quarta-feira, 30 de junho de 2010

E os reforços defensivos?

Se olharmos para aquilo que foram as últimas 5 épocas do FC Porto em termos defensivos, chegamos facilmente à conclusão que ‘muitos golos sofridos’ têm sido sinónimo de perda do título. A última época é o melhor exemplo: 26 golos sofridos tornaram-nos apenas a 3ª melhor defesa do campeonato (e em igualdade com o Sporting). Comparando, por exemplo, com a época do ‘tri’, essa marca constitui o dobro dos golos sofridos em 2007/08 (13 golos). Outra curiosidade: os muitos golos (20) sofridos em 2006/07 coincidiram com a menor vantagem pontual para o 2º classificado durante as épocas do ‘tetra’ (nessa época, o FC Porto foi campeão nacional com apenas 1 ponto de vantagem sobre o Sporting). Ou seja, a consistência defensiva deveria ser neste momento a maior preocupação do ‘FC Porto de Villas-Boas’.
Se de defesas-centrais estamos bem servidos, o mesmo já não acontece nas laterais. O próprio Álvaro Pereira, apesar de ser um jogador muito dinâmico e com grande disponibilidade física, tem revelado dificuldades no posicionamento defensivo e no ‘um-contra-um’.
Assim, até seria aconselhável que o FC Porto adquirisse outro lateral-esquerdo e Villas-Boas viesse a considerar a possibilidade de adiantar Álvaro Pereira no campo (na selecção do Uruguai tem sido utilizado como extremo-esquerdo e, nos últimos jogos do Mundial, como médio interior).
Na outra ala as reticências são ainda maiores, pois Fucile e Miguel Lopes nunca conseguiram dar consistência defensiva ao flanco direito. O lateral português até é um jogador agressivo e dedicado, mas pareceu sempre demasiado precipitado na hora de defender. Quanto a Fucile, as suas exibições no Mundial até estão a surpreender (principalmente a nível defensivo), tendo em conta o que foi a sua última época em Portugal. O ‘Fucile do FC Porto’ parece um jogador pouco motivado e que já não consegue acompanhar a exigência de jogar no FC Porto. E até se fala numa possível transferência… Ou seja, neste momento o FC Porto deveria começar por reforçar o seu plantel em termos defensivos. Villas-Boas confessou, aquando da sua apresentação, que iríamos ter um “FC Porto agressivo no mercado”. Isso tem sido evidente em termos ofensivos (confirmando-se as contratações de Kléber, Walter e do miúdo prodígio James Rodriguez (em cima, na foto), o FC Porto ficará com uma das frentes de ataque mais fortes das últimas épocas), mas os pilares das grandes equipas são sempre os seus sistemas e intérpretes defensivos. Para quando os reforços?

«Curiosidades FCP» - Os nossos ‘mundialistas’ no ‘Inglaterra 66’

Continuamos a recordar ex-jogadores do FC Porto presentes em Mundiais de Futebol. Hoje, recuperamos o ‘trio’ que nos representou no ‘Inglaterra 66’: Custódio Pinto (médio), Américo (guarda-redes) e Festa (defesa-direito).
Apesar de terem sido habituais titulares do FC Porto durante toda a época (1965/66) que antecedeu o Campeonato do Mundo, estes três jogadores acabaram por ser vítimas do maior estatuto que os jogadores dos grandes de Lisboa na altura ostentavam. Deste ‘trio’, só o lateral-direito Festa teve o privilégio de ser utilizado nessa edição do Mundial (Custódio Pinto e Américo nunca passaram do banco de suplentes).

A «foto do dia» - O ‘Barça’ de Vítor Baía, Fernando Couto e… Juan António Pizzi!

Hoje, na «foto do dia», recuperamos um «onze» do Barcelona, da época 1996/97 (o ‘Barça’ era orientado por Bobby Robson) onde podemos encontrar 3 jogadores que já vestiram a camisola do FC Porto: Vítor Baía, Fernando Couto e Juan António Pizzi.
O ponta-de-lança espanhol acaba por merecer maior destaque devido à breve e inconsequente passagem que teve pelo FC Porto. Na altura, Pizzi já tinha atingido os 32 anos e estava bem longe da forma que tinha exibido em Espanha, ao serviço de Tenerife, Valência e Barcelona. Ainda assim, e apesar de muito pouco utilizado, o ponta-de-lança espanhol ainda conseguiu apontar 3 golos na Liga portuguesa. Após a breve passagem pelo FC Porto, Pizzi regressaría à Argentina para representar o Rosário Central.
Em cima (da esq. p/ dta.): Vítor Baía, Popescu, Fernando Couto, Luís Henrique, Guardiola e Abelardo;
Em baixo (da esq. p/ dta.): Nadal, Guillermo Amor, Sergi, Pizzi e Luís Figo;

sexta-feira, 25 de junho de 2010

E que tal um ‘capitão’ colombiano?

