terça-feira, 30 de junho de 2009

Terminou um ciclo!

Foram duas más notícias em apenas uma semana, e ambas com origem em França (Lyon e Marselha). É desta que a dupla Lucho/Licha se vai separar. Algum dia teria de acontecer...
Para mim, não é nada fácil comentar a saída do meu jogador preferido. Lucho era o intocável do 'blog'! Independentemente dos montantes envolvidos nas (possíveis) transferências (e Lucho vale bem mais do que 18 milhões de euros!), as saídas dos dois argentinos vão causar mossa no futebol do FC Porto. Ao mesmo tempo, essas verbas vão servir para tapar alguns buracos (do passivo!). É o preço a pagar pelos caprichos de "roubar" jogadores ao Benfica (ainda que sejam bons!) e por ter um sem número de jogadores sob contrato.
Não seria nada surpreendente se a mais-valia realizada com a venda de Lucho Gonzalez fosse aplicada na compra de, por exemplo, José Antonio Reyes. É nestas alturas que tenho vontade de criticar a SAD do FC Porto. É a razão contra o coração...
Agora, é meter na cabeça que os dois argentinos se vão mesmo embora. É pena, porque não é nada comum uma dupla de jogadores estrangeiros chegar a Portugal e apresentar a mesma cumplicidade de Lucho e Lisandro. E pensar que nem se conheciam quando chegaram ao FC Porto. Provavelmente o segredo está aí, no FC Porto. Vão nascer outros ídolos!
É curioso que o FC Porto foi pioneiro na contratação destas duplas de sucesso. No final da década de 30, chegaram ao FC Porto dois croatas, Slavkoo Kordnya e Franjo Petrak, que revelavam uma cumplicidade semelhante à da actual dupla Lucho/Licha. Os dois croatas foram os grandes goleadores do FC Porto nas 2 épocas em que permaneceram na Invicta, sendo responsáveis por 44 (!) dos golos marcados pelo FC Porto no campeonato nacional de 1939/40.
Mais recentemente, houve outras duplas que ficaram na história do clube.
Freitas/Simões, Eurico/Lima Pereira, João Pinto/Jaime Magalhães, Futre/Gomes, Domingos/Kostadinov, Aloísio/Fernando Couto e Drulovic/Jardel, só para citar algumas, eram duplas que se entendiam de forma quase perfeita. Tal como Lucho e Lisandro, 'jogavam de olhos fechados'!
Numa altura em que o futebol europeu se encontra sufocado pelas constantes transacções que a 'Lei Bosman' veio promover, é motivo de orgulho ser adepto de um clube que, durante 4 épocas consecutivas, conseguiu manter nos seus quadros dois jogadores que são constantemente chamados à Selecção da Argentina. Em Portugal, só o FC Porto tem condições para vincular dois grandes jogadores durante tanto tempo. Os pragmáticos dirão que os jogadores passam e o clube fica. É verdade, mas também é na cumplicidade entre os jogadores que se constrói uma cultura de vitória.
Para se perceber melhor a importância dos dois argentinos, nada melhor do que olhar para a última participação do FC Porto na Liga dos Campeões. Dos 13 golos marcados pelo FC Porto na competição, 8 tiveram a participação de um dos dois argentinos.
Jesualdo é um óptimo construtor de equipas, mas... depois não se queixem!
Se nos dessem a escolher, preferíamos que fosse Lisandro a deixar o FC Porto. Lucho preparava-se para ser o '1º capitão' de equipa. Com a passagem de Pedro Emanuel para os escalões de formação, seria Lucho a 'comandar as tropas' (a propósito, já repararam que o FC Porto vai perder os seus 3 'capitães' de equipa: Pedro Emanuel, Lucho Gonzalez e Bruno Alves).
O facto de só muito raramente o FC Porto promover a '1º capitão' um jogador estrangeiro é suficiente para 'El Comandante' continuar a merecer a nossa estima e consideração. O 'Paixão pelo Porto' vai continuar a acompanhá-lo para onde quer que vá!

«Curiosidades FCP» - A edição de 1987 do 'Joan Gamper' (Parte I)

A participação do FC Porto na próxima edição da 'Peace Cup', a disputar na Andaluzia durante a primeira semana de Agosto, é pretexto para recordarmos outro torneio de Verão, também disputado em Espanha, em que o FC Porto se viu envolvido, o conceituado Troféu 'Joan Gamper'.
Nas próximas semanas, e com a ajuda do diário desportivo catalão 'El Mundo Deportivo', vamos recordar todas as incidências da edição de 1987 deste célebre torneio organizado pelo Barcelona.
Em virtude de um único 'post' não ser suficiente para trazer aqui todas as reportagens realizadas pelo 'El Mundo Deportivo', optámos por ir publicando vários 'posts' até ao início da 'Peace Cup'.
Hoje, começamos por recuperar um pouco da história do torneio que, em 1987, contou com as presenças do Barcelona, do Ajax, do FC Porto e do Bayern de Munique. Um cartaz de luxo, portanto!
O 'Trofeo Joan Gamper', também conhecido por 'El Gamper', deve o seu nome ao fundador do Barcelona, o suiço Hans-Max Gamper Haessig (em cima, na foto). O torneio começou a ser disputado em 1966, por iniciativa do então presidente do 'Barça', Enric Llaudet.
Inicialmente, a prova começou por ser um quadrangular, mas desde 1997 que se disputa em apenas uma partida, jogada sempre no 'Camp Nou', entre o Barcelona e um clube convidado pelos catalães.
No tempo em que participavam 4 equipas, a prova disputava-se na segunda quinzena de Agosto e servia de apresentação do plantel do Barcelona aos sócios. A competição realizava-se num único fim-de-semana, com os jogos das meias-finais à Sexta-feira e com a final, e o jogo de apuramento do 3º e 4º lugar, a serem disputados no Domingo.
O troféu que o 'Barça' venceu em 33 (!) ocasiões, e que o FC Porto ergueu em 1987, é moldado em prata, com base de mármore e acabamento em ouro.
Até hoje, só 9 equipas europeias conquistaram o torneio: Barcelona, Ujpest, Borussia de Monchengladbach, FC Porto, Malines, Tenerife, Valência e Juventus.
Como o Barcelona tinha vencido as 4 edições anteriores do torneio (1983, 1984, 1985 e 1986), em 1987 optou por convidar os melhores da Europa e, ao mesmo tempo, oferecer aos seus adeptos o melhor cartaz de sempre, que incluía o vencedor (FC Porto) e o finalista vencido (Bayern) da Taça dos Clubes Campeões Europeus, e o Ajax, de Johan Cruyff.
Num próximo 'post', vamos recuperar, de forma detalhada, os vários intervenientes na edição de 1987 do 'Joan Gamper'.
Em cima, a ilustrar o 'post', recuperámos algumas páginas do 'El Mundo Deportivo', que efectuou uma cobertura exaustiva do torneio.
Reparem que na edição de 18 de Agosto de 1987 (3ª foto), o diário catalão publicou, nas páginas centrais, um poster gigante de Fernando Gomes (que vamos recuperar noutra oportunidade). Em baixo, na capa, pode ler-se: «Poster en color de Fernando Gomes», enquanto que em cima nos são dados os jogos da 1ª jornada da competição: «Ajax-Bayern y Barça-Oporto, jornada inicial del supertorneo del año».
Na segunda foto, recuperámos uma página interior dessa edição do 'El Mundo Deportivo', com Schuster a erguer o troféu. A parceria do alemão com Gary Lineker era a grande esperança dos espanhóis para levar o 'Barça' à vitória no torneio que tinha o melhor cartaz de sempre. «El retorno de Schuster y el mejor cartel de la historia, grandes atracciones», titulava o diário catalão.
Na terceira foto, recuperámos a capa do 'El Mundo Deportivo' de 16 de Agosto de 1987.
O jornal espanhol começava então a antecipar o torneio. «Empieza la semana del Gamper con cuatro equipos de lujo para un torneo histórico», afirmavam os espanhóis na 1ª página.
E por último, na última foto recuperámos uma página da edição de 17 de Agosto de 1987, que realça o facto do FC Porto ter sido a primeira equipa portuguesa a participar no 'Joan Gamper'. No entanto, também merecem destaque as ausências de Artur Jorge (a caminho do Matra Racing) , Paulo Futre (transferido para o At. Madrid) e Juary (lesionado). Por baixo da foto captada em Viena, pode ler-se: «Viene el Oporto, campeón de Europa, aunque sin entrenador talismán, Artur Jorge, ni el ya rojiblanco Futre ni el lesionado Juary».
Já nessa altura, o FC Porto merecia mais e melhor destaque da imprensa estrangeira do que da sediada em Lisboa.

