domingo, 25 de outubro de 2009

Sofrível!

Aquele minuto 58', altura da entrada de Farías em campo, marcou o jogo de hoje. Apesar de se terem ouvido muitos assobios (a plateia do Dragão preferia a saída de Mariano Gonzalez em vez de Cristian Rodriguez), essa substituição foi fundamental, não por ter entrado Farías (a propósito, a sua postura continua irrepreensível!), mas por ter tido como consequência a alteração do sistema táctico ('4-3-3') com que o FC Porto iniciou o jogo.
Foi o ofensivo '4-2-4' que permitiu ao FC Porto quebrar aquela muito bem posicionada barreira defensiva da Académica. Essa foi uma opção com algum risco por parte de Jesualdo Ferreira, porque a Académica estava muito bem no jogo. Mas alargar a frente de ataque era a única solução para compensar a autêntica exibição aos trambolhões que o FC Porto estava a realizar. A partir daí surgiram os golos, que terminaram no período de compensação com a 'Briosa' a levar do Dragão uma inglória, mas justa, desvantagem de apenas um golo: 3-2!
Agora o jogo. Não era propriamente esta a exibição que esperávamos do FC Porto perante o último classificado da Liga. Hoje, voltou a não dar prazer ver o FC Porto jogar. A primeira-parte, então, foi miserável! Foram os piores primeiros 45 minutos da época. Nesse período, o FC Porto jogou sem pressão, sem criatividade, sem alegria,... Enfim, um primeiro tempo para esquecer. Nem um remate com convicção!
Mais uma vez, ficou notório o que tínhamos referido ainda antes do início da época. Sem um nº 10 com qualidade de passe e criatividade, o FC Porto tem muitas dificuldades em quebrar barreiras defensivas demasiado densas.
O desgaste da jornada europeia não pode ser usado como desculpa. Aliás, na primeira-parte a Académica nem precisou de realizar uma exibição rigorosa a nível defensivo, pois bastou-lhe colocar um grande número de jogadores em frente à sua área e jogar com as linhas muito próximas.
Se já tinhamos notado a ausência de Belluschi no jogo frente ao APOEL, isso hoje foi ainda mais evidente. O esquema que o Professor utiliza, privilegiando os centro-campistas com mais músculo do que criatividade, continua a ter muitas virtudes (os resultados das últimas épocas provam-no!), mas o FC Porto fica com o seu jogo de ataque mais condicionado sempre que defronta adversários demasiado "fechados" (Belluschi, volta depressa!).
Hoje, frente a Académica, o FC Porto demorou mais de 60 minutos para criar uma oportunidade clara de golo. Notou-se algum cansaço mental na equipa (natural depois do jogo da 'Champions'), mas isso deveria ter sido compensado com uma fluidez de jogo de uma equipa que já leva mais de 3 meses de trabalho pela frente. O FC Porto recorreu à 'transpiração' num jogo que pedia 'inspiração'.
Agora, será muito importante o FC Porto vencer os 3 jogos seguintes. Como nas próximas jornadas o nosso maior rival terá de disputar dois jogos complicados, frente a Sp. Braga (fora) e Sporting (fora), seria importante o FC Porto vencer os jogos que vai disputar, durante esse mesmo período, frente a Belenenses (casa), Marítimo (fora) e Rio Ave (casa).
Positivo (+):
- Mariano Gonzalez (terá sido apenas um intervalo nas constantes más exibições que vem realizando?);
- a perseverança e motivação do utilíssimo Ernesto Farías, que teima em marcar golos decisivos;
- a mudança táctica do FC Porto, para um arriscado, mas ambicioso, '4-2-4';
- a exigência dos adeptos, que assobiaram (e com razão!) a exibição do FC Porto;
Negativo (-):
- aqueles primeiros 60 minutos de jogo, com um FC Porto irreconhecível;
- o jogo desastrado de Hulk;
- a péssima qualidade de passe do FC Porto (foi apenas cansaço mental?);
- a lesão de Fucile, que passava um excelente momento de forma;

4 comentários:

Anónimo disse...

outro aspecto negativo e muito preocupante foi o segundo golo consecutivo falhado pelo falcao (tinha falhado um golo feito na quarta e hoje repetiu a dose) pergunto-me porque nao atacou a bola com atitude e convicçao?

Armando Pinto disse...

Jogo atípico, em que podíamos ter goleado e vencemos apenas pela margem mínima. Contudo, é revoltante como o adversário conseguiu reduzir a diferença mais pela "cegueira" do árbitro e do auxiliar desse lado, pois ambos os golos da Académica foram precedidos de falta, pelo menos o segundo é claríssimo e no primeiro dá a mesma sensação, pois as respectivas partes finais dessas jogadas foram ajeitadas com os braços. Basta ver as imagens, tendo no 1º de se ver a jogada toda, pois é quem faz o passe que leva o braço à bola para a controlar e no 2º a falta é meio escondida com o corpo ao rodopiar. Curioso que os comentadores da rtp tanto alarido fizeram em sucessivas repetições do 3º do FCP e nos dois irregulares deles nem disseram nada... A mafia continua...!
Porém, independentemente disso, com que sabemos ter de contar sempre, há a registar que a equipa acumula erros imcompreensíveis e há jogadores que não se entende o que têm na cabeça... Mas o importante é ganhar, desde que se marque mais golos que os outros e se consigam diferenças para evitar que as habilidades dos árbitros tenham compensações na pontuação e classificação.
Acabou, no fim de contas, por até ser um bom fim de semana, com os resultados das nossas equipas nas diversas modalidades, e sobretudo um domingo para trazer mais uma semana de boa disposição, com a vitória no andebol sobre os mouros e os três pontos conquistados pela nossa equipa principal de futebol.
A. P.
(Espero no início desta semana corresponder com o texto prometido, OK)

Dragaopentacampeao disse...

Mau de mais para ser verdade. Má propaganda ao futebol, prestada lamentavelmente pelo emblema que mais responsabilidades tem em Portugal.

Espero que tenha sido apenas um mau jogo, mas sinceramente suspeito que outros similares estarão no horizonte.

No meio de tanta mediocridade emergiu o mal-amado. Sintomático!

Um abraço

David Rocha disse...

Discordo quando diz que os adeptos assobiaram com razão. Os adeptos estão lá para apoiar e não para assobiar. Fico doente quando vejo adeptos a assobiar aos 20 minutos com o resultado a 0-0. A exibição foi péssima mas o público teve a sua quota parte de culpa. Os assobios só instabilizam a equipa. Tira-lhes a confiança, transmitindo o nervosismo do público para a equipa.
Experimentem apoiar em vez de assobiar, mesmo quando não jogam tão bem quanto queríamos.