terça-feira, 28 de outubro de 2008

Que política de contratações?

Antes de tudo, convém referir que a empatia entre Jesualdo Ferreira e os sócios do FC Porto tem vindo a decrescer desde o primeiro dia que o Professor chegou ao Dragão.
Mas apesar de Jesualdo estar a ser o principal alvo do descontentamento dos sócios e adeptos do FC Porto, o Professor não é o único responsável pelo actual mau momento da equipa de futebol. Afinal, uma equipa que empata na Luz e vence em Alvalade não pode jogar assim tão mal, certo? Então, o que tem corrido menos bem? Ao contrário de épocas anteriores, os reforços ainda não se adaptaram ao FC Porto e ao futebol europeu. "São os jogadores que temos", desabafou Jesualdo Ferreira no final do jogo frente ao Dinamo de Kiev. Ou seja, mais do que colocar em causa as aptidões do treinador, deveríamos questionar a recente opção do FC Porto em previligiar o mercado sul-americano. Afinal, quantos jogadores sul-americanos chegaram ao FC Porto e conquistaram a crítica e os adeptos logo nos primeiros jogos? Um, Lucho Gonzalez! O próprio Lisandro Lopez fez uma primeira época muito discreta em que alternava a titularidade com o banco de suplentes. O problema é que esta época o FC Porto não se pode dar ao luxo de esperar tanto tempo pela adaptação de 4 ou 5 jogadores que chegaram este ano ao clube e ao futebol português. Os jogadores sul-americanos, além de demorarem algum tempo a adaptarem-se ao futebol europeu, estão constantemente sujeitos a chamadas às selecções e a viagens desgastantes. Veja-se o exemplo de Fucile, o uruguaio é consecutivamente chamado à selecção do Uruguai. E o que acontece quando regressa ao FC Porto? Além de nunca regressar a tempo da próxima convocatória, por vezes ainda chega lesionado ou com inúmeros problemas físicos. Felizmente que Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez não são chamados com tanta frequência! Talvez fosse altura de voltarmos a previligiar as contratações no mercado europeu e na Liga portuguesa.
Contudo, não sendo o principal responsável pela política de contratações do FC Porto, certamente que Jesualdo deu o seu aval ao critério utilizado pela SAD na aquisição de reforços para a nova época. Por exemplo, ainda ninguém conseguiu entender duas opções do Professor: o pedido à SAD para a compra do passe de Mariano Gonzalez (aproximadamente 3 milhões de euros!) e a dispensa de Adriano. Aliás, se Jesualdo incutisse em Adriano a mesma confiança que deposita no argentino, certamente que o ponta-de-lança brasileiro era nesta altura um dos melhores marcadores da Liga.
Mas não é só a política de contratações que deve mudar. O sem número de jogadores que o FC Porto tem sob contrato representa uma importante fatia do orçamento anual da SAD. Aliás, o FC Porto deve ser neste momento um dos clubes europeus com mais jogadores sob contrato. Com que vantagens?
Conclusão: é urgente ir ao mercado em Janeiro!

«Curiosidades FCP» - A "outra" Taça dos Vencedores das Taças

Recuperamos uma foto no antigo Estádio das Antas no início da época 1984/85. Pinto da Costa recebe a Taça que uma comissão de sócios do FC Porto ofereceu ao clube pela excelente carreira do FC Porto na Taça dos Vencedores das Taças da época anterior. Apesar da derrota frente à Juventus, os sócios do FC Porto, orgulhosos com a carreira da equipa e com a excelente exibição na final, quiseram premiar os jogadores com um troféu alusivo à final de Basileia. Esperemos que seja uma taça a ser exposta no prometido (e eternamente adiado) futuro museu do FC Porto!
Apesar da fantástica campanha realizada em 1983/84, o FC Porto esteve muito perto de ser eliminado nas 3 primeiras eliminatórias da competição. Senão reparem: na 1ª eliminatória, e depois de ser derrotado em Zagreb por 2-1, o FC Porto venceu o Dinamo, nas Antas, com um golo marcado por Fernando Gomes aos 86 minutos de jogo; na 2ª ronda, o FC Porto esteve a perder em Glasgow até aos 89 minutos, até um golo de Jacques garantir a derrota pela diferença mínima (2-1) frente ao Rangers (vitória na 2ª mão por 1-0); e por último, a eliminação voltou a estar próxima na célebre eliminatória frente ao Shakhtjor Donetsk, pois o FC Porto esteve em desvantagem nas duas mãos da eliminatória (esteve a perder por 2-0 nas Antas e por 1-0 em Donetsk), tendo ainda assim conseguido eliminar os ucranianos (3-2 nas Antas e 1-1 em Donetsk).

