quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Como é que o Professor enganou Paulo Bento (pela segunda vez consecutiva!)

Não, não foi Bruno Paixão o principal responsável pela eliminação do Sporting da Taça de Portugal. Depois de confirmado que o FC Porto foi de facto a equipa mais prejudicada pela arbitragem no último clássico (dois penaltis por assinalar sobre Hulk e algumas agressões que passaram impunes), já se pode agora analisar com mais serenidade o trabalho das duas equipas e dos dois treinadores.
Uma mudança táctica no «onze» do FC Porto é suficiente para derrotar este Sporting. Enquanto que Paulo Bento insiste em utilizar sempre o mesmo sistema táctico, Jesualdo já tem alternativa ao 4-3-3. Foi essa alternativa, o 4-4-2 com a inclusão de Tomás Costa no meio-campo, a chave das duas vitórias consecutivas em Alvalade. Mas para além dos sistemas tácticos, existem outras razões para o comportamento das duas equipas desde que estas são orientadas por Paulo Bento e Jesualdo Ferreira. Enquanto que Jesualdo confia e dá oportunidades a todos os jogadores do plantel, o treinador do Sporting prefere utilizar quase sempre o mesmo grupo de 13 ou 14 jogadores. A opção tem mais desvantagens do que virtudes. Enquanto que Jesualdo, ao colocar os habituais não titulares, corre o risco de ver a equipa ser eliminada de provas como a Taça de Portugal ou a Taça da Liga, Paulo Bento prefere jogar quase sempre com o mesmo «onze», até com adversários potencialmente mais frágeis como o Lagoa ou o Fátima. Mas isso obriga a equipa a um maior desgaste, bem reflectido na diferença de quase 20 pontos para o FC Porto no final da época passada. Ao invés, Jesualdo prefere refrescar a equipa noutras provas de forma a manter os níveis físicos e não desgastar mentalmente os jogadores. Ou seja, Paulo Bento, ao recear ser eliminado em competições menos prestigiantes, prefere “massacrar” o seu «onze» base para no final da época poder garantir um ou dois títulos que possam minimizar as más prestações da equipa na Liga e nas competições europeias. Mas mesmo utilizando quase sempre o mesmo «onze», o treinador do Sporting nem na Final da Taça da Liga conseguiu derrotar o conjunto com o orçamento mais baixo da Liga, o Vit. de Setúbal. Aliás, em 4 jogos com os vitorianos, o Sporting não venceu nenhum! Na Liga dos Campeões, com excepção desta época, a prestação da equipa tem sido desastrosa. Certamente que a culpa não foi de Bruno Paixão! Apesar de Paulo Bento privilegiar um sistema que permite à equipa estar menos exposta ao erro, com o 4-4-2 losango o Sporting fica demasiado previsível quando a equipa precisa de se afirmar e superiorizar ao adversário. Quanto ao(s) sistema(s) do FC Porto, Jesualdo pode rapidamente mudar tácticamente durante o jogo consoante as necessidades da equipa. Além disso, o 4-3-3 é o sistema ideal para uma equipa que quer ser autoritária na Liga portuguesa. Agora, falta apenas dar maior consistência ao 4-4-2. Conclusão: Paulo Bento é conservador, Jesualdo é corajoso e Bruno Paixão é um mau árbitro! Mas tudo isto também passa pela cultura dos dois clubes. No FC Porto, Jesualdo tem que ser campeão nacional e fazer uma boa campanha na Liga dos Campeões para evitar ser despedido, enquanto que em Alvalade qualquer Supertaça Cândido de Oliveira é suficiente para manter a confiança no treinador. Exigências...

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