Apesar de não ter sido propriamente uma surpresa, a arrogância dos espanhóis voltou a fazer-se sentir nos dias que antecederam o At. Madrid-FC Porto. A forma confiante como os jogadores do Atlético, e a imprensa de Madrid, abordaram a 1ª mão da eliminatória frente ao FC Porto, só pode ser explicada pelo entusiasmo de verem a sua equipa em fase tão adiantada da prova. Já tinha sido assim em 2004, dias antes do FC Porto ir à Corunha vencer (1-0) o Deportivo, na 2ª mão da meia-final da Liga dos Campeões 2003/04. Também nessa altura, o 'AS' e a 'Marca' consideravam o 'Depor' super-favorito a passar a eliminatória. Contudo, esse entusiasmo, apesar de contagiar os adeptos e a equipa, nunca teve correspondência dentro de campo. Tal como em 2004, o FC Porto foi superior!
O excesso de confiança dos espanhóis voltou a ficar bem demonstrado nas capas dos dois diários desportivos de Madrid, no dia do jogo entre Atlético e FC Porto.
A 'Marca', além do destaque dado a Raul, também trouxe à capa uma foto de Diego Forlan com duas garrafas de Vinho do Porto. 'Quieren acabar con el Oporto de un solo trago', era a frase que acompanhava a foto com o avançado do At. Madrid. Quanto ao outro diário desportivo de Madrid, o 'AS', além da entrevista com Robben, colocou na 1ª página uma declaração de Kun Aguero. 'Será una noche mágica', vaticinava o genro de Diego Maradona. Provavelmente, os jogadores do At. Madrid, e a imprensa desportiva da capital espanhola, não se preocuparam em olhar para o historial e actual ranking europeu das duas equipas. Se assim fosse, o atrevimento que revelaram na véspera do jogo teria sido transformado em precaução. Isto porque, além de estar melhor posicionado no ranking da UEFA, o FC Porto possui o triplo dos títulos internacionais do At. Madrid. Os espanhóis são apenas o 44º classificado do ranking da UEFA (o FC Porto é 18º) e venceram apenas dois troféus internacionais (o FC Porto já venceu 6!). Será que vão ser mais prudentes no jogo da 2ª mão?

Depois do At. Madrid se adiantar no marcador, cheguei a temer que essa postura do FC Porto pudesse desproteger o sector defensivo e 'convidar' novamente o adversário a marcar. Puro engano, este FC Porto tem muita personalidade. A equipa jogou sempre em bloco e notou-se que tinha a lição muito bem estudada. Aquela entreajuda entre os homens do meio-campo e os laterais foi meio caminho andado para anular os perigosos extremos do At. Madrid. 
Ditou o sorteio que o FC Porto, de Bobby Robson, defrontasse o Nantes na 1ª jornada da fase de grupos. O jogo do 'La Beaujoire' disputou-se a 13 de Setembro de 1995 e terminou empatado (0-0). O FC Porto apresentou-se em França sem correr demasiados riscos porque do outro lado estava uma equipa que nessa altura dominava o futebol francês e, na estreia na competição, era fundamental não perder. Claude Makelele, Cauet, Reynald Pedros, Carotti, Patrice Loko, Gouvernnec, N'Doram, Ouédec e Roman Kosecki, entre outros, era alguns dos internacionais que faziam parte do plantel dos campeões franceses. Uma geração que marcou o futebol francês e que o FC Porto acabou por não conseguir superar nos dois jogos que realizou frente ao Nantes.
Depois de empatar em França, o FC Porto venceu (2-0) o Aalborg, foi derrotado (0-1) pelo Panathinaikos e empatou (0-0) em Atenas. Ou seja, uma vitória sobre o Nantes, no jogo das Antas, era fundamental para o FC Porto ascender a um dos dois primeiros lugares do grupo e garantir o acesso aos Quartos-de-final. No entanto, as duas equipas voltaram a empatar (2-2) e o FC Porto acabou por cair para o 3º lugar do grupo. Na última jornada, um empate (2-2) na Dinamarca, frente ao Aalborg, terminou com a nossa participação nessa edição da 'Champions'. Quanto ao Nantes, acabou por ser a grande sensação da prova ao atingir as meias-finais. Os franceses superaram o Spartak de Moscovo, nos Quartos-de-final, e só foram eliminados pela Juventus, que venceu a competição. 

Imagine-se o que seria se todos os clubes europeus decidissem aliciar jogadores de outros clubes ao abrigo da ‘Lei Webster’ (lei que permite a rescisão livre para o jogador assinar por uma equipa estrangeira desde que – no caso de jogadores com mais de 28 anos – tenham passado dois anos desde a assinatura do contrato em vigor). Era o ‘vale tudo’ no mercado de transferências. Aquilo foi puro oportunismo!
Mas vamos antes falar das coisas boas. Paulo Futre, claro!
Ontem não estava em causa a poupança de jogadores, os cartões amarelos ou a táctica de Jesualdo. O que estava em causa eram 3 importantíssimos pontos. Conseguimos!
O incrível Hulk é que não parece nada incomodado com esta forma do FC Porto actuar. Ele é o protagonista maior deste estilo de jogo. Ontem, voltou a ser o melhor homem em campo. Uma força da natureza que causa devastação por onde passa!
A primeira presença de Sousa numa final europeia deu-se em 1984, quando defrontámos a Juventus, em Basileia. Apesar do FC Porto ter sido derrotado (2-1) na sua primeira experiência em fase tão adiantada de uma prova organizada pela UEFA, Sousa seria considerado um dos melhores jogadores em campo. Foi ele que marcou, a Stefano Tacconi, o golo que permitiu ao FC Porto igualar o jogo ainda durante a primeira parte. No entanto, o polaco Boniek desempatou a final e a Juventus, de Michel Platini, lá levou o troféu para Turim. Apesar de, nessa altura, ser cada vez mais influente no «onze» do FC Porto, Sousa deixaria as Antas no final dessa época, para representar o Sporting. É curioso que, apesar de ter representado o FC Porto durante 8 épocas, acabou por só ser campeão nacional uma vez, em 1987/88. É que o FC Porto foi bicampeão nacional precisamente nas duas épocas em que Sousa representou o Sporting, em 1984/85 e 1985/86.
No entanto, Sousa regressaria ao FC Porto ainda a tempo de participar nas primeiras conquistas do clube a nível internacional, primeiro com Artur Jorge e depois com Tomislav Ivic. Depois de ter ajudado o FC Porto a vencer (2-1) o Bayern, em Viena, Sousa marcaria presença em nova final quando o FC Porto derrotou (2-1) o Peñarol, em Tóquio, na final da Taça Intercontinental.
Uma curiosidade: além de ter estado presente nas 4 finais que o FC Porto disputou na década de 80, Sousa também foi totalista nos jogos realizados pela Selecção no Euro-84 e no Mundial-86. Ele e o benfiquista Álvaro Magalhães cumpriram, sempre como titulares, a totalidade dos encontros efectuados nessas duas fases finais.


Quanto ao segundo jogo frente ao Marselha, disputou-se 15 dias depois da partida do Vélodrome e o FC Porto voltou a vencer (1-0) com um golo de Alenitchev. O jogo era decisivo para os franceses, que com essa derrota acabaram por ver FC Porto e Real Madrid destacarem-se nos dois primeiros lugares do grupo. Nas duas últimas jornadas, os franceses teriam de derrotar o Partizan de Belgrado e o Real Madrid para poderem aceder aos Oitavos-de-final.
Quanto ao jogo de ontem, com a média de golos marcados no Dragão a ser anormalmente baixa, foi importante marcar por 3 vezes. Só foi pena os golos não terem surgido durante a primeira-parte, período em que o FC Porto jogou bom futebol. Já tinhamos saudades de uns primeiros 45 minutos assim!
Como é natural, o seu regresso ao Estádio da Luz provocou grande ira na turba benfiquista. Apesar da simpatia que nutria pelo Benfica, o ponta-de-lança do FC Porto era assobiado sempre que tocava na bola e, aquando da chegada do autocarro do FC Porto ao estádio, houve necessidade de proteger o jogador dos impropérios da multidão que o esperava. Nesse jogo, apesar das poucas oportunidades criadas pelas duas equipas, só uma grande defesa do seu amigo Silvino impediu que marcasse ao seu anterior clube e oferecesse a vitória ao FC Porto em pleno estádio rival.
A conquista da Taça de Portugal, que marcou o 1º regresso do FC Porto aos títulos, ocorreu na época 1967/68. O FC Porto venceu o Vit. Setúbal por 2-1 (golos de Valdemar e Nóbrega) na Final do Jamor. Foi um intervalo no jejum de 19 anos sem vencer o campeonato nacional.
Contudo, a recepção ao Sporting, apesar de surgir num momento delicado, não se tornará assim tão desgastante porque o nosso adversário também está envolvido na Liga dos Campeões (defronta o Bayern de Munique 3 dias antes de visitar o Dragão), ou seja, as duas equipas vão chegar ao clássico sem a frescura ideal.
Depois de ter terminado a carreira, em 1974, manteve-se sempre ligado à modalidade, tendo sido treinador de várias equipas portuguesas (Gião, Barcelos, Vigaminho, Alguerra, Camponauto, Agros e Rio Ave). Também foi responsável por alguns carros de apoio, em várias edições da Volta a Portugal, e até chegou a ser mecânico!
Apesar de ano seguinte, já com 21 anos, ainda ter sido o melhor marcador da Taça Guanabara, com 17 golos, Jardel seria muitas vezes relegado para o banco de suplentes, em virtude da sua relação com o técnico do Vasco não ser a melhor. Nessa altura, o treinador do Vasco colocava em prática um estilo de jogo que privilegiava os novos ídolos dos adeptos vascaínos: Edmundo, Felipe, Pedrinho e Juninho Pernambucano. Jardel deixou o Vasco da Gama no início de 1995, acabando por ser emprestado ao Grêmio de Porto Alegre. Luiz Felipe Scolari, na altura a orientar o Grêmio, montou um esquema táctico que possibilitou a Jardel formar uma dupla de sucesso com o ex-benfiquista Paulo Nunes. O Grêmio acabou por ser o último clube que 'Super-Mário' representou antes de chegar ao FC Porto. Recentemente, foi noticiado que Jardel regressou ao clube onde nasceu para o futebol, o Ferroviário (Brasil), e onde pretende terminar a carreira.
Sabendo que este FC Porto, versão 2008/09, é uma equipa repentista e que precisa de espaço para cavalgar as transições rápidas, Quique Flores posicionou muito bem a sua equipa. Mesmo a jogar contra um Benfica que apresenta dois remendos no «onze» (David Luiz a lateral esquerdo e Ruben Amorim como ala direito), o FC Porto não conseguiu criar rupturas na defesa do Benfica. Durante alguns períodos do jogo assistiu-se mesmo a uma (preocupante) impotência do FC Porto em chegar com perigo à baliza de Moreira. Nem o poderoso Hulk conseguiu abrir a defesa do Benfica. Este ano o FC Porto não tem conseguido transformar o Dragão num estádio sufocante para os adversários. Já são vários pontos perdidos em casa!

Foi depois da estreia na Selecção nacional que Virgílio recebeu os primeiros convites para deixar o FC Porto. Apesar da derrota (4-1) frente à Itália, Virgílio foi o melhor jogador português em campo e anulou o famoso extremo-esquerdo Carapelese. Os ecos da sua fantástica exibição depressa chegaram a Espanha e, alguns dias depois, o antigo defesa direito do FC Porto seria assediado a mudar-se para o Barcelona e para o Real Madrid. Virgílio recusou! No entanto, dois anos depois os espanhóis voltaram à carga. O Celta de Vigo ofereceu-lhe 500 mil pesetas pela assinatura do contrato e um ordenado mensal de 15 mil pesetas (quando veio para o FC Porto, em 1947, foi-lhe atribuído um prémio de assinatura de 3 contos e um vencimento mensal de 800 escudos). Era uma fortuna mas Virgílio voltou a dizer não aos espanhóis. Para o antigo defesa direito do FC Porto, «trocar de camisola apenas por causa do dinheiro que estava em jogo, se não era violentar o coração e o clube, era, pelo menos, aceitar viver como um mercenário». Passados mais de 50 anos, quantos futebolistas diríam o mesmo? 
Quanto ao segundo bilhete, é relativo à 1ª mão da Supertaça Cândido de Oliveira 1986/87. Apesar do primeiro jogo da final ter terminado empatado 1-1 (golos de Fernando Gomes e Rui Pedro), o FC Porto venceria na Luz por 4-2 depois de mais uma extraordinária exibição do trio Futre-Gomes-Madjer. Vamos recordar os «onzes» e os marcadores do jogo da Luz:


Hoje prestamos homenagem a um dos maiores caricaturistas de sempre da história do desporto nacional, o já falecido Francisco Zambujal. Irmão do escritor e jornalista Mário Zambujal, e colaborador do jornal ‘A Bola’ durante anos, Francisco Zambujal é hoje uma inspiração para os jovens caricaturistas portugueses e a maior referência nacional na área do ‘cartoon’ que utiliza o Desporto como tema.

