sábado, 30 de janeiro de 2010

Fosse sempre assim...

Depois do comprometedor empate (1-1) frente ao Paços de Ferreira, não era difícil concluir que o FC Porto tinha ficado sem margem para perder mais pontos na Liga. Se à distância de 6 pontos, que nos separava dos dois primeiros, juntássemos o mau futebol que a equipa tem praticado, chegávamos à conclusão que a visita à Choupana poderia trazer um adeus definitivo ao sonho do ‘Penta’.
No entanto, Rúben Micael veio "estragar" os planos de toda a gente ao resgatar o futebol do FC Porto da vulgaridade. Bastaram dois jogos para confirmar que o médio madeirense é de facto um grande jogador. Não deixa de ser irónico que apenas um jogador possa oferecer tanto (alegria, objectividade, clarividência,...), e em tão pouco tempo, a uma equipa. Já nos convenceu!
Agora, com o seu jogo de meio-campo muito mais harmonioso, vamos lá ver se o FC Porto consegue encurtar a distância para os dois primeiros de forma a manter o sonho do ‘Penta’ até ao fim (pelo menos até ao FC Porto-Benfica, da penúltima jornada da Liga). Mesmo sem convencer (hoje não foi o caso!), é isso que se espera dos «tetracampeões». Por agora, o FC Porto mantém a ilusão!
Hoje, mesmo frente a um Nacional que não está tão forte como em épocas anteriores, o FC Porto teve momentos brilhantes no jogo. A chegada de Rúben Micael veio permitir que a equipa diversificasse a sua forma de atacar. Agora, ao pontapé para a frente deu lugar o futebol linear e de 'bola no pé' das formiguinhas do meio-campo do FC Porto (Belluschi e Rúben Micael).
Fica um desejo para o jogo frente ao Sporting: com o castigo de Hulk e a lesão de Cristian Rodriguez, seria interessante ver o Professor inovar e apresentar um meio-campo com Fernando, Raúl Meireles, Belluschi e Rúben Micael.
Agora, segue-se um mês de Fevereiro cheio para o FC Porto. Contudo, dos 7 jogos a realizar durante esse período, 5 serão no Dragão e apenas 2 fora de casa, sendo que um deles, frente ao Leixões, se disputa em Matosinhos, ou seja, durante o frenético mês de Fevereiro, o FC Porto só abandona a cidade Invicta no último dia do mês, para disputar o clássico frente ao Sporting, em Alvalade. Sendo assim, ficamos por casa até ao próximo dia 28!
Positivo (+)
- pelos golos: Falcão e Varela;
- a classe, personalidade e humildade de Rúben Micael;
- o exuberante momento físico de Álvaro Pereira;
- o segundo golo do FC Porto (brilhante combinação de futebol colectivo);
- a postura do FC Porto, que mesmo a vencer por dois golos de diferença nunca deixou o seu adversário aproximar-se da baliza de Helton;
Negativo (-):
- a sobranceria de Fucile, que poderia ter custado uma grande-penalidade quando o resultado ainda estava em 0-0;

«Curiosidades FCP» - Madjer, o melhor africano em 1987

Hoje, nas «Curiosidades FCP», vamos recordar a distinção, como ‘melhor jogador africano do ano’, de que foi alvo o argelino que marcou o FC Porto e o futebol português durante a década de 80, Rabah Madjer.
Apesar de nos dias de hoje este prémio ser atribuído pela Confederação Africana de Futebol (CAF), foi a revista francesa ‘France Football’ (em baixo, na foto, uma capa de uma edição dedicada a Madjer) que o instituiu (desde 1970), atribuindo ao seu vencedor a Bola d’Ouro.
Além de ter sido considerado o melhor futebolista africano em 1987, Madjer viu o seu nome ficar entre os três melhores jogadores africanos em mais duas ocasiões, em 1985 (2º classificado) e 1990 (3º classificado).
Jogador africano do ano (1985):
1. Mohammed Timoumi 113 pts Marrocos/FAR Rabat
2. Rabah Madjer 45 " Argélia/Tours FC/FC Porto
3. Djamel Menad 39 " Argélia/JE Tizi-Ouzo
4. Ibrahim Youssef 39 " Egipto/Zamalek
5. Badou Zaki 33 " Marrocos/WAC Casablanca
6. Youssouf Fofana 31 " Costa do Marfim/AS Monaco
7. Lakhdar Belloumi 20 " Argélia/GCR Mascara
8. Abedi Pelé 19 " Gana/Dragons de l´Ouème
9. Jules-François Bocandé 17 " Senegal/FC Metz
10. Roger Milla 16 " Camarões/AS Saint-Etienne
Com a atribuição do título em 1987, Madjer ficou associado a outros grandes nomes do futebol africano, como Abedi Pelé, George Weah, Roger Milla, Rashidi Yekini, Nwankwo Kanu, El-Hadji Diouf, Samuel Eto’o, Didier Drogba, Frederic Kanouté e Emmanuel Adebayor, entre outros. Curiosamente, em três ocasiões em que foi votado um dos melhores futebolistas africanos do ano, Madjer já representava o FC Porto em duas delas. O argelino chegou ao nosso país a meio da época 1985/86 (ainda a tempo de marcar 11 golos em jogos do FC Porto no campeonato), ou seja, uns meses depois de ter sido eleito o 2º melhor jogador africano da época.
Dois anos depois, super-valorizado pelo mediático ‘calcanhar de Viena’, o avançado do FC Porto conquistaria então o ambicionado troféu de ‘melhor jogador africano do ano’, superando, entre outros, Oman-Biyik, Abedi Pelé e Roger Milla.
Jogador africano do ano (1987):
1. Rabah Madjer 130 pts Argélia/FC Porto
2. Youssouf Fofana 63 " Costa do Marfim/AS Monaco
3. François Oman-Biyik 52 " Camarões/Stade Lavallois
4. Magdi Abdelghani 37 " Egipto/Al-Ahly
5. Taher Abou Zeid 25 " Egipto/Al-Ahly
6. Kennedy Malunga 24 " Malawi/Club Brugge
7. Peter Dawo 21 " Quénia/Gor Mahia
8. Abedi Pelé 17 " Gana/Olympique Marseille
9. Ambrose Ayioy 15 " Quénia/AFC Leopards
10. Roger Milla 14 " Camarões/Montpellier
Por fim, o avançado do FC Porto veria o seu nome constar pela última vez no pódio dos melhores jogadores africanos em 1990. Nesse ano, o camaronês Roger Milla viu a sua fantástica prestação no Mundial de Itália ser premiada com o primeiro lugar na lista dos melhores jogadores africanos do ano, enquanto que Madjer (regressado ao FC Porto depois da breve experiência de 6 meses em Valência) se ficou pela terceira posição, atrás do seu compatriota El-Ouazani.
Jogador africano do ano (1990):
1. Roger Milla 209 pts Camarões/St-Denis
2. Chérif El-Ouazani 64 " Argélia/Aydinspor
3. Rabah Madjer 60 " Argélia/FC Porto
4. François Oman-Biyik 60 " Camarões/Stade de Rennes
5. Ahmed Shoubeir 49 " Egipto/Al-Ahly Cairo
6. Hany Ramzy 41 " Egipto/Neuchâtel Xamax
7. Cyrille Makanaky 34 " Camarões/Málaga
8. George Weah 26 " Liberia/AS Monaco
9. Abedi Pelé 23 " Gana/Olympique Marseille
10. Hossam Hassan 22 " Egipto/PAOK Salonica

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Atitude não faltou!

Perante as últimas más exibições do FC Porto, hoje havia a tentação de continuar a assistir ao excitante Inter-AC Milan (começou meia-hora antes do Estoril-FC Porto). No entanto, a estreia de Rúben Micael, e a natural curiosidade de ver a reacção da equipa depois daquele “passeio” no Restelo, convidaram-nos a mudar de canal e a assistir à qualificação do FC Porto para as meias-finais da Taça da Liga. Como se esperava, não foi um FC Porto muito diferente (pelo menos na qualidade de jogo) daquele que se exibiu de forma sofrível nos últimos jogos. Houve um pouco mais de empenho e atitude, o suficiente para garantir uma vitória (0-2) sobre uma equipa da Liga Vitalis.
Agora, parece chegada a altura do FC Porto abandonar o “discurso dos túneis e dos apitos encarnados” e concentrar-se no essencial: voltar a jogar bom futebol e derrotar os seus adversários dentro de campo!
Apesar da vitória, hoje notou-se que o FC Porto não atravessa um bom momento. Há jogadores com pouca confiança e outros demasiado tensos quando na posse da bola. Além disso, o esquema utilizado (‘4-3-3’) por Jesualdo revelou-se totalmente desadequado face aos jogadores que tinha disponíveis para este jogo. Assim, não foi difícil a Ruben Micael sobressair. O médio madeirense é inteligente e “sabe ter a bola”. Vamos lá ver se o Professor não o convida a alterar o seu estilo para fazer dele mais um centro-campista de “partir pedra”.
Agora, nas meias-finais, seguem-se Benfica ou Académica. Ao contrário do que aconteceu na época passada, este ano o FC Porto conseguiu garantir a disputa da meia-final no Estádio do Dragão. E se o adversário for o Benfica, o jogo vai ser... quentinho!Positivo (+):
- a estreia (muito promissora!) de Rúben Micael;
- o empenho de Orlando Sá, que foi premiado com um golo;
- a regularidade de Tomás Costa (neste momento, parece ser o único sul-americano com vontade de permanecer no plantel);
- a execução de Belluschi no lance do primeiro golo;
Negativo (-):
- os dois extremos do FC Porto (Guarín e Mariano), que fizeram cócegas à defesa do Estoril;
- a táctica utilizada pelo FC Porto (sem extremos que criem desequilíbrios, é inútil utilizar um ‘4-3-3’);

«Curiosidades FCP» - Os bilhetes das eliminatórias com o Hamburgo

Hoje, nas «Curiosidades FCP», recuperamos 4 bilhetes de outros tantos confrontos entre o FC Porto e um histórico clube alemão, o Hamburgo (6 vezes campeão da Alemanha, vencedor de 1 Taça dos Vencedores das Taças e de 1 Taça dos Clubes Campeões Europeus).
Os dois clubes encontraram-se pela primeira vez em 1989, na 3ª eliminatória da Taça UEFA. Os alemães começaram por eliminar o Orgryte (Suécia) e o Saragoça (Espanha), enquanto que o FC Porto necessitou de ultrapassar o Flacara Moreni (Roménia) e o Valência (Espanha) para atingir os Oitavos-de-final da competição.
Na 1ª mão, os alemães surpreenderam o FC Porto, vencendo por 1-0 (golo de Von Heesen, aos 48’). Mesmo enfrentando uma desvantagem mínima, o FC Porto acabaria por não conseguir dar a volta à eliminatória, não tendo ido além de uma vitória por 2-1 (Eck aos 42’, Nascimento aos 45’ e Jorge Couto aos 63’) no jogo da 2ª mão. O Hamburgo valeu-se do golo marcado nas Antas para seguir em frente na competição (nota: os alemães seriam eliminados logo na eliminatória seguinte pela Juventus, de Rui Barros).
A desforra do FC Porto chegaria 17 anos depois. Foi em 2006 que os dois clubes se voltaram a cruzar nas competições europeias, tendo sido sorteados, juntamente com Arsenal e CSKA de Moscovo, no Grupo G da Liga dos Campeões 2006/07.
Os dois jogos entre FC Porto e Hamburgo foram disputados a meio da fase de grupos, ou seja, nas 3ª e 4ª jornadas da competição. Os alemães começaram por visitar o Dragão, tendo sofrido uma pesada derrota por 4-1 (golos de Lisandro Lopez, aos 14’ e 81’, Lucho Gonzalez, aos 45’, Hélder Postiga, aos 69’, e Trochowski, aos 89’). Duas semanas depois, foi a vez do FC Porto visitar a ‘Nordbank Arena’ e vencer novamente os alemães, desta vez por 1-3 (golos de Rafael van der Vaart, aos 63’, Lucho Gonzalez, aos 44’, Lisandro Lopez, aos 61’, e Bruno Moraes, aos 87’).
Nestes quatro confrontos com o Hamburgo, o FC Porto venceu 3 e perdeu apenas 1, tendo marcado 9 golos e sofrido apenas 4.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Estamos nos ‘Quartos’!

