domingo, 30 de dezembro de 2007

O que deve mudar em 2008?

Como 2007 está a terminar, vamos aproveitar para deixar alguns desejos/conselhos para o novo ano que está aí à porta. Começamos por aconselhar o Prof. Jesualdo a dar mais protagonismo a Adriano (na foto). Aliás, se a confiança no ponta-de-lança brasileiro fosse proporcional à que o Professor deposita em Hélder Postiga e Mariano Gonzalez, o FC Porto tería agora mais golos marcados. Já se percebeu que Jesualdo não aprecia as qualidades de Adriano, mas a sua entrega e profissionalismo deveríam ter outra correspondência por parte do técnico. Todos se recordam que o brasileiro foi um dos grandes responsáveis pelo título da época passada, isto depois de Jesualdo Ferreira o colocar na lista de empréstimos por alturas do Natal!
O segundo desejo prende-se com a contratação de um defesa esquerdo que neste momento não existe no plantel do FC Porto. Marek Cech, Lino e Fucile não têm características de um típico lateral esquerdo. O eslovaco é claramente um médio interior e a propensão ofensiva do brasileiro Lino faz dele um extremo (já na Académica era assim!). Resta-nos a adaptação de Fuclie para garantir solidez ao lado esquerdo da defesa. Lucas Mareque, Lino, Ezequias, Leandro ou Areias não faríam melhor!
Por último, desejamos que mantenham o vício de vitórias e o querer ganhar. A cultura do clube fará o resto!
Nas outras modalidades, gostaríamos que o FC Porto mantivesse equipas ganhadoras no Hóquei em Patins, no Andebol e no Basquetebol. Principalmente nas duas últimas porque, tanto Carlos Resende como Alberto Babo, merecíam um maior empenhamento do clube na construção de plantéis mais fortes, à imagem do trabalho que Ilídio Pinto tem feito no Hoquei, para evitar que o hábito de ganhar não se desvaneça quando o novo «Dragãozinho» for inaugurado. E já agora, queremos o regresso do Voleibol e do Ciclismo!

O «cromo do dia» - Péter Lipcsei

Péter Lipcsei nasceu a 28 de Março de 1972 em Karcincbarcika (Hungria). Fez toda a sua formação juvenil no Ferencvaros que representou durante 14 (!) épocas sendo actualmente considerado um dos símbolos do clube magiar, e ainda representou a Selecção da Hungria em 58 jogos.
Lipcsei foi um médio de transição que defendia e atacava com a mesma competência e eficácia. A facilidade que tinha em chegar à área adversária valeu-lhe, na época 1994/95, a fantástica marca de 14 golos marcados em 28 jogos realizados no Ferencvaros (na foto). Na época seguinte mudou-se para as Antas. No FC Porto, de Bobby Robson, foi campeão nacional tendo participado em 23 jogos e marcado 6 golos, e ainda venceu uma Supertaça Cândido de Oliveira. A promissora carreira que então iniciava foi interrompida no final dessa época por uma grave lesão nos ligamentos do joelho. Seguiu-se uma delicada operação e respectiva pausa para recuperação, que acabou por não correr como desejava porque depois da intervenção cirurgica perdeu muitas das qualidades que fizeram dele um dos melhores centro campistas de sempre do futebol húngaro. Na época seguinte sería emprestado ao Sp. Espinho, mas a longa e complicada recuperação não lhe permitiu jogar e voltaría, na época seguinte, à Hungria e ao Ferencvaros. No Ferencvaros voltou a jogar com regularidade e o prestígio que ainda mantinha levou-o à Áustria para representar o Austria Salzburg em 1998. Jogou duas épocas na Liga austríaca antes de regressar à Hungria e ao seu clube do coração, que ainda representou durante 6 épocas, para aí terminar a carreira.

