Muito se tem falado no
‘duplo pivot’ do FC Porto e na forma mais romântica como a equipa aborda os
jogos esta época. De facto, parece um contrassenso: a equipa joga agora com
dois médios à frente da defesa mas concede mais espaço e ocasiões de golo ao
adversário.
Vejamos o que aconteceu
na Amoreira: durante aquele curto período em que o FC Porto esteve em vantagem
(2-1) no marcador houve vários momentos em que os jogadores do Estoril surgiam
embalados em situações de ‘3 contra 3’ e ‘4 contra 4’. Isto tem que ser consequência
de mau posicionamento e deficiente ocupação do espaço. Julgamos que continuam
por assimilar as rotinas e dinâmicas do sistema ‘duplo pivot’. Fernando e
Defour raramente se complementam durante o jogo. Terá havido precipitação de
Paulo Fonseca ao decidir juntar um “gémeo” a Fernando não aproveitando as
rotinas e a tradição que o FC Porto acumulou em vários anos a jogar com apenas
um nº 6? Só lá mais para a frente poderemos responder. Mas atenção, os
jogadores nunca devem ser reféns do sistema. Um exemplo: se não se pode pedir a
Josué que tenha a rotação e a agressividade de um médio defensivo (função que,
sem sucesso, vem desempenhando), também não se pode pedir a Fernando que seja
influente no último passe e em zonas próximas da área adversária (terrenos que,
também sem sucesso, vem ocupando ultimamente). Se a esta desarrumação tática e
posicional juntarmos a forma apática como alguns jogadores têm abordado os
últimos jogos, chegamos às dificuldades que o FC Porto passou em Viena e na
Amoreira.
Por agora, não demos
demasiada atenção ao garoto da Associação de Futebol de Lisboa e ao ditadorzinho Bruno Carvalho. Concentremo-nos
no que se passa na nossa casa, é tempo de arrepiar caminho. Paulo Fonseca não
pode julgar que basta ligar o “piloto automático” para ser campeão!
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