A jogar muito mal, mas estamos! Mesmo com exibições miseráveis, já só faltam dois obstáculos para chegarmos novamente ao Jamor. Se assim for, será a 8ª presença do FC Porto na final da competição nos últimos 11 anos. Notável!
É provável que, face à distância que já nos separa dos dois primeiros classificados da Liga (6 pontos), a Taça de Portugal assuma este ano outra importância para o FC Porto (sem dramas, pois não se pode vencer sempre o campeonato!). Assim, não foi surpreendente que Jesualdo Ferreira tenha apresentado um «onze» constituído pelos habituais titulares (os menos utilizados voltarão ao «onze» no jogo da Taça da Liga, frente ao Estoril).
Hoje, deu para confirmar que o empenho e a atitude não têm sido responsáveis pelos últimos maus resultados do FC Porto no campeonato. De facto, não se pode acusar os jogadores de não lutarem. O problema do FC Porto tem sido outro: a equipa joga de forma previsível e só a força e potência - que Jesualdo tanto aprecia e é de facto importante no futebol moderno - de alguns jogadores não é suficiente para garantir golos e vitórias. Falta qualidade e quem crie desequilíbrios nos últimos 30 metros (Rúben Micael ainda não se estreou e já tem uma grande responsabilidade à sua espera).
Se a isso aliarmos uma deficiente qualidade de passe (nesse aspecto, Fernando, Raul Meireles e Cristian Rodriguez, por exemplo, têm feito uma época sofrível), estão encontrados os ‘handicaps’ do FC Porto 2009/10.
Quando não há espaço para jogar, tem sido difícil a jogadores como Cristian Rodriguez, Silvestre Varela ou Fernando Belluschi criarem rupturas nas densas barreiras defensivas utilizadas pelos nossos adversários na Liga. Assim, não admira que o FC Porto se sinta muito mais confortável perante equipas que jogam o ‘jogo pelo jogo’, como aconteceu em Guimarães e Madrid.
Agora, com a contratação de Rúben Micael, Jesualdo Ferreira tem outro problema: o que fazer com Belluschi, um jogador que custou 5 milhões de euros e que tem potencial para assumir outro tipo de funções (atrás do ponta-de-lança, onde pode aplicar as suas duas maiores virtudes: o remate espontâneo e os passes para golo) que não aquelas que o Professor lhe tem exigido?
Positivo (+):
-Beto, claro! (a alma e convicção com que defendeu as grandes-penalidades garantiram os ‘Quartos’ ao FC Porto. Um «show» que terminou com um grande desvio para a barra num remate direccionado ao seu ângulo superior esquerdo);
- a dinâmica que Álvaro Pereira e Cristian Rodriguez deram ao flanco esquerdo;
Negativo (-):
- um FC Porto sofrível durante…120 minutos! (o remendado Belenenses só não fez mais porque não teve soluções nem atrevimento!);
- o mau jogo do FC Porto trouxe uma inovação: despejar bolas para a área na sequência de lançamentos de linha lateral (será uma nova solução treinada no Olival?!!!);

A «foto do dia» - A Taça de Portugal 1976/77

Em semana de Taça de Portugal, recuperamos mais um momento histórico do FC Porto na competição: a vitória na final da prova, em 1976/77. Esse é, ainda hoje, um dos títulos mais celebrados da história do FC Porto, pois foi essa conquista que antecedeu o célebre quebrar de jejum de 19 anos, isto no que a vitórias no campeonato nacional diz respeito (o FC Porto tinha vencido a Taça de Portugal em 1967/68).
Na foto, captada no antigo Estádio das Antas (local onde foi disputada aquela final da Taça, entre FC Porto e Sp. Braga), vemos José Maria Pedroto (Fernando Gomes e António Oliveira também surgem na foto) a erguer um troféu que o FC Porto só tinha vencido por 3 ocasiões até à «Revolução de Abril» (1955/56, 1957/58 e 1967/68).
Na edição de 1976/77 da competição, o FC Porto consentiu apenas 1 golo na prova, tendo eliminado, consecutivamente, o Ac. Viseu (0-2), o Alba (8-0), o Montijo (7-1), o Aliados de Lordelo (9-0), o Sporting (3-0) e o Fafe (3-0). Na final, um golo do inevitável Fernando Gomes garantiu a vitória (1-0) sobre o Sp. Braga.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Sempre à espera de um milagre!

Depois da vitória frente à U. Leiria, tinhamos aqui referido que, perante a forma sofrível como o FC Porto se vinha exibindo, e quase sempre vencendo os seus jogos pela margem mínima, as probabilidades de ver a diferença para os dois primeiros aumentar eram muito reais. Afinal, bastou esperar uma semana para confirmar isso mesmo. E logo num jogo disputado no Dragão!
Hoje, ficou mais uma vez provado que Jesualdo Ferreira não dispõe de intérpretes para o processo/esquema de jogo que privilegia. Aliás, o Professor assume isso mesmo ao recorrer com demasiada frequência a uma solução de recurso (um '4-2-4', com Falcão e Farías dentro da área), esperando depois que o golo surja quase aos trambolhões. Desta vez não houve milagres!
Perante o mau futebol que o FC Porto tem apresentado, fica-se com a sensação que os pontos que nos separam dos dois primeiros classificados são quase irrecuperáveis. No entanto, Sp. Braga e Benfica estão apenas à distância de uma derrota (isto numa perspectiva optimista, ou seja, assumindo que o FC Porto conquista duas vitórias quando os dois primeiros visitarem o Dragão).
A 15 dias do fecho do mercado, parece evidente que o meio-campo do FC Porto precisa de se reforçar (Diego Valeri demora a atingir o nível de intensidade de jogo que se exige a um futebolista que queira ter sucesso no futebol europeu). Decidindo contratar alguém, o FC Porto terá sempre de optar por um jogador que esteja em competição e plenamente adaptado ao futebol europeu (o ideal seria um reforço da liga portuguesa), pois não faria sentido adquirir, por exemplo, mais um sul-americano para disputar apenas 4 meses de competição, praticamente o tempo que resta até final da época (nota: o bracarense Hugo Viana seria o reforço mais desejado pelo 'Paixão pelo Porto' nesta reabertura do mercado).
Agora, na Liga, segue-se a perigosíssima deslocação à Choupana. Num momento da época em que Sp. Braga e Benfica mantêm uma apreciável regularidade, o FC Porto está sem margem para perder pontos. Apesar de ainda faltar muito campeonato, um fosso de 6 pontos, entre o FC Porto e os dois primeiros (caso Sp. Braga e Benfica vençam os seus jogos), parece tornar o objectivo do 'Penta' quase inatingível. Além disso, os decisivos FC Porto-Sp. Braga (20ª jornada) e Sporting-FC Porto (21ª jornada) estão aí à porta.
Positivo (+):
- o inconformismo de Bruno Alves e Falcão (este apesar da ineficácia na finalização);
- o altruísmo de Varela;
Negativo (-):
- o discurso desajustado de Jesualdo Ferreira (com a sua equipa a jogar feio, que legitimidade sobra ao Professor para criticar o trabalho do árbitro?);
- Belluschi, que se "escondeu" do jogo;
- a tensão e ansiedade que o jogo do FC Porto provoca na plateia do Dragão;
- a confrangedora dificuldade que o FC Porto revelou em criar oportunidades de golo nos primeiros 45 minutos (não se assistiu a um desiquilíbrio, a uma finta, a um passe para golo,... nada!);

«Curiosidades FCP» - ‘Mou’ e o FC Porto

Apesar da ‘birra de Gelsenkirchen’, Mourinho continua a manter um carinho especial pelo FC Porto. Isso ficou bem evidente na última entrevista que o ex-treinador do FC Porto concedeu à imprensa portuguesa.
Hoje, vamos aqui recordar alguns excertos (os que dizem respeito ao FC Porto e à sua passagem pelo clube) da extensa conversa que José Mourinho manteve com o jornalista do «Expresso», Nicolau Santos. Aqui fica:
- É possível chegar ao topo mesmo sem os recursos financeiros das grandes equipas europeias, como fez no FC Porto?
- É possível. O FC Porto foi um exemplo perfeito de como construir uma equipa. O FC Porto construiu um centro de estágios. Depois, pensou num treinador, em mim. Deu-me confiança, tempo, condições para exercer a minha liderança a todos os níveis. Em seguida, pensou, ou pensámos, numa cultura - e a cultura que pensámos foi uma maioria de jogadores portugueses. E o clube teve condições para contratar os melhores portugueses que jogavam em Portugal. Chegámos ao Nuno Valente e ao Derlei, do Leiria, ao Paulo Ferreira, do Setúbal, ao Pedro Emanuel, do Boavista. Depois jogámos uma Taça UEFA, que foi utilizada por nós para fazer crescer a equipa. O facto de a termos ganho foi consequência do trabalho fantástico que fizemos. Depois entrámos na ‘Champions’ com a filosofia para o exterior de "vamos ver até onde chegamos" e para o interior de "podemos ganhar a qualquer um". E foi assim que, com dois anos e meio de trabalho, com princípios muito claros da relação de trabalho entre a equipa técnica, o departamento médico e o departamento de imprensa, com tudo perfeitamente definido, aquela vitória foi possível. É mais possível uma vitória seguindo estes moldes do que uma vitória gastando dinheiro.
- Quando se chega a um determinado patamar de rendimento, os jogadores continuam a importar-se quando perdem ou tanto lhes faz?
- Não acredito muito nisso. Há é modos diferentes de reagir. Há quem chore muito em momentos difíceis da vida e quem chore pouco ou não chore e, se calhar, viva esses momentos com mais intensidade. É uma questão de personalidade.
Recordo um Jorge Costa ou um Vítor Baía, que quando os encontrei no FC Porto já estavam no final das suas carreiras, e ninguém trabalhava mais do que eles, ninguém queria ganhar mais do que eles.
- Qual a importância do presidente de um clube? E qual o que mais o marcou?
- Do italiano não falo, porque é a situação actual. O presidente do FC Porto é o melhor presidente com que se pode trabalhar. Porquê? Porque sabe onde deve estar, quando deve estar, o que deve dizer, quando dizer. Sabe tudo. Se calhar fui eu que tive a sorte de o apanhar numa fase da sua carreira de grande maturidade, de grande experiência, se calhar foi sempre assim, mas para mim era o presidente perfeito. Porquê? Porque me deu todas as condições que eu solicitei, porque me deu todo o apoio durante o processo e porque é o tipo de presidente que facilita muito a função do treinador líder. Não digo o treinador técnico ou táctico, porque isso cada um será à sua maneira e de acordo com o seu potencial. Mas, para o treinador líder, ter um presidente adaptado à sua própria mentalidade e ao seu estilo de actuação é muito mais fácil. E eu devo dizer que com o senhor Pinto da Costa foi muito fácil trabalhar.
- Qual foi o melhor capitão que teve nas equipas que liderou?
- Todos. Ganhei sempre. Ganhei no Leiria com o Bilro como capitão, porque estar no Leiria em terceiro ou quarto lugar em Dezembro foi ganhar. Ganhei no FC Porto com o Jorge Costa como capitão. Ganhei no Chelsea com o John Terry como capitão. Ganhei no Inter com o Zanetti como capitão. Não tenho um único capitão perdedor, um único capitão duma equipa que não ganhou.
- Nesta década, qual foi o melhor guarda-redes que conheceu?
- O melhor guarda-redes que conheci foi o Vítor Baía. Na última década talvez não, porque já não joga há dois ou três anos, já era suplente do Helton na última época. Mas não vejo nenhum melhor que ele. Aqui, temos tido sempre guarda-redes de qualidade, aliada à qualidade do treinador deles, o Silvino: o Vítor foi eleito connosco o melhor guarda-redes da Europa, o Petr Cech também, o Júlio César foi eleito no ano passado o melhor guarda-redes de Itália num campeonato onde joga o Buffon... Melhores que estes não recordo muitos...
- O melhor defesa?
- O melhor defesa, por potencial e considerando qualidades físicas, tácticas e técnicas, é o John Terry. Acho que é o melhor de todos. Mas o Jorge Costa foi meu capitão. Deu-me muito. E ganhámos muito. Sendo um jogador menos dotado - Deus deu-lhe menos do que deu a John Terry -, era daqueles defesas insuperáveis.
- No meio-campo?
- No meio-campo, também com um potencial inferior a tantos daqueles de que fui treinador, há um que não me esqueço, porque era o meu ponto de equilíbrio, a minha referência, o meu pêndulo: o Costinha, que ainda por cima marcou um golo histórico para todos, que nos deixou às portas de conseguir coisas importantes. Mas Frank Lampard é um jogador do outro mundo. O número de golos que marca como jogador do meio-campo, o número de jogos que efectua sem lesões, sem castigos, a regularidade, mas a regularidade para cima, faz dele um jogador impressionante.
- E melhor avançado?
- Melhor avançado, melhor avançado... Tive sempre avançados importantes. Escolho um que não é o melhor pelo potencial, mas escolho um: Derlei. Fez coisas no Leiria que nos projectaram para o FC Porto. E fez coisas no FC Porto absolutamente incríveis, desde o golo que nos deu a vitória na Taça UEFA, que eu continuo a dizer que é a vitória mais importante da minha carreira, até à maneira como conseguiu recuperar de uma lesão gravíssima ainda a tempo de jogar as meias-finais e a final da Champions, à maneira como motivava e arrastava companheiros em campo... Claro que Deus lhe deu menos do que deu ao Drogba, inclusive ao Benny McCarthy... Mas, para mim, Derlei é o avançado mais marcante da minha carreira. E não estou a meter o Inter em nada disto, para não ferir susceptibilidades.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Só dá mesmo para acumular minutos

Mais um jogo da Taça da Liga, mais uma oportunidade para os menos utilizados do FC Porto. Já se percebeu que Jesualdo Ferreira vai continuar a apresentar um ‘FC Porto B’ nos jogos desta competição. Além de dar minutos de jogo aos jogadores menos utilizados, o FC Porto aproveita também para responder com alguma indiferença aos organizadores da competição, isto como resposta à falta de bom senso da Comissão Disciplinar da Liga. Legítimo?
Ainda assim, o facto da competição não ser uma prioridade para o FC Porto, não significa que não haja aplicação e atitude por parte de alguns jogadores.
Hoje, a excelente organização e posicionamento em campo da Académica (Villas-Boas já provou, em tão pouco tempo, que é um excelente estratego) foi suficiente para não deixar o ‘FC Porto B’ jogar.
O Presidente, sentindo a equipa pouco determinada (isso foi evidente no jogo da Luz, com um FC Porto pouquíssimo combativo), resolveu fazer aparições quase diárias para “acordar” as tropas com o seu discurso inflamado. Vamos lá ver se nos próximos jogos esse discurso tem correspondência dentro de campo, pelo menos em termos de atitude e empenho, pois qualidade vai ser difícil pedir ao FC Porto 2009/10 (além de não privilegiar um futebol atractivo, Jesualdo Ferreira também não possui tão bons intérpretes como em anos anteriores, principalmente no meio-campo).
Nem a nossa maior esperança para a segunda metade da época (Diego Valeri) conseguiu hoje dar seguimento à boa exibição de Madrid (hoje jogou demasiado descaído sobre o flanco). Mas também é verdade que é completamente diferente para um jogador ser integrado num «onze» do FC Porto já rotinado, como aquele que defrontou o At. Madrid, ou ser incluído num «onze» de jogadores menos utilizados, como tem acontecido nos jogos da Taça da Liga. A rever… Positivo (+):
- a segurança de Nuno e a regularidade de Tomás Costa;
- 4 pontos em 2 jogos pode ser considerado positivo para um ‘FC Porto B’;
Negativo (-):
- a armada sul-americana do FC Porto (a excepção foi o nº 20), que ‘não aqueceu-nem arrefeceu’;
- a primeira-parte do FC Porto (o primeiro remate surgiu apenas aos… 40 minutos!)

Acúrcio, 1931-2010

Desapareceu mais uma das referências portistas da década de 50. Acúrcio, o guarda-redes que também foi avançado (!) da equipa de Hóquei em Patins, faleceu no passado Sábado, com 78 anos.
Na memória dos mais velhos ficará para sempre guardado o momento em que este antigo guarda-redes do FC Porto se tornou no maior protagonista de um célebre Belenenses-FC Porto. Nessa partida, Acúrcio foi autor de um golo de baliza a baliza! A proeza ocorreu na última jornada do campeonato nacional da época 1957/58, em jogo que terminou com uma vitória do FC Porto sobre o Belenenses, por 1-3 (com golos de Matateu, Carlos Duarte, Jaburú e… Acúrcio!).
Ao serviço do FC Porto, Acúrcio foi campeão nacional em 1955/56 (era suplente do guarda-redes Pinho, no plantel de Dorival Yustrich) e 1958/59 (como titular no «onze» de Bella Guttman), tendo ainda vencido as Taças de Portugal relativas às épocas 1955/56 (também com Yustrich) e 1957/58 (com Otto Bumbel).
Uma curiosidade: depois de deixar o FC Porto, em 1961 (cedeu a titularidade na baliza a outro mítico guarda-redes portista, Américo), Acúrcio rumou a Moçambique para se dedicar em exclusivo (!) ao Hóquei em Patins, como Jogador-Treinador do Desportivo de Lourenço Marques.
Em cima, recuperámos uma capa de uma edição da histórica revista «Ídolos do Desporto» (onde o nome de Acúrcio surge, erradamente, escrito com ‘S’) e uma foto da equipa que se sagrou campeã nacional com Bella Guttman, em 1958/59, onde surge aquele altíssimo ex-guarda-redes do FC Porto.
Em cima (da esq. p/ dta.): Acúrcio, Luís Roberto, Miguel Arcanjo, Monteiro da Costa, Barbosa e Virgílio;
Em baixo (da esq. p/ dta.): Carlos Duarte, Hernâni, Noé, Teixeira e Osvaldo Silva;

domingo, 10 de janeiro de 2010

É só medo Professor, é só medo...

Vamos começar pelo fim: como é possível que, estando por cima no jogo e a jogar frente a um adversário reduzido a 10 jogadores, Jesualdo Ferreira resolva "inventar" e retire do jogo um médio-ofensivo (Belluschi) e um avançado (Falcão) a 10 minutos do final da partida? Nem se trata de censurar a opção do Professor pela colocação em campo do seu afilhado (Mariano Gonzalez), mas apenas de criticar a opção super-medrosa de dar um claro sinal à equipa para defender. Depois de ver aquelas substituições, Pedroto deu voltas na tumba!!!
Num momento em que estão a ser celebrados os 25 anos da morte de José Maria Pedroto (a imprensa indígena foi a reboque do anúncio do FC Porto, em torno de uma cerimónia de homenagem, e aproveitou para publicar suplementos especiais sobre o 'Mestre'), é importante recordar ao actual treinador do FC Porto uma frase de JMP: «ao FC Porto não basta vencer, é preciso jogar bem!». Como se viu hoje, não são apenas as causas que Pedroto defendia que se mantêm actuais...
Sabendo que os seus dois adversário directos (Benfica e Sp. Braga) na luta pelo título tinham vencido os seus jogos, ao FC Porto não restava outra alternativa se não vencer a U. Leiria e conquistar os 3 pontos (seria quase dramático ver a distância para os dois primeiros aumentar para 6 ou 7 pontos). No entanto, o FC Porto nunca foi suficientemente autoritário sobre o jogo para nos levar a pensar que muito dificilmente deixaria fugir a vitória. O resultado final (3-2) acaba por revelar bem o que foram as hesitações defensivas da equipa e a sua aceitável dinâmica ofensiva.
Agora, o FC Porto voltará a jogar no Dragão na próxima jornada da Liga (Benfica e Sp. Braga jogarão fora de casa). Mas não tenhamos ilusões, pois a verdade é que estamos mais próximos de ver a diferença para os primeiros classificados aumentar do que diminuir. Não é Professor?
Positivo (+):
- o golaço de Bruno Alves (fotocópia da portentosa cabeçada que valeu o primeiro golo frente ao At. Madrid);
- o 'faro de golo' de Falcão (o colombiano procurava o seu primeiro «hat-trick» ao serviço do FC Porto, mas viu o seu treinador "roubar-lhe" essa intenção);
- a cumplicidade entre Bruno Alves e Raúl Meireles nos lances de bola parada;
- o futebol potente e massacrante de Varela;
Negativo (-):
- o receio e as substituições de Jesualdo Ferreira, que "convidaram" a U. Leiria a empatar o jogo;
- aquela precipitação de Fernando, que deu origem à grande-penalidade desperdiçada pela U. Leiria;
- a sobranceria de Helton no primeiro golo dos leirienses;
- a autêntica passadeira que o FC Porto estendeu a Ronny no segundo golo da U. Leiria (como é possível dar aquele espaço a um excelente rematador?);

A «foto do dia» - A caricatura do 'Mestre'

Ainda a propósito das celebrações dos 25 anos da morte de José Maria Pedroto, voltamos a homenagear o 'Mestre' recuperando uma das históricas caricaturas de Francisco Zambujal, que com os seus 'cartoons' celebrizou muitos daqueles que pisaram os relvados portugueses, principalmente durante a década de 70.

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

«Agora que me preparava para descansar, ir para o Algarve e desfrutar do barquito que comprei, Deus fez-me isto: chutou-me para canto!»

A frase foi proferida por José Maria Pedroto nas vésperas do seu falecimento, devido a um cancro do cólon. Inevitavelmente, o 'Paixão pelo Porto' também se associa às comemorações dos 25 anos da morte do ex-jogador e treinador do FC Porto. Recuperamos uma interessantíssima lista de frases marcantes e pequenas curiosidades, relativas ao ‘Mestre’, que, recentemente, a imprensa portuguesa disponibilizou aos seus leitores. Aqui ficam:
Curiosidades:
- o seu ídolo era Artur de Sousa "Pinga", o génio madeirense do FC Porto, cujo futebol Pedroto procurava imitar;
- considerava Hernâni (FC Porto) e Matateu (Belenenses) os futebolistas com mais classe do seu tempo de jogador;
- conquistou o coração de Cecília, quando ela tinha 16 anos e ele 27, recitando-lhe sonetos de Camões ("o amor é fogo que arde sem se ver…") na praia de Matosinhos;
- apaixonado pela pesca e pela caça, andava sempre com uma espingarda de pressão de ar e uma cana de pesca na mala do carro;
- foi candidato a deputado nas listas do PPD;
- passava as vésperas dos jogos, nos estágios, a jogar cartas para passar o tempo e deitava-se tardíssimo, muitas vezes já dia, quase não dormindo;
- no dia de folga levantava-se tardíssimo, passava a tarde na pesca e passava a noite em frente à televisão;
- foi ele que convenceu a direcção do FC Porto a criar o Lar do Jogador;
- adorava telenovelas brasileiras - Gabriela, Casarão e O Astro foram as suas preferidas - , não perdendo um episódio;
- os seus pratos preferidos eram bacalhau, de todas as maneiras, e cabrito assado;
- tirando partido de morar num local alto (a Praça Velasquez, a poucas centenas de metros das Antas) arranjou uma antena que lhe permitia apanhar a TVE, só para ver jogos de futebol na televisão espanhola;
- Maria Clara, mãe do sexólogo Júlio Machado Vaz, encabeçava a lista de cantores e grupos musicais preferidos, uma lista eclética onde constavam Maria de Lurdes Resende, Amália, Carlos do Carmo, José Cid, Paco Bandeira, Brigada Victor Jara, Carlos Gardel, Charles Aznavour e Frank Sinatra;
- o general Norton de Matos era a personagem da história portuguesa que mais admirava, "pela sua visão, com muitos anos de antecedência, do nosso problema ultramarino";
- à noite, na cama, gostava de ler em voz alta os Diários de Miguel Torga;
- achava que o futebol "não era ambiente para mulheres". Quitéria, a mãe, nunca o viu jogar e Cecília, a mulher, só foi duas vezes ao futebol, às festas dos dois títulos que conquistou como treinador, mas às escondidas dele;
- a filha Isabel, que é médica, quando tinha 18 anos namorou com Fernando Gomes, que tinha 22 anos e era uma das estrelas da equipa do FC Porto que ele treinava;
- era noctívago e frequentador assíduo de dois cafés na rua Júlio Dinis, o Orfeu e a Confeitaria Petúlia;
- tinha um grande sentido do ‘bluff’ e era viciado em tudo quanto fosse jogos, desde cartas (sueca, lerpa mas também ricardina, um jogo inventado por ele), dominó, damas, xadrez e ‘flippers’;
- católico não praticante, foi a Fátima com um amigo pouco antes da presença do FC Porto na final da Taça das Taças, pedir a Nossa Senhora que lhe desse forças para ir a Basileia;
- esteve 236 jogos no banco da equipa do FC Porto;
- levantou-se da cama, pela última vez, para receber em casa o presidente Ramalho Eanes, que o agraciou com a Ordem do Infante D. Henrique;
- quando morreu tinha na mesinha de cabeceira a Balada da Praia dos Cães, de José Cardoso Pires, que não chegou a acabar de ler;
Frases marcantes:
- «Duda é o meu brasileiro. Dois brasileiros juntos são uma escola de samba, três são uma multidão em Copacabana»;
- «O futebol é muito fácil. É o pão numa mão e o chicote na outra. A virtude é nunca usar o chicote»;
- «Sem excelentes artistas não haverá excelentes orquestras»;
- «Quero pressão à boca do túnel» (quando pedia à equipa para pressionar alto);
- «Já viram a merda que estão a fazer… Já olharam para as bancadas? Viram a quantidade de gente que vos veio ver. Tenham vergonha e joguem futebol» (ao intervalo, sempre que a equipa estava a jogar menos bem);
- «Não vai ser preciso nenhum milagre para que o FC Porto alcance finalmente o título que ambiciona a anos» (antes do FC Porto regressar aos títulos, em 1977/78);
- «As gentes do Porto são ordeiras. Se não fossem, há muitos anos teriam recorrido à violência perante os enganos dos árbitros que têm decidido da perda de muitos campeonatos e Taças»;
- «Os campeonatos não se ganham apenas com bons jogadores. A organização do clube é tão importante, ou mais, como o da equipa de futebol»;
- «Vale a pena é roubar-lhes o Futre, isso sim, isso é que é uma facada no coração» (depois do presidente do Sporting, João Rocha, ter ido às Antas resgatar Sousa e Jaime Pacheco);
- «Não tenho dúvidas de qualquer espécie de que ao Artur Jorge não faltará onde trabalhar e que, em qualquer parte, triunfará. Mas também acredito que vai ser no FC Porto que ele acabará por se revelar como um homem predestinado para a direcção e comando de equipas de futebol»;
- «Eu sou mais pé descalço, mais povo, hei-de levantar sempre a voz para reclamar e defender os legítimos interesses da cidade do Porto».

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Jogámos de Varela!

Apesar de não ser muito apetecível para os adeptos, a Taça da Liga já provou que pode ser muito interessante para treinadores e jogadores. Reproduzindo um hábito muito frequente noutros países (principalmente em Inglaterra), Jesualdo Ferreira voltou a optar (e bem!) por dar minutos de jogo a jogadores menos utilizados (o estado físico e psicológico de Diego Valeri era a minha maior curiosidade para o jogo de hoje).
Além de permitirem avaliar melhor o potencial de alguns jovens, estes jogos também são óptimos para valorizar esses jogadores e torná-los ainda mais apetecíveis aos clubes que estejam interessados no seu empréstimo. De facto, só nestas ocasiões é que um miúdo cheio de potencial como Sérgio Oliveira pode mostrar se tem ou não qualidade para representar o FC Porto. Além disso, é sempre giro vê-lo bater-se de igual para igual com os habituais titulares das equipas que defrontam o FC Porto na Taça da Liga.
Hoje, perante a forma como o FC Porto se apresentou em campo, com jogadores sem qualquer rotina e ritmo de jogo, é um pouco injusto tentar avaliar a (pouca) qualidade de jogo da equipa. O FC Porto venceu (1-0) um jogo típico de Taça da Liga, com as duas equipas a apresentarem pouco rigor defensivo e a deixarem o adversário jogar. Ainda assim, deu para perceber que é um pouco incompreensível que, sendo superior a 80 milhões de euros, o orçamento do FC Porto para o Futebol tenha tão pouca correspondência em termos de qualidade no banco de suplentes.
Não sendo um troféu com a qual estejamos obcecados (longe disso!), a Taça da Liga acaba por ser a única competição de clubes que o FC Porto ainda não possui no seu palmarés (a Taça dos Vencedores das Taças já foi extinta), ou seja, seria interessante conquistar a prova o mais brevemente possível. Para isso, o FC Porto terá de começar por garantir o primeiro lugar do seu grupo de forma a disputar a meia-final da prova no Estádio do Dragão.
Quem sabe se, no final desta época, não seremos dos poucos clubes europeus a possuir todos os troféus das competições actualmente existentes a nível nacional e internacional (Campeonato nacional, Taça do respectivo país, Taça da Liga, Supertaça nacional, Liga dos Campeões, Taça Intercontinental, Taça UEFA e Supertaça Europeia). De falta de estímulos é que os «tetracampeões» não se podem queixar!
Positivo (+):
- Varela, pelo golo e pela segurança na posse da bola;
- a regularidade de Álvaro Pereira;
- aquelas duas super-defesas de Nuno que evitaram o golo do Leixões;
- o relvado do Dragão, um autêntico tapete!
Negativo (-):
- ainda falta condição física ao futebol simples e elegante de Valeri;
- a natural ausência de rotinas dos habituais suplentes do FC Porto;

«Curiosidades FCP» - Quando Gullit nos “roubou” a Bola d’Ouro

Nunca o FC Porto esteve tão perto de ver um seu jogador vencer a prestigiada Bola d’Ouro. Apesar de na altura da atribuição do prémio Paulo Futre já representar o At. Madrid, foi com a camisola do FC Porto que o extraordinário extremo-esquerdo português impressionou a Europa do futebol, durante o ano de 1987, e esteve pertíssimo de conquistar tão prestigiante troféu.
Futre viu fugir-lhe a Bola d’Ouro por apenas 15 pontos, diferença que foi suficiente para o conceituado Ruud Gullit conquistar o troféu. Curiosamente, o antigo médio do AC Milan e da selecção da Holanda venceu a Bola d’Ouro depois de apenas ter conquistado a modesta liga holandesa, quando ainda representava o PSV Eindhoven, de Guus Hiddink.
Mesmo tendo realizado uma campanha europeia super-discreta (em 1986/87, o PSV foi eliminado da Taça dos Clubes Campeões Europeus logo na 1ª eliminatória, precisamente pelo adversário do FC Porto na final de Viena, o Bayern de Munique (0-2 em Eindhoven e 0-0 em Munique), Gullit acabou por vencer a Bola d’Ouro.
Para a conquista do troféu, muito terá contribuído a sua mediática transferência para o AC Milan (a Ruud Gullit e Marco Van Basten juntar-se-ia no ano seguinte outro holandês, Frank Rijkaard). O potente médio da selecção da Holanda beneficiou do facto de Futre ter jogado no pouco atractivo campeonato português e, posteriormente, se ter transferido para um clube mais modesto que o AC Milan, o At. Madrid.
Ainda assim, não deixa de ser um pouco injusto que, mesmo tendo realizado uma exibição fantástica na final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, o ex-jogador do FC Porto tenha sido apenas segundo classificado na atribuição da Bola d’Ouro.
Futre acabaria por nunca mais ficar tão próximo de conquistar o troféu como em 1987. O melhor que o ex-jogador do FC Porto conseguiu foi um 14º lugar, em 1989 (Van Basten foi o vencedor).
Quanto ao FC Porto, veria novamente um seu jogador (Deco) ser 2º classificado em 2004. Apesar de ter igualado a classificação de Paulo Futre, o ‘mágico’ do FC Porto ficou um pouco mais distante do 1º classificado, pois houve 36 pontos a separá-lo do vencedor, o ucraniano Andriy Shevchenko.
Aqui ficam os 10 primeiros classificados da Bola d’Ouro 1987:
1º Ruud Gullit (PSV Eindhoven/AC Milan), 106 pontos;
2º Paulo Futre (FC Porto/At. Madrid), 91 pontos;
3º Emílio Butragueno (Real Madrid), 61 pontos;
4º Michel (Real Madrid), 29 pontos;
5º Gary Lineker (FC Barcelona), 13 pontos;
6º John Barnes (Liverpool), 10 pontos;
7º Marco Van Basten (AC Milan), 10 pontos;
8º Gianluca Vialli (Sampdoria), 9 pontos;.
9º Bryan Robson (Manchester United), 7 pontos;
10º Klaus Allofs (Olympique Marseille), 6 pontos;