A «foto do dia» - O «onze» que defrontou o Manchester United na Liga dos Campeões 1996/97

Recuamos à 4ª participação do FC Porto na 'Champions League' com o «onze» que defrontou o Manchester United na 1ª mão dos Quartos-de-final da competição, época 1996/97.
Depois de ter garantido o 1º lugar do Grupo D, o FC Porto ganhou o direito de defrontar um dos segundos classificados: Ajax, Borussia de Dortmund ou Manchester United. O sorteio acabou por não ser simpático para o FC Porto, pois colocou no caminho do campeão português o Manchester United de Peter Schmeichel, David Beckham, Karel Poborski, Ryan Giggs e Eric Cantona, entre outros.
Apesar das enormes dificuldades que se prevía que o FC Porto fosse enfrentar em Old Trafford, o técnico do FC Porto, António Oliveira, ainda resolveu surpreender tudo e todos com a inclusão do jovem centrocampista Costa no «onze» inicial, em detrimento de Mário Jardel, que ficou no banco de suplentes. Um autêntico erro de 'casting' que acabou por prejudicar a equipa e o próprio jogador, que ficou claramente marcado por esse jogo e que nunca mais teve oportunidade de se afirmar no FC Porto. Quanto ao jogo, o FC Porto viu-se a perder desde muito cedo e nem o emendar de mão por parte de António Oliveira, com a substituição de Costa, logo aos 24 minutos, por 'Jardigol', conseguiu manter o FC Porto na discussão do jogo e da eliminatória. No final, uma derrota por 4-0 acabou por deixar o FC Porto sem qualquer possibilidade de discutir o acesso às meias-finais no jogo das Antas (0-0).
Em cima: Hilário, Sérgio Conceição, Barroso, Jorge Costa, Edmilson e Aloísio;
Em baixo: Drulovic, Zahovic, Costa, Artur e Paulinho Santos;

sábado, 25 de outubro de 2008

Que angústia ao ver este FC Porto!

Já não víamos um FC Porto assim desde o tempo de Victor Fernandez e José Couceiro. Uma equipa desorganizada e que joga aos repelões. Mais do que falta de confiança e de automatismos, parece faltar alguma qualidade. O FC Porto 2008/09 tem mais músculo mas menos criatividade!
Hoje, frente ao Leixões, era natural que o FC Porto se ressentisse do esforço de Terça-feira. José Mota sabia-o e, inteligentemente, colocou em campo um Leixões agressivo e rápido sobre a bola. O FC Porto arrastou-se em campo e, como o cansaço tira clarividência, foi com naturalidade que se assistiu a um sem número de passes errados durante toda a partida.
Mas com o que não contávamos era com um FC Porto nervoso e intranquilo. A verdade é que Jesualdo não tem muitas opções de qualidade para refrescar a equipa depois de uma desgastante jornada europeia. Logo no «onze» inicial houve dois equívocos: a titularidade de Lino no lado esquerdo da defesa e a colocação de Lisandro Lopez atrás do ponta-de-lança. Duvidamos dos benefícios para a equipa da colocação de Lisandro Lopez na posição 10. Quanto a Lino, ocupa muito mal o espaço no lado esquerdo da defesa. Que diferença para a adaptação de Tomás Costa. 'Tommy', mesmo não sendo lateral, foi sempre mais consistente que o brasileiro.
Mas nem as substituições e os acertos ao intervalo melhoraram o futebol do FC Porto. Impressionante a falta de fluidez de jogo do FC Porto. A equipa não conseguiu fazer 5 passes seguidos. Enfim, a pior exibição da época até ao momento!
Neste momento, falta à equipa precisamente aquilo que o Professor Jesualdo Ferreira de melhor nos tinha oferecido nos dois últimos anos: trabalho de casa!
O FC Porto terminou o jogo com Tomás Costa a lateral direito, Mariano Gonzalez a lateral esquerdo e três avançados (Hulk, Lisandro e Farías) que se atropelavam uns aos outros. Que confusão!
E atenção porque se aproxima uma semana fundamental para o FC Porto, com duas deslocações, a Kiev e a Alvalade, que vão determinar a sua continuidade ou exclusão de duas competições, a Liga dos Campeões e a Taça de Portugal.

A «foto do dia» - O programa oficial do GD da CUF - FC Porto, campeonato nacional da 1ª Divisão, época 1967/68

Recuamos à época 1967/68 do campeonato nacional da 1ª Divisão com o programa oficial do jogo entre o Grupo Desportivo da CUF e o FC Porto, relativo à 17ª jornada da competição. Um programa que custou 1$ (um escudo!) e que era comercializado antes dos jogos do campeonato português, na altura organizado pela Federação Portuguesa de Futebol.
O Grupo Desportivo da CUF (Companhia União Fabril) é um histórico clube da margem sul do Tejo. Fundado por um industrial, Alfredo da Silva, esteve durante muitos anos associado à classe operária da Companhia União Fabril (CUF), que deu o nome ao clube. Depois de se estrear na 1ª Divisão nacional, a CUF cometeu a proeza de se classificar para uma prova europeia, disputando a Taça dos Clubes de Cidades com Feiras. Foi a 1 de Dezembro de 1965 que a CUF conseguiu um dos maiores feitos do seu historial. Em jogo a contar para a primeira mão da 2.ª ronda da Taça dos Clubes de Cidades com Feiras, a CUF recebeu, num Estádio Alfredo da Silva repleto, o já então poderoso AC Milan, que bateu por 2-0. Apesar da histórica vitória, a CUF acabaria por ser eliminada após terceiro jogo (1-0).
Em 1976, e após 22 anos consecutivos na 1ª Divisão, a CUF foi despromovida. Depois de começar a disputar as divisões secundárias, o clube também alterou o seu nome, passando a designar-se por Grupo Desportivo da Quimigal. No ano 2000, surge nova alteração. A nova designação é Grupo Desportivo Fabril do Barreiro.
Na época passada, o clube sagrou-se Campeão Distrital da 1.ª Divisão da AF Setúbal, em Seniores e Juniores, ganhando o direito a disputar provas nacionais na época seguinte (3ª e 2ª Divisões, respectivamente).
Quanto ao confronto entre a CUF e o FC Porto, relativo à época 1967/68, os operários da margem sul do Tejo venceram o FC Porto por 2-1. Na altura, José Maria Pedroto estava na sua primeira passagem pelo FC Porto como técnico e o clube era presidido por Afonso Pinto de Magalhães. Nessa época, o FC Porto foi 3º classificado a 5 pontos do campeão, o Benfica, enquanto que a CUF conseguiu evitar a despromoção, alcançando um 9º lugar.

«Curiosidades FCP» - ‘All hands on Deco’!

Hoje recuperamos a capa da revista oficial do Manchester United em dia de jogos em Old Trafford, a 'United Review', que saiu para as bancas no dia do inesquecível jogo dos Oitavos-de-final da Liga dos Campeões 2003/04, entre o Man Utd e o FC Porto.
A 'United Review' é uma publicação que, além de antecipar o jogo do dia, nos divulga um pouco da história dos confrontos entre os dois clubes e algumas declarações dos principais intervenientes na partida. Nesta edição, de 9 de Março de 2004, o destaque foi, naturalmente, o jogo entre o Manchester United e o FC Porto, realizado nesse dia. A 'United Review' ofereceu aos seus leitores uma entrevista com Deco e outra com o homem que trouxe à capa, o avançado norueguês Ole Gunnar Solskjaer, que terminou a carreira profissional em Agosto de 2007.
É curioso que, recentemente, Sir Alex Fergunson confessou que o United esteve próximo de fazer uma proposta ao FC Porto por Deco no Verão de 2004, mas o Barcelona terá chegado primeiro à acordo com o jogador, que deu sempre preferência aos catalães.
A ‘United Review’ entrevistou o jogador do FC Porto uns dias antes do decisivo jogo dos Oitavos-de-final, trazendo à capa uma declaração de Deco, que se mostrou confiante na passagem do FC Porto à eliminatória seguinte e consequente chegada à final de Gelsenkirchen: “Porto can go all the way”. Premonitório!
Comercializada antes dos jogos em casa do Manchester United, a 'United Review' continua a ser editada e vendida aos adeptos às portas do mítico estádio de Old Trafford. Se a quiserem subscrever, aqui fica o contacto: sales@unitedreview.co.uk

terça-feira, 21 de outubro de 2008

Correr muito não chega!

Pois é, corremos muito mas não corremos bem. Apesar da entrega e da disponibilidade física, foi um FC Porto pouco esclarecido e ainda menos organizado. É estranho porque o FC Porto de Jesualdo Ferreira habituou-nos a mostrar outra organização nesta altura da época. O Dinamo de Kiev acabou por ser o oposto, uma equipa pragmática e organizada. Também houve mérito dos ucranianos.
Apesar de não ter entrado mal no jogo, o FC Porto viu-se a perder naquele traiçoeiro livre directo de Aliyev. A partir daí, foi uma corrida contra o tempo. Apesar da forte pressão que exerceu na segunda parte, o FC Porto foi algo trapalhão e precipitado na procura do golo. Nesse período, notou-se a falta de organização da equipa nos últimos 30 metros. Com muitos jogadores desposicionados (Lisandro sobre a esquerda e Tarik como médio interior!), foi fácil ao Dinamo suster o futebol inconsequente do FC Porto. Grande rigor táctico dos ucranianos!
Apesar da derrota, fica a grande entrega dos jogadores do FC Porto, que acabou por ter um prêço nos últimos 10 minutos de jogo. A falta de fôlego foi evidente. Lisandro e Raúl Meireles, por exemplo, correram quilómetros e não mereciam perder este jogo. Impressionante a disponibilidade física de ambos!
Com a derrota de hoje, o FC Porto fica «encostado à parede». É importantíssimo vencer o próximo jogo. Mas atenção, este Dinamo esteve a vencer o Arsenal, em Kiev, até aos 89 minutos!
Se o Dinamo vencer em Kiev, o FC Porto fica praticamente fora dos Oitavos-de-final. Contudo, uma vitória permite-lhe chegar ao segundo lugar do grupo, pois o Dinamo somará 5 pontos e o FC Porto ficará com 6.
Depois da visita a Kiev, segue-se a deslocação a Istambul. O FC Porto já saiu por cima em piores circunstâncias. Confiança!

«Curiosidades FCP» - A equipa técnica de Pedroto

Formaram uma das equipas técnicas mais carismáticas de sempre da história do FC Porto e do futebol português. António Morais, Pedroto e Hernâni Gonçalves, os 3 foram fundamentais na orientação da equipa do FC Porto que conquistou o bi-campeonato na época 1978/79.
Além de terem ficado associados ao regresso do FC Porto aos títulos, também ficaram ligados à primeira presença do FC Porto numa final europeia. Depois da má experiência com o austríaco Hermann Stessl, Pedroto voltou ao FC Porto ainda a tempo de preparar a equipa para a Final da Taça das Taças, frente à Juventus, em 1984. Como nessa altura já se encontrava de cama, lutando contra um cancro em fase terminal, o "Mestre" foi substituído no banco por António Morais, que orientou a equipa na Final da Taça de Portugal (vitória por 4-1 frente ao Rio Ave) e, duas semanas depois, na Final da Taça das Taças (derrota por 2-1), em Basileia. Devido ao débil estado de saúde de Pedroto, que viría a falecer em Janeiro de 1985, essa equipa técnica deixou de orientar o FC Porto no final dessa época. Seguiu-se o reinado de Artur Jorge.

A «foto do dia» - Estádio das Antas

Recuperamos uma foto de finais dos anos 80, numa altura em que o Estádio das Antas tinha sofrido uma das mais importantes alterações da sua história com o rebaixamento do relvado. Na foto é possível identificar as novas bancadas que permitiram um aumento considerável da lotação do estádio. Mais tarde, o cinzento das bancadas sería substituído pelo azul das cadeiras que gradualmente foram sendo instaladas nos vários sectores do estádio.
O Estádio das Antas foi inaugurado a 28 de Maio de 1952. Desenhado e construído pelo Arquitecto Oldemiro Carneiro e pelo Engenheiro Miguel Resende, foi a casa do FC Porto durante 52 anos.
Apesar do complexo das Antas ter começado a ser demolido em 2001, o Estádio das Antas ainda foi palco de vários jogos após a inauguração do Dragão, sendo demolido após o último jogo ali realizado, frente ao Estrela da Amadora, em Janeiro de 2004.
Uma curiosidade: o FC Porto venceu 80% dos jogos que ali disputou, ou seja, em 10 jogos realizados nas Antas, o FC Porto vencía pelo menos 8. Fantástico!

sábado, 18 de outubro de 2008

Outra vez 4-0!

O sorteio da Taça de Portugal foi simpático para o FC Porto. Depois dos compromissos das Selecções, com vários jogadores envolvidos em viagens desgastantes, e antes de um compromisso importantíssimo para a Liga dos Campeões, nada melhor do que defrontar um adversário da III Divisão nacional na 1ª eliminatória da Taça.
Em teoria, estes jogos da Taça, frente a adversários menos cotados, são propícios à titularidade dos jogadores menos utilizados na Liga, mas nem sempre essa confiança do treinador é correspondida com entrega e atitude. Convenhamos que não é fácil motivar os jogadores para defrontar o Sertanense. Se à desmotivação de defrontar adversários de divisões inferiores juntarmos as menores rotinas e automatismos de um «onze» inédito, estão encontrados os motivos para um jogo menos conseguido. É Taça!
Apesar de ter repetido a vitória (4-0) da época passada, o FC Porto teve mais dificuldades na nova visita à Sertã. Jesualdo colocou apenas dois habituais titulares no «onze» inicial: Nuno e Tomás Costa. Destaque também para a titularidade de Péle e de Tarik Sektioui, que procuram adquirir ritmo, e para a primeira aparição de Hulk no «onze» inicial.
O FC Porto jogou a passo durante toda a primeira parte e, apesar de ter marcado em cima do intervalo, só aos 44 minutos é que criou a primeira grande oportunidade de golo através de um remate de Hulk. Antes do golo de Tarik Sektioui, que também tinha inaugurado o marcador na vitória da época passada, valeu a concentração de Nuno para evitar que o Sertanense marcasse primeiro.
No segundo tempo, o natural desgaste físico do Sertanense e a maior concentração dos jogadores do FC Porto permitiram estabelecer o mesmo resultado da época passada: 4-0!
Uma nota final para a boa exibição de Tarik Sektioui, o marroquino está restabelecido dos problemas físicos do início da época e do recente período do Ramadão. Vai haver magia marroquina nos próximos jogos!
Agora, segue-se um ciclo aparentemente menos complicado para o FC Porto com recepções ao Dinamo de Kiev e ao Leixões, e visitas à Figueira da Foz e à Ucrânia.

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto - Dinamo de Kiev, Taça dos Clubes Campeões Europeus 1986/87

Antecipamos o próximo duelo da Champions League, entre o FC Porto e o Dinamo de Kiev, com o bilhete relativo ao jogo da 1ª mão do histórico confronto das Meias-finais da edição de 1986/87 da extinta Taça dos Clubes Campeões Europeus.
Bayern de Munique, Dinamo de Kiev e Real Madrid eram os potenciais adversários do FC Porto nas Meias-finais da prova. Depois de eliminar o campeão dinamarquês (Brondby) nos Quartos-de-final, o FC Porto cruzou-se com o Dinamo de Kiev nas Meias-finais. Os ucranianos já tinham deixado pelo caminho o Celtic de Glasgow e os turcos do Besiktas, e eram considerados um dos principais candidatos a vencer a competição.
A 1ª mão disputou-se nas Antas a 8 de Abril de 1987 e o FC Porto venceu o Dinamo por 2-1 (Paulo Futre aos 49’, André aos 57’ (p) e Yakovenko aos 74’). Apesar do enorme potencial da célebre equipa orientada por Valeri Lobanovsky, o FC Porto fez uma grande exibição e derrotou o Dinamo pela primeira vez na TCE dessa época.
Os ucranianos tiveram a infelicidade de se cruzar com o FC Porto numa altura em que a cumplicidade entre o trio Futre-Gomes-Madjer estava no seu auge!
Apesar da diferença mínima conquistada nas Antas, o FC Porto voltou a vencer em Kiev, também por 2-1 (Celso aos 4’, Gomes aos 11’ e Mikhajilichenko aos 13’), e avançou para a Final de Viena.

«Curiosidades FCP» - A etapa Viseu-Braga, Volta a Portugal em bicicleta de 1952

Hoje recuamos à edição de 1952 da Volta a Portugal em bicicleta e a uma etapa que consagrou Sousa Santos, um dos mais conceituados corredores de sempre do ciclismo português e do FC Porto.
Apesar de lhe ter faltado uma vitória na Volta a Portugal (foi 2º classificado em 1952 e em 1957), Sousa Santos foi um dos melhores ciclistas portugueses da sua geração.
Moreira de Sá, também do FC Porto, foi o grande vencedor da edição desse ano da Volta a Portugal mas Sousa Santos foi um dos maiores protagonistas da prova. Recuperamos precisamente a etapa que o consagrou e que ligou Viseu a Braga. O ciclista do FC Porto venceu a etapa com 10 minutos e 45 segundos de vantagem sobre o segundo classificado.
Apesar de nessa altura ter apenas 22 anos, e de ter iniciado a carreira profissional no ano anterior, Sousa Santos bateu-se com os mais conceituados do pelotão português. Apesar de não ter experiência em grandes provas, o ciclista do FC Porto acabou por ser segundo classificado na geral, numa edição da Volta que o FC Porto venceu a nível individual e colectivo.
Depois da vitória de Moreira de Sá, em 1952, o FC Porto voltaría a vencer a Volta em 1959, numa edição que consagrou Carlos Carvalho.

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

A «foto do dia» - O programa oficial do Wolverhampton – FC Porto, Taça UEFA 1974/75

Recuamos à 3ª participação do FC Porto na Taça UEFA com a capa do programa oficial do Wolverhampton – FC Porto, relativo à 2ª mão da 1ª eliminatória da prova, época 1974/75.
Já tínhamos recordado o bilhete desse jogo que permitiu ao FC Porto aceder à 2ª eliminatória da competição, apesar de ter sido derrotado por 3-1 (Bailey aos 3', Cubillas aos 37', Daley aos 46' e Dougan aos 79') em Inglaterra. Uma derrota que não foi suficiente para anular a vantagem que o FC Porto trazia das Antas, depois de ter vencido os ‘Wolves’ por 4-1 (McAlle (p.b.) aos 3', Cubillas aos 37', Flavio aos 41', Bailey aos 63' e Fernando Gomes aos 69').
Contudo, o jogo do Molineux Stadium não foi nada fácil para o FC Porto. Apesar de Cubillas ter sossegado a equipa, e os adeptos, com um golo marcado aos 37 minutos, no segundo tempo o Wolverhampton marcou por duas vezes, ficando com uma vantagem de dois golos muito perto do final. O FC Porto segurou a eliminatória nos últimos 10 minutos!
Depois do Wolverhampton, seguiu-se o Nápoles na 2ª ronda.

terça-feira, 14 de outubro de 2008

«Curiosidades FCP» - Adolfo Roque e a Revigrés

Hoje prestamos homenagem a Adolfo Roque, o ex-Presidente do Conselho Fiscal da SAD do FC Porto, que faleceu recentemente vítima de doença prolongada.
Adolfo Roque foi um dos fundadores da Revigrés, a empresa que, em 1983, iniciou um contrato de patrocínio com o FC Porto. 25 anos depois, é impossível não associar esta marca de material cerâmico ao primeiro clube português a celebrar contrato com um patrocinador e a inserir publicidade nas suas camisolas, o FC Porto.
Adolfo Roque foi um dos homens que fez a Revigrés crescer em Portugal e no estrangeiro, deixando a sua marca em obras emblemáticas como a sede da BBC, em Londres, o Aeroporto de Moscovo, o salão de exposição da Hyundai, em Seul, ou a Câmara Municipal de Vilnius, capital da Lituânia.
A excelente relação de amizade que mantinha com Pinto da Costa, e as sua aptidões empresariais, terão certamente sido um dos principais motivos que levaram o Presidente da SAD do FC Porto a convidá-lo para integrar a sua equipa. Recentemente, e em face desse bom relacionamento, o FC Porto distinguiu a Revigrés como seu 'Honorarium Sponsor', um título exclusivo da empresa de cerâmica e que nunca antes tinha sido atribuído na história do clube.
Nesta foto, captada no interior do avião que trouxe o FC Porto de Tóquio, Adolfo Roque, Costinha e Derlei exibem os troféus que o FC Porto conquistou em Dezembro de 2004, na sua segunda presença na Final da Taça Intercontinental.

sábado, 11 de outubro de 2008

O cabisbaixo 'Licha' Lopez

Já se percebeu que Lisandro gosta muito do FC Porto. Apesar de andar triste, devido à indefinição em torno da possível renovação do seu contrato, o ponta-de-lança argentino não deixa de se mostrar combativo e dedicado sempre que entra em campo. Um jogador que, tal como Lucho Gonzalez, parece ter sido formado nas escolas do clube tal a empatia que revela com os sócios e adeptos do FC Porto. Merecia um contrato melhor? Claro que sim!
Apesar do seu representante se ter excedido nos comentários que efectuou à imprensa portuguesa (talvez como forma de pressão!), é muito provável que o FC Porto aceda ás pretensões de Fernando Hidalgo e aumente o vencimento de Lisandro, tornando-o (justamente) um dos cinco jogadores mais bem pagos do plantel. Além disso, o contrato do jogador só expira em Junho de 2011, ou seja, Lisandro está ligado ao FC Porto até final desta época e por mais duas temporadas, o que permite ao FC Porto ter uma margem negocial considerável. Contudo, o FC Porto recusou recentemente várias propostas para transferir o jogador, o que naturalmente levou o seu empresário a reclamar um vencimento próximo daquele que outros clubes estariam dispostos a oferecer a Lisandro.
Apesar de num passado recente o FC Porto se ter mostrado intransigente em situações semelhantes, não seria conveniente arriscar um maior descontentamento do jogador devido à indefinição à volta da melhoria salarial do seu contrato. O FC Porto deve definir prioridades: ou continua a ter dezenas de jogadores sob contrato, mas que representam outros clubes, ou privilegia as renovações e melhorias salariais de um grupo restrito de jogadores (Bruno Alves, Raúl Meireles, Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez, por exemplo) que actualmente transportam a ambição e mística do clube. A segunda opção parece ser a mais coerente. É assim que se constroem ciclos vitoriosos!

«Curiosidades FCP» - O FC Porto - Rosenborg da Liga dos Campeões 1996/97

Recuperamos a capa do programa oficial do FC Porto - Rosenborg relativo à 4ª jornada da Liga dos Campeões 1996/97. Essa edição da Champions marcou a melhor participação do FC Porto em fases de grupos da competição. Vencemos cinco jogos e cedemos apenas um empate (nas Antas, frente ao AC Milan), num grupo constituído por FC Porto, AC Milan, Rosenborg e Gotemburgo.
Apesar do programa oficial ser relativo ao jogo frente aos noruegueses, a ilustrar a capa surge um lance relativo ao FC Porto - Gotemburgo, da 2ª jornada da competição. Um jogo que o FC Porto também venceu (2-1), com dois golos do brasileiro Artur. Na foto, encontramos os defesas centrais Jorge Costa e Lula a enfrentarem dois avançados suecos.
Quanto à recepção ao Rosenborg, foi a 30 de Outubro de 1996 e o FC Porto venceu os noruegueses por 3-0 (Zahovic aos 31', Drulovic aos 41' e Artur aos 60'). O jogo marcou a 4ª vitória consecutiva do FC Porto nessa fase de grupos, o que lhe permitiu receber o AC Milan nas Antas com 6 (!) pontos de vantagem sobre os italianos. Depois de empatar (1-1) com o AC Milan, o FC Porto derrotou o Gotemburgo na Suécia por 2-0, vencendo o Grupo D com 7 pontos de vantagem sobre o segundo classificado.

A «foto do dia» - Pinto da Costa e Américo de Sá

Hoje recuamos à conquista da Taça de Portugal 1976/77 com uma foto do então Chefe do Departamento de Futebol do FC Porto, Pinto da Costa, e o Presidente do clube da altura, Américo de Sá. O FC Porto conquistou o troféu ao vencer o Sp. Braga na final por 1-0 com um golo de Fernando Gomes, que muitos portistas ainda hoje consideram o golo que ditou a viragem na história do futebol português pós-Revolução de Abril. A conquista da Taça permitiu ao FC Porto de José Maria Pedroto ganhar alento e confiança para a conquista do campeonato nacional da época seguinte.
Pinto da Costa foi nomeado Chefe do Departamento de Futebol no final da época 1975/76, imediatamente após o regresso de Pedroto ao clube como treinador. Quanto a Américo de Sá, foi Presidente do FC Porto de 1972 a 1982. Apesar de ter sido durante a sua presidência que o FC Porto quebrou o célebre jejum de 19 anos sem vencer o campeonato nacional, esse marco histórico ficou mais a dever-se à astúcia da dupla Pedroto-Pinto da Costa do que às aptidões do antigo Presidente. Contudo, insatisfeito com a condução política do futebol do clube, Américo de Sá viría a afastar Pinto da Costa e a suspender a equipa técnica de Pedroto, que se mostrou solidária com o então homem forte do Departamento de Futebol. Segundo relatos da época, Américo de Sá não apreciava o estilo crispado e de constante conflito que a dupla Pedroto-Pinto da Costa fazia questão de impor na relação com os poderes instituídos do futebol português. Uma forma de estar que valeu a Pinto da Costa a vitória nas eleições que se seguiram para a presidência do clube.

quarta-feira, 8 de outubro de 2008

«Curiosidades FCP» - O FC Porto - AC Milan da Liga dos Campeões 1992/93

Recuperamos a primeira presença do FC Porto na fase de grupos da Liga dos Campeões com o «onze» que defrontou o «Super Milan», de Fabio Capello, na 3ª jornada da competição, época 1992/93.
Na estreia na prova, o FC Porto recebeu nas Antas o PSV Eindhoven (de Romário) e cedeu um empate (2-2), tendo depois sido derrotado (1-0) em Gotemburgo na 2ª jornada da competição. Ou seja, era fundamental vencer o AC Milan nas Antas de forma a evitar que os italianos ficassem ainda mais isolados no 1º lugar do grupo (nessa época, a fase de grupos da Liga dos Campeões era composta por apenas 2 grupos de 4 equipas cada, sendo os dois primeiros classificados de cada grupo apurados para a Final). Foi por isso surpreendente que o FC Porto se tenha apresentado frente aos italianos com 3 defesas centrais (Aloísio, Jorge Costa e Fernando Couto) no «onze» inicial. Apesar do equilíbrio, e das poucas oportunidades criadas durante o jogo por ambas as equipas, os italianos acabaram por vencer com um golo de Jean-Pierre Papin e deixaram o FC Porto com apenas 1 ponto, isto depois de decorridas 3 jornadas.
O jogo marcou a estreia a titular de Rui Jorge, que acabou por vencer o duelo frente a Ruud Gullit. Apesar do «onze» italiano ser uma autêntica constelação de estrelas, para o jogo das Antas o técnico Fabio Capello não pode contar com Frank Rijkaard e Marco Van Basten. Plantel riquíssimo!
O AC Milan acabou por ser primeiro do grupo, vencendo os 6 jogos e sofrendo apenas 1 golo!
Marselha e AC Milan apuraram-se para a Final, disputada em Munique a 26 de Maio de 1993. Os franceses venceram o AC Milan por 1-0 (Basile Boli aos 44’) mas a UEFA viría a retirar-lhes o título europeu depois de confirmadas as suspeitas de corrupção que na altura envolviam o clube de Bernard Tapie.
Aqui ficam os «onzes» do jogo das Antas:
FC Porto: Vítor Baía, João Pinto, Aloísio, Fernando Couto, Jorge Costa (Domingos aos 88’) e Rui Jorge; Paulinho Santos, Jorge Couto e Semedo; Timofte e Emil Kostadinov (Toni aos 68’);
Treinador: Carlos Alberto Silva
AC Milan: Sebastiano Rossi (Cudicini aos 86’), Mauro Tassoti, Alessandro Costacurta, Franco Baresi e Paolo Maldini; Demetrio Albertini, Gianluigi Lentini, Boban e Ruud Gullit; Jean-Pierre Papin e Marco Simone (Evani aos 79’);
Treinador: Fabio Capello
Golos: Jean-Pierre Papin aos 72m

domingo, 5 de outubro de 2008

Assim se vê a força do FCP!

É assim que gostamos de ver o tricampeão: a assumir o querer ganhar e a não esperar pelo adversário. Quatro dias depois do descalabro do Emirates Stadium, deu para curar algumas feridas e... chegar à liderança!
Uma situação similar à vivida há um ano atrás, quando o FC Porto foi derrotado em Liverpool por 4-1 e quatro dias depois venceu o Benfica na Luz por 1-0. Ou seja, duas derrotas em Inglaterra antecederem duas vitórias em Lisboa.
Foi um clássico dividido e que mostrou que é preciso muito mais que uma derrota por 4-0 para retirar ambição e personalidade ao tricampeão. Mas, sinceramente, era exactamente a resposta que esperávamos e que se impunha!
Talvez obrigado pelas circunstâncias, devido ao sub-rendimento de Mariano Gonzalez e à má condição física de Tarik Sektioui, Jesualdo optou por utilizar o mesmo 4-4-2 que apresentou na Luz e abdicar do 4-3-3 onde o Sporting nos jogos anteriores tão bem "encaixava". Desta vez deu certo! Apesar de se estender num 4-3-3 quando atacava, a defender o FC Porto fazia recuar Lucho Gonzalez e Tomás Costa para retirar espaço e posse de bola ao losângulo do Sporting.
Enquanto esteve bem fisicamente, o FC Porto esteve sempre à procura do golo e só vacilou quando Paulo Bento refrescou o ataque com as entradas de Liedson e Romagnoli. Mas nessa altura, houve um jogador que simplemente decidiu dar o corpo às balas: Bruno Alves. Que grande jogo! Além das duas "bombas" com que brindou Rui Patrício, o central do FC Porto "limpou" o jogo aéreo e ainda se deu ao luxo de por vezes sair a jogar. Era justo que daqui a uns anos este Sporting-FC Porto fosse recordado como o «clássico dos livres do Bruno Alves».
No FC Porto ninguém comprometeu e até os laterais merecem nota positiva. Sapunaru bem mais confiante e tranquilo, e Fucile sempre lutador e intenso. Destaque também para mais uma bela exibição de Fernando. O trinco brasileiro revela uma humildade impressionante, para ele é igual defrontar o Sporting ou o Sertanense.
Mesmo sem jogar bem, o FC Porto sai deste ciclo complicado em segundo lugar do seu grupo da Champions e em primeiro lugar (provisório?) da Liga portuguesa. Não deixa de ser positivo para uma equipa ainda à procura de automatismos e que logo no início da temporada teve de defrontar (fora de casa) o Benfica, o Arsenal e o Sporting.

O «cromo do dia» - Romeu

Romeu Fernando Fernandes Silva nasceu a 4 de Março de 1954 em Vila Praia de Âncora.
Este antigo avançado do FC Porto foi dos poucos jogadores a ter o privilégio de representar os 3 grandes portugueses: FC Porto, Sporting e Benfica.
Romeu iniciou a carreira no 1º de Maio de Lourenço Marques, depois de ter partido com os pais para Moçambique. Antes de voltar ao nosso país, ainda representou outro clube desta ex-colónia portuguesa, o Sporting da Beira. O primeiro contacto com o FC Porto deu-se logo no ano do seu regresso a Portugal. Com apenas 18 anos de idade, Romeu foi treinar à experiência na equipa de juniores do FC Porto mas acabou por ser dispensado e vincular-se ao Vitória de Guimarães. Depois de se afirmar no Vitória, chegou a oportunidade de representar o primeiro clube grande, o Benfica, entre 1975 e 1977. Regressou a Guimarães na época seguinte e chegaría ao FC Porto em 1979/80 depois da conquista do bicampeonato com José Maria Pedroto. Apesar de o FC Porto ter terminado aí o seu longo período de jejum no que a títulos diz respeito, Romeu acabou por não se sagrar campeão nacional porque representou o FC Porto precisamente naquele intervalo de títulos entre 78/79 (último título com Pedroto) e 84/85 (primeiro título com Artur Jorge).
Romeu representou o FC Porto durante 4 épocas, entre 1979/80 e 1982/83. Apesar de não se ter sagrado campeão nacional, foi preponderante na manobra ofensiva do FC Porto de Hermann Stessl e de José Maria Pedroto. No FC Porto foi utilizado em várias posições do ataque, como extremo-esquerdo, como avançado e até como organizador de jogo. Durante esse período, foi um dos principais municiadores dos avançados do FC Porto. Mike Walsh, Jacques e Fernando Gomes, entre outros, marcaram muitos golos após passes de Romeu.
Depois de jogar no Benfica e no FC Porto, Romeu chegaría ao Sporting na época 1983/84, representando o clube de Alvalade durante 3 épocas. Já em final de carreira, ainda representou o Salgueiros, onde foi orientado pelo amigo e antigo companheiro do FC Porto, Rodolfo Reis, e o Amora, da 2ª Divisão nacional.
O «Cenourinha», como ficou conhecido, também foi internacional por Portugal em 19 ocasiões, 8 em representação da Selecção de Esperanças e 11 pela equipa principal.
Depois de terminada a carreira profissional, foi um dos escolhidos por Marinho Peres para o acompanhar em vários clubes que o brasileiro orientou no nosso país, entre eles o Sporting, o Vit. Guimarães e o Beleneneses. Mais tarde, Romeu veio a assumir funções de técnico principal em clubes mais modestos, como o Torreense, o Paredes ou o Olivais e Moscavide.

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Correr o mundo à procura de laterais

Lino, Benítez, Fucile e Sapunaru. Um brasileiro, um argentino, um uruguaio e um romeno. São estes os actuais defesas laterais do plantel do FC Porto que tantas dificuldades têm tido para fazer esquecer os que num passado recente tão bem desempenharam as suas funções no lados esquerdo e direito da defesa do FC Porto.
Não colocando em causa o potencial dos 4 jogadores, é no mínimo surpreendente que o FC Porto continue a insistir no mercado internacional quando na Liga portuguesa continuam a existir defesas que nada ficam a dever aos actuais laterais do plantel do FC Porto. No mercado nacional há vários defesas laterais com potencial e experiência suficiente na Liga portuguesa para poderem representar o FC Porto. Alonso (Nacional da Madeira), Andrezinho (Vit. Guimarães), João Pereira (Sp. Braga) e Evaldo (Sp. Braga), só para dar alguns exemplos, poderíam perfeitamente dar o salto para o actual tricampeão português. Nenhum deles é exuberante mas facilmente faríam esquecer as actuais limitações dos defesas laterais do plantel do FC Porto.
Tal como aconteceu em 2002, com a aquisição de dois laterais da Liga portuguesa (Nuno Valente e Paulo Ferreira), talvez fosse altura de o FC Porto dar mais atenção ao mercado nacional em vez de correr meio-mundo para adquirir defesas laterais que não conhecem o futebol europeu e que necessitam de um perídodo de adaptação que por vezes se eterniza.
Afinal, o que têm em comum Inácio, João Pinto, Eduardo Luís, Nuno Valente e Paulo Ferreira? São os laterais (todos portugueses e formados na nossa Liga) com que o FC Porto disputou as suas 4 finais europeias. João Pinto e Eduardo Luís foram utilizados frente à Juventus, na Final da Taça das Taças, em 1984, enquanto que em Viena, na Final da Taça dos Campeões Europeus, os laterais foram João Pinto e Inácio. Mais recentemente, na Final da Taça UEFA, em 2003, e na Final da Liga dos Campeões, em 2004, os escolhidos foram Nuno Valente e Paulo Ferreira.
Às vezes, as soluções mais fáceis são também as mais eficazes. Basta olhar para a história!

«Curiosidades FCP» - A 'Acta de Instalação' de 3 de Agosto de 1912

Hoje recuperamos um relato escrito de uma reunião, entre FC Porto e Leixões, que teve lugar na secretaria do FC Porto a 3 de Agosto do longínquo ano de 1912. Os dois clubes reuniram-se para discutirem a formação de uma associação de clubes que pudesse organizar e regular o fenómeno desportivo na altura designado por «football».
Apesar de terem sido convidados vários clubes do Norte do país, apenas FC Porto e Leixões se fizeram representar, o que naturalmente fez com que várias resoluções fossem adiadas para uma nova reunião que teve lugar uma semana depois, ou seja, a 10 de Agosto de 1912.
Além do relatório da conferência entre os dois clubes, no documento surgem também as fotos dos delegados presentes na primeira reunião: José António Afonso Barboza e Hernâni Soares da Rocha, por parte do Leixões, e João António Gonçalves da Cal e Joaquim Pereira da Silva, por parte do FC Porto.
Na acta pode ler-se: «Aos três de Agosto de mil novecentos e doze reuniram na secretaria do Football Club do Porto, à Rua Anthero de Quental numero trezentos e cincoenta e oito, dois delegados do Leixões e dois do Football Club do Porto, a convite deste último club, afim de discutirem as vantagens que adviriam, para o desenvolvimento do jogo de football do Norte de Portugal, da Federação de todos os clubs, formando-se uma associação que procurasse, não só a confraternização inter clubs, que é um dos melhores factores do progresso do sport, mas também elaborasse todos os regulamentos necessários a dar autoridade moral e oficial aos concursos ou matches que de futuro venham a realizar-se...»