Não é dramático perder a Supertaça europeia (a competição é apenas um bónus para os vencedores da ‘Champions’ e da Liga Europa). O drama seria se o FC Porto a tivesse perdido com uma postura expectante e indecisa sobre o jogo e o adversário. Não foi isso que aconteceu. O FC Porto foi personalizado e jogou ‘olhos nos olhos’ com o Barça. Apesar da derrota, fica o consolo do FC Porto 2011/12 ser uma equipa que vai querer abordar os jogos como o Barcelona. É um bom princípio! Uma das grandes qualidades deste Barcelona é a humildade e respeito que treinadores e jogadores revelam sobre qualquer adversário. Aliás, o Barcelona começou a ganhar o jogo quando, nos dias que o antecederem, todo o seu ‘staff’ se desfez em elogios ao FC Porto. Elogios justos e espontâneos, diga-se!
Sejamos realistas: perante o cepticismo que acompanhava a grande maioria dos adeptos do FC Porto, a exibição até surpreendeu pela positiva. Um cepticismo que até era natural, pois o FC Porto ainda não apresenta a qualidade de jogo da época passada e o Barcelona surgiu no Mónaco ainda mais reforçado que na época anterior. De qualquer forma, não estava em causa o número de golos sofridos ou a percentagem de posse de bola, o que se avaliava era a capacidade do FC Porto em ser destemido e personalizado. Ou seja, mais do que a qualidade de jogo, o que estava em causa era o prestígio de quem já venceu 7 troféus internacionais. O FC Porto perdeu a Taça, mas saiu do Mónaco com a sua reputação intacta! Foi um prazer disputar um troféu com a equipa que muitos consideram a melhor de todos os tempos, que mostra tanta humildade e respeito pelos adversários e que tem um treinador que é um cavalheiro. Até irrita tanta perfeição!
Positivo (+): - a postura destemida e corajosa que o FC Porto mostrou perante o jogo e o adversário: os campeões nunca se escondem! - a forma como Vítor Pereira dispôs tacticamente a equipa: excelente posicionamento e coordenação defensiva;
Negativo (-): - a falta de agressividade do ataque do FC Porto: Cristian Rodriguez (grande surpresa a sua inclusão no «onze») e Kléber ainda não têm ‘pedigree’ para defrontar o Barça e Hulk não pode fazer tudo sozinho, ou seja, ao contrário do que se supunha, acabou por ser mais difícil ao FC Porto atacar do que defender; - apesar do Barcelona ser uma equipa monopolizadora da bola, esperava-se que o FC Porto pudesse ter percentagens mais elevadas de posse de bola, mas contra os melhores do mundo é mesmo assim: “tapam-se os pés e destapa-se a cabeça”;




Por tudo isto parece-me que a Final da Supertaça é claramente o desafio que vai marcar o seu percurso no FC Porto, não se trata só de ganhar ou perder mas sim o caminho, a forma como vai por a equipa a jogar e enfrentar o adversário. São inúmeros os treinadores que chegam a estes jogos e mostram temor, quase que uma síndrome de pequenez que afecta uma boa parte dos treinadores de equipas portuguesas. Claro está que a estratégia de encolher as equipas dá sempre mau resultado, não é surpresa para ninguém, já quando se ousa ir mais além, correr riscos, enfim arriscar estamos muito mais perto da glória. Vítor Pereira tem a última palavra.
- Em 11 anos, qual foi o maior amigo que fez no FC Porto?
Em cima, a ilustrar o ‘post’, recuperámos algumas fotos de Aloísio com as camisolas de FC Porto (com Luís Figo, num ‘clássico’ disputado em Alvalade, e com George Weah, numa célebre vitória do FC Porto em San Siro: 2-3) e Barcelona (na segunda, ao lado do mexicano Hugo Sanchez, num ‘clássico’ entre Real Madrid e Barcelona).



É uma lenda viva do FC Porto e foi recentemente homenageado em Itália. Falamos de Juary, o suplente mais eficaz e famoso da história do clube. Aquando da homenagem de que foi alvo, foi pedido a Juary que indicasse os melhores onze jogadores com quem jogou durante a sua carreira. Aqui fica essa lista e os comentários do ex-avançado do FC Porto:
Em cima, a ilustrar o ‘post’, recuperámos alguma da ‘memorabilia’ associada ao Juary: um ‘cromo’, da altura da sua passagem pelo FC Porto, e duas referências à sua passagem pelo Avellino, na primeira, a fazer um samba à volta da bandeirola de canto depois da marcação de um golo, e na segunda, quando foi capa da revista ‘Intrepido’ («Juary, o acrobata do Avellino»). 