A «foto do dia» - O FC Porto na homenagem a Micky Stockwell em Agosto de 1994

É uma tradição em Inglaterra e uma espécie de tributo a um jogador pelos serviços prestados ao clube. Neste caso, foi o Ipswich Town que decidiu homenagear o jogador Micky Stockwell convidando o FC Porto para um jogo amigável entre as duas equipas no início da época 1994/95. Micky Stockwell foi um médio polivalente que representou o Ipswich Town durante grande parte da sua carreira. Ao serviço do Ipswich realizou 607 jogos e marcou 44 golos. Em final de carreira, Stockwell ainda representou o Colchester United durante 3 épocas, retirando-se do futebol profissional com 38 anos!
Manda a tradição que o 'Testimonial' se realize depois do jogador cumprir 10 anos ao serviço do mesmo clube, como foi o caso de Stockwell que representou o Ipswich Town durante 15 anos. Além de servir para prestar uma última homenagem ao jogador, o 'Testimonial' também é aproveitado pelos clubes para doarem ao homenageado a receita do jogo, e dessa forma garantir que o jogador mantém algum desafogo financeiro depois de terminada a carreira. Actualmente, muitos jogadores abdicam desse prémio e optam por reencaminhá-lo para instituições de caridade. Mais recentemente, os 'Testimonials' deixaram de ser tão frequentes, principalmente nos grandes clubes ingleses, isto porque os apertados calendários dos clubes deixam pouco espaço para este tipo de iniciativas.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2007

Camisola 10 continua sem dono!

Não, não exigimos nenhum Diego Maradona ou Michel Platini! Só pedimos um dono para a camisola 10. É que parece ser consensual, o FC Porto devería reforçar o seu meio-campo na reabertura do mercado. A única dúvida entre os adeptos parece residir nas funções a exercer por esse jogador. Para uns, um médio de transição ("box-to-box") sería a solução ideal para substituir alguém do muito utilizado triângulo Assunção-Meireles-Lucho, enquanto que para outros, um clássico nº 10 sería o complemento ideal para o actual meio-campo do FC Porto.
A verdade é que Mario Bolatti, Kazmierczak e Leandro Lima, apesar de terem potencial, têm demorado a adaptarem-se ao actual FC Porto, e já se percebeu que Mariano Gonzalez só pode ter alguma utilidade se for utilizado a extremo. Qualquer que seja a escolha da SAD do FC Porto, o jogador a adquirir terá sempre de esperar por uma lesão ou castigo de um elemento do eficiente triângulo de meio-campo, isto partindo do princípio que Jesualdo manterá o 4-3-3 que tem utilizado até aqui.
Apesar de o reforço do centro da defesa não ser neste momento prioritário, não sería de excluir a chegada de um defesa central já em Janeiro tendo em conta a indefinição em torno do promissor Stepanov.

O «cromo do dia» - Janos Kalmar

O húngaro Janos Kalmar foi o 31º treinador do FC Porto e orientou a equipa nas épocas de 1962/63 e 1963/64. Foi mais um treinador conceituado que passou pelo FC Porto em plena travessia do deserto no que a títulos diz respeito, e que acabaría por não terminar a temporada de 1963/64 sendo substituído na altura por Artur Baeta. Apesar dessa equipa do FC Porto ter sido formada por alguns jogadores conceituados como Américo, Miguel Arcanjo, Custódio Pinto, Azumir, Hernâni ou Carlos Duarte, nessas duas épocas, o FC Porto não foi além da segunda posição e ficou, em ambas, a 6 pontos do Benfica que foi campeão, primeiro com Fernando Riera e na época seguinte com Lajos Czeizler.
Janos Kalmar nasceu na Hungria a 21 de Março de 1908. Antes de chegar a treinador foi um fantástico avançado que representou o MTK de Budapeste e a Selecção da Hungria. Durante a época 1928/29 foi mesmo o melhor marcador do campeonato com 20 golos. Kalmar iniciou o percurso de treinador no Honved de Budapeste tendo na altura o privilégio de orientar a famosa equipa do Honved com Ferenc Puskas, Zoltán Czibor, Sándor Kocsis e József Bozsik. Com esse fantástico naipe de jogadores sagrou-se por quatro vezes campeão da Húngria. Depois da Revolução húngara, Janos Kalmar rumou a Espanha para orientar o Sevilha e mais tarde o Granada CF antes de chegar ao FC Porto na temporada 1962/63. No FC Porto foi vice-campeão nacional e o prestígio que mantinha na altura levaría-o novamente ao futebol espanhol para treinar o RCD Español, o Real Zaragoza e o CD Málaga. O FC Porto acabou por ser a única equipa que orientou, depois do Honved, fora do território espanhol.

A «foto do dia» - FC Porto 1998/99

Apesar de 1999 ter sido o ano do «Penta», o início dessa época não foi fácil para o FC Porto. A saída de António Oliveira trouxe algumas mudanças no plantel e o seu sucessor, Fernando Santos, teve pouco tempo para conhecer os cantos à casa e integrar os novos reforços. A enorme expectativa gerada com alguns jogadores que nessa época chegaram ao clube, não foi proporcional ao seu real valor. Jogadores como Ivica Kralj, Esquerdinha, Chaínho, Nica Panduru ou Quinzinho não revelaram suficiente potencial para integrarem o «onze» do FC Porto. Na baliza, foi mesmo necessário aguardar pelo regresso de Vítor Baía para afastar de vez com os fantasmas criados com a sua saída. Eriksson, Hilário, Wozniak, Rui Correia, Costinha e Silvino não chegaram para fazer esquecer o «99». Depois do início irregular, a meio da época Fernando Santos reuniría um fantástico meio-campo e ataque com Deco, Zahovic, Capucho, Drulovic e Jardel. O FC Porto sería campeão com 79 pontos e com a impressionante marca de 85 golos marcados!
Em cima: Capucho, Mielcarski, Chaínho, Jorge Costa, Kralj e Aloísio;
Em baixo: Secretário, Zahovic, Fernando Mendes, Paulinho Santos e Folha;

sábado, 22 de dezembro de 2007

De pantufas na 1ª derrota!

Defrontando uma das mais acessíveis equipas do Nacional dos últimos anos, pedia-se apenas ao FC Porto que fosse sério, humilde e que respeitasse o seu adversário. Mas ontem, na Choupana, aconteceu exactamente o contrário. O FC Porto jogou a passo durante quase toda a partida e alguns jogadores estiveram completamente alheados do jogo. Provavelmente, estaríam já a pensar nas férias!
Depois da péssima imagem de ontem, esperemos que ninguém se atrase no regresso!
Tal como tínhamos previsto, quanto maior é a diferênça pontual para os segundos classificados, menor é a motivação do FC Porto. Sabendo que do outro lado estava um adversário teoricamente mais acessível, os jogadores do FC Porto optaram por um jogo lento e sem garra. Enquanto que o adversário lutou e mostrou ambição, o FC Porto preferiu abordar o jogo de pantufas! Mesmo alguns jogadores que têm por hábito contagiar os colegas, com a sua entrega e profissionalismo, hoje revelaram total ausência do jogo. O golo do Nacional surge numa situação de perda de bola junto à área do FC Porto numa falha de concentração que se alastrou a toda a equipa durante grande parte do jogo. Os campeões voltaram a ser displicentes e...lá se foi a invencibilidade!
A partir de agora, vai ser a motivação o maior adversário do FC Porto até final do campeonato.

PS: O desejo do "blogger" concretizou-se. Vamos regressar a Gelsenkirchen!

O «cromo do dia» - Bobby Robson

'Sir' Robert William Robson nasceu em Sacriston (Inglaterra) a 18 de Fevereiro de 1933. Durante a sua carreira de jogador representou apenas três clubes: Fulham, West Bromwich Albion e Vancouver Royals. O seu interesse pelo futebol veio da infância quando o pai o levava a St Jame's Park para verem jogar o Newcastle. Maravilhado com a técnica dos avançados Jackie Milburn e Len Shackleton, Robson decidiu então enveredar pelo futebol profissional. Apesar do seu clube do coração ser o Newcastle, a primeira proposta que recebeu foi do Fulham quando ainda dividia o seu tempo entre o futebol e a carreira de electricista. Ao serviço do Fulham marcou 134 golos durante as 11 épocas que representou os londrinos. Também representou a seleçção de Inglaterra (na foto) em 20 jogos, estreando-se frente à França em 1957 num jogo em que marcou 2 golos. Em final de carreira, aceitou o convite do Vancouver Royals para ser treinador/jogador e viajou para o Canadá. O convite para voltar a Inglaterra veio do Fulham. Depois do sucesso que obteve no clube como jogador, os responsáveis do Fulham não hesitaram e convidaram Robson para orientar a equipa em 1968. Mas a primeira grande vitória como treinador surgiu quando orientava o Ipswich Town vencendo, em 1977/78, o Arsenal na final da Taça de Inglaterra. Depois dessa histórica vitória, ainda venceu a Taça UEFA com o Ipswich Town em 1981, derrotando na Final o AZ Alkmaar. Mais recentemente, sería nomeado Presidente honorário do clube como forma de gratidão pelos excelentes serviços prestados ao Ipswich durante esse período. Foi depois do sucesso no Ipswich Town que os responsáveis da Federação inglesa o convidaram para orientar a Selecção em 1982. Orientou a Inglaterra durante 8 anos garantindo presença no Mundial do México e no Mundial de Itália. Depois da histórica eliminação frente à Argentina de Diego Maradona, no final desse jogo não se conteve e afirmou: "Não foi a mão de Deus mas sim a de um batoteiro". Depois do México, Robson e a Inglaterra repetiríam presença no Mundial de Itália em 1990 sendo nessa prova eliminados pela Alemanha nas meias-finais.
Antes de chegar ao FC Porto ainda orientou o PSV Eindhoven, onde se sagrou campeão holandês, e o Sporting. Chegou ao FC Porto depois de ser despedido por Sousa Cintra que não lhe perdoou a eliminação nas provas europeias aos pés do desconhecido Casino Salzburgo. No FC Porto foi duas vezes campeão nacional e atingiu, em 1993/94, a meia-final da Liga dos Campeões sendo eliminado pelo Barcelona. Foram os excelentes resultados do FC Porto e o futebol atraente, e ofensivo, que a equipa praticava que levaram o Barcelona a convidá-lo para orientar os catalães em 1996. Em Barcelona venceu uma Taça de Espanha e uma Taça das Taças já com Figo, Vítor Baía e Fernando Couto na equipa principal. Ainda esteve na Holanda para orientar novamente o PSV Eindhoven antes de regressar a Inglaterra, e ao Newcastle, onde terminou a carreira.

A «foto do dia» - Bilhete da 1ª mão do FC Porto - Floriana FC (1993)

Na «foto do dia» continuamos a recuperar alguns bilhetes de jogos do FC Porto relativos a épocas anteriores. Hoje apresentamos o bilhete da primeira eliminatória da Liga dos Campeões da época 1993/94. Antes da fase de grupos eram disputadas duas eliminatórias tendo o FC Porto na altura defrontado os malteses do Floriana FC na primeira eliminatória. Nesse jogo, disputado nas Antas a 15 de Setembro de 1993, o FC Porto de Tomislav Ivic dava os primeiros sinais de impotência vencendo os malteses por apenas 2-0 (golos de Kostadinov e Semedo) e com o golo da tranquilidade a surgir já perto do final da partida. Na segunda mão, as dificuldades acentuaram-se não tendo o FC Porto ido além de um empate a zero. Algumas semanas mais tarde, Bobby Robson substituiría Tomislav Ivic que já não orientou a equipa na fase de grupos da Champions.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2007

Venha o Celtic ou o Schalke 04!

Trazem ambos boas sensações e são os desejados do "blog" para o sorteio da Champions na próxima Sexta-feira. Celtic e Schalke 04 trazem, por razões diferentes, óptimas recordações ao FC Porto. Os escoceses, e a sua fantástica massa adepta, ficarão para sempre ligados ao FC Porto depois da Final da Taça UEFA em 2003. Sería o reencontro, 4 anos depois da mágica Final de Sevilha. Quanto aos alemães, permitiríam ao FC Porto regressar a Gelsenkirchen (em baixo) onde se sagrou, pela segunda vez na sua história, campeão da Europa. Sería o regresso do dragão à Arena!

PS: depois da recente vaga de brasileiros, parece ser a vez da armada argentina. Confirmando-se o interesse do FC Porto em Belluschi do River Plate, aumentará para 6 o nº de argentinos no actual plantel.

A «foto do dia» - FC Porto - Peñarol

Aproveitando o aniversário da Final de Tóquio (fez a semana passada 20 anos!) e o «cromo do dia» de hoje, recordamos na «foto do dia» um duelo da Taça Intercontinental entre Sousa e dois uruguaios do Peñarol.
A Final realizou-se em condições atmosféricas inéditas para os dois clubes. Ao intenso nevoeiro juntou-se um manto de neve que cobria todo o relvado. Acabou por ser um jogo muito disputado no meio-campo, exigindo mais força que técnica pois a bola rolava pouco sobre a neve. Fernando Gomes colocou o FC Porto na frente, aos 41', mas Riera empatou a dez minutos do final. No prolongamento, Madjer voltou a ser decisivo, ao marcar o golo da vitória (110').
O FC Porto atingia em Tóquio mais uma Final depois de ter disputado a Final da Taça das Taças, a Final da Taça dos Campeões e, mais recentemente, a Final da Taça UEFA. Além destas quatro finais, o FC Porto disputou ainda a Supertaça Europeia. Uma proeza apenas conseguida por mais sete clubes europeus: Real Madrid, Bayern de Munique, Barcelona, AC Milan, Manchester United, Juventus e Ajax. Deste grupo de elite, apenas Ajax e Juventus conquistaram os cinco troféus. O FC Porto poderia ter igualado a proeza de holandeses e italianos, caso tivesse vencido a «Juve» em 1984.

PS: o FC Porto devería, 20 anos depois, homenagear os campeões de Tóquio tal como fez com os campeões de Viena. Esperemos que não se esqueçam!

O «cromo do dia» - Sousa

Foi o primeiro jogador do FC Porto a marcar um golo numa Final europeia. A 16 de Maio de 1984, na Final da Taça das Taças em Basileia, Sousa marcou a Tacconi o golo da igualdade do FC Porto frente à Juventus. Apesar de derrotado nessa final por 2-1, o FC Porto mostrava que podia vencer os melhores da Europa. Sousa foi o primeiro a mostrar-nos o caminho!
António Augusto Gomes de Sousa nasceu em São João da Madeira a 28/04/1957. Iniciou a sua carreira nas camadas jovens da Sanjoanense e chegou ao FC Porto na época 1979/80. Representou o FC Porto durante 8 épocas e ainda é hoje o segundo jogador com maior número de jogos na I Divisão (o primeiro é Manuel Fernandes do Sporting). Apesar de ter representado o FC Porto durante vários anos, acabou por só ser campeão nacional uma vez, em 1987/88, isto porque deixou o clube em 1984/85 para representar o Sporting e, curiosamente, o FC Porto acabou por ser campeão nacional nessas duas épocas em que Sousa esteve ao serviço dos leões. Regressaría à Invicta em 1986/87 sagrando-se campeão da Europa e vencendo, no ano seguinte, a Taça Intercontinental. Ainda durante essa época, voltaría a evidenciar-se numa Final europeia quando marcou o golo da vitória do FC Porto na segunda mão da Supertaça europeia frente ao Ajax. O seu percurso no FC Porto chegaría ao fim na época seguinte quando foi um dos dispensados no processo de renovação da equipa principal. O seu passado no clube dava-lhe legitimidade para querer continuar e por isso, Sousa acabou por não digerir muito bem essa decisão dos responsáveis do FC Porto. Ingressaría no Beira-Mar que representou durante quatro épocas. Já em final de carreira, ainda representou o Gil Vicente e a Ovarense. Depois de terminada a carreira de jogador, manteve-se ligado ao futebol como treinador e actualmente orienta o Penafiel da Liga de Honra.

domingo, 16 de dezembro de 2007

10 pontos de vantagem!

Excelente ambiente no Dragão na vitória (com golos de Tarik e Lisandro) do FC Porto frente ao 3º classificado da Liga. Apesar de não ter jogado bem, o FC Porto criou mais e melhores oportunidades, e acabou por marcar num período em que o Vitória até estava por cima. Os golos que o FC Porto justificou na primeira parte acabaram por surgir apenas na segunda.
Com o FC Porto a apresentar-se, depois do esforço de Terça-feira, mais cansado, física e mentalmente, ressaltou à vista a cultura táctica e a excelente ocupação de espaços que permitem que a equipa, mesmo cansada, continue unida e lúcida. Excelente trabalho de casa do Prof. Jesualdo!
Ao bom futebol do Vit. Guimarães ficou apenas a faltar instinto na hora de rematar à baliza.
Com a maioría dos jogadores do FC Porto a não passar da mediania, Helton e Lucho acabaram por ser os melhores em campo.
Com os resultados de hoje, cava-se um fosso entre o FC Porto e os segundos classificados: 10 pontos!
As exibições do campeão dão-nos legitimidade para pensar que foi mais um capítulo rumo ao tri-campeonato!
E a Liga passa a ter um novo aliciante: quem vai conseguir vencer o FC Porto?

