
Alemães e holandeses levaram a discussão da meia-final até ás grandes penalidades, depois do jogo ter terminado empatado (1-1) no fim dos 90 minutos.
Vamos recordar os «onzes» e os marcadores dessa partida:
Bayern de Munique: Jean-Marie Pfaff, Winklofer, Eder, Klaus Augenthaler, Pfluglher, Flick, Andreas Brehme, Lothar Matthaus, Kogl, Roland Wohlfart e Lunde.
Treinador: Jupp Heynckes
Ajax: Stanley Menzo, Danny Blind, Spelbos, Ian Wouters, Sonny Silloy, Johnny Bosman (Witschge aos 65'), Frank Rijkaard, Sorensen (Scholten aos 58'), Boeve, Dennis Bergkamp, (Aron Winter aos 60') e Neyer;
Treinador: Johan Cruyff
Golos: Johnny Bosman aos 18' e Roland Wohlfart aos 42'.
Penaltis: 4-2
O jornalista do 'El Mundo Deportivo' que assistiu à partida testemunhou a melhor exibição do Bayern de Munique, que, apesar de só ter garantido a presença na final através das grandes penalidades, foi mais forte que o Ajax durante os 90 minutos. Nos penaltis, valeu Pfaff, que deteve dois castigos máximos.
«Fue más equipo el Bayern y en la tanda de penalties consiguió una justa classificación gracias a su portero», escreveram os espanhóis no rescaldo da partida. Quanto ao Ajax, «solo Rijkaard y poco más», garante o 'El Mundo Deportivo', que lamentou a saída de Marco Van Basten do clube holandês: «Se marchó Van Basten al Milán».
Na conferência de imprensa após o jogo, Jupp Heynckes enalteceu as qualidades do seu guarda-redes na altura de defender grandes penalidades («Pfaff es perfecto a la hora de detener penas máximas»), enquanto que Johan Cruyff se mostrou evasivo quando questionado sobre a possibilidade de vir a orientar o 'Barça' («Mejor no hablar del tema»).
Depois do Ajax-Bayern, seguiu-se o prato principal da noite, o Barcelona-FC Porto. O FC Porto apresentou-se no 'Camp Nou' com um «onze» muito semelhante ao que defrontou o Bayern, em Viena. Tomislav Ivic procedeu apenas a 3 alterações: Eurico jogou no lugar de Inácio (foi suplente utilizado), Semedo no lugar de Quim e Gomes no lugar de Futre (transferido para o At. Madrid).
Quanto ao Barcelona, mantinha a dependência de Bernd Schuster, que chegou ao 'Joan Gamper' totalmente recuperado de uma lesão que o afastou dos relvados durante algum tempo. Depois das más exibições no Torneio de Amesterdão e no Torneio de Foggia, o FC Porto apresentou-se no 'Camp Nou' com outra atitude, acabando por vencer o 'Barça', de Terry Venables, por 2-1. Estava garantida a presença na final, que Ivic desejava quando falou aos jornalistas ainda no Aeroporto 'El Prat'. Dois meses depois de Viena, o FC Porto voltava a defrontar o Bayern. Aqui ficam os «onzes» e os marcadores da 2ª meia-final do 'Joan Gamper':
Barcelona: Zubizarreta, Cristobal, Migueli, Julio Alberto (Vinyals aos 80'), Víctor, Salva, Hughes (Carrasco aos 62'), Bernd Schuster, Roberto (Urbano aos 62'), Gary Lineker e Caldere;
Treinador: Terry Venables
FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Eduardo Luís (Inácio aos 45'), Celso, Eurico, Semedo, Jaime Magalhães, Madjer, Fernando Gomes (Jorge Plácido aos 45'), Sousa (Jaime Pacheco aos 59') e André;
Treinador: Tomislav Ivic
Golos: 1-0 (Madjer, aos 12'). Cruzamento de João Pinto e Madjer, de cabeça, bateu Zubizarreta. 1-1 (Schuster, aos 28'). Depois de uma falta à entrada da área do FC Porto, Schuster, de livre directo, enganou Mlynarczyk. 1-2 (Jorge Plácido, aos 49'). Contra-ataque perfeito do FC Porto, com Madjer a solicitar Jorge Plácido que, com um remate fortíssimo, bateu Zubizarreta.
Além da vitória do FC Porto ter marcado a primeira derrota do 'Barça' na pré-época 1987/88, também permitiu que a equipa ganhasse confiança e começasse a acreditar em nova vitória sobre o Bayern de Munique. O 'El Mundo Deportivo' definiu bem aquilo que se passou no 'Camp Nou', com o título: «El Oporto se subio a la cabeza».
Depois de ter vencido as 4 edições anteriores do torneio, o 'Barça' ficava fora da final (foi apenas a 5ª vez em 22 edições do 'Joan Gamper'). Apesar de não considerarem o FC Porto favorito, os espanhóis foram obrigados a reconhecer a superioridade portista, acabando por considerar que o teste talvez tenha sido demasiado exigente para o 'Barça': «El Oporto daba la impresión de ser uma prueba demasiado dura para los hombres de Venables».
Para o 'El Mundo Deportivo', o FC Porto demonstrou porque venceu a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. «Madjer y Plácido ejecutaran a los azulgrana y demostraron por que el Oporto es campeón de Europa». Para o diário catalão, Madjer foi o melhor em campo, pois «el autor del famoso taconazo deleito a los aficionados con su fútbol de seda y fue la figura del partido».
Quanto à exibição do Barcelona, foi considerada inconstante pelo jornalista espanhol que acompanhou a partida. Para o diário catalão, até Schuster se deixou adormecer: «Schuster marco un golazo y luego sufrio un eclipse».
Na conferência de imprensa após o jogo, Tomislav Ivic não escondeu o contentamento pela passagem à final do torneio: «Estoy contento de jugar bien y dar espectáculo», afirmou o croata aos jornalistas.
Os espanhóis aproveitaram também para questionar o treinador do FC Porto sobre a valia do maior rival do 'Barça', o Real Madrid (que o FC Porto tinha encontrado no Torneio de Foggia), estabelecendo, ao mesmo tempo, um paralelismo com a rivalidade entre FC Porto e Benfica. Para Ivic, o Real Madrid, além de nessa altura ser mais forte que o Barcelona, também era a melhor equipa da Europa.
Para o técnico do Barcelona, o FC Porto continuava a ser uma grande equipa, mesmo depois de ter perdido Paulo Futre. O treinador inglês também se refugiou no facto do 'Barça' ter estado envovido no melhor 'Joan Gamper' de sempre: «no hay que duvidar que el cartel del torneo era muy fuerte».
No final, a imprensa espanhola também ouviu alguns dos intervenientes na partida. «Todos se rendieron al campeón»., titulava o 'El Mundo Deportivo'. Para Gary Lineker, o FC Porto «se ha mostrado como el autentico campeón de Europa».
Do lado do FC Porto, destaque para as afirmações de Fernando Gomes, que realçou o facto de agora poder defrontar o Bayern (Gomes falhou a final de Viena, devido a lesão), garantindo também que a vitória sobre o Barcelona não foi a vingança da eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus disputada dois anos antes (derrota do FC Porto, em 'Camp Nou', por 2-0, e vitória, insuficiente, nas Antas, por 3-1).
«Ya que no estuve en la final de Viena, ahora podré enfrentarme al Bayern Munich. En ningún momento, contra el 'Barça', pensamos en tomarmos la revancha de hace dos años», afirmou o Bi-bota d'Ouro.
Na próxima semana, recordaremos os jogos da final e de atribuição do 3º e 4º lugares: FC Porto-Bayern e Barcelona-Ajax.

(Continua)

A «foto do dia» - Belluschi na 'Newsweek'!?

Não, o novo reforço do FC Porto não foi capa desta conceituada revista. Esta imagem, com o título 'The Strange World of Belluschi', foi uma brincadeira, em jeito de homenagem, que os adeptos do Olympiakos fizeram ao novo médio-centro do FC Porto. A montagem foi efectuada com recurso ao célebre 'photoshop', um 'software' que permite editar imagem e fotografia.
Depois de deixar o River Plate, Belluschi depressa se tornou um ídolo dos adeptos gregos, mas não o suficiente para ser considerado uma celebridade com direito a capa na 'Newsweek'!!

sábado, 11 de julho de 2009

Um 'upgrade' de Ernesto Farías

Tal como tinhamos previsto, Falcão era, a par de Bergessio (San Lorenzo) e Luís Garcia (Espanhol), um dos alvos do FC Porto para substituir Lisandro Lopez, que, ao contrário de Lucho Gonzalez, foi transaccionado por uma verba condizente com o seu valor, 24 milhões de euros. O FC Porto vendeu caro!
A nível físico, o ainda ponta-de-lança do River Plate apresenta (demasiadas) semelhanças com Ernesto Farías (medem ambos 1,77m). No entanto, parece-nos um jogador mais móvel e dinâmico que 'Farígol'. Ao contrário de Farías, que chegou ao FC Porto com 27 anos, Falcão é um jovem com potencial e margem de progressão. A imprensa indígena considerou-o, aquando do interesse do Benfica, um dos melhores avançados do mundo. O 'Paixão pelo Porto' não vai tão longe, esperamos apenas que Radamel Falcao García Zárate tenha consciência que vai encontrar um futebol mais rápido e intenso do que aquele que é praticado na América do Sul.
Actualmente, o jovem colombiano é um dos ídolos dos 'hinchas' do River Plate, clube onde chegou com apenas 15 anos. Desde então, não mais parou de ser considerado uma das novas estrelas emergentes do futebol sul-americano.
É curioso que o ponta-de-lança mais desejado pelo FC Porto para substituir Lisandro foi companheiro de equipa de todos os argentinos que nos últimos anos chegaram ao FC Porto provenientes do River Plate.
Falcão já fazia parte do plantel principal do River Plate antes de Lucho Gonzalez deixar o clube, no Verão de 2005. Nessa altura, 'El Tigre' ainda não era muito utilizado no «onze» dos 'Millonarios', chegando mesmo a ser suplente de Ernesto Farías. Mais tarde, o jovem ponta-de-lança colombiano assumiu a titularidade e foi colega de outro argentino que agora chegou ao FC Porto, Fernando Belluschi.
Apesar do FC Porto seguir Falcão há mais de dois anos, o avançado do River não deixará de ser mais um jogador "desviado" da Luz. Esperemos que o altíssimo vencimento que vem auferir, tal como o de Cristian Rodriguez e Álvaro Pereira, não seja motivo para alguns companheiros se sentirem menos recompensados (foi assim que surgiram os primeiros amúos de Lisandro).
A (ainda não oficial) contratação de Falcão marca o regresso do FC Porto ao mercado argentino e ao River Plate. Este histórico clube de Buenos Aires está a tornar-se uma autêntica fonte de recrutamento para o FC Porto. Nos últimos anos, são vários os jogadores contratados pelo FC Porto que passaram pelo River Plate: Lucho Gonzalez, Ernesto Farías, Lucas Mareque, Fernando Belluschi e Falcão.
Até hoje, só Lucas Mareque não correspondeu. E atenção porque no River Plate não faltam jovens jogadores com potencial para vir para a Europa. Não será surpreendente se, no futuro, outros craques do River venham a ingressar no FC Porto.
Agora, com a iminente contratação de Falcão, o FC Porto deveria colocar a hipótese de vender Ernesto Farías e adquirir um ponta-de-lança com outras características, alto e possante. Aliás, este «FC Porto de Jesualdo» tiraria mais proveito de um avançado com essas características do que de um ponta-de-lança como Farías. O argentino tem 'faro de golo', mas nem sequer possui as características que Jesualdo aprecia num avançado, a potência e a mobilidade. Se o objectivo do Professor é ter alguém que possa disputar os últimos minutos de jogo "plantado" na área adversária, então talvez se justificasse a aquisição de um avançado com características diferentes das de Falcão e Farías. O FC Porto ganhava força e presença na área, e não perdia assim tanta mobilidade (garantida por Hulk e Cristian Rodriguez).

A «foto do dia» - Edouard Cissé e Lucho Gonzalez

Tinhamos prometido continuar a acompanhar 'El Comandante', cumprimos! Aqui está a primeira foto de Lucho com a camisola do Marselha (pelo menos vai continuar de azul-e-branco!).
O ex-nº 8 do FC Porto surge acompanhado de Edouard Cissé, um francês que representava o Besiktas e que, ao serviço do Mónaco, defrontou o FC Porto, em Gelsenkirchen. Estes dois reforços do Marselha foram apresentados na passada Terça-feira.
Curiosamente, Lucho e Cissé já se tinham encontrado na Liga dos Campeões, época 2007/08. FC Porto e Besiktas defrontaram-se na fase de grupos da competição (num grupo que também incluía o Marselha), tendo o FC Porto vencido em Istambul, por 1-0, e no Dragão, por 2-0 (com um golo de... Lucho Gonzalez!). Vamos continuar atentos à carreira de 'El Comandante'.

«Curiosidades FCP» - Cubillas no Mundial da Argentina (1978)

Hoje, voltamos a recordar Teófilo Cubillas, um dos melhores nº 10 da história do FC Porto e do futebol português. Recuperamos a sua participação no Mundial da Argentina/78 em representação da Selecção do Perú. Cubillas tinha deixado o FC Porto um ano e meio antes da realização do Mundial, numa altura em que a Selecção do Perú estava envolvida na fase de qualificação da competição. Ao regressar ao clube que o formou, o Alianza Lima, Cubillas também tinha como objectivo ficar mais próximo da Selecção e evitar as sempre desgastantes viagens intercontinentais, que o condicionavam quando representava o FC Porto.
Depois de garantida a presença no Mundial, o sorteio ditou a colocação do Perú no Grupo D, juntamente com Holanda, Escócia e Irão. Ou seja, era um grupo no qual os perúanos eram considerados «outsiders», enquanto que a Holanda (de Resenbrink e Johan Neeskens) e a Escócia (de Kenny Dalglish e Graeme Souness) eram os principais favoritos a avançar para a segunda fase.
No entanto, Cubillas resolveu inverter os favoritismos depois de marcar dois golos no jogo de estreia do Perú na competição. Surpreendentemente, os perúanos derrotaram a Escócia, por 3-1, e colocaram-se em excelente posição para garantir o acesso à segunda fase de grupos da prova (nessa altura, o Mundial disputava-se em duas fases de grupos até se encontrarem os dois finalistas). Vencendo o acessível Irão (estreante em Mundiais), a Selecção do Perú ficaria automaticamente apurada para a segunda fase.
Contudo, para garantir o primeiro lugar do grupo, o Perú estava proibido de perder com a super-favorita Holanda. Os holandeses, impressionados com a exibição do Perú frente à Escócia, optaram por realizar um jogo mais calculista. No final, um empate (0-0) adiou tudo para a última jornada, momento em que Cubillas voltou a ser decisivo. O ex-jogador do FC Porto "brindou" o Irão com um «hat-trick» (vitória do Perú, por 4-1) e colocou, definitivamente, a sua Selecção na segunda fase, garantindo também o primeiro lugar do Grupo D (a Holanda foi segunda classificada).
Apesar do fantástico início de Mundial, o Perú seria afastado da competição na 2ª fase da prova, pois teve a infelicidade de ser sorteado no mesmo grupo de Argentina e Brasil. Ainda assim, o meio-campo do Perú foi considerado o mais forte do Mundial. Quanto a Teófilo Cubillas, sagrou-se o 2º melhor marcador da competição, com 5 golos. Ainda hoje, o ex-nº 10 do FC Porto continua a ser o maior goleador da história do Perú, com 45 golos, e, no Mundial da Argentina/78, só foi superado por Mario Kempes (Argentina), que apontou 6 golos na competição.
Recentemente, a 'Sports Illustrated' colocou-o na equipa dos melhores jogadores sul-americanos que disputaram Mundiais. O «onze» foi o seguinte: Chilavert (Chile), Elías Figueroa (Chile), Chumpitaz (Perú), Daniel Passarella (Argentina), Roberto Carlos (Brasil), Falcão (Brasil), Enzo Franscescoli (Uruguai), Teófilo Cubillas (Perú), Diego Maradona (Argentina), Garrincha (Brasil) e Pelé (Brasil).