Se Bruno Alves e Raúl Meireles (o jogador mais fresco da nossa Selecção, porque será?) deixarem o FC Porto, é muito provável que na próxima época o tema ‘braçadeira de capitão’ não gere consenso junto da família portista. Há muitos candidatos, mas nenhum deles apresenta ainda o estatuto e influência no balneário que jogadores como Jorge Costa, Pedro Emanuel ou Bruno Alves apresentavam quando foram nomeados ‘capitães’. Helton (tem o ‘handicap’ de ser guarda-redes), Rolando (é demasiado introvertido), Fernando (é demasiado jovem), Guarín (é um habitual suplente), Hulk (é demasiado impulsivo), Mariano Gonzalez (está lesionado e nem sempre é titular), Varela (também está lesionado, mas num futuro próximo será um forte candidato) e Ruben Micael (é o segundo preferido da nossa lista) são grandes candidatos à braçadeira.
No entanto, com o abandono de Nuno e confirmando-se as saídas dos nossos nº 2 e nº 3, o ‘Paixão pelo Porto’ gostaria que a braçadeira de ‘capitão’ fosse agora entregue a Radamel Falcao. Apesar de ter chegado ao FC Porto apenas em 2009, o ponta-de-lança colombiano absorveu de forma tão rápida a cultura do clube que neste momento é um sério candidato a suceder a Bruno Alves. Falcão tem tudo para ser carismático. Julgamos que o facto de ser estrangeiro não será um argumento suficientemente dissuasor para os que defendem um jogador português para essas funções. Isso não é condição essencial para se ser ‘capitão’ do FC Porto. Aliás, podíamos referir vários exemplos que contrariam essa tese. Recuperamos dois: Javier Zanetti (é argentino e ‘capitão’ do Inter há muitos anos) e Cesc Fabregas (é espanhol e ‘capitão’ do Arsenal).
Além disso, pode-se sempre reconhecer a importância de outro jogador atribuindo-lhe a agora prestigiante e influente camisola nº 2 (estou a pensar em Rolando ou Fernando, por exemplo). Fora do campo, o ‘capitão’ deve ser alguém que contribua para a harmonia no balneário e que tenha a sensibilidade para compreender que, por vezes, os interesses do clube se sobrepõem aos interesses individuais, enquanto que, dentro do campo, o ‘capitão’ deve ser o primeiro a dar o exemplo quando as coisas correm menos bem e conseguir contagiar os colegas com a sua entrega e espírito de sacrifício. Falcão cumpre estes requisitos!

A «foto do dia» - Virgílio, Pinho e Osvaldo Cambalacho

Voltamos a recuar à histórica época de 1955/56 para recordarmos 3 homens que foram fundamentais na consistência defensiva que o FC Porto revelou ao longo daquele campeonato (o FC Porto foi a melhor defesa da prova).
Virgílio, Pinho e Osvaldo Cambalacho são os 3 jogadores da foto. Um guarda-redes e dois dos três defesas (Miguel Arcanjo é o único ausente na foto) que nessa altura formavam a defesa do FC Porto. Virgílio e Osvaldo Cambalacho foram mesmo dos jogadores mais utilizados (participaram em 26 jogos) por Dorival Yustrich no percurso que nos levou a um título que marcou o final do nosso primeiro grande jejum no que à conquista de campeonatos diz respeito. Foram 16 anos, entre o campeonato conquistado com Mihaly Siska, em 1940, até ao título com Yustrich, em 1956.

«Curiosidades FCP» - João Pinto no 'México 86'

Continuamos a trazer aqui fotos de alguns nossos ‘mundialistas’ presentes em edições anteriores do Mundial de Futebol. Hoje, recuperamos uma foto (autografada pelo próprio!) de João Pinto com a camisola da Selecção e recordamos a sua presença no ‘México 86’.
Apesar de na altura ser titularíssimo no «onze» do FC Porto, e de ter sido fundamental na caminhada que, dois anos antes, nos levou à final da Taça dos Vencedores das Taças, João Pinto acabaria por não ser utilizado no Mundial do México. Algo surpreendentemente, José Torres optou por utilizar nos três jogos (frente a Inglaterra, Polónia e Marrocos) da fase de grupos um quarteto defensivo formado por Álvaro, Oliveira, Frederico e Inácio.
Ainda assim, o nosso mítico ‘capitão’ seria, durante muitos anos, o jogador do FC Porto que mais vezes vestiu a camisola da Selecção.

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Villas-Boas devia assumir ‘dossier contratações’

No final da época passada houve um desabafo de Jesualdo Ferreira que nos deixou intrigados e que não terá sido apenas um ‘mea culpa’ na época menos conseguida do FC Porto. «Este ano não fomos tão competentes», confessou o ex-treinador do FC Porto ao fazer um balanço da época 2009/10. Nesse desabafo, pareceu estar implícito apenas um parcial assumir de responsabilidades. Julgamos que, entre outras coisas, se estaria a referir à constituição do plantel, pois Jesualdo Ferreira pareceu sempre condicionado quando lhe pediam para abordar o tema das contratações e das dispensas. Ou seja, ficou sempre implícito que o ex-treinador do FC Porto nunca foi o maior responsável pelas contratações que a SAD realizou. Isso deu-lhe a cobertura de Pinto da Costa nos períodos mais difícieis, mas também o fragilizou na altura de assumir as suas preferências (estamos a recordar-nos de uma entrevista de Pinto da Costa que, no final da época, deixou um “recado” a Jesualdo quando confessou que Prediger, um jogador proposto pela SAD, teve poucas oportunidades). Nesse sentido, seria interessante ver André Villas-Boas assumir o risco por todas as escolhas do plantel 2010/11.
Só reforçando os poderes do treinador poderemos ter um FC Porto com total harmonia entre jogadores, técnicos e dirigentes.
Uma nota importante: Villas-Boas conhece a história e a cultura do clube. Assim, a SAD do FC Porto não corre o risco de ter de satisfazer alguns caprichos ao dar demasiados poderes ao treinador para escolher os reforços. No passado, já houve experiências com outros técnicos (estamos, por exemplo, a recordar-nos de Luigi Del Neri, que queria reforçar o plantel com jogadores italianos) que exigiram jogadores de perfil e nacionalidades que pouco têm a ver com o ADN e a história recente do FC Porto. Villas-Boas não cometerá esse erro! A chegada de Souza (em cima, na foto) parece pressupor que o FC Porto vai finalmente deixar de adquirir jogadores no sempre imprevisível campeonato argentino e vai voltar a privilegiar o mercado português e brasileiro (e também seria interessante voltarmos ao mercado de Leste, que nos trouxe boas surpresas nos anos 90).
No entanto, Villas-Boas tem que começar primeiro por abdicar de alguns “caprichos argentinos” que a SAD do FC Porto nos impingiu nas últimas épocas. Se vamos privilegiar a “posse e a criatividade”, podemos começar por emagrecer a ‘armada argentina’ (Diego Valeri, Tomás Costa, Sebastian Prediger, Mariano Gonzalez,…).

«Curiosidades FCP» - O ‘outro’ Gomes

Apesar de ser inevitável associarmos o nome ‘Gomes’ ao nosso Bi-Bota d’Ouro, houve outro ‘Gomes’ que vestiu a camisola do FC Porto antes do eterno nº 9 chegar ao clube. Falamos de Eduardo de Oliveira Gomes (na foto), um extremo-direito nascido em Matosinhos e formado nas escolas do Leixões.
A primeira passagem de José Maria Pedroto pelo FC Porto como treinador coincidiu com a melhor fase na carreira de Gomes. Foi com o ‘Mestre’ na orientação da equipa que Gomes foi utilizado com maior regularidade no «onze», chegando mesmo a ser nomeado ‘capitão’ na época 1968/69. Por essa altura, era utilizado como extremo-direito (Nóbrega dava profundidade à ala do lado contrário), partilhando o meio-campo do FC Porto com, entre outros, Pavão, Custódio Pinto e Nóbrega.

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto - AC Milan, Taça dos Clubes Campeões Europeus 1979/80

Continuamos a recordar algumas raridades da valiosa ‘memorabilia’ do nosso FC Porto. Hoje, recordamos a célebre eliminatória da TCE que o FC Porto disputou frente ao AC Milan, em 1979, recuperando o bilhete que deu acesso ao jogo da 1ª mão, disputado nas Antas a 19 de Setembro de 1979. Um ingresso que custou apenas 150$ (150 escudos) e que deu acesso à antiga bancada ‘Geral’, desactivada aquando do rebaixamento do relvado.
Apesar do 0-0 da 1ª mão, o FC Porto seguiria em frente na eliminatória ao vencer em Milão, 15 dias depois, por 0-1 (golo de Duda, aos 60 minutos). O mítico AC Milan, de Nils Liedholm (Treinador), Enrico Albertosi, Franco Baresi (tinha apenas 19 anos!), Walter Novellino, Gianni Rivera, Fabio Capello e Alberto Bigon, entre outros, soçobrou perante o ‘FC Porto de Pedroto’.

segunda-feira, 14 de junho de 2010

E quem sai?

Apesar da natural ansiedade que as novas contratações do FC Porto já estão a provocar, neste momento talvez seja mais importante começar por garantir a saída de alguns jogadores que, apesar do seu inquestionável valor, possam contribuir para arrefecer o natural entusiasmo que a chegada de André Villas-Boas provocou nos adeptos e na própria estrutura do FC Porto. Era importante que esse ‘élan’ não se perdesse com a permanência no plantel de alguns “acomodados”!
Helton, Fucile, Cristian Rodriguez e Fernando (este último por razões diferentes) são as apostas do ‘Paixão pelo Porto’ para acompanhar as previsíveis (no caso do nosso nº 2) e desejadas (no caso do nosso nº 3) saídas de Bruno Alves e Raúl Meireles (esperemos que nem vá com a equipa para estágio!).
Com a chegada de André Villas-Boas, e com um novo modelo de jogo que privilegia a criatividade e a posse de bola, até não seria surpreendente que um jogador como Fernando também abandonasse o FC Porto. Sería interessante ver o ‘FC Porto de Villas-Boas’ jogar com um nº6 com outras características, um jogador com melhor certeza no passe e que fosse o primeiro a garantir qualidade na transição ofensiva.
O próprio Helton, apesar de ser um guarda-redes de ‘top’, parece atravessar uma fase da carreira em que o seu entusiasmo e níveis de concentração talvez já não estejam a acompanhar a ambição e exigência do FC Porto. Basta comparar com a postura de Beto quando a este lhe é atribuída a titularidade…
É claro que fazer uma autêntica revolução no plantel pode não ser positivo. No entanto, este parece ser o melhor momento para um ‘virar de página’ no que à constituição do plantel diz respeito. Aliás, o comunicado da SAD do FC Porto, aquando da despedida de Jesualdo Ferreira, parecia pressupor isso mesmo. Ou seja, ao indicar que pretende um novo modelo para o Futebol, a SAD do FC Porto deveria aproveitar para impor ao plantel o mesmo critério que aplicou na escolha do novo treinador: o rejuvenescimento e a mudança de métodos.
Começa a haver ali muita gente com tiques e hábitos pouco recomendáveis para quem se propõe conquistar um lugar (1º) que tem sido nosso e que não vai ser nada fácil de recuperar já na próxima época.

«Curiosidades FCP» - Mlynarczyk nos Mundiais

Continuamos a recordar alguns dos nossos antigos ‘mundialistas’. Hoje, recuperamos uma foto de Mlynarczyk com a camisola da Polónia. Este ex-guarda-redes do FC Porto esteve presente em dois Campeonatos do Mundo: ‘Espanha 82’ e ‘México 86’. O ‘Mly’ foi, em ambas as ocasiões, o titular da baliza polaca.
Apesar de em 1986 a Polónia ter realizado uma prova relativamente discreta (venceu Portugal na fase de grupos, mas foi eliminada nos Oitavos-de-final, pelo Brasil), em 1982 igualou a sua melhor classificação de sempre em Campeonatos do Mundo: 3º lugar. Nessa edição do Mundial, a selecção de Mlynarczyk (tinha 28 anos e jogava no Widzew Lodz) só foi derrotada pela Itália, nas meias-finais da prova (2-0, com dois golos de Paolo Rossi).

A «foto do dia» - FC Porto 1977/78

Hoje recuperamos mais uma foto de um «onze» do FC Porto relativo à célebre e excitante época de 1977/78. Neste «onze» merecem destaque as ausências de Octávio Machado e Fernando Gomes (substituídos por Celso e Seninho), que nessa época foram dos jogadores mais utilizados por José Maria Pedroto na caminhada que nos levou ao título.
Em cima (da esq. p/ dta): Gabriel, Alfredo Murça, Simões, Freitas, Celso e Fonseca;
Em baixo (da esq. p/ dta): Ademir, Rodolfo, Duda, Seninho e António Oliveira;