sábado, 15 de dezembro de 2007

O «cromo do dia» - Quim

È, provavelmente, um dos jogadores do FC Porto que mais passou despercebido durante as vitoriosas épocas de 86/87 e 87/88. Apesar da menor exposição, foi utilizado na Final da Taça dos Campeões Europeus em Viena e na Final da Taça Intercontinental em Tóquio.
Joaquim Carvalho de Azevedo (Quim) nasceu em Vila do Conde a 23/08/1959. Quim iniciou a carreira profissional ao serviço do clube da sua terra, o Rio Ave (na foto). Depois de se afirmar durante 4 épocas em Vila do Conde, chegaría ao FC Porto no Verão de 1986 e permanecería nas Antas durante duas épocas sagrando-se campeão nacional e campeão europeu. No final da época 87/88, Quim acabou por ser um dos sacrificados pela renovação de que foi alvo o plantel do FC Porto. Rumaría ao Vit. Setúbal onde jogou durante uma época voltando, na época seguinte (1989/90), ao Norte do país para jogar no Tirsense. Em final de carreira ainda jogou duas temporadas no Farense, terminando a carreira profissional ao serviço do Rio Ave num regresso a casa depois de 6 épocas a representar outros clubes.
No FC Porto não foi muito utilizado mas viu o seu nome ficar para sempre ligado à Final da Taça dos Campeões Europeus e à Final da Taça Intercontinental. Em Viena, foi utilizado durante a primeira parte cedendo, ao intervalo, o lugar a Juary, e em Tóquio, entrou aos 61 min. para o lugar de Rui Barros.

A «foto do dia» - O clássico jogo de sueca!

Hoje recuperamos uma foto do início dos anos 90 com o «capitão» João Pinto, o médio centro Semedo, o falecido Rui Filipe e, os ainda jovens centrais, Jorge Costa e Fernando Couto. Cruzaram-se os cinco no FC Porto de Carlos Alberto Silva (1992/93) e, no ano seguinte, no FC Porto de Tomislav Ivic e mais tarde de Bobby Robson.
Quando a era do DVD e do iPod ainda vinha longe, o jogo de sueca é que dava cartas!
Este pequeno grupo de jogadores, todos portistas, dava preferência às cartas enquanto a hora do jogo não chegava. Na época seguinte, o «grupo da sueca» desfez-se depois do trágico acidente que vitimou Rui Filipe e da saída de Fernando Couto para o Parma de Itália.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

1ª Intercontinental faz 20 anos!

Foi a 13 de Dezembro de 1987 (4h da madrugada em Portugal) que o mágico FC Porto trouxe para Portugal a 1ª Taça Intercontinental do futebol português. Numa cidade de Tóquio surpreendentemente colhida por um nevão, o que ajudou a perpetuar a Final, o FC Porto venceu o Peñarol por 2-1 após prolongamento. Os uruguaios, que já tinham vencido a Intercontinental frente ao Benfica em 1961, tinham no ano anterior vencido a Copa Libertadores derrotando na Final o América Cali da Colõmbia. Nessa época, o Peñarol tinha eliminado equipas consagradas como o Indepiendente e o River Plate, ambas da Argentina, e chegava a Tóquio como o mais forte representante do futebol sul-americano. O FC Porto, que era estreante em Tóquio, adiantou-se no marcador por Gomes aos 42 minutos. Um pouco antes do final, aos 80 minutos, os uruguaios empataram por Viera. Madjer desempatou o jogo no prolongamento marcando o segundo golo do FC Porto aos 110 minutos. Aqui ficam os «onzes» dessa partida:
FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Geraldão, Lima Pereira, Inácio, André, Sousa, Jaime Magalhães, Rabah Madjer, Fernando Gomes, Rui Barros (Quim aos 61');
Peñarol: Eduardo Pereira, José Herrera (Jorge Gonçalvez aos 95'), Marcelo Rotti, Eduardo Trasante, Alfonso Dominguez, Ricardo Viera, Eduardo da Silva, Daniel Vidal, José Perdomo, Jorge Cabrera (Matosas aos 45'), Diego Aguirre;
Vamos lá voltar a Tóquio e a 13 de Dezembro de 1987 em...http://video.aol.com/video-detail/porto-campeao-do-mundo-1987/1280514587

O «cromo do dia» - Ettore Puricelli

O uruguaio Hector "Ettore" Puricelli foi o 27º treinador do FC Porto e sucedeu, em 1959/60, a Béla Guttmann. A carreira dos dois técnicos acabou por se cruzar duas vezes depois de Puricelli também ter sucedido a Béla Guttman quando orientou o Milan. Ettore Puricelli nasceu em Montevideo a 15 de Setembro de 1916. Antes de iniciar a carreira de treinador, Puricelli destacou-se como temível avançado no campeonato uruguaio e mais tarde na Série A italiana. Iniciou a carreira profissional ao serviço do Liverpool de Montevideo e chegou a Itália na época 1938/39 para jogar no Bolonha. A sua chegada ao Bolonha coincidiu com um dos melhores períodos do clube que se sagrou campeão em 1939 e 1941. Ao serviço do Bolonha marcou 80 golos e o seu exímio jogo de cabeça valeu-lhe a alcunha de "Testina d'oro". Depois do sucesso em Bolonha, acabaría por ser contratado pelo histórico AC Milan (na foto) que mais tarde orientou antes de chegar ao FC Porto. Em Milão, Puricelli continuou cumplice dos golos tendo marcado 55 nas 4 épocas em que representou os rossoneri. Em final de carreira ainda representou o Legnano na Série B italiana. A carreira de treinador começou da melhor forma pois sagrou-se campeão italiano com o Milan em 1954/55 tendo depois orientado o Palermo antes de chegar ao FC Porto em 1959/60. Apesar de o FC Porto ter sido o único clube que orientou fora de Itália, as coisas na Invicta não lhe correram bem (o FC porto foi 4º classificado nessa época) e alguns meses depois de ter chegado sería substituido pelo eslovaco Ferdinand Daucík. O último clube que orientou foi o Foggia em 1983/84.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Nos Oitavos, naturalmente!

Foi com naturalidade que o FC Porto acedeu aos Oitavos. O Besiktas, que prometia mais do que aquilo que realmente vale, não tem neste momento estatuto para fazer frente aos melhores clubes da Europa. Para o FC Porto, a passagem aos Oitavos já nem é festejada efusivamente, a cultura de vitória do clube está tão enraizada que é quase obrigatório vencer!
A vitória por 2-0 (golos de Lucho e Quaresma) garante ao FC Porto o primeiro lugar do Grupo A. Apesar da entrada cautelosa, com o FC Porto receoso de perder a bola, a equipa nunca vacilou e o primeiro golo trouxe a desinibição e a tranquilidade para abordar o resto do jogo. Depois do golo, os turcos "abriram" e a partir daí foi só esperar pelo segundo para "matar" o jogo. O FC Porto mantém a consistência revelada desde o início da época e a equipa revela cada vez maior maturidade nos momentos mais delicados dos jogos. É uma equipa lúcida e pragmática à imagem do seu treinador.
Hoje, os centrais Bruno Alves e Pedro Emanuel raramente vacilaram e o já clássico triângulo de meio-campo, Assunção-Meireles-Lucho, voltou a complementar-se na perfeição. Na frente, Tarik Sektioui está muito forte no um-contra-um e tem cada vez mais confiança a abordar os lances. Assim vai ser difícil roubarem-lhe o lugar!
Agora, seguem-se os Oitavos-de-Final, com a vantagem de o FC Porto defrontar um dos segundos classificados dos outros grupos. E atenção que um regresso a Gelsenkirchen pode ser uma realidade já esta época pois o Schalke 04 foi um dos segundos!

A «foto do dia» - Bilhete da 1ª mão do FC Porto-AS Roma (1981)

Aproveitando a semana europeia, recordamos hoje na «foto do dia» o bilhete do jogo FC Porto-AS Roma da segunda eliminatória da Taça das Taças da distante época de 1981/82. Reparem na módica quantia paga pelo ingresso: 100$ para sócios!
Depois de eliminar o Vejle BK da Dinamarca na primeira eliminatória da Taça das Taças, o FC Porto defrontