domingo, 19 de abril de 2009

A «foto do dia» - Os campeões nacionais 1939/40

Recuamos ao primeiro «bi-campeonato» da história do FC Porto com duas fotos, uma com um dos «onzes» do FC Porto mais utilizados por Mihaly Siska durante a época 1939/40 e outra que regista a despedida do maior responsável pelo bom futebol que o FC Porto praticou durante esse período, o insubstituível Artur de Sousa 'Pinga' (reparem que, na foto, em baixo, é visível o joelho de Pinga (ao centro) envolto numa ligadura, após a delicada operação ao menisco).
Apesar de nos anos 30 o FC Porto já dominar o futebol regional (o clube venceu todos (!) os Campeonatos do Porto disputados nessa década), a nível nacional ainda só tinha conquistado 3 títulos (1 campeonato nacional, em 1934/35, e 2 campeonatos de Portugal, em 1931/32 e 1936/37). Ou seja, no que ao campeonato nacional diz respeito, o FC Porto andava afastado do título desde a vitória em 1934/35, com o húngaro Joseph Szabo.
Para o regresso do clube à conquista do campeonato nacional muito contribuíram 4 estrangeiros que nessa altura representavam o FC Porto: dois húngaros, o treinador Mihaly Siska e o guarda-redes Bela Andrasik, e dois croatas, o avançado Slavko Kordnya e o extremo-esquerdo Franjo Petrack.
Além dos estrangeiros, o plantel do FC Porto também era constituído por alguns jogadores portugueses que marcaram uma época no futebol nacional. Pereira da Silva, Vítor Guilhar, Gomes da Costa, Pinga, Carlos Nunes e Soares dos Reis, entre outros, formavam a base da equipa que garantiu o primeiro bi-campeonato (1938/39 e 1939/40) da história do FC Porto. É curioso que, no final da época 1939/40, os dois croatas receberam ordens para regressar ao seu país, de forma a cumprirem o serviço militar, pois a II Guerra Mundial começava a alastrar. Esse foi um dos grandes motivos para o FC Porto não ter renovado o título no ano seguinte, pois os dois croatas eram responsáveis por mais de metade dos golos da equipa.
Contudo, a chegada ao clube desta conceituada dupla croata também teve um custo, com o FC Porto a investir mais de 600 contos no reforço do plantel. Assim, o défice atingiu valores exorbitantes para a época, com o clube a registar dívidas superiores a 200 contos. Essa crise financeira marcou o início do primeiro grande jejum do FC Porto a nível nacional. O clube só voltaría a conquistar o campeonato nacional, e a Taça de Portugal, na saudosa época de 1955/56, com Dorival Yustrich.

Sem comentários: