quinta-feira, 30 de agosto de 2007

Já temos adversários na Champions!


O FC Porto já conhece os seus adversários na Champions. Liverpool, Besiktas e Marselha são as equipas a abater no caminho até aos oitavos-de-final. Os turcos nunca defrontámos. Do Marselha temos excelentes recordações. Na época 2003/04 encontrámos os franceses no caminho que levou à final de Gelsenkirchen. No Vélodrome, vitória épica por 3-2 com golos de Maniche, Derlei e Alenitchev, e nas Antas, vitória por 1-0 com golo de Alenitchev. As recordações do Liverpool não são tão boas. Defrontámos os ingleses na Taça UEFA (época 2000/01) com empate nas Antas (0-0) e derrota em Anfield (2-0).
Apesar de evitar grandes deslocações, o calendário de jogos do FC Porto podería ter sido mais simpático, é que depois da recepção ao vice-campeão da Europa (Liverpool) haverá duas deslocações consecutivas, a Istambul e a Marselha. As boas notícias são o começo e o final da primeira fase da prova em casa (início em casa com o Liverpool e último jogo também em casa com o Besiktas). Será conveniente vencer os ingleses na primeira partida de forma a evitar eventuais surpresas nas deslocações à Turquia e a França.
Aqui fica o calendário dos campeões de Portugal:

18-09-07 FC Porto-Liverpool
03-10-07 Besiktas-FC Porto
24-10-07 Marselha-FC Porto
06-11-07 FC Porto-Marselha
28-11-07 Liverpool-FC Porto
11-12-07 FC Porto-Besiktas

quarta-feira, 29 de agosto de 2007

Vem aí um nº 10?

Faltam 48 horas para fechar o mercado de Verão e...a camisola 10 ainda sem dono! Apesar de nos últimos dias terem surgido notícias do interesse do FC Porto em mais um avançado, a posição 10 parece neste momento mais necessitada de reforços. Actualmente, apenas Leandrinho parece habilitado a assumir essas funções e o recurso a Lucho Gonzalez para essa posição é apenas isso, um recurso. No caso de se confirmar a saída de Jorginho e tendo em conta as dúvidas relativas ao potencial de Luís Aguiar, a chegada de outro nº 10 parece natural. Provavelmente, a escolha irá recair num jogador experiente e que conheça bem o futebol europeu isto porque a juventude e ainda alguma ingenuidade de Leandrinho não lhe permitem assumir essa responsabilidade. Num futuro próximo, o brasileiro entrará no onze pois potencial não lhe falta, mas por agora, a chegada de outro organizador de jogo parece inevitável. Senão reparem, Deco foi nº 10, Diego foi nº10, Anderson foi nº 10, e Leandrinho é...nº 20! No Sábado, ou antes, teremos o eleito!

PS: na próxima Sexta-feira o "blog" inaugura uma nova rubrica. Na «foto do dia» vamos recordar algumas imagens, associadas ao mágico FC Porto, que ficaram para a história.

O «cromo do dia» - José Monteiro da Costa

Depois de fundar o FC Porto em 1893, António Nicolau d'Almeida, influenciado pela esposa, acabaria por abandonar o clube. O FC Porto enfrentou nessa época um período de marasmo e apatia que quase o levou à extinção. Mas em 1906, um grupo de jovens liberais conhecidos como «Grupo do Destino», e fascinados com as histórias do «Foot Ball Club do Porto», decidem dar continuidade ao projecto. O grupo era liderado por José Monteiro da Costa que foi o responsável pelo regresso do entusiasmo e da ambição ao clube. Primeiro objectivo do «Grupo do Destino»: construir um campo relvado! O projecto avançou e o Campo da Rua da Rainha foi uma realidade ainda durante o ano de 1906. Era um pequeno complexo desportivo que incluía um campo relvado (o primeiro de Portugal) com as medidas regulamentares para a prática do futebol. O primeiro equipamento do clube também foi matéria levada a discussão por Monteiro da Costa. Uns queriam azul e vermelho por serem as cores do Arsenal de Inglaterra, a melhor equipa do mundo desse tempo, mas a maioria não aceitou. É então que José Monteiro da Costa surge com a sua proposta: as cores do clube serão as cores da bandeira da pátria, azul e branco. Isto porque «tinha esperança de que o futuro clube havia de ser grande, não se limitando a defender o bom nome da cidade, mas também o de Portugal em pugnas desportivas contra estrangeiros». Foi também nesse período, em 1910, que foi criado o primeiro emblema do clube, uma bola de futebol com as iniciais FCP.

domingo, 26 de agosto de 2007

Aí está o primeiro lugar!

2 jogos, 2 vitórias e...1º lugar! Depois da difícil deslocação a Braga, nova vitória na Liga a afastar os fantasmas dos últimos jogos frente ao Sporting. Vitória por 1-0 (através de um livre indirecto) a reflectir 60 min. de pressão e muita agressividade do campeão. Depois do golo, o FC Porto foi uma equipa algo tensa e que não se conseguiu adaptar à reacção táctica do adversário. Apesar do final titubeante, vitória justíssima que garante o primeiro lugar e coloca a concorrência à distância. Jesualdo optou novamente pelo 4-3-3 e, até prova em contrário, essa fidelidade ao sistema parece acertada pois o campeão não deve abdicar dos seus príncípios em função do adversário.
Os destaques no FC Porto foram os 4 homens da defesa, Paulo Assunção e Raúl Meireles. Paulo Assunção foi mesmo o "man of the match". Um autêntico muro contra as investidas do Sporting! Assunção esteve sempre muito concentrado, especialmente na antecipação, uma especialidade do brasileiro. Raúl Meireles manteve a disponibilidade física que mostrou na pré-época, corre quilómetros e ainda foi "lá acima" marcar o golo da vitória (na foto). Um corredor de fundo o "geómetra" do FC Porto! Quanto ao quarteto da defesa, destaque para Bruno Alves que "limpou" o jogo aéreo, para os dois laterais que provocaram muitos desiquilibrios no meio campo e para Pedro Emanuel que travou um excelente duelo com os dois avançados do Sporting. Quanto aos reforços, ainda não foi desta que entraram no onze inicial. Uma opção de Jesualdo que se justifica perante o difícil início de campeonato que não permitia experiências de risco. Na próxima semana, visita a Leiria para defender o 1º lugar. Força campeões!

Alfredo Murça, 1948-2007

Alfredo Murça faleceu anteontem (24/08/2007), aos 59 anos, na sequência de uma doença prolongada. O antigo internacional português nasceu a 17 de Janeiro de 1948, na Costa da Caparica e foi bicampeão nacional pelo FC Porto em 1977/78 e 78/79, e vencedor de uma Taça de Portugal. Murça foi o defesa esquerdo da famosa equipa de Pedroto que garantiu o regresso do FC Porto aos títulos depois de 19 anos de jejum, e também participou na famosa eliminatória frente ao Manchester United quando o FC Porto esmagou os ingleses nas Antas (4-0) tendo depois perdido em Old Trafford por 5-2. Depois de terminada a carreira de jogador, Murça foi treinador adjunto do FC Porto durante várias épocas e nos últimos anos continuava a colaborar com o clube a nível da prospecção. Murça foi um profissional discreto mas sempre disponível e dedicado ao clube. Foi ainda cinco vezes internacional "AA" por Portugal, quatro em representação do FC Porto e uma pelo Belenenses, o outro clube que também representou. Chegou ao FC Porto depois de se sagrar vice-campeão ao serviço do Belenenses em 1973. Ainda hoje é considerado um histórico do Belenenses, encontrando-se várias referências a Alfredo Murça em muitos "blogs" dedicados ao clube do Restelo. Apesar de ter jogado em dois históricos do futebol português, Murça nunca escondeu um carinho especial pelo clube da terra, os Pescadores da Costa da Caparica, onde se formou como futebolista.
Obrigado e até sempre campeão.

sábado, 25 de agosto de 2007

Clássico no Domingo!

A história dos confrontos entre FC Porto e Sporting, jogados na Invicta, é claramente favorável ao actual Campeão. Nos últimos 30 anos, apenas por duas vezes o FC Porto foi derrotado na recepção ao Sporting em jogos do Campeonato Nacional. Uma estatística reveladora das dificuldades que o nosso adversário tem, sempre que visita a Invicta, e uma tradição que vamos querer manter no próximo Domingo. Curiosamente, nessas duas vezes em que foi derrotado pelo Sporting em casa, o FC Porto foi Campeão. Na época 1996/97, com António Oliveira, e na época anterior com Jesualdo Ferreira. Mas no Domingo é pra ganhar!
A propósito do clássico, hoje recordamos uma caricatura que saiu na capa de uma edição de Sábado (de Novembro de 1987) do jornal “A Bola”, na véspera de mais um “clássico” do futebol português, entre o FC Porto e o Sporting, realizado no Estádio das Antas. À esquerda, o treinador do FC Porto da altura, o jugoslavo Tomislav Ivic. Ao meio, o treinador do Sporting de então, o inglês Keith Burkinshaw e à direita, o técnico do Varzim, Henrique Calisto. No início da 2ª volta, Burkinshaw não resistiria aos maus resultados e seria substituído por António Morais. O FC Porto, depois de já ter conquistado a Supertaça Europeia e a Taça Intercontinental, estava embalado para ser Campeão Nacional e venceu essa partida por 2-0 com golos de Madjer e Sousa. Por seu lado, o Sporting, à semelhança de épocas anteriores, voltaria a fazer um campeonato decepcionante, ficando em 3º lugar, atrás do Benfica.
Nessa época, o FC Porto foi derrotado apenas 1 vez, sofreu apenas 15 golos e marcou 88! Fernando Couto era uma jovem promessa e realizou apenas 1 jogo enquanto que Fernando Gomes continuava a coleccionar golos, nessa época marcou 21. O FC Porto conquistaria também a Taça de Portugal derrotando o Vitória de Guimarães por 1-0 (golo marcado por Jaime Magalhães), na final disputada no Estádio Nacional, no Jamor. Aqui fica o plantel 1987/88:

Grs: Mlynarczyk e Zé Beto;
Def: João Pinto, Celso, Geraldão, Inácio; Bandeirinha, Lima Pereira, Eduardo Luís, Barriga e Fernando Couto;
Med: Jaime Magalhães, André, Jaime Pacheco, Sousa; Semedo, Frasco e Quim;
Avs: Rui Barros, Fernando Gomes “cap.”; Madjer, Domingos, Raudnei, Jorge Plácido; Juary e Rui Neves;

O «cromo do dia» - Fernando Gomes

Hoje, no "cromo do dia", recordamos o maior goleador de todos os tempos do futebol português. Fernando Mendes Soares Gomes nasceu no Porto a 22-11-1956. Jogou 13 épocas no FC Porto onde foi campeão nacional por cinco vezes, tendo ganho ainda uma Taça dos Campeões Europeus, uma Supertaça Europeia, uma Taça Intercontinental e três Taças de Portugal. Gomes foi uma máquina de fazer golos! Marcou 318 golos no campeonato português (um record nacional que nem Eusébio supera), 288 dos quais pelo FC Porto, sendo o maior goleador de sempre do clube. Ganhou seis vezes o troféu de melhor marcador nacional e foi por duas vezes o melhor marcador europeu, vencendo a bota de ouro em 82/83 (36 golos) e em 84/85 (39 golos).
Com apenas 17 anos, estreou-se oficialmente na equipa principal do FC Porto. Foi no dia 8 de Setembro de 1974 e marcou os dois únicos golos na suada vitória por 2-1 frente à CUF. Gomes, no primeiro ano de FC Porto, ganhava 12 contos por mês enquanto que Cubillas, a vedeta da altura, ganhava 125!
Mas nem tudo foram rosas na ligação entre o FC Porto e Fernando Gomes que deixou o clube por duas vezes (por motivos diferentes), para jogar no Sp. Gijon (duas épocas) e, já no final da carreira, no Sporting. No primeiro jogo pelo clube espanhol, marcou cinco golos ao Oviedo! Depois de uma grave lesão, acabaría por regressar a Portugal e ao FC Porto, na época 1982/83, continuando a saga dos golos iniciada na época 1974/75. Mas em Novembro de 1987 iriam começar os problemas. Tomislav Ivic, assumiu numa entrevista que “Gomes é finito!” Apesar do desgaste provocado pelo jugoslavo, Gomes manteve-se no clube porque Ivic saiu logo a seguir. Gomes renovava o contrato e Quinito, o novo treinador afirmava: “Comigo… é Gomes e mais dez!”. O problema é que Quinito fracassou e regressaram Artur Jorge e...Octávio Machado! As relações entre Gomes e Octávio nunca foram as melhores e quando o FC Porto teve uma deslocação à Madeira para enfrentar o Marítimo, um atrito entre os dois foi suficiente para o goleador desabafar: “Octávio é um palhaço e um bufo dos tempos do Sr. Pedroto”. Pinto da Costa acabou por ficar mais uma vez ao lado dos treinadores e o Bi-bota d'Ouro acabou com um processo disciplinar e suspensão de todas as actividades. Um ano depois, Gomes ingressaría no Sporting, onde jogou 2 épocas, regressando depois á Invicta de onde nunca devería ter saído.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

"O Presidente do Atlético já deve compreender por que não o vendi"

A frase é de Pinto da Costa e revela bem a vontade do Presidente em manter o Harry Potter no Dragão. A verdade é que o cigano quando está inspirado e bem disposto é quase imparável. Quando tivermos um Quaresma lúcido e que saiba interpretar melhor o jogo, vamos ter um craque no Dragão. Esperemos é que esse crescimento não lhe retire aquela irreverência própria dos predestinados. Até ver, a opção de manter o jogador no clube parece acertada. "Não está mais preso, nem menos preso ao clube. Disse sempre que ele era inegociável" reafirmou Pinto da Costa esta semana. A vontade do jogador também parece ter sido determinante porque Quaresma parece sentir-se bem na Invicta e mantém com os adeptos uma curiosa cumplicidade. Quando chegou ao FC Porto parecia um jogador pouco motivado e circunspecto no contacto com os adeptos e a imprensa. Agora, é o sub-capitão e a estrela da companhia. Não esquecer que Quaresma chegou ao FC Porto envolvido na venda de Deco ao Barcelona por 15 milhões de euros. Uma verba que na altura pareceu reduzida. E agora, quanto vale Quaresma?

O «cromo do dia» - Nicolau d'Almeida

Na minha modesta opinião, não foi Pinto da Costa, nem Pedroto, e muito menos Mourinho o homem mais importante da história do clube. Esse reconhecimento deve ser dado a António Nicolau d'Almeida, um comerciante de Vinho do Porto que descobriu o futebol nas suas viagens a Inglaterra. «O nosso futuro clube deve chamar-se Foot Ball Club do Porto, por os seus fundadores serem na sua quase totalidade tripeiros natos, a sua sede na cidade do Porto e o principal desporto a que se vai dedicar — o futebol.» Foram estas as primeiras palavras de Nicolau d'Almeida quando decidiu fundar o mágico FC Porto. Junto com o seu pai, era sócio de uma empresa exportadora de Vinho do Porto e assumido «sports-man», praticante do portuguesíssimo jogo do pau, do remo e da natação. Em 1893, tinha 20 anos e viaja até Inglaterra em missão de negócios rendendo-se ao fascínio de um jogo chamado «foot ball». Com a ajuda de alguns amigos das "corridas de bicicleta", consegue finalmente criar o clube com que sonhara, o «Foot Ball Club do Porto». Data escolhida: 28 de Setembro de 1893.
A fundação do Foot-ball Club do Porto foi notícia nos jornais da época, e o evento mais significativo desta primeira e breve existência do clube foi uma partida contra o Club Lisbonense, com o alto patrocínio do Rei D. Carlos. A notícia do evento foi publicada, em cima da hora, pelo «Diário Illustrado», periódico de Lisboa, nos seguintes termos: «Fundou-se, no Porto, um clube denominado Foot Ball Clube do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do país de uma associação para os jogadores daquela especialidade. No segundo domingo de Outubro inaugura-se o clube oficialmente, com um grande match entre os seus sócios, no hipódromo de Matosinhos. Ouvimos dizer que serão convidados alguns clubmen de Lisboa. Que o Foot Ball Club do Porto apure um grupo rijo de jogadores e que venha medir-se ao campo com os jogadores do Club Lisbonense, do Real Ginásio Club, do grupo de Carcavellos ou de Braço de Prata, para animar os desafios de football como já o são as corridas de cicles. Eis o que desejamos.»
Alguns anos depois, António Nicolau d'Almeida acedeu ao pedido da futura esposa, que considerava o futebol uma modalidade demasiado violenta, e afastou-se do clube, que entrou num período de letargia.

domingo, 19 de agosto de 2007

Atacar o Tri...à bomba!

Dois "torpedos" de Quaresma afundaram o Braga!
Confirmar o 1º "torpedo" (0-1) de livre directo do Harry Potter em... http://www.dailymotion.com/relevance/search/braga-fc+porto/video/x2s99u_sc-braga-vs-fc-porto-01-tvtuga_sport
Num excelente espectáculo de futebol, o FC Porto regressou às vitórias e ao bom futebol. Houve um Quaresma inspiradíssimo nas bolas paradas que voltou a acertar nos postes, mas desta vez as suas duas "bombas" acabaram mesmo por entrar. O FC Porto voltou a ser consistente e só nos primeiros 15 min. da segunda parte permitiu algum ascendente ao adversário. Parece apenas faltar mais objectividade no ataque pois a qualidade de jogo merecía mais e melhores oportunidades de golo. Mas o mais importante é que o Campeão começou a Liga a ganhar e parece estar a crescer. Para isso muito contribuiu a entrada de Lucho Gonzalez no onze inicial porque o argentino é o elo de ligação perfeito entre o meio-campo e o ataque. A profundidade que faltou ao FC Porto no jogo da Supertaça foi ontem garantida por El Comandante que, apesar de não estar ainda a 100%, é importantíssimo na dinâmica do Campeão. No final comentou: "Estou feliz por ficar aqui e contente pois mostram muito carinho por mim".
No próximo Domingo temos umas contas a ajustar com o Sporting!

O «cromo do dia» - Barrigana

O «Mãos de Ferro», como ficou conhecido, nasceu em Alcochete a 08/04/1922. Barrigana era um guarda-redes com um estilo muito peculiar porque em vez da discrição e sobriedade própria dos guarda-redes dessa altura, tinha um estilo espectacular e irreverente. Iniciou a carreira profissional no Onze Unidos do Montijo mas foi no Sporting que começou a mostrar qualidades que mais tarde o levaram a ser um esteio do FC Porto e da Selecção Nacional. Ao não se conseguir afirmar no Sporting, "tapado" por Azevedo, acabou por ingressar no FC Porto em 1943, jogando de azul e branco durante 12 (!) épocas. A sua chegada ao clube deveu-se ao súbito desaparecimento do guarda-redes Béla Andrásik. O húngaro estava ligado a organizações anti-fascistas e perante as pressões da PIDE, o FC Porto foi obrigado a "convidar" o guarda-redes a saír para o estrangeiro.
Frederico Barrigana acabou por nunca ser campeão pelo FC Porto pois a sua chegada ao clube coincidiu com o período de 16 anos de jejum. Apesar de arredado dos títulos, confirmou-se no FC Porto como um dos melhores guarda-redes da história do clube e só muito recentemente foi ultrapassado por Vítor Baía no grupo de guarda-redes portistas com mais jogos disputados no Campeonato Nacional. As fantásticas prestações ao serviço do FC Porto valeram a Barrigana a titularidade na Selecção Nacional pela qual se estreou contra a Espanha em 1948. Infelizmente, tal como no FC Porto, acabou por ficar ligado a um período difícil da Selecção Nacional que nessa altura chegou a sofrer algumas goleadas históricas. Curiosamente, a sua saída do clube coincidiu com o título de 1956 já sob o comando de Dorival Yustrich. Barrigana, numa decisão muito controversa, foi dispensado por Yustrich no início dessa época, rumando ao Salgueiros e ajudando o «velho Salgueiral» a voltar à I Divisão. Depois de três épocas no clube de Paranhos acabou por ser convidado a treinar o Salgueiros e a carreira de técnico prosseguiu no Chaves, Académico de Viseu, e em vários outros clubes de menor dimensão.

quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Vai começar o ataque ao Tri!

Começa em Braga a rota que poderá levar o FC Porto ao 23º título da sua história. Nos últimos 30 anos, o clube foi Campeão por 17 vezes! Em caso de sucesso, no final da temporada ficarão a faltar apenas 8 títulos para alcançar o Benfica (31) no topo da tabela. O encurtar de distâncias continua mas o maior aliciante é a conquista de um feito que no passado parecia sempre intrincado, o Tri! Depois do primeiro Tri conquistado na época 1996/97, o FC Porto ainda não voltou a repetir a proeza de vencer o Campeonato três vezes consecutivas. No passado, o clube teve quatro oportunidades de conquistar o Tri Campeonato: em 1940, 1980, 1987 e 1994. Curiosamente, nessas quatro tentativas foi sempre segundo. Já depois de conquistado o Penta, houve nova oportunidade de fazer história, foi na época 2004/05 mas o FC Porto voltou a ser...segundo! Em seis aproximações ao Tri apenas uma teve sucesso. Vamos lá contrariar a história!

O «cromo do dia» - Madjer

Rabah Madjer, o homem do calcanhar de Viena, nasceu em Argel a 15-02-1958. Iniciou o percurso juvenil em 1972 no Hussein Dey prosseguindo a carreira profissional na Argélia ao serviço do NA Hussein Dey onde permaneceu 10 anos antes de chegar à Europa para jogar no Racing Paris (1983/84). Chegou ao FC Porto na época 1985/86 (vindo do Tours) onde permaneceu 6 anos tendo pelo meio uma passagem meteórica por Valência em 1988/89, mas não se adaptou ao clube espanhol e regressou ao FC Porto 6 meses depois permanecendo até 1991.
Madjer era um jogador elegante, com uma técnica fantástica e uma paixão pelo jogo contagiante. No primeiro jogo oficial pelo FC Porto, no Restelo, não marcou mas fez uma exibição fantástica. No final do jogo, questionado por um jornalista se estava à espera de uma exibição tão boa, respondeu à campeão: "Gostaram? Ainda não viram nada!!!" Os primeiros golos que marcou ao serviço do FC Porto valeram uma vitória num derby frente ao Boavista no Estádio do Bessa. Ao intervalo o FC Porto perdia 1-0 mas na segunda parte Artur Jorge lançou o argelino que marcou 2 golos que garantiram a vitória do FC Porto por 2-1. Madjer foi recentemente considerado, pela IFFHS, o 5º melhor jogador africano do século atrás de Weah (Libéria), Milla (Camarões), Abédi Pelé (Ghana) e Belloumi (Argélia) mas a União dos Futebolistas Africanos considerou-o o melhor de todos os tempos.
Uma curiosidade: antes de chegar à Europa, Madjer enfrentou os responsáveis do futebol argelino, indignado com uma lei que não permitia aos jogadores com menos de 28 anos deixar o país. Com inúmeras propostas da Europa, permaneceu sem competir durante meses antes de aceitar retornar ao NA Hussein Dey com a promessa de partir para o estrangeiro no ano seguinte.
Depois de terminada a carreira de jogador regressou à Argélia para trabalhar, como treinador, ao serviço da Federação daquele país. Ainda regressou ao FC Porto para treinar os juniores na época 1995/96 e recentemente esteve presente na homenagem que o FC Porto fez aos Campeões da Europa de 1987 na celebração dos 20 anos da vitória de Viena, "parece que foi ontem que disputámos aquela final. Estou muito feliz por reencontrar toda esta gente. Adeptos, dirigentes e todos os meus colegas de equipa. Serei para sempre do FC Porto", comentou o argelino.
Neste cromo, surge ao serviço da Selecção da Argélia pela qual marcou um golo na histórica vitória (2-1) sobre a Alemanha no Campeonato do Mundo de 1982 em Espanha.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

O «cromo do dia» - Dorival Yustrich

Dorival Knipel nasceu em Corumbá a 28 de Setembro de 1917 e ganhou o apelido de Yustrich pelas semelhanças físicas com Juan Elias Yustrich, famoso guarda redes argentino do Boca Juniors. Dorival Yustrich notabilizou-se por ser um técnico exigente, disciplinador e arrogante. Na década de 1950, já como treinador com fama de disciplinador, não permitia que os seus atletas fumassem, deixassem a barba por fazer e usassem cabelo comprido. Não tolerava atrasos e falta de empenho nos treinos. No Brasil, ganhou a alcunha de "Durão" porque, além da arrogância que exibia, tinha uma compleição física que impunha respeito. Envolvia-se em constantes atritos com jogadores, colegas, dirigentes e até com a imprensa. Ainda no Brasil, em 1953, foi expulso do Atlético Mineiro pelos próprios jogadores, descontentes pela forma como Yustrich tratava alguns atletas.
Completamente surrealista a foto em cima, publicada no jornal A BOLA em 1958, em que Yustrich, já como treinador do FC Porto, salta do banco para insultar um árbitro acabando por espezinhar Hernâni (um ídolo do FC Porto na altura) que tinha acabado de ser expulso. Mas os atritos entre Yustrich e Hernâni já vinham de longe. Em 1958, o FC Porto goleou o Oriental por 5-0 e Yustrich mandou os jogadores agradecerem ao público o apoio que lhes tinha sido dado. Hernâni foi o único a não cumprir a ordem porque não estava para "alimentar as palhaçadas do treinador", foi o suficiente para se iniciar uma discussão que culminou com um troca de socos. No final da temporada Yustrich foi dispensado.
Apesar do mau feitio, foi Dorival Yustrich que levou o FC Porto ao título nacional (1955/56) após um jejum de 16 anos."O FC Porto é um elefante adormecido que não sabe a força que tem" comentou Yustrich depois de ser campeão.
Yustrich terminou no Cruzeiro a sua carreira de treinador. Retirou-se para o mais completo anonimato e só foi notícia novamente em 1990, ano do seu falecimento.
A verdade é que para o FC Porto voltar aos êxitos, depois de um jejum de 16 anos, foi necessário contratar...um louco!!!

terça-feira, 14 de agosto de 2007

Quando volta o ciclismo?

Durante as últimas etapas da Volta a Portugal têm surgido alguns espectadores com camisolas e bandeiras do FC Porto. Ao que parece, estes adeptos de ciclismo pretendem apoiar Cândido Barbosa pois há muito tempo que o FC Porto extinguiu a sua secção de ciclismo. Não deixa de ser irónico que o principal candidato à vitória na Volta e portista assumido, José Azevedo, represente actualmente o Benfica. O corredor português desabafou recentemente: "a minha equipa é o Benfica, o meu clube é o FC Porto"!
Infelizmente o FC Porto não parece muito interessado em reactivar a secção de ciclismo, o que é pena pois os adeptos do clube e do ciclismo em geral mereciam uma equipa à medida do vasto e rico historial do FC Porto na modalidade. Será difícil obter um patrocinador?
O FC Porto é o clube com mais títulos de vencedor da maior prova do ciclismo português. Os corredores do FC Porto venceram a prova por 12 vezes, a última das quais em 1983 (Marco Chagas), enquanto que Sporting e Benfica têm apenas 9 títulos individuais cada. O FC Porto contou ao longo da história da modalidade com alguns dos mais prestigiados corredores do ciclismo português, como: Dias dos Santos, Manuel Zeferino, Moreira de Sá e Marco Chagas (o maior vencedor da história da Volta a Portugal). No início da década de 80 o clube chegou mesmo a vencer a prova por três vezes consecutivas (de 1981 a 1983), com Manuel Zeferino e Marco Chagas (por duas vezes) a garantirem o Tri no ciclismo. O antigo Estádio das Antas chegou a ter uma pista de ciclismo inaugurada em 1960. Mais de 40 anos depois sería hora de fazer regressar o ciclismo ao FC Porto?
Em cima, a ilustrar o "post", a equipa do FC Porto que participou na Volta a Portugal de 1955.

O «cromo do dia» - Paulo Futre

Paulo Jorge dos Santos Futre nasceu a 28-02-1966 no Montijo. Com 12 anos ingressou no Sporting estreando-se na equipa sénior na época 1983/84. No final da temporada pediu um aumento de salário e os dirigentes do clube não só recusaram como anunciaram que iam emprestá-lo à Académica. Futre rescindiu o contrato, alegando falta de condições psicológicas, e assinou pelo FC Porto. Teve 3 épocas de glória no FC Porto antes de assinar pelo At. Madrid onde jogou 6 anos. Depois disso, passou por um período conturbado da sua carreira quando representou vários clubes (Benfica, Marselha, Reggiana, Milan, West Ham, Atlético de Madrid e Yokohama Flugels). Em Espanha não conseguiu o sucesso desportivo que se previa (venceu apenas duas Taças) mas em termos individuais tornou-se num dos grandes símbolos de sempre do At. Madrid. Mas foi ao serviço do Milan que voltou a ser campeão depois dos 2 títulos conquistados no FC Porto. Foi ainda distinguido, em 1987, com um importantíssimo título individual: a Bola de Prata (segundo melhor jogador da Europa, perdendo apenas para Ruud Gullit). Paulo Futre podia ter feito uma carreira ainda mais brilhante, mas as lesões que o apoquentaram desde 1993 limitaram o seu desempenho e provocaram um final de carreira de certa forma extemporâneo, aos 32 anos.
Uma curiosidade: No Mundial México 86, o jovem Paulo Futre esperava vir a ser a grande revelação do campeonato mas o seleccionador deixou bem claro que não o colocaria na equipa principal, embora o anunciasse como arma secreta. Na altura, a temível dupla avançada do FC Porto, Futre e Gomes, nunca era posta a jogar simultaneamente. Viria a saber-se mais tarde que Futre não jogava para se obter um equilíbrio entre os jogadores dos três grandes portugueses e evitar conflitos.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Lucho, volta depressa!

"É verdade que não estive muito bem, mas também recebi poucas vezes a bola porque fizemos muitos pontapés para o ar. São jogos." O desabafo é de Ricardo Quaresma e espelha bem o FC Porto que esteve em Leiria, uma equipa sólida mas pouco objectiva no ataque e que nunca conseguiu chegar à área do adversário em futebol corrido. Em Braga, será necessário dar mais profundidade à equipa e para isso pede-se a Jesualdo que seja mais corajoso (e ambicioso) na escolha do triângulo de meio-campo. Neste momento, julgo que a entrada de Lucho Gonzalez no onze não resolverá todos os problemas do jogo ofensivo do FC Porto, será um mal menor tendo em conta o pouco conhecimento que o jovem Leandro Lima ainda tem do futebol português. Apesar de estar ainda um pouco pesado, Mariano Gonzalez também poderá ser chamado á posição 10 porque é um jogador tacticamente evoluído e menos individualista que o brasileiro. A verdade é que os rumores da ida ao mercado para garantir outro nº10 se justificam.

O «cromo do dia» - Valdemar Mota

Valdemar Mota foi um dos melhores jogadores do FC Porto dos anos 20 e anos 30. Foi um excelente médio/extremo direito que jogou mais de 20 vezes pela Selecção Nacional e notabilizou-se por ter marcado três golos num jogo frente à Itália (vitória por 4-1). Foi também o primeiro atleta olímpico do FC Porto a representar Portugal (4º lugar) nos Jogos Olímpicos de Amesterdão, em 1928. Nessa altura, ficou célebre o trio de luxo: Valdemar Mota, Acácio Mesquita e o génio "Pinga", que venceram pelo FC Porto o primeiro campeonato da liga realizado em 1934/35. Os «três diabos do meio-dia» foram assim apelidados depois do FC Porto vencer as melhores equipas da Europa dessa altura, durante o Natal de 1933. O trio começou a dar nas vistas durante um jogo frente à Selecção de Budapeste que o FC Porto venceu por 7-4. No jogo seguinte, frente ao poderoso First de Viena, nova vitória por 3-0 com Valdemar Mota, Acácio Mesquita e Pinga a revelarem um entendimento e cumplicidade que arrasaram os austríacos, que não esperavam tamanha ousadia do FC Porto. Os «três diabos do meio-dia» fizeram parte da equipa, treinada por Joseph Szabo, que nessa altura (da época 1927/28 a 1934/35) venceu 1 Campeonato da Liga, 1 Campeonato de Portugal e 8 Campeonatos do Porto.
Aqui fica o onze tipo dessa altura: Miguel Siska, Avelino Martins, Pedro Temudo, Álvaro Sequeira, Álvaro Pereira, Castro, Lopes Carneiro, Valdemar Mota, Acácio Mesquita, Pinga e Carlos Mesquita.
Uma curiosidade: depois de terminada a carreira de futebolista, Valdemar Mota dedicou-se ao comércio. O seu estabelecimento, situado na baixa do Porto, possuía uma clientela seleccionada. A sua mercearia ficava junto à entrada do Mercado do Bolhão e era frequentada pela burguesia e gente abastada do Porto.

domingo, 12 de agosto de 2007

Lá se foi a 16ª Supertaça!

As três bolas nos postes não explicam tudo! Apesar de alguma falta de sorte, o FC Porto só se deve queixar de si próprio na derrota (0-1) frente ao Sporting. Foi um FC Porto «à Octávio», com três médios defensivos, sem profundidade e demasiado previsível no ataque. Ao colocar em campo três médios sem criatividade, Jesualdo condicionou a equipa que nunca foi capaz de um rasgo colectivo ou individual de imprevisibilidade. Desta vez, até Quaresma surgiu desinspirado e displicente. Depois do erro táctico da época anterior, aquando do FC Porto-Sporting do Dragão, desta vez Jesualdo leu bem o jogo e "encostou" Lisandro Lopez a Miguel Veloso, tentando retirar poder de organização ao adversário e assim ganhar a luta do meio-campo. O recuo táctico de Lisandro acabou por resultar mas o argentino desgastou-se muito nas tarefas defensivas, e com um triângulo (Assunção-Meireles-Cech) de meio-campo pouco criativo e que nunca se complementou ficou muito difícil alimentar o ponta-de-lança. Depois de no último Feyenoord-FC Porto ter experimentado um meio-campo idêntico (Assunção-Meireles-Kazmierczak), que nunca teve dinâmica ofensiva, esperemos que no futuro o Professor não volte a limitar e condicionar a equipa.

O «cromo do dia» - Geraldão

Geraldo Dutra Pereira nasceu a 24-04-1963 em Governador Valadares. Chegou ao FC Porto na época 1987/88, vindo do Cruzeiro, permanecendo quatro épocas nas Antas. Inicialmente fez dupla com Celso e com Lima Pereira, no FC Porto de Tomislav Ivic, e nas duas últimas épocas com Paulo Pereira e com Stephane Demol, no FC Porto de Artur Jorge. Geraldão foi um excelente defesa central, e internacional brasileiro, que teve uma passagem de grande sucesso pelo FC Porto. Os seus portentosos livres directos, que deram muitos golos ao FC Porto, ficaram na memória de todos, nomeadamente aquele que marcou a Tomislav Ivkovic num clássico frente ao Sporting (2-0). No dia anterior ao jogo, o guarda redes jugoslavo deu uma entrevista a um diário desportivo garantindo que Geraldão não marcaría de livre: "Já sei como é que Geraldão marca os livres" comentou Ivkovic. Premonição ou não, na primeira oportunidade que Geraldão dispôs para aplicar o seu pontapé,...golo do FC Porto! Um estático Ivkovic limitou-se a ver a bola entrar no ângulo direiro da sua baliza depois de embater no poste. Uma bomba a 30 metros da baliza!
Uma curiosidade: no final de Janeiro de 1991, por decisão da direcção do FC Porto, Geraldão é afastado do plantel. Tudo porque Pinto da Costa descobriu que o central brasileiro, que marcara vários golos decisivos de livre, assinara um pré acordo com o Benfica, pois Gaspar Ramos mantinha vivo o sonho de construção de um Benfica Europeu, com Geraldão e Ricardo no centro da defesa. Mês e meio passou, e o FC Porto perdeu a liderança do campeonato para o clube da Luz, com Pinto da Costa preocupado, o Presidente fez regressar Geraldão do Brasil, para voltar a dar coesão defensiva ao FC Porto.
Depois de deixar o FC Porto a sua carreira prosseguiu em França (PSG) e no México (América), acabando por regressar ao Brasil em 1993 para jogar no Grêmio.
Neste cromo, surge ao serviço do PSG onde jogou uma época depois de deixar o FC Porto.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

Vamos lá levantar a 16ª!

Faltam 24 horas para a disputa do primeiro troféu da época. O FC Porto já nos habituou a vencê-lo (tem mesmo mais Supertaças que todos os outros clubes juntos) e amanhã em Leiria, a ambição e querer ganhar estarão novamente em alta. No onze do FC Porto haverá apenas uma dúvida. Quem acompanha, no meio-campo, a dupla Assunção-Meireles?
«O Lucho fica de fora porque ainda não tem ritmo de trabalho para entrar na equipa», comentou ontem Jesualdo. Recuando até ao último grande teste da pré-época, frente ao Feyenoord, Kazmierczak parece levar vantagem na luta por esse lugar mas não será de excluir a entrada de Marek Cech para o meio-campo ou o recuo de Lisandro Lopez entrando para o seu lugar outro extremo (Tarik ou Mariano Gonzalez).
A minha aposta: Helton, Bosingwa, Pedro Emanuel, Bruno Alves e Fucile; Paulo Assunção, Raul Meireles e Marek Cech; Quaresma, Lisandro Lopez e Adriano.
A propósito da Supertaça, hoje recordamos a equipa (foto em cima) que venceu e goleou o Benfica na Luz por 0-5 quando a competição ainda era disputada em duas mãos. Reparem no sorriso malandro de António Oliveira!
Época 1995-96
Estádio das Antas: FC Porto-Benfica 1-0 (Domingos 42')
Estádio da Luz: Benfica-FC Porto 0-5 (Artur 3', Edmilson 42', Jorge Costa 46', Wetl 56', Drulovic 84')

O «cromo do dia» - Pedroto

Apesar de ter sido um grande jogador, julgo que José Maria Pedroto foi ainda melhor como treinador. Para esta opinião muito contribuem as memórias mais recentes, de finais dos anos 70, quando Pedroto levou o FC Porto ao título depois de 19 anos de jejum. Certamente que os mais velhos terão excelentes recordações do Pedroto jogador que foi um dos pilares da equipa que foi campeã nacional com Yustrich em 1955/56 e com Bella Guttman em 1958/1959.
José Maria Pedroto nasceu no dia 21 de Outubro de 1928 em Almacave, Lamego. Jogou nas camadas jovens do FC Porto e do Leixões e já como sénior, ao cumprir o serviço militar, jogou no Lusitano de VRSA. Foi nessa altura que despertou a cobiça dos grandes e o Belenenses contratou-o em 1950 mas dois anos depois esteve envolvido numa transferência recorde para a altura ao ser adquirido pelo FC Porto. Em 1960, Pedroto torna-se o primeiro treinador português com curso superior iniciando a carreira ao comando das camadas jovens do FC Porto. O sonho da altura era chegar a técnico principal do FC Porto mas antes passou por clubes de menor dimensão como a Académica e o Leixões, e foi no clube de Matosinhos que foi vitíma da única chicotada psicológica da sua carreira. Em 1966 torna-se treinador principal do FC Porto mas foi apenas numa segunda passagem pelo clube que obteve as suas maiores vitórias como treinador depois do sucesso no Vit. Setúbal e no Boavista. No Vit. Setúbal obteve alguns dos melhores resultados da história do clube, sendo uma vez vice-campeão, uma vez finalista da Taça, e obtendo excelentes prestações nas competições europeias. No Boavista obteve um excelente 2º lugar no campeonato e venceu 2 Taças de Portugal. Na segunda passagem pelas Antas venceu dois Campeonatos e uma Taça de Portugal, e acordou o clube para o combate contra o centralismo dos clubes da capital.
Pedroto era um treinador com excelentes capacidades técnicas associadas a um discurso agressivo, por vezes incendiário, que mobilizava jogadores e adeptos. A partir daí nada foi como dantes. Depois de Pedroto o FC Porto venceu 15 campeonatos!
Neste cromo, já como treinador, surge ao serviço do Vit. Setúbal.
Vamos recordar algumas frases do Mestre:


"É tempo de acabar com a centralização de todos os poderes na capital".
"No FC Porto não há contestatários maricas, nem os problemas se levantam, porque nunca chegam a existir".
"Jorge Nuno Pinto da Costa, para além de ser um cidadão respeitável, afirmou-se como um competentíssimo dirigente. A ele se deve, em grande parte, a projecção que o FC Porto atingiu, a nível nacional e europeu. O tempo há-de fazer-lhe justiça."
"O verdadeiro calcanhar de Aquiles do nosso futebol reside no simples facto de quase todos pensarmos que, quando saímos dos estádios, já não somos profissionais de futebol".
"Estamos na mediania no conceito europeu. Relativamente ao futebol de alta competição, temos meia dúzia de jogadores com grande classe".
"Oliveira é um dos melhores jogadores de todos os tempos".
"Não tenho dúvidas de qualquer espécie de que ao Artur Jorge não faltará onde trabalhar e que, em qualquer parte, triunfará. Mas também acredito que vai ser no FC Porto que ele acabará por se revelar como um homem predestinado para a direcção e comando de equipas de futebol".

quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Presidente falou à SIC Notícias!

"Lucho adora o FC Porto e no clube toda a gente gosta dele. Logo, com o Valência nem conversamos!" Pinto da Costa, 09/08/2007. Acabou por ser este o maior destaque da entrevista desta noite que o Presidente deu à SIC Notícias. Pinto da Costa comentou ainda o processo Apito Dourado e o momento actual do FC Porto. Aproveitou também para descredibilizar Luís Filipe Vieira e foi nessa tarefa que foi mais bem sucedido. "No tempo do Vale e Azevedo, Luís Filipe Vieira foi fotografado ao meu lado no balneário do FC Porto depois de uma vitória sobre o Benfica. Disse-lhe para ele se resguardar, mas ele fez questão de ser visto”, comentou o Presidente que depois ridicularizou o discurso do presidente do Benfica, “fala do Apito Dourado para camuflar as derrotas do Benfica. Entrou com fanfarronices, dizia que iam ser campeões todos os anos, ganhar tudo e depois não ganhavam nada”. Deixou ainda uma palavra referente ao facto do Benfica ter feito “festejos” com as contratações de Marco Ferreira, Moretto, Marcel e Manduca, jogadores que “passado pouco tempo foram todos corridos”.
Nota 20 para Pinto da Costa quando fala de futebol!

PS1: Foram hoje atribuídos os números das camisolas aos jogadores do FC Porto. Tal como o "blogger" tinha previsto, o nº2 foi atribuído a Bruno Alves que ficará com a responsabilidade de ser a voz de comando do balneário. Depois de João Pinto, Jorge Costa e Ricardo Costa, o mítico nº2 ficou novamente atribuído a um defesa, o que parece começar a ser tradição no Dragão. Uma curiosidade: a camisola nº 10 ainda não tem dono (Leandrinho fica com o nº 20) o que pode significar novo reforço do plantel para breve.

PS2: «No FC Porto ganhar é como escovar os dentes», Jesualdo Ferreira, 09/08/2007

O «cromo do dia» - Branco

Hoje recordamos o melhor lateral esquerdo que passou pelo FC Porto. Cláudio Ibrahim Vaz Leal (Branco) nasceu a 04-04-1964 em Bagé. O apelido Branco surgiu quando ainda era jovem: nessa altura, era o único miúdo branco numa equipa de negros!
Branco começou a jogar futebol nas categorias juvenis do Guarany de Bagé iniciando a carreira profissional no Internacional. Mas as suas exibições ao serviço do Internacional despertaram o interesse do histórico Fluminense onde jogou 5 épocas antes de chegar à Europa para jogar no Brescia de Itália. Chegou ao FC Porto, de Artur Jorge, na época 1988/89 onde permaneceu dois anos antes de rumar novamente a Itália. Acabou por voltar ao Fluminense onde terminou a carreira profissional depois de uma breve passagem pelo histórico MetroStars da Liga norte-americana.
Branco era um lateral esquerdo que compensava alguma falta de velocidade com um excelente sentido posicional, grande cultura táctica e excelente visão de jogo. O seu famoso "pontapé canhão" garantiu muitos pontos ao FC Porto na época 1988/89 em que foi campeão.
Cláudio Ibrahim Vaz Leal participou em três Campeonatos do Mundo pelo Brasil, pelo qual foi Campeão do Mundo em 1994 (o famoso Tetra), e é o terceiro lateral-esquerdo da história com maior número de jogos disputados pela selecção brasileira, ficando apenas atrás de Júnior e Nilton Santos.
Depois de terminar a carreira, assumiu na CBF o cargo de coordenador da seleção brasileira de masters. "Sou coordenador, mas também jogo. O time está sempre fazendo partidas pelo Brasil" comentou Branco. Além do ex-lateral esquerdo, fazem parte desta selecção outros ex-craques, como Mazinho, Zetti, Ricardo Rocha, Renato Gaúcho e Dunga.
Uma curiosidade: no Mundial de Itália, durante o jogo contra a Argentina, Branco bebeu uma água oferecida pelos argentinos e sentiu-se mal. Anos mais tarde, Maradona e o técnico da Argentina, Carlos Bilardo, admitiram que a água estava contaminada com tranquilizantes!!!
Neste cromo, surge ao serviço do Génova de Itália onde jogou depois de deixar o FC Porto.

terça-feira, 7 de agosto de 2007

El Comandante é 100% dragão!

O jogador mais elegante da nossa Liga viu o seu passe ser adquirido na totalidade pelo FC Porto. Lucho é 100% dragão! Com esta operação, a SAD do FC Porto reforça a sua posição negocial e afasta, por agora, o interesse de outros clubes no jogador que nunca deixará o FC Porto por valores inferiores a 30 milhões de euros.
Luis Oscar González, mais conhecido como Lucho González, foi apelidado de "El Comandante" pelos adeptos do River Plate, os "Borrachos del Tablón". O apelido faz todo o sentido, Lucho é um profissional exemplar e um líder em campo que contagia colegas e adeptos. Actualmente, emana a ambição e querer ganhar do FC Porto do séc XXI.
O homem que tem o hábito de festejar os seus golos com a mão na testa, como quem avista alguém à distância, torna-se agora o jogador mais caro de sempre da história do futebol português. Ao adquirir os restantes 50% do passe do jogador, à Global Soccer Agencies Lt, por 6,65 milhões de euros, o FC Porto elevou o valor da transferência para apróximadamente 13 milhões de euros.

O «cromo do dia» - Rui Barros

Rui Gil Soares de Barros nasceu em Paredes a 24-11-1965. O "Piccolo", como era tratado na Juventus por Stefano Tacconi, iniciou a carreira de futebolista profissional no Sp. Covilhã mas foi nas camadas jovens do Aliados de Lordelo, o clube da sua terra, que iniciou o percurso juvenil. Antes de chegar ao futebol profissional ainda jogou no Rebordosa e no Paços de Ferreira.
Rui Barros chegou ao FC Porto na época 1987-88 depois das boas exibições ao serviço do Varzim. Foi lançado na equipa principal do FC Porto por Tomislav Ivic. A sua baixa estatura fez potenciar a técnica e rapidez com que driblava sempre em direcção à baliza. Na memória de todos está o golo que marcou ao Ajax na primeira mão da Supertaça europeia de 1988. Depois de ser isolado por um passe de Fernando Gomes, Rui Barros evitou de forma supersónica o guarda-redes Menzo e marcou o golo que deu vantagem ao FC Porto (0-1) na primeira mão. Depois dessa exibição cativar a Europa, surgiu o convite da Juventus onde Rui Barros jogou durante duas épocas. Prosseguiu a carreira no estrangeiro jogando no Mónaco (de Arséne Wenger), ao lado de Georges Weah, e no Marselha, ao lado de Paulo Futre. Regressaría mais tarde ao seu FC Porto a tempo de ajudar o clube a vencer o histórico Penta.
Na primeira época ao serviço da Juventus marcou 15 golos e jogou ao lado de jogadores consagrados como Stefano Tacconi, Antonio Cabrini, Michael Laudrup, Aleksandr Zavarov, Altobelli, Pierluigi Casiraghi e Salvatore Schillaci, entre outros. Foi internacional por 36 vezes (desde 1987 a 1996) e marcou 4 golos ao serviço da Selecção.
Neste cromo, surge ao serviço da Juventus pela qual venceu a Taça de Itália e a Taça UEFA em 1990.

domingo, 5 de agosto de 2007

FC Porto venceu Torneio de Roterdão

Depois do empate (1-1) entre Feyenoord e Liverpool, o FC Porto venceu a edição 2007 do Torneio de Roterdão. A vitória por 3-0 sobre os chineses do Shangai Shenua FC permitiu ao FC Porto ultrapassar o Liverpool no primeiro critério de desempate, o maior número de golos marcados. Mas o jogo frente ao Shangai Shenua FC acabou por ser um teste demasiado fácil tendo em conta a ingenuidade e pouca criatividade da equipa chinesa. O jogo acabou por ser importante para alguns jogadores menos utilizados e marcou a estreia de alguns reforços. Os destaques no FC Porto foram Raul Meireles, Leandro Lima, Tarik Sektioui e Mariano González.
Raul Meireles mostrou excelente condição física e mobilidade, e parece ganhar cada vez mais confiança nos remates de meia distância (enviou uma bola à barra).
Leandro Lima teve pormenores fantásticos e marcou 2 golos. Apesar de algum individualismo, o jogador brasileiro é um típico nº 10 que gosta de ter a bola no pé e com técnica acima da média. Agora, só precisa de ser trabalhado.
Tarik Sektioui está a ser a grande surpresa da pré-época. O marroquino voltou a apresentar-se muito solto e confiante. Marcou mais um golo e parece ter feito o suficiente para convencer Jesualdo.
O último destaque é Mariano Gonzalez, eleito "man of the match". O internacional argentino é um jogador adulto e muito esclarecido. Tacticamente evoluído, destaca-se ainda no passe e nos duelos "um-contra-um". Excelente contratação!

O «cromo do dia» - Cubillas

Teófilo Juan Cubillas Arizaga nasceu em Puente Piedra (Perú) a 08-03-1949. Iniciou a carreira de futebolista profissional na época 1963/64 no Alianza Lima chegando à Europa apenas em 1973 para jogar no Basileia da Suiça. Dois anos depois chegou ao FC Porto, onde jogou durante duas épocas, antes de regressar ao Alianza Lima, o seu clube do coração. Em final de carreira mudou-se para os EUA onde jogou ao serviço do Fort Lauderdale.
Começou a carreira nas divisões de base do Alianza Lima, um dos clubes mais populares do Peru e o seu companheiro de ataque no Alianza, Perico León, deu-lhe o apelido de "El Nene" (O Bébé) por causa da eterna cara de menino. Em 1972 foi eleito o melhor jogador da América do Sul, título que lhe valeu um excelente contrato no Basileia da Suiça.
Jogou 117 jogos com a selecção peruana marcando 45 golos. Em três participações em Mundiais marcou 10 golos, ficando apenas atrás de Gerd Muller (14), Just Fontaine (13), Pelé (12), Ronaldinho (12) e Sandor Kocsis (11).
O jogo Brasil-Perú (4-2), dos quartos-de-final do Mundial México 1970, foi um recital de tabelinhas. Da parte do Brasil por Pelé e Tostão, e da parte do Perú por Cubillas e Sotil. Nesse Mundial, Cubillas foi um dos goleadores do torneio ao marcar cinco golos, dois a menos que o artilheiro do Brasil, Jairzinho.
Cubillas foi considerado o melhor jogador de todos os tempos do futebol peruano e foi pioneiro na forma de bater as bolas paradas quando marcou um livre com os três dedos da parte de fora do pé, colocando a bola no ângulo.
“Meu maior erro foi não ter contratado os peruanos Sotil e Cubillas. Eles eram maravilhosos, geniais, extraordinários." Santiago Bernabéu, ex-presidente do Real Madrid.
Neste cromo, Cubillas surge ao serviço do FC Porto num clássico frente ao Benfica. Reparem que jogava de meias em baixo e sem caneleiras!

Lucho + Quaresma = 40 milhões?

E subitamente, o mercado volta a agitar-se. Parece reacender-se o interesse espanhol em Quaresma e Lucho Gonzalez. A saída de ambos sería um rombo nas aspirações do FC Porto 2007/08, mas mesmo que apenas um deles deixe o Dragão, a poucos dias do início do campeonato, isso levaría a nova ida ao mercado e até quem sabe a uma nova reformulação nas pretensões tácticas de Jesualdo. Tacticamente, a saída de Quaresma tería mais impacto nas rotinas da equipa enquanto que a saída de Lucho sería menos difícil de compensar apesar do argentino ser o maior alicerce do meio-campo do FC Porto. A permanência de Lucho e Quaresma parece agora depender das opções que o Real Madrid fizer, pois surgiram hoje notícias na imprensa espanhola dando conta do interesse dos espanhóis em adquirir Robben e Ballack do Chelsea, estando dispostos a oferecer 40 milhões de euros pelos dois jogadores.
Curiosamente, ocupam o mesmo espaço no campo que Lucho e Quaresma. E se a proposta de 40 milhões de euros fosse feita ao FC Porto?

sábado, 4 de agosto de 2007

O «cromo do dia» - Casagrande

Casagrande é mais um "case study" no numeroso grupo de jogadores estrangeiros e consagrados que não tiveram sucesso no futebol português.
Walter Casagrande Júnior nasceu em São Paulo a 15 de Abril de 1963. Iniciou a carreira em 1980 no Corinthians e antes de chegar à Europa foi convocado por Telê Santana para integrar a Seleção Brasileira (na foto) que disputou o Mundial México 1986, apesar do seu histórico de problemas disciplinares no Corinthians. Chegou ao FC Porto na época 1986/87 mas foi em Itália, ao serviço do Torino e do Ascoli, que igualou o sucesso alcançado no Brasil. No FC Porto, foi campeão europeu apesar de ter sido um dos jogadores menos utilizados dessa época. Além de pouco utilizado, acabou por ser vítima de uma grave lesão durante o Brondby-FC Porto dos quartos-de-final da Taça dos Campeões Europeus em 1987. A lesão de Casagrande acabou por abrir caminho à utilização de Juary que foi preponderante na caminhada do FC Porto até à Final de Viena.
Depois da aventura italiana acabou por regressar ao Brasil e ao seu clube do coração, o Corinthians, onde marcou 103 golos em 256 jogos.
Uma curiosidade: no Brasil dos anos 80, em plena ditadura militar, Casagrande foi um dos mentores de um movimento conhecido como "Democracia Corintiana" que surgiu na equipa mais popular do país, o Corinthians de São Paulo, clube de tabalhadores da zona pobre do leste da cidade. Jogadores e dirigentes do clube dividiam responsabilidades e tudo o que influenciava a vida do clube era decidido através do voto. Foi um movimento liderado por Sócrates, um médio direito e pensador político, pelo lateral-esquerdo comunista Wladimir e pelo jovem avançado Walter Casagrande. O movimento acabou por ser preponderante ajudando a preparar o cenário político que levou ao fim da ditadura militar em 1984.
Encerrada a carreira de jogador, Casagrande tornou-se colunista de um jornal de São Paulo, apresentador de rádio e comentador desportivo da Rede Globo.

Feyenoord - 0, FC Porto - 0;

Estreia do FC Porto no Torneio de Roterdão com empate (0-0) frente ao anfitrião Feyenoord. Um jogo morno e jogado a um ritmo baixo. O FC Porto voltou a mostrar excelente consistência defensiva e bom posicionamento mas falta agora afinar o ataque. Ao contrário do que Jesualdo desejava, hoje não houve transições rápidas pois o FC Porto optou por uma maior contenção de bola face a um Feyenoord mais pressionante e subido no campo. Apesar dos automatismos defensivos já parecerem afinados, o meio-campo e o ataque foram hoje demasiado previsíveis e foi um FC Porto um pouco menos ambicioso do que é habitual. Jesualdo Ferreira optou por um meio-campo musculado e pouco criativo com Assunção, Meireles e Kazmierczak. A maior dúvida do Professor até ao jogo da Supertaça deve residir no homem que acompanhará os dois médios defensivos. Com o trio que jogou hoje, a equipa ganha consistência e segurança defensiva mas perde claramente em ambição e profundidade. Resta saber em que condições se encontrarão Lucho Gonzalez, Leandro Lima e Mariano Gonzalez até ao jogo com o Sporting, sendo que os dois últimos terão uma excelente oportunidade de melhorar a condição física no Domingo, frente aos chineses do Shanghai Shenhua FC.

O «cromo do dia» - João Pinto

João Domingos da Silva Pinto nasceu em Oliveira do Douro a 21-11-1961. Jogou no FC Porto durante toda a sua carreira profissional e representou a Selecção portuguesa em 70 partidas. João Pinto começou a jogar futebol aos 12 anos no Clube de Futebol de Oliveira do Douro, tendo chegado ao FC Porto com 14 anos e conquistado a titularidade no lado direito da defesa já sob o comando de José Maria Pedroto. Foi titular do FC Porto durante mais de uma década e venceu mais de vinte títulos com o clube. Durante a década de 80 foi considerado um dos melhores laterais direitos da Europa, sendo duas vezes chamado a representar a Selecção do Resto do Mundo. O João foi um grande profissional e um excelente colega. Em campo, era um jogador de poucos recursos técnicos que compensava com muita entrega e paixão pelo jogo. Ficou célebre uma história durante um treino do FC Porto no tempo de Bobby Robson. Com alguns jornalistas a assistir ao treino e depois de um excelente cruzamento do João, veio o elogio do treinador: "well done!" No cruzamento seguinte, a bola sai enrolada por trás da baliza. João Pinto, em direcção aos jornalistas, comenta: "pronto, já voltei ao meu normal"!
Neste cromo, surge com uma farta cabeleira, uma mistura de Marco Paulo e Diego Maradona!