(Continua)

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Que tipo de ponta-de-lança?

Com a mais que provável saída de Lisandro (um dos «5 magníficos do tetra», juntamente com Helton, Bruno Alves, Raúl Meireles e Lucho Gonzalez), abre-se uma nova vaga no ataque do FC Porto para a época 2009/10.
Que jogador contratar para o lugar do 'Licha'? Um avançado com características idênticas ás de Lisandro e Farías, ou um jogador fisicamente robusto e que tire partido do jogo aéreo? Pelo que temos lido na imprensa, Falcão (em cima), do River Plate, Bergessio (ao centro), do San Lorenzo, e Luís Garcia (em baixo), do Espanhol, serão os preferidos para suceder a Lisandro. O Prof. Jesualdo aprecia muito os avançados móveis e que sabem 'jogar de costas para a baliza', ou seja, avançados que acompanhem as transições ofensivas e que não se limitem a jogar dentro da área. Terá sido por esse motivo que o Prof. abdicou de Adriano (para nós, uma dispensa algo injusta), um jogador que fez falta naqueles jogos disputados no Dragão em que o FC Porto enfrentou adversários muito fechados.
Mas a verdade é que um avançado móvel potencia o sistema que o FC Porto utiliza. Isso ficou bem evidente quando o Prof. optava por Ernesto Farías. Nessas alturas, o jogo do FC Porto perdia alguma fluidez, porque 'Farígol' tem alguma dificuldade em acompanhar as transições rápidas que Jesualdo tanto aprecia.
O ex-ponta-de-lança do River Plate sente-se bem é dentro da área! No entanto, a sua condição/compleição física não lhe permite tirar as devidas vantagens do jogo aéreo e dos cruzamentos para a área.
Assim, e no caso de Lisandro sair, o FC Porto deveria colocar a possibilidade de também vender Ernesto Farías, que, se ficar no plantel, se arrisca a só ser utilizado nos minutos finais daqueles jogos em que o FC Porto não consegue 'furar' barreiras defensivas muito densas. Além disso, 'Farígol' já vai fazer 30 anos, o que o torna um jogador cada vez menos apetecível em termos de mercado.
Quando José Mourinho orientou o FC Porto, também privilegiava os avançados móveis (Derlei, McCarthy, Carlos Alberto,...), no entanto, o actual treinador do Inter também dispunha de uma alternativa a que recorria com frequência, Jankauskas. O ponta-de-lança lituano também não possuía características para 'encaixar' no sistema de Mourinho (e muito menos no sistema de Jesualdo), mas a sua robustez física permitia-lhe tirar partido do jogo aéreo e do domínio territorial do FC Porto em determinadas fases do jogo. Os golos que marcou foram fundamentais para desbloquear alguns jogos.
Por isso é que julgamos que um jogador como Adriano teria sido mais útil ao FC Porto do que Ernesto Farías. O ponta-de-lança brasileiro é mais ágil e eficaz no jogo aéreo do que o argentino.
Esta época, o jovem Orlando Sá teria potencial para desempenhar este tipo de funções, mas chegou ao FC Porto depois de uma delicada operação ao joelho e, muito provavelmente, só fará a estreia muito perto do final do ano.
Mas se o FC Porto optasse por reforçar o ataque com um jogador alto e possante, também não poderia adquirir um avançado conceituado, pois esse jogador estaria sujeito a passar mais tempo no banco de suplentes do que a jogar.
Com o sistema que Jesualdo utiliza no FC Porto, um avançado com as características de, por exemplo, Jankauskas, ficaría condicionado a utilizações esporádicas. Sería difícil rentabilizar o investimento num jogador com essas características. Mas lá que faz falta, lá isso faz!

«Curiosidades FCP» - A amnistia de Pedroto

Apesar da relação entre o FC Porto e José Maria Pedroto ter sido quase perfeita, houve um momento, em finais dos anos 60, em que um conflito entre as duas partes quase afastava definitivamente das Antas o conceituado treinador. Foi durante a primeira passagem de Pedroto pelo FC Porto como treinador.
Estávamos na época 1968/69 e o FC Porto era líder do campeonato. Após uma derrota (3-0) frente ao Benfica, em jogo da Taça de Portugal, Pedroto entra em conflito com alguns jogadores depois de colocar em causa o seu empenho nesse jogo. Nos dias que se seguiram, o ex-treinador do FC Porto decide obrigar os jogadores a permanecerem em estágio. No entanto, alguns futebolistas não cumpriram com as ordens do técnico e acabaram por ser afastados dos jogos seguintes do campeonato. Ao ver-se privada de alguns habituais titulares, a equipa não conseguiu vencer dois jogos em casa (derrota, frente à Académica, e empate, frente ao União de Tomar), o que lhe valeu a perda da liderança. Esses dois resultados hipotecaram a conquista do título, acabando Pedroto por ser o principal alvo das críticas dos adeptos e da Direcção. A contestação foi crescendo até Pedroto ser afastado e substituído pelo seu adjunto, António Morais.
Como contrapartida, Pedroto exigiu ao FC Porto uma avultada indemnização. Essa ousadia custou-lhe uma polémica com o Presidente Afonso Pinto de Magalhães e consequente proibição de frequentar as instalações do clube. Após uma Assembleia Geral, foi decidido afastar definitivamente Pedroto, que passou a ser considerado 'persona non grata' pelos responsáveis do FC Porto. Contudo, 5 anos depois, e após várias iniciativas de aproximação entre as duas partes, um grupo de sócios do FC Porto decidiu convocar nova AG para amnistiar Pedroto e, dessa forma, permitir o seu regresso ao clube.
A proposta que visava perdoar Pedroto foi apresentada por Joaquim Carvalho e tinha como subscritores alguns dirigentes e sócios ilustres do FC Porto (Pinto da Costa, Pôncio Monteiro, Artur Santos Silva,...).
A AG, realizada a 21 de Março de 1975, acabou por aprovar a proposta por unanimidade.
Américo de Sá, na altura Presidente do FC Porto, não perdeu tempo e enviou emissários para convencerem Pedroto (na altura orientava o Boavista) a mudar-se para as Antas.
No entanto, houve necessidade do FC Porto esperar mais um ano, pois Pedroto já tinha dado a sua palavra ao Boavista, acordando a renovação do seu contrato com o Major Valentim Loureiro.
Ainda assim, o «Mestre» sentiu necessidade de enviar uma mensagem de agradecimento ao FC Porto, deixando ao mesmo tempo uma 'porta aberta' para o futuro. «Muito me custa contrariar todos aqueles bons amigos portistas que tanto fizeram pelo meu regresso ao FC Porto, mas há um compromisso de ordem moral que me faz continuar onde estou. O Boavista fez sacrifícios de toda a ordem (...) e não me ficaria bem abandonar o clube quando esse esforço não pôde ainda dar todos os frutos possíveis», afirmou Pedroto aquando da renovação do seu contrato com o Boavista.
Pedroto acabaria por regressar ao FC Porto na época seguinte (1976/77), deixando o Boavista com um 2ª lugar no campeonato e 2 Taças de Portugal conquistadas. Notável!

«Curiosidades FCP» - FC Porto-Grasshoppers, pré-eliminatória da Liga dos Campeões 2001/02

Hoje, recuamos à última pré-eliminatória da 'Champions' em que nos vimos envolvidos. Depois do FC Porto (de Fernando Santos) ter sido eliminado pelo Anderlecht na primeira pré-eliminatória da Liga dos Campeões que disputou (foi em 2000/01: derrota em Bruxelas, por 1-0, e empate nas Antas, 0-0), seguiu-se, logo no ano seguinte, nova tentativa de acesso à 'Champions' através das pré-eliminatórias. Foi a última vez que o FC Porto acedeu à fase de grupos da prova através deste sistema.
Nessa época, o FC Porto começou por eliminar o Barry Town (vitória por 8-0, nas Antas, e derrota por 3-1, no País de Gales). Ditou o sorteio que, na última pré-eliminatória, o FC Porto tivesse que ultrapassar o campeão suiço (Grasshoppers) para aceder à fase de grupos. Os suiços já tinham eliminado o FC Porto na Taça UEFA, em 1980/81. Nessa altura, o FC Porto (de Hermann Stessl) venceu nas Antas, por 2-0 (golos de Teixeira e Sousa), e perdeu em Zurique, por 3-0 (após prolongamento).
A desforra deu-se 21 anos depois, com o FC Porto (de Octávio Machado) a afastar o Grasshoppers da fase de grupos da Liga dos Campeões.
Na 1ª mão, e algo surpreendentemente, os suiços empataram nas Antas, 2-2 (Paredes aos 6', Núnez aos 50', Petric aos 57' e Hélder Postiga aos 59'). No entanto, 15 dias depois, o FC Porto foi a Zurique realizar a melhor exibição (talvez a única boa exibição!) da «fase Octávio Machado». Uma vitória por 3-2 (Clayton aos 14', Capucho aos 43', Petric aos 78', Deco aos 80' e Chapuisat aos 87') garantiu o desejado acesso aos milhões da 'Champions'.
Depois das pré-eliminatórias, o FC Porto seria sorteado no Grupo E, juntamente com Juventus, Rosenborg e Celtic de Glasgow. FC Porto e Juventus seguiram para a 2ª fase de grupos.
Em cima, a ilustrar o 'post', recuperámos uma foto (com Capucho e um jogador suiço) da visita do Grasshoppers ás Antas e o bilhete do jogo da 2ª mão, disputada no Estádio Letzigrund, em Zurique.

sábado, 20 de junho de 2009

É altura de mudar de guarda-redes?

Apesar de ser um dos 'tetracampeões' que, em princípio, vai permanecer no FC Porto, não é certo que Helton se mantenha no «onze». Com a contratação de Beto, a luta pela titularidade na baliza do FC Porto vai voltar a ser estimulante.
Mesmo que o guarda-redes português não seja titular, a sua chegada ao FC Porto já é suficiente para pôr Helton de sobreaviso. É bom haver concorrência!
A partir de agora, é pouco provável que o guarda-redes brasileiro revele os excessos de confiança que caracterizaram as suas exibições nas últimas épocas. Fica a sensação que o abandono de Vítor Baía levou Helton a acomodar-se. O guarda-redes brasileiro anda "folgado"!
Helton começou a ser dono da baliza do FC Porto ainda com Co Adriaanse. O técnico holandês apreciava a forma prática e eficaz como Helton se apresentava entre os postes. No entanto, à medida que foi consolidando a titularidade, o ex-guarda-redes do Vasco da Gama começou a mostrar-se demasiado seguro de si.
Até a forma como passou a abordar alguns lances (principalmente quando é obrigado a jogar com os pés) é reveladora de algum descuido. Essa postura valeu-lhe a perda da titularidade na Selecção do Brasil e o constante desvalorizar do seu passe.
Ainda esta época, aquando de uma entrevista à imprensa espanhola nas vésperas do At. Madrid-FC Porto, o ex-treinador do Benfica, Quique Flores, se referia à forma pouco segura como Helton abordava alguns lances. Coincidência ou não, a verdade é que o guarda-redes do FC Porto acabou por ser infeliz nessa partida, ao facilitar num remate inofensivo de Diego Forlan. Um "frango" que também já tinha marcado a sua exibição na eliminatória frente ao Chelsea, disputada há 2 anos atrás. Nessa altura, também não segurou um remate com pouca força de Arjen Robben.
Com 31 anos, parece chegada a altura de Helton reflectir sobre o rumo a dar à sua carreira.
O guarda-redes brasileiro é sempre muito cordial quando se relaciona com a imprensa, com os adeptos ou com os companheiros, no entanto, isso não chega para assumir um lugar no «onze» do FC Porto.
Assim, é possível que Beto não chegue ao FC Porto para ser apenas 'um bom suplente'. O ex-guarda-redes do Leixões tem potencial para assumir a titularidade. Apesar de Carlos Queiroz estar a confiar a baliza da Selecção a Eduardo, julgamos que o novo guarda-redes do FC Porto é mais seguro e fiável que o guarda-redes do Sp. Braga. Se garantir a titularidade no FC Porto, é provável que Beto também venha a ser o nº 1 de Portugal. O FC Porto comprou o melhor guarda-redes português!
Depois de tantos anos a tentar exorcizar o fantasma de Vítor Baía (período durante o qual o FC Porto experimentou um sem nº de guarda-redes portugueses e estrangeiros), as últimas épocas têm sido bem mais tranquilas na baliza do FC Porto. Vamos lá ver se Beto mantém essa tranquilidade.

A «foto do dia» - O programa oficial do Torneio de Amesterdão (1987)

À medida que a pré-época se aproxima, vamos começar a recuperar alguns jogos e torneios de Verão em que o FC Porto se viu envolvido.
Hoje, recuamos à nossa primeira participação no Torneio de Amesterdão com a capa do programa oficial dessa edição da prova.
Em 1987, a competição foi baptizada de 'Amsterdam 712', em virtude de ter sido a 12ª edição da prova. O Ajax tinha organizado o torneio pela primeira vez em 1975, de forma a celebrar os 700 anos da cidade de Amesterdão (1275-1975), ou seja, os organizadores da prova limitaram-se a ir acrescentando um dígito à medida que se foram realizando mais edições da competição ('Amsterdam 701', 'Amsterdam 702',...).
A 12ª edição do torneio realizou-se nos dias 7 e 9 de Agosto de 1987, e contou com as presenças do Ajax, do FC Porto, do Torino e do Dinamo de Kiev (tinha vencido a prova no ano anterior).
Apesar de ter chegado a Amesterdão como campeão europeu (tinha derrotado o Bayern dois meses antes, em Viena), o FC Porto terminou a competição em 4º lugar, com um empate e uma derrota. Curiosamente, a derrota deu-se com o Dinamo de Kiev, na primeira vez que os dois clubes se defrontaram depois das meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1986/87. Os ucranianos desforraram-se das duas derrotas infligidas pelo FC Porto na TCE com uma vitória por 1-0, logo no primeiro jogo do torneio. No mesmo dia, o Ajax venceu o Torino por 2-1, acabando por conquistar essa edição da competição depois de empatar (1-1) com o FC Porto na 2ª jornada (o Torino venceu o Dinamo de Kiev, por 1-0).
Ou seja, os holandeses contabilizaram 3 pontos, contra apenas 2 de Torino e Dinamo de Kiev, e apenas 1 do FC Porto. Essa foi a 4ª vitória do Ajax no célebre torneio por si organizado.

O «cromo do dia» - Juary

Hoje, o «cromo do dia» leva-nos aos anos 80 para recordarmos um dos protagonistas da Final de Viena, Juary.
Juary Jorge dos Santos Filho nasceu a 16 de Junho de 1959, em São João do Meriti (Rio de Janeiro - Brasil). Este ex-jogador do FC Porto era o típico avançado que podia jogar ao lado do ponta-de-lança ou sozinho na frente de ataque. Jogador rápido e de baixa estatura (1,69m), Juary procurava os espaços para poder potenciar as suas características. No FC Porto, era a primeira alternativa ao trio Futre-Gomes-Madjer, tendo sido importantíssimo na caminhada que levou o FC Porto à Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, em Viena. Um suplente de luxo, portanto!
Juary iniciou o seu percurso juvenil no Santos, tendo sido também no clube de Péle que se estreou no campeonato paulista, em 1976. Foi neste histórico clube brasileiro que, com apenas 19 anos, realizou a sua melhor época no Brasil. Essa equipa do Santos, apelidada de 'Meninos da Vila', venceu o campeonato paulista em 1978, tendo Juary sido o melhor marcador da prova, com 29 golos. Nessa altura, o Santos (de Juary) rivalizava com o Flamengo (de Zico), com o Vasco da Gama (de Roberto Dinamite) e com o Internacional (de Falcão).
A boa época que Juary realizou no Santos valeu-lhe um convite para se mudar para o México, onde jogou uma temporada ao serviço da Universidade de Guadalajara.
Também foi nessa altura, em 1979, que o ex-avançado do FC Porto fez a sua estreia na principal selecção do Brasil, tendo sido internacional em duas ocasiões, em jogos contra a Argentina e contra a Bolívia. Foi depois de se estrear na «canarinha» que surgiu o convite para vir para a Europa, tendo chegado a Itália no início da época 1980/81, para representar o Avellino. Foi neste modesto clube italiano que, no ano seguinte, realizou a melhor época da sua carreira, apontando 8 golos na Série A (uma curiosidade: no Avellino, Juary foi colega de Stefano Tacconi, o célebre guarda-redes italiano que se cruzou com Rui Barros, na Juventus).
Foi então que surgiu o convite do Inter para Juary se mudar para Milão. Apesar de ter assinado o melhor contrato da sua carreira, em Milão as coisas não lhe correram tão bem, em parte devido à concorrência de Alessandro Altobelli e de Hans Muller, na frente de ataque dos milaneses.
Nessa época (1982/83), Juary marcou apenas 2 golos com a camisola do Inter. Devido à pouca utilização do avançado brasileiro, o Inter decidiu emprestá-lo, sucessivamente, ao Ascoli (1983/84), à Cremonese (1984/85) e ao FC Porto (1985/86 e 1986/87).
No FC Porto, o brasileiro era o suplente preferido de Artur Jorge, pois apesar de ter chegado às Antas ainda jovem (tinha apenas 26 anos), encontrou no trio Futre-Gomes-Madjer um forte obstáculo à titularidade.
Em 1985/86, participou em 21 jogos do campeonato nacional, mas quase sempre como suplente utilizado (16 partidas). Nessa época, ficou-se pelos 3 golos marcados no campeonato. É curioso que na época 1986/87, apesar de ter sido menos utilizado que no ano anterior, acabou por marcar mais golos (8), sagrando-se o terceiro melhor marcador do FC Porto no campeonato (atrás de Fernando Gomes e Paulo Futre).
Nessa duas épocas, a 'arma secreta' de Artur Jorge foi o 12º jogador do FC Porto.
Apesar de Juary ter marcado alguns golos nas provas nacionais, na memória de todos os portistas ficaram os golos que marcou nas competições europeias. E estreou-se logo com um «hat-trick», frente ao Barcelona!
Foi na 2ª eliminatória da extinta Taça dos Clubes Campeões Europeus, época 1985/86. Depois de eliminar o Ajax, o FC Porto cruzou-se com o campeão espanhol. Na 1ª mão, o FC Porto foi derrotado no 'Camp Nou' por 2-0 (golos de Marcos e Schuster). Ou seja, os espanhóis partiam para o jogo das Antas com a passagem aos Quartos-de-final quase assegurada. Com o que não contavam era com um 'super-Juary', que no jogo da 2ª mão 'sacou' a melhor noite europeia da sua carreira. O avançado brasileiro inaugurou o marcador aos 67 minutos e, 3 minutos depois, igualou a eliminatória! No entanto, o sonho do FC Porto terminou aos 78 minutos, quando o escocês Steve Archibald reduziu para 2-1 e 'arrumou' com a eliminatória. Um novo golo de Juary, aos 89 minutos, já não foi suficiente para o FC Porto aceder à fase seguinte. Ainda assim, fica a memória dos 3 golos de Juary ao Barça.
Apesar do feito que marcou a sua estreia a marcar nas competições europeias com a camisola do FC Porto, o seu momento alto na Europa ficou guardado para a época seguinte.
Além de ter sido ele a desbloquear a Final de Viena (marcou o golo da vitória do FC Porto, aos 80 minutos), também foi fundamental nos Quartos-de-final da competição, frente ao Brondby. O FC Porto tinha vencido os dinamarqueses, nas Antas, por apenas 1-0 (golo de Madjer) e, aos 36 minutos do jogo da 2ª mão, Steffensen igualou a eliminatória. Esse jogo ficou marcado pela grave lesão de Casagrande que, aos 15 minutos de jogo, cedeu o seu lugar a Juary. Esse infortúnio de Casagrande acabou por se revelar decisivo para o desfecho da eliminatória, pois Juary marcou (a Peter Schmeichel) o golo do empate, aos 70 minutos, e colocou o FC Porto nas meias-finais.
Depois da glória europeia, em Viena, Juary deixaria o FC Porto na época seguinte, tendo participado em apenas 2 jogos no campeonato, já sob a orientação de Tomislav Ivic. O avançado brasileiro regressou ao Brasil para jogar uma época na Portuguesa dos Desportos.
Ao serviço do FC Porto, Juary venceu 2 campeonatos nacionais (em 1987/88, ainda foi utilizado em duas partidas), 1 Supertaça Cândido de Oliveira e 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Com 30 anos, ainda regressou ao clube que o formou, o Santos, para depois terminar a carreira, em 1993, ao serviço do Moto Clube (de São José de Ribamar).
Recentemente, foi noticiado que regressou a Itália para orientar os juvenis ('Berretti') do Avellino.
Outra curiosidade: quando representava o Avellino, Juary chegou a ver a sua cara na capa de um disco (que recuperámos num 'post' anterior)! Foi uma forma dos adeptos o homenagearem pela forma entusiástica com que festejava os seus golos. Juary corria para um dos cantos do relvado e dançava um samba à volta da bandeirola (em cima, na foto)!
Em virtude de ter sido, quase sempre, suplente utilizado, não foi fácil encontrá-lo numa foto de um «onze» do FC Porto. Assim, recuperámos um «onze» do Santos, de finais dos anos 70, onde surge o avançado brasileiro (Juary é o terceiro, em baixo).
Em cima, também recuperámos algumas fotos com o antigo 'suplente de luxo' do FC Porto. Na primeira, surge a festejar um dos golos do célebre «hat-trick» ao Barcelona. Na segunda, surge a fazer o passe para o 'calcanhar de Madjer'. Na terceira, surge a festejar um golo com a camisola do Avellino. E na quarta, surge ao lado do falecido Teles Roxo, ainda no Estádio do Prater, após o FC Porto-Bayern.

terça-feira, 16 de junho de 2009

Outra vez o defesa-esquerdo!

Será que vamos ter que voltar a correr o mundo por um defesa-esquerdo? Com a saída de Cissokho, parece que vai voltar a haver dúvidas na posição que o FC Porto tem mais dificuldade em preencher e em reforçar, a lateral-esquerda. Nos últimos 20 anos, contam-se pelos dedos de uma mão (ou quase!) os defesas-esquerdos que passaram pelo FC Porto com relativo sucesso (Inácio, Branco, Rui Jorge, Esquerdinha, Fernando Mendes, Nuno Valente, Cissokho e... pouco mais!).
Pelo que vimos nos últimos 6 meses, arriscamos a dizer que o jogador francês foi o melhor defesa-esquerdo que passou pelo FC Porto depois do brasileiro Branco (em baixo, na foto).
É curioso que Cissokho foi um dos laterais mais baratos da história do FC Porto e vai acabar por ser o mais rentável de sempre (a sua transferência pode vir a ultrapassar os 15 milhões de euros).
O súbito interesse dos grandes clubes europeus no lateral francês não foi surpreendente, porque Cissokho ocupa uma posição que é das mais difíceis de reforçar no mercado. O FC Porto teve essa experiência depois da saída de Nuno Valente (em baixo, na foto).
Cissokho tem potencial para vir a ser um dos melhores defesas-esquerdos da Europa. Contudo, a sua saída permite ao FC Porto realizar uma das maiores mais-valias da sua história. O problema será encontrar um sucessor, pois é um pouco ingrato ter de começar quase do zero depois de experimentar tantos laterais-esquerdos (Leandro, Areias, Marek Cech, Ezequias, Lucas Mareque, Lino, Benítez,...) que não se conseguiram impor depois da saída de Nuno Valente.
Agora, resta-nos aguardar pela rápida adaptação do uruguaio Álvaro Pereira (em cima, na foto). O ex-jogador do Cluj parece ter todos os atributos que caracterizam os bons defesas-esquerdos: é possante, rápido, tem cultura táctica e está completamente adaptado ao futebol europeu (disputou a última 'Champions').
Ainda assim, o FC Porto deveria colocar a possibilidade de adquirir mais um defesa-esquerdo, isto porque as outras duas opções para o lado esquerdo, Benítez e Fucile, não dão as mesmas garantias de um jogador como Cissokho. O lateral argentino foi um 'erro de casting' e não seria surpreendente se já não voltasse ao FC Porto, enquanto que Fucile seria sempre uma adaptação/solução de recurso.
Talvez um jovem com grande margem de progressão fosse uma boa alternativa ao uruguaio Álvaro Pereira.
Agora, esperemos que não nos levem mais nenhum anel, isto porque o assédio a jogadores do FC Porto (Lisandro, Bruno Alves,...) vai continuar. Já sabemos que o Prof. Jesualdo tem jeito para reconstruir equipas, mas quem quer ir longe na 'Champions' não pode estar constantemente a mudar o seu «onze» base. O FC Porto até se encontra em boa posição negocial (não tem urgência em realizar transferências), mas pode não estar preparado para uma ou outra transacção mais inesperada (Hulk, Meireles, Lucho,...).
A verdade é que a participação do FC Porto na última 'Champions', principalmente nos jogos em Madrid e Manchester, valorizou muito os jogadores. Neste momento, é quase impossível contrariar a lei do mercado!

«Curiosidades FCP» - O FC Porto de Joseph Szabo

Hoje, nas «Curiosidades FCP», recuamos aos anos 30 e à primeira edição do campeonato nacional de futebol. Nessa altura, o FC Porto era orientado pelo conceituado Joseph Szabo. O treinador húngaro chegou ao Porto no início da década de 30, vindo do Marítimo, e trouxe consigo o melhor jogador português de então, Pinga (em baixo, na foto).
Inicialmente, Szabo começou por ser treinador-jogador. Foi nessa condição que conquistou o campeonato de Portugal (competição que antecedeu a Taça de Portugal) de 1931/32 (vitória do FC Porto sobre o Belenenses, por 2-1, na Finalíssima disputada em Coimbra).
O treinador húngaro havia sido jogador do histórico Ferencvaros (Húngria) e chegou ao nosso país com fama de técnico disciplinador e exigente (tal como outro treinador que orientou o FC Porto na década de 50, o brasileiro Dorival Yustrich). No entanto, ao carácter autoritário também juntava um perfil competente e ganhador. É da sua autoria uma velha máxima que privilegia a vertente física em prol da criatividade. «No futebol, o sucesso faz-se com 90% de transpiração e 10% de génio», afirmava o húngaro.
A passagem de Szabo pelo FC Porto ficou marcada pela conquista da 1ª edição do campeonato nacional, época 1934/35.
Nesse ano, o FC Porto tornou-se a primeira equipa portuguesa a vencer todos os jogos que disputou em casa (Constituição) numa edição da Liga. Esse campeonato foi uma luta «ombro-a-ombro» até à última jornada, que ficou marcada por um escaldante Sporting-FC Porto. Ao FC Porto bastava-lhe um empate para ser campeão. No entanto, uns dias antes do jogo, Pinga adoeceu e foi dado como inapto para o decisivo encontro. Ainda assim, um empate (2-2) foi suficiente para garantir o 1º campeonato da nossa história. O FC Porto terminaria a Liga com 2 pontos de avanço sobre o Sporting e 3 sobre o Benfica. Em Setembro de 1935, Szabo deslocou-se a Inglaterra para um estágio no Arsenal, de onde trouxe novos métodos de treino ainda mais exigentes que aqueles que habitualmente utilizava no FC Porto. Essa nova metodologia não agradou nada aos jogadores, que, segundo relatos da época, eram obrigados a percorrer 7 quilómetros a pé, desde a Constituição até à Circunvalação. Além de ter incrementado a vertente física, Szabo também instituiu um esquema de multas, que aplicava consoante os atrasos aos treinos.Apesar de ser muito respeitado, o treinador húngaro acabaria por entrar em conflito com a Direcção e com os jogadores, o que originou a sua demissão, em Fevereiro de 1936. Szabo justificou a sua decisão com a falta de apoio da Direcção. Segundo relatos da imprensa, até terá chegado a agredir um director por este lhe ter chamado maluco!
Quase 10 anos depois, em 1945, o treinador húngaro acabaria por regressar ao FC Porto, mas sem o sucesso que marcou a sua primeira passagem pelo clube.
Em cima, a ilustrar o 'post', recuperámos a equipa que venceu o 1º campeonato da história do FC Porto.
Em cima (da esq. p/ dta): Carneiro, Mota, Mesquita, Pinga, Carlos Nunes, Acácio Mesquita, Assis e Raúl;
Em baixo (da esq. p/ dta): Costa Santos, Faria, Avelino, Nova, Soares Reis, Álvaro, Carlos Pereira e Castro;

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto - Panathinaikos, Liga dos Campeões 1995/96

Recuperamos mais um bilhete de um jogo europeu do FC Porto. Desta vez, recuamos à nossa 3ª participação na 'Champions' com o bilhete do jogo que opôs o FC Porto aos gregos do Panathinaikos, relativo à 3ª jornada da fase de grupos da competição.
Depois de empatar (0-0) com o Nantes e vencer (2-0) os dinamarqueses do Alborg nas duas primeiras jornadas da prova, o FC Porto tinha a possibilidade de, em caso de vitória sobre o Panathinaikos, passar para a frente do Grupo A. Algo surpreendentemente, o 'Pana' venceu nas Antas por 1-0 (golo de Markos, aos 41') e chegou ao primeiro lugar do grupo. Quanto ao FC Porto (de Bobby Robson), viu fugir-lhe a possibilidade de se apurar para os Quartos-de-final depois de empatar os últimos 3 jogos que disputou na fase de grupos (0-0 na Grécia, 2-2 com o Nantes e 2-2 na Dinamarca). Nantes e Panathinaikos avançaram para a fase seguinte.
Depois dessa derrota frente ao Panathinaikos, o FC Porto necessitou de esperar 8 anos para devolver a "gentileza" aos gregos. Foi na edição de 2002/03 da Taça UEFA. O Panathinaikos foi o nosso 5º obstáculo antes da final de Sevilha, tendo o FC Porto vencido no inferno do Estádio Apóstolos Nikolaidis por 2-0 (dois golos de Derlei).

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Só falta um 'nº 10 moderno'

Parece ser a única lacuna no plantel do FC Porto para a próxima época. Neste momento, faz-nos falta um médio-centro com menos músculo e mais criatividade. O ideal seria o FC Porto contratar um nº 10 que aliasse força e técnica, mas esses jogadores são cada vez mais difíceis de encontrar no mercado.
Dos jogadores já confirmados para a próxima época, Silvestre Varela e Álvaro Pereira cumprem esses requisitos, mas os ex-jogadores do E. Amadora e do Cluj nem sequer são médios-centro. Ainda assim, o 'Drogba da Caparica' é a nossa grande aposta para o FC Porto 2009/10.
Quanto aos jogadores disponíveis para o meio-campo, esta época confirmou a falta de um jogador com características para "romper" sistemas defensivos demasiado densos. Isso ficou bem evidente naqueles jogos disputados no Dragão em que o FC Porto não foi além de empates (0-0) sem golos (com Marítimo, Trofense e Sporting).
Quando os adversários recuavam no terreno, sentia-se a falta de um centro-campista que servisse os avançados e que, ao mesmo tempo, obrigasse o adversário a cometer faltas próximo da área.
Como Jesualdo opta por não jogar com um clássico nº 10, a solução talvez passe por adquirir um jogador que possa responder com técnica ao futebol mais prático e linear de Lucho Gonzalez e Raúl Meireles. Uma espécie de nº 10 do futebol moderno que não se limite a jogar apenas quando está em posse da bola e que saiba interpretar na perfeição as transições rápidas que o Professor tanto gosta de aplicar (Deco e Anderson, por exemplo, têm o perfil perfeito para essa função).
A verdade é que o clássico nº 10 não cabe no FC Porto de Jesualdo, e o Professor provou que essa opção traz mais virtudes do que defeitos ao seu sistema.
Geralmente, os jogadores de meio-campo que são muito dotados tecnicamente (Ibson e Diego, por exemplo) apresentam uma tendência natural para "prender" a bola e adornar demasiado os lances.
A colocação de um clássico nº 10 no meio-campo do FC Porto não iria permitir potenciar as características de um trio de ataque (Hulk, Lisandro e Rodriguez) formado por jogadores rápidos e muito fortes fisicamente. Ou seja, o futebol abrasivo do ataque do FC Porto sofreria um retrocesso.
No entanto, os admiradores deste tipo de jogadores também têm razão quando afirmam que o jogo do FC Porto se torna demasiado previsível quando defronta adversários muito fechados. Enfim , não há sistemas perfeitos!
No actual FC Porto, há um jogador que é o exemplo perfeito do clássico médio-centro que não encaixa neste tipo de sistema utilizado por Jesualdo Ferreira, o colombiano Freddy Guarín.
Este sul-americano até é um jogador forte fisicamente, mas privilegia demasiado o futebol de passe curto e de bola no pé. Vamos lá ver se na próxima época (se ficar no FC Porto, claro!) Guarín ainda vai a tempo de aprender a ser um 'médio-centro à Jesualdo'.
Quanto à política de contrataçãos do FC Porto para a nova época, saúda-se a opção de privilegiar o mercado europeu em detrimento do mercado sul-americano. Todos os jogadores (Miguel Lopes, Nuno André Coelho, Maicon, Álvaro Pereira, Silvestre Varela e Orlando Sá) garantidos para a próxima época conhecem o futebol europeu. Só por isso, já partimos em vantagem face aos nosso rivais.

O «cromo do dia» - Franklim

Hoje, no «cromo do dia», deixamos o universo do Futebol para fazermos uma merecidíssima homenagem a um dos melhores guarda-redes de Hóquei em Patins de todos os tempos e que, entretanto, se transformou também num brilhante treinador. Falamos de Franklim Pais, o Sr 'Octa'.
Franklim José Ribeiro Pais nasceu a 7 de Dezembro de 1961 (tem 47 anos). Este antigo guarda-redes do FC Porto e da Selecção nacional começou a jogar Hóquei em Patins no Infante de Sagres. Era ainda muito jovem e estava longe de imaginar que a sua carreira o levaria a ser considerado um símbolo do FC Porto, o clube que mais tempo representou.
É curioso que, ainda antes de chegar ás Antas, Franklim representou o clube com quem disputou este ano a final do 'play-off' do campeonato nacional, a Juventude de Viana. O actual treinador do FC Porto representou os vianenses no início da década de 80, precisamente nos anos de ouro do Juventude. Recentemente, numa entrevista a um diário desportivo, Franklim lembrou, a propósito da final com o Juv. Viana, que "foi um dos clubes por onde gostei de passar e pelo qual dei tudo, mas já foi há muitos anos".
Franklim chegou ao FC Porto na época 1984/85. Até essa altura, o FC Porto tinha apenas vencido 2 campeonatos nacionais, 1 Taça de Portugal, 2 Supertaças e 2 Taças das Taças. Ou seja, a sua chegada ao FC Porto coincidiu com o início da nossa saga vitoriosa na modalidade, e que ainda hoje se mantém.
O melhor guarda-redes de Hóquei em Patins da história do FC Porto ficou associado a 16 dos 18 campeonatos que conquistámos na modalidade (Franklim só não foi campeão em 1982/83 e 1983/84). Aos campeonatos conquistados soma também um sem número de Taças de Portugal e Supertaças. A nível europeu, só lhe faltou vencer a Taça das Taças, pois o FC Porto venceu a competição (em 1981/82 e 1982/83) quando Franklim ainda representava a Juv. Viana. No total , são 47 (!) títulos ao serviço do FC Porto.
Como treinador, Franklim deve ser um caso único no Desporto nacional, pois esta semana garantiu o 8º (!) campeonato consecutivo na modalidade desportiva que em Portugal conquistou mais títulos, quer a nível de Selecções como de clubes.
Aos 8 campeonatos nacionais conquistados como técnico principal, Franklim junta ainda 6 campeonatos como jogador e 2 como treinador-adjunto (de António Livramento e Cristiano Pereira). Impressionante!
Como treinador, falta-lhe apenas ser campeão da Europa (perdeu todas as finais que disputou frente ao Barcelona), um título que venceu por duas vezes quando era guarda-redes (o FC Porto venceu o troféu em 1986 e em 1990). Franklim foi suplente utilizado (Domingos era o guarda-redes titular) naquela inesquecível final a duas mãos, frente ao Novara, em que o FC Porto chegou ao intervalo do jogo da 2ª mão a perder por 5-1 (venceu 7-5!), e foi titular na 2ª conquista da Taça dos Campeões Europeus, em 1990, frente ao Noia (vitórias por 6-0 e 5-2). A nível internacional, também merecem destaque as duas Taça CERS (era uma espécie de Taça UEFA do Hóquei em Patins) que conquistou enquanto jogador do FC Porto. A primeira, em 1993/94, numa vitória sobre o Vic (derrota por 2-5, na 1ª mão, e vitória por 7-1 na 2ª), e na segunda, em 1995/96, numa vitória sobre outra equipa espanhola, o Tordera (vitória por 3-0, na 1ª mão, e por 7-1 na 2ª).
O outro troféu internacional que conquistou foi frente a uma equipa portuguesa, quando o FC Porto derrotou (vitória por 9-3, na 1ª mão, e derrota por 3-4 na 2ª) a Sanjoanense, na Supertaça europeia 1985/86.
Franklim também foi internacional por Portugal em mais de 100 ocasiões, tendo-se sagrado por duas vezes campeão da Europa e campeão do mundo.
Já depois de terminada a carreira de jogador, o antigo guarda-redes do FC Porto viu o seu nome figurar numa eleição para o melhor «cinco» de sempre do clube: Franklim, António Alves, António Vale, Cristiano Pereira e Vítor Hugo.
Outra curiosidade: Franklim é dos poucos que recebeu o 'Dragão d´Ouro' como jogador e como treinador (em cima, surge a receber o troféu das mãos de Ilídio Pinto).
Em cima, na foto, recuperámos a equipa, orientada por Cristiano Pereira, que venceu o Novara na Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1985/86.
Em cima (da esq. p/ dta): António Alves, Tó Neves, Domingos Carvalho, Vítor Bruno, Luís Almas e Realista;
Em baixo: (da esq. p/ dta): Vítor Hugo, Domingos, Franklim e António Vale;

A «foto do dia» - O programa oficial do Wrexham - FC Porto, Taça dos Vencedores das Taças 1984/85

Hoje, recuamos à fatídica eliminatória entre o FC Porto e o Wrexham (País de Gales), da extinta Taça dos Vencedores das Taças, com a capa do programa oficial do jogo da 1ª mão da 1ª eliminatória da competição.
Um golo de Steel, aos 72 minutos de jogo, marcou uma das mais decepcionantes derrotas do FC Porto em jogos das competições europeias. No entanto, a maior desilusão ficou guardada para o jogo da 2ª mão. Nas Antas, o FC Porto chegou a ter uma vantagem de três golos (3-0), mas uma exibição infeliz do excêntrico guarda-redes sérvio Petar Borota (Zé Beto estava castigado nos jogos das competições europeias) permitiu que os gauleses dessem a volta à eliminatória depois de reduzirem para 4-3 aos... 88 minutos de jogo!
O FC Porto ficou fora da Europa depois de ser eliminado por um dos mais acessíveis adversários que encontrou em jogos das competições europeias.
Quanto ao Wrexham, seria eliminado logo na eliminatória seguinte, pela Roma (2-0 e 1-0). Nessa época, foi o Everton (Ing) a vencer a final que, um ano antes, o FC Porto disputou em Basileia, frente à Juventus.
Uma curiosidade: o clube onde Ian Rush jogou antes de terminar a carreira já tinha sido responsável por outra proeza europeia. Na época 1975/76, o Wrexham atingiu os Quartos-de-final da Taça dos Vencedores das Taças, depois de eliminar o Djurgardens (Suécia) e o Stal Rzeszów (Polónia) nas duas primeiras eliminatórias da competição. Nesse ano, a aventura dos galeses terminou aos pés do vencedor da prova, o Anderlecht (Bélgica).

segunda-feira, 8 de junho de 2009

O Octacampeonato

É uma palavra nunca antes pronunciada naquelas 5 modalidades (Futebol, Hóquei em Patins, Andebol, Voleibol e Basquetebol) mais seguidas pelos adeptos e um recorde para o próprio FC Porto (se exceptuarmos a variante de 'Andebol de 11', na qual o FC Porto se sagrou campeão por 12 (!) vezes consecutivas, da época 1948/49 até à temporada de 1959/60). O 'Octa' (ou bi-tetra) é um registo fabuloso do Hóquei em Patins do FC Porto, que continua a ser a modalidade que mais títulos internacionais (7) ofereceu ao clube. Foi o 18º campeonato nacional conquistado pelo FC Porto na modalidade (18 títulos em 26 anos!).
Apesar de ainda faltarem dois títulos para alcançar o Benfica, o FC Porto continua a ser o clube português com mais títulos conquistados em todos os escalões da modalidade (séniores, juniores, juvenis, iniciados e infantis). A nível internacional, o Hóquei conquistou 2 Taças dos Campeões Europeus, 2 Taças das Taças, 2 Taças CERS e 1 Supertaça/Taça Continental.
O 'Octa' foi garantido em Viana do Castelo, frente à Juv. Viana. Uma vantagem por 5-4 (após prolongamento e golo de ouro) marcou a 3ª e definitiva vitória do FC Porto no 'play-off' (um sistema implementado recentemente e que valoriza ainda mais os títulos do FC Porto, eterno vencedor da fase regular).
Quanto à Juv. Viana, valorizou muito a 8ª vitória consecutiva do FC Porto na modalidade, pois além de ter vencido um jogo do 'play-off', ainda nos obrigou a jogar dois prolongamentos.
Depois da geração de Vítor Hugo, Franklim e Realista, entre outros, ter vencido 8 campeonatos em apenas 9 épocas (a série foi interrompida por um título do Sporting, em 1988), é agora a vez da geração de Filipe Santos, Edo Bosh e Reinaldo Ventura, entre outros, garantir 8 títulos consecutivos. Notável!
Agora, fica apenas a faltar o título europeu, que a melhor geração de hoquistas do FC Porto venceu em duas ocasiões, durante a década de 80. Com mais este título, o FC Porto também consolida a 3ª posição no ranking mundial de clubes com mais títulos conquistados (nacionais e internacionais). O Barcelona lidera esta tabela, com 89 títulos, seguindo-se o Novara (que nunca foi campeão da Europa), com 58 títulos, e o FC Porto, com 53.
Mas o Octacampeonato marca um recorde nacional muito mais relevante, isto porque é a primeira vez que um clube garante 8 títulos consecutivos no conjunto das 5 modalidades com mais história no Desporto português.
Com o 'Octa' no Hóquei, o FC Porto supera os melhores registos do Sporting (venceu 5 títulos consecutivos no Andebol), do Instituto Superior Técnico (venceu 7 títulos consecutivos no Voleibol), do Benfica (venceu 7 títulos consecutivos no Basquetebol) e do próprio FC Porto, que no Futebol venceu 5 títulos consecutivos (Penta). Ou seja, falamos de uma marca muito difícil de superar nas próximas gerações. E atenção, porque na próxima época o Hóquei em Patins muda-se para o inferno do «Dragãozinho». Se a isto juntarmos o anunciado regresso ao FC Porto de Pedro Gil (um 'hoquista à FC Porto' que representava o Réus e que se vinculou aos Octacampeões para as próximas 3 épocas), estão reunidas as condições para atacar o 9º título consecutivo. Na próxima época, o Hóquei merece ter o «Dragãozinho» sempre lotado.
Este ano, só faltou garantir o título no Basquetebol para o FC Porto fazer o pleno nas 4 modalidades (continuamos sem o Voleibol). Ao 'Tetra' no Futebol, seguiu-se o regresso aos títulos no Andebol e o 'Octa' no Hóquei em Patins. Fantástico!
Perante estes resultados, o FC Porto deveria ponderar seriamente a hipótese de expandir o eclectismo. Não se poderia fazer um esforço para recuperar duas modalidades históricas do clube, o Voleibol e o Ciclismo?

A «foto do dia» - FC Porto 1993/94

Na semana passada, nas «Curiosidades FCP», recuámos ao jogo que marcou a 8ª vitória do FC Porto na Taça de Portugal. Hoje, recordamos o «onze» que Bobby Robson utilizou nessa partida.
Essa vitória (2-1), frente ao Sporting, marcou a desforra do técnico inglês depois de ter sido despedido por Sousa Cintra. E tivesse Robson substituído Tomislav Ivic mais cedo e o FC Porto ainda teria chegado ao título (o FC Porto terminou o campeonato em 2º lugar, a apenas 2 pontos do Benfica). Era o FC Porto de Vítor Baía, Fernando Couto, Aloísio, Timofte, Domingos, Drulovic e Kostadinov, entre outros.
Nessa edição da Taça de Portugal, o FC Porto eliminou, consecutivamente, o Ac. Viseu (5-2), o Vit. Guimarães (1-2), o Salgueiros (0-2) e o Desp. Aves (6-0). Nas meias-finais, o FC Porto defrontou o E. Amadora, enquanto que o Sporting recebeu o acessível Lourosa. O jogo da Amadora realizou-se 4 dias depois da épica vitória do FC Porto em Bremen, por 5-0. Depois da jornada europeia, o FC Porto manteve as boas sensações do 'Weserstadion' e voltou a vencer, desta vez por 2-1.
Na final, houve necessidade de se realizarem dois jogos para se encontrar o vencedor da prova. Depois do empate (0-0) no primeiro jogo, o FC Porto venceu o Sporting, por 2-1 (Rui Jorge, Vujacic e Aloísio), na Finalíssima.
Em cima (da esq. p/ dta): Vítor Baía, Fernando Couto, Timofte, Aloísio, Folha e João Pinto;
Em baixo (da esq. p/ dta): Drulovic, Paulinho Santos, Secretário, André e Rui Jorge;

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Os campeões de Andebol e Álvaro Pereira

Faz agora 1 ano que o FC Porto conquistou o sétimo campeonato consecutivo no Hóquei em Patins e, precisamente no mesmo dia, garantiu também a contratação de Cristian Rodriguez. Um ano depois, e também no mesmo dia, é a vez do Andebol conquistar o campeonato nacional e de chegar ao FC Porto outro jogador cobiçado pelo Benfica, o uruguaio Álvaro Pereira.
Mas vamos primeiro ao mais importante, a vitória (26-23) de ontem no Andebol. Que grande noite no novo «Dragãozinho». Já não víamos um ambiente assim desde os saudosos jogos no antigo Pavilhão Américo de Sá. Fantástica atmosfera!
Com o «Dragãozinho» lotadíssimo (havia gente nas escadas e nos varandins!) e com os adeptos a levarem a equipa ao colo, só um jogo transcendente por parte do Benfica poderia impedir o FC Porto de chegar ao título no 5º jogo do 'play-off'.
Depois de várias épocas de «travessia do deserto», o Andebol do FC Porto regressou aos títulos no final dos anos 90. Depois disso, seguiram-se 4 campeonatos conquistados nos últimos 8 anos: 2001/02, 2002/03, 2003/04 e 2008/09.
Ou seja, este é o primeiro campeonato ganho pelo FC Porto depois do «tri» conquistado pela fortíssima equipa de Andebol do FC Porto que incluía, entre outros, Carlos Resende, Vladimir Petric, Eduardo Filipe e Alexandre Dedu. Cinco anos depois, temos Resende como treinador e uma equipa que joga à sua imagem, com alegria, confiança e muita entreajuda. Com um plantel formado só por jogadores portugueses (a excepção é o pouco utilizado guarda-redes suplente Jerkovic), o FC Porto provou que, ainda assim, é possível construir um plantel forte e homogéneo. Ao contrário do que acontece no Basquetebol, em que os norte-americanos fazem a diferença, no Andebol a opção por jogadores estrangeiros nem sempre é uma mais-valia (veja-se o caso dos estrangeiros do Benfica).
Na base das vitórias desta época esteve uma defesa agressiva e uma constante alegria colocada em campo pelos jogadores. O FC Porto foi derrotado apenas 3 vezes e nos 'play-off' não perdeu nenhum jogo em casa.
O Andebol era, até ontem, a modalidade de pavilhão que menos títulos havia conquistado durante a presidência de Pinto da Costa. Com esta vitória, foram igualados os campeonatos conquistados (5) pelo Basquetebol. Ainda assim, muito longe do registo do Hóquei em Patins, que só sabe ganhar! Com o título do Andebol, o «Dragãozinho» garante um excelente baptismo. É novinho mas já tem uma modalidade campeã.
Quanto a Álvaro Pereira, é uma excelente opção para o lado esquerdo da defesa/ataque do FC Porto. Mesmo que Cissokho permaneça no plantel (se sair, o FC Porto vai voltar aos equívocos dos últimos anos, quando adquiriu um sem nº de laterais esquerdos), o internacional uruguaio pode ser utilizado em simultâneo com o lateral francês, pois pode jogar como médio interior esquerdo ou como extremo esquerdo (por vezes, o seleccionador uruguaio utiliza-o atrás de Cristian Rodriguez, no «onze» do Uruguai).
Ao contrário do que se possa pensar, a contratação de Álvaro Pereira não é apenas um capricho da SAD do FC Porto, visando provocar o nosso maior rival. Se assim fosse, o FC Porto também teria garantido outros jogadores (Carlos Martins, Balboa, Aimar, ...) que ingressaram no Benfica, pois não lhe faltavam argumentos financeiros.
Neste caso, e tal como na contratação de Cristian Rodriguez, trata-se de adquirir um internacional uruguaio que já conhece o futebol europeu e, ao mesmo tempo, evitar que o Benfica se reforçe com um jogador de qualidade. Ou seja, é uma espécie de «2 em 1»: o FC Porto garante um jogador para uma posição (defesa esquerdo) em que o mercado não é fértil e evita o fortalecimento do maior rival. O FC Porto só quer os melhores!