quinta-feira, 30 de maio de 2013

‘Mais estrutura’ ou ‘mais treinador’?


Hoje analisamos aquilo que tem sido um dos grandes fundamentos do FC Porto do séc. XXI na constituição dos plantéis: a preponderância da estrutura sobre o treinador.
O que temos assistido num passado recente é uma espécie de acordo de cavalheiros entre o treinador e a estrutura: o técnico troca a pouca influência que tem na constituição do plantel pela protecção e estabilidade garantidas pela estrutura (Pinto da Costa e Antero Henrique) que gere o futebol. Esse acordo até tem tido consequências muito vantajosas (em termos monetários e de reconhecimento) para os treinadores, veja-se o caso de Jesualdo Ferreira e André Villas-Boas, hoje treinadores com reconhecimento internacional e contas bancárias bem mais recheadas.
No entanto, e como se viu na época passada, nem sempre esse acordo de cavalheiros é respeitado. O ‘caso dos pontas-de-lança’ é sintomático: numa altura crítica da época Vítor Pereira desfez-se em elogios a Jackson Martinez (um dos poucos jogadores que o treinador do FC Porto terá escolhido e reivindicado à SAD), enquanto que Liedson (uma escolha da ‘estrutura’) fazia a sua travessia do deserto. Será que nessa altura VP se sentiu de alguma forma desprotegido pela estrutura e teve necessidade de valorizar algo seu? É provável que sim, o plantel que lhe disponibilizaram era escasso e os reforços de Inverno pouco acrescentaram….
O último treinador que terá “combatido” com maior vigor a influência da ‘estrutura’ terá sido José Mourinho, que chamou a si várias decisões e impôs alguns nomes (Derlei, Nuno Valente, Paulo Ferreira,….) a Pinto da Costa (Antero Henrique era bem menos influente por essa altura). Desde então temos assistido à maior preponderância da ‘estrutura’ sobre o treinador. E apesar de uma ou outra desavença, devemos reconhecer que esta maior influência que a estrutura do FC Porto tem na constituição do plantel nos tem trazido mais benefícios do que prejuízos. Ao reivindicar para si a constituição do plantel, a ‘estrutura’ garante a continuidade do ‘ADN FC Porto’ ao mesmo tempo que evita ruturas naquilo que tem sido a política de contratações e recrutamento do clube (perfil do jogador, país de origem, idade,…). Tem funcionado, mas atenção às gaffes da última época: plantel curto (13 jogadores: os 11 habituais titulares, Defour e Atsu) e más opções no mercado de Inverno. Nem tudo foi gerido com rigor e antecipação! 

Quim


terça-feira, 28 de maio de 2013

Nunca conseguiríamos moldar Jorge Jesus


O ‘Paixão pelo Porto’ junta-se ao grande número de portistas que teriam de “engolir um sapo” se Jorge Jesus viesse a treinar o tricampeão (só de pensar na possibilidade de virmos a ser alvo de permanente chacota por parte de uma imprensa sectária e parcial….).
A verdade é que a sobranceria e gabarolice de Jorge Jesus são o oposto da cultura estabelecida no FC Porto há quase 40 anos. É daqueles casos que os extremos não se tocam. O ainda treinador do Benfica não possui nada que se identifique com o FC Porto. Os mais otimistas dirão que Jesus poderia alterar o seu temperamento ao enfrentar uma nova realidade. É verdade, mas JJ tem uma personalidade muito difícil de moldar, mesmo para um clube com um presidente que gosta deste tipo de desafios como Pinto da Costa. Aliás, uma comparação semelhante (inexequível, claro!) poderia ser colocada a um nível superior: imaginem um personagem como Luís Filipe Vieira poder vir a ser presidente do FC Porto. Insuportável e inconcebível, certo? Pois o mesmo se aplica a Jorge Jesus! 

Gomes e a celebradíssima Taça de 1976/77


segunda-feira, 27 de maio de 2013

Maio de 2013, um mês para mais tarde recordar


Começou com uma ‘reserva do Marquês’, teve uma festa na ilha da Madeira e uma ressaca na praia do Estoril. Prosseguiu com um ajoelhar de submissão e um Marquês vestido de azul-e-branco. Teve ‘vivas’ no aeroporto, depois de uma ‘vitória moral’ em Amesterdão, juras de amor e fidelidade. E terminou com uma maça podre a render 25 milhões e uma arruaça (entre Cardozo e Jorge Jesus) de fazer corar. Perfeito!

Piccolo


sexta-feira, 24 de maio de 2013

Os sinais são estimulantes


Carlos Eduardo (na foto), Ricardo e Tiago Rodrigues (Licá também deve estar a caminho) são reforços assegurados para a próxima época. Já não nos recordávamos de uma pré-época tão assertiva em termos de recrutamento de jogadores com determinado perfil (falam todos português, são jovens e conhecem o nosso campeonato). Julgo que algo semelhante só na primeira pré-época de Mourinho (chegaram Derlei, Nuno Valente, Tiago, Paulo Ferreira e Maniche). É de saudar esta mudança que o FC Porto parece estar a promover em termos de mercado. 

Bi-Bota


quinta-feira, 23 de maio de 2013

Campeões por mérito


Não deixa de ser confrangedor, e ao mesmo tempo divertido, ver os escribas e paineleiros ligados ao clube de todos os regimes, e que são muitos, branquearem de uma forma ridícula e até perniciosa a má época desportiva. O objetivo é muito claro, manter JJ no comando da equipa, e tudo por que se criou a ideia de que uma saída do clube da segunda circular lhe abriria as portas do Dragão. Um dos argumentos mais ouvidos, para aguentarem o pseudo mestre da tática, é o facto do clube de Campolide estar mais perto do FC Porto, talvez as novas vias de comunicação tenham aproximado as duas cidades, porque quanto ao resto não há qualquer aproximação, o FC Porto ganha e eles ficam atrás. Não é só no futebol que isto acontece, pois nas outras modalidades a história repete-se, no andebol e no hóquei onde o nosso clube investe sensivelmente metade do outro com os resultados que se conhecem. Os atletas destas modalidades simbolizam muito daquilo que é a alma da gente do norte e de Trás-os-Montes em particular, “Antes quebrar do que torcer”, nunca desistir por maior que sejam as adversidades, na vida como no desporto. Deste fim-de-semana registo a grande lição de portismo que o treinador de andebol, Ljubomir Obradovic nos deu ao afirmar: “Aqui quem joga mal é sempre apoiado por quem joga bem. É um clube-família”, tiro-lhe o chapéu.
Amândio Rodrigues

Alfredo Murça


terça-feira, 21 de maio de 2013

O ‘minuto 92’ e o ‘fora-de-jogo de Maicon’


Hoje analisamos a ‘época-de-sonho-que-o-Benfica-realizou-e-que-ninguém-pode-branquear-senão-Jorge-Jesus-chateia-se’ (longe vão os tempos de palestras em Universidades e citações de Pascal….). A única verdade é que quando a fasquia sobe, o Benfica não vence. Foi assim em Moscovo, em Glasgow, em Amesterdão, nos dois jogos com o Barcelona e nos dois jogos com o FC Porto. Pelo meio, uma ou outra goleada aos sem-abrigo do futebol português. Muito pouco para quem só é forte com os fracos. Muito pouco até a desculpa chegar em forma de relógio: ‘minuto 92’!
Estranhamos que o ‘minuto 94’ do jogo frente à Académica (uma grande-penalidade forjada pelo árbitro deu a vitória ao Benfica no último lance do jogo) não tenha tido o mesmo impacto na turba benfiquista e nos media do regime que o ‘minuto 92’. Caramba, foram apenas dois minutos de diferença!
O ‘minuto 92’ está para esta época como o ‘fora-de-jogo de Maicon’ esteve para a época anterior: álibis perfeitos para Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus afastarem responsabilidades sobre a forma como o Benfica é gerido dentro e fora de campo.  

Há 10 anos... 'Sevilha 2003'...


Vermelhinho


segunda-feira, 20 de maio de 2013

E pluribus unum!


Fim-de-semana gordo para o FC Porto: Andebol, Hóquei em Patins e Futebol. Isto é uma demonstração de vitalidade e ecletismo que confirma o ambiente de ambição e união que se vive no clube. O Benfica levou uma autêntica ensaboadela!
No Futebol, como não é possível dedicar uma palavra a todos os jogadores, optamos por, em nome de todo o grupo, felicitar o ‘capitão’ Lucho Gonzalez (foi sempre campeão nas 6 épocas em que representou o FC Porto: notável!), na nossa opinião o jogador que melhor personifica o vínculo e simbiose existentes neste ciclo-Vítor Pereira entre adeptos, jogadores e administração.
Lembrar ainda que o tricampeonato mantém o nosso maior rival preso ao embaraçante score de 2 campeonatos nacionais conquistados nos últimos 19 anos. E ambos garantidos de forma mais que suspeita e por isso justamente apelidados de Estorilgate e Campeonato dos Túneis. Felizmente, o nosso FC Porto está cada vez mais preocupado com a ‘forma como se vence’ em detrimento do cada vez mais em voga ‘ganhar a qualquer custo’ no seu maior rival. Esta época voltámos a dar um banho de seriedade e savoir faire ao Benfica. E pluribus unum!

Frasco


O «onze» que há 10 anos iniciou o jogo


sexta-feira, 17 de maio de 2013

Só mais uma


Depois da reviravolta da semana passada, o desafio deste domingo não será nada fácil e seguramente não é o melhor adversário para final de campeonato. O FC Porto vai encontrar um oponente super motivado, que fez uma grande época, com relações privilegiadas com o clube de todos os regimes e que já deu mostras de alguma provocação na questão dos bilhetes e distribuição dos adeptos no campo. Esta semana, especialmente no sábado, assistimos a algumas manifestações desapropriadas de festejos depois da vitória sobre o clube de Campolide, sinceramente desejamos que tais exageros não tenham tido eco na equipa e implicações no próprio jogo.
O FC Porto tem a obrigação de ganhar, seja em que circunstâncias for, conseguir o Tri, continuar com a cultura de vitória que existe e reafirmar a posição de supremacia do futebol luso. No entanto, não se pode cair no risco de pensar que as coisas se resolvem de per si e basta apenas vestir as camisolas e que outros apenas nos devem prestar vassalagem e estender a passadeira, uma teoria muito em voga lá para os lados da 2.ª circular, amplificada pela comunicação social e com os resultados que se conhecem. Manter a focalização no grande objetivo, preservar a concentração, não facilitar em nada e só assim se conseguem os campeonatos porque isto das vitórias morais não existe, apenas servem para justificar fracassos e enganar os mais incautos.
Amândio Rodrigues

Mly


Voltamos a dedicar uma foto ao seguro e imperturbável Josef Mlynarczyk, aqui com a camisola da Polónia. 

Ainda os 10 anos de 'Sevilha 2003': Derlei


quinta-feira, 16 de maio de 2013

Queremos ganhar limpinho, limpinho, limpinho!


Os autênticos ‘roubos de Capela’ que têm marcado este campeonato (o Benfica já não estaria a discutir o título se não fossem as desastradas arbitragens nos jogos com Académica, Sporting e Estoril), até nos dariam legitimidade para desresponsabilizarmos a arbitragem se algo ilícito marcasse a desejada vitória do FC Porto em Paços de Ferreira. No entanto, esta não será apenas uma oportunidade de consolidarmos a hegemonia no ciclo-Jorge Jesus, será também uma oportunidade de vencermos “limpinho, limpinho, limpinho”. A ‘forma como se ganha’ nunca fez tanto sentido para o FC Porto como neste campeonato. Fazer melhor que o Benfica com um plantel inferior, sem as ajudas dos árbitros e sem a complacência do regime passou a ser um desígnio para o FC Porto. 

FC Porto - Vit. Setúbal, época 1967/68


Recuamos à longínqua época de 1967/68 com a capa do programa oficial do FC Porto - Vit. Setúbal (vencemos 2-0), jogo da 13ª jornada do campeonato, um confronto que se viria a repetir na final da Taça de Portugal dessa mesma época (vitória do FC Porto, por 2-1). 

Continuando a celebrar os 10 anos de 'Sevilha 2003': Mjallby e Derlei


terça-feira, 14 de maio de 2013

No Dragão, o Benfica joga em função do FC Porto


É a grande realidade dos últimos ‘clássicos’ disputados no Dragão, o Benfica pode ser mais ou menos agressivo, perder mais ou menos tempo, ser mais ou menos conservador, ter mais ou menos posse de bola, mas de uma coisa nunca abdica: jogar em função do FC Porto. 

Ademir


O Ademir tem sido muito lembrado nos últimos dias devido àquele importantíssimo golo marcado no ‘clássico’ com o Benfica, no final da época 1977/78. Dedicamos-lhe duas fotos onde surge com a camisola do Celta de Vigo, clube espanhol para onde se transferiu depois de deixar o FC Porto.


segunda-feira, 13 de maio de 2013

“Que la chupen y sigan chupando”


O que o FC Porto tem feito esta época no campeonato é verdadeiramente notável: segue em 1º lugar à entrada para a última jornada com escassas opções no banco, correndo atrás do prejuízo quase meio-campeonato e vendo, nas últimas jornadas, o seu maior rival a ser convidado por algumas arbitragens (jogos frente a Académica, Sporting e Estoril) a agarrar o título com as duas mãos.
O Benfica chegou ao Dragão com uma almofada de 2 pontos, uma vantagem garantida com a ajuda de arbitragens mais que duvidosas. Ou seja, nem com esta espécie de almofada comprada no chinês souberam jogar.
Como os deuses sentiram a atmosfera absolutamente formidável do Dragão, não de hostilização ao adversário, mas de embalo e confiança à equipa, premiaram a fé de Vítor Pereira e castigaram Jorge Jesus pelo temor que sempre mostra quando defronta o FC Porto no Dragão. Quem faz ‘jogo de retranca’ não merece ser feliz. “Que la chupen y sigan chupando” como disse Maradona. 

Teixeira (pelo Francisco Zambujal)


Continuando a celebrar os 10 anos de 'Sevilha 2003'


sexta-feira, 10 de maio de 2013

O clássico dos clássicos


O jogo deste sábado do Dragão representa muito mais do que um simples desafio de futebol. Simboliza o confronto da humildade contra a sobranceria, da modéstia contra a presunção, da simplicidade contra a altivez, da genuinidade contra a artificialidade e do ser contra o parecer. Aquilo que há uma semana parecia impossível está agora ao alcance de uma simples vitória, não é tarefa fácil, nem se pode ou deve contar como um dado adquirido, pois foi com base nesta filosofia que o nosso rival escorregou, não vamos agora alinhar na mesma premissa, ou então o que foi feito até aqui será em vão.
Amândio Rodrigues

Recordando outros duelos: Kostadinov e Veloso


A propósito dos 10 anos de 'Sevilha 2003'


quarta-feira, 8 de maio de 2013

Marcar primeiro pode ser fundamental


É um chavão algo vulgar nos dias de hoje mas que pode fazer toda a diferença no próximo sábado, principalmente para o FC Porto. O ‘clássico’ vai ser semelhante a uma 2ª mão de uma eliminatória europeia que começou com um empate (0-0) na 1ª mão. Margem de erro nula! 

Recordando duelos de um passado recente...


segunda-feira, 6 de maio de 2013

Resta-nos mostrar que as coisas podiam ter sido diferentes…


A autoritária sequência de vitórias do FC Porto nas últimas jornadas (sem jogos europeus a meio da semana) mostrou-nos duas coisas:
- o FC Porto não dispôs de plantel que lhe permitisse apresentar uma qualidade de jogo elevada e regular na Champions e no campeonato;
- Nuno Almeida (árbitro do Benfica - Académica) e João Capela (árbitro do Benfica - Sporting) retiraram-nos a possibilidade (que Vítor Pereira e os jogadores mereciam) de discutir o título palmo-a-palmo com o Benfica até à última jornada; 

«Curiosidades FCP» - Kostadinov e o Bayern


A presença do Bayern de Munique na final da ‘Champions’ é pretexto para recordarmos Emil Kostadinov, o supersónico avançado búlgaro que vestiu a camisola do FC Porto e do Bayern. O ‘Kosta’ transferiu-se para a Baviera no início da época 1994/95. 

A «foto do dia» - Realista


Na «foto do dia» deixamos o universo do futebol para recordarmos uma das lendas do Hóquei em Patins do FC Porto: Carlos Realista (também vestiu a camisola do histórico Barcelona). Este hoquista fez parte da célebre equipa comandada por Cristiano Pereira que se sagrou campeã da Europa nos anos 80. Atualmente, Realista orienta o Gulpilhares.