Antes de tudo, convém referir que a empatia entre Jesualdo Ferreira e os sócios do FC Porto tem vindo a decrescer desde o primeiro dia que o Professor chegou ao Dragão.Mas apesar de Jesualdo estar a ser o principal alvo do descontentamento dos sócios e adeptos do FC Porto, o Professor não é o único responsável pelo actual mau momento da equipa de futebol. Afinal, uma equipa que empata na Luz e vence em Alvalade não pode jogar assim tão mal, certo? Então, o que tem corrido menos bem? Ao contrário de épocas anteriores, os reforços ainda não se adaptaram ao FC Porto e ao futebol europeu. "São os jogadores que temos", desabafou Jesualdo Ferreira no final do jogo frente ao Dinamo de Kiev. Ou seja, mais do que colocar em causa as aptidões do treinador, deveríamos questionar a recente opção do FC Porto em previligiar o mercado sul-americano. Afinal, quantos jogadores sul-americanos chegaram ao FC Porto e conquistaram a crítica e os adeptos logo nos primeiros jogos? Um, Lucho Gonzalez! O próprio Lisandro Lopez fez uma primeira época muito discreta em que alternava a titularidade com o banco de suplentes. O problema é que esta época o FC Porto não se pode dar ao luxo de esperar tanto tempo pela adaptação de 4 ou 5 jogadores que chegaram este ano ao clube e ao futebol português. Os jogadores sul-americanos, além de demorarem algum tempo a adaptarem-se ao futebol europeu, estão constantemente sujeitos a chamadas às selecções e a viagens desgastantes. Veja-se o exemplo de Fucile, o uruguaio é consecutivamente chamado à selecção do Uruguai. E o que acontece quando regressa ao FC Porto? Além de nunca regressar a tempo da próxima convocatória, por vezes ainda chega lesionado ou com inúmeros problemas físicos. Felizmente que Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez não são chamados com tanta frequência! Talvez fosse altura de voltarmos a previligiar as contratações no mercado europeu e na Liga portuguesa.
Contudo, não sendo o principal responsável pela política de contratações do FC Porto, certamente que Jesualdo deu o seu aval ao critério utilizado pela SAD na aquisição de reforços para a nova época. Por exemplo, ainda ninguém conseguiu entender duas opções do Professor: o pedido à SAD para a compra do passe de Mariano Gonzalez (aproximadamente 3 milhões de euros!) e a dispensa de Adriano. Aliás, se Jesualdo incutisse em Adriano a mesma confiança que deposita no argentino, certamente que o ponta-de-lança brasileiro era nesta altura um dos melhores marcadores da Liga.
Mas não é só a política de contratações que deve mudar. O sem número de jogadores que o FC Porto tem sob contrato representa uma importante fatia do orçamento anual da SAD. Aliás, o FC Porto deve ser neste momento um dos clubes europeus com mais jogadores sob contrato. Com que vantagens?
Conclusão: é urgente ir ao mercado em Janeiro!








Apesar de ter repetido a vitória (4-0) da época passada, o FC Porto teve mais dificuldades na nova visita à Sertã. Jesualdo colocou apenas dois habituais titulares no «onze» inicial: Nuno e Tomás Costa. Destaque também para a titularidade de Péle e de Tarik Sektioui, que procuram adquirir ritmo, e para a primeira aparição de Hulk no «onze» inicial. 






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Enquanto esteve bem fisicamente, o FC Porto esteve sempre à procura do golo e só vacilou quando Paulo Bento refrescou o ataque com as entradas de Liedson e Romagnoli. Mas nessa altura, houve um jogador que simplemente decidiu dar o corpo às balas: Bruno Alves. Que grande jogo! Além das duas "bombas" com que brindou Rui Patrício, o central do FC Porto "limpou" o jogo aéreo e ainda se deu ao luxo de por vezes sair a jogar. Era justo que daqui a uns anos este Sporting-FC Porto fosse recordado como o «clássico dos livres do Bruno Alves».

Tal como aconteceu em 2002, com a aquisição de dois laterais da Liga portuguesa (Nuno Valente e Paulo Ferreira), talvez fosse altura de o FC Porto dar mais atenção ao mercado nacional em vez de correr meio-mundo para adquirir defesas laterais que não conhecem o futebol europeu e que necessitam de um perídodo de adaptação que por vezes se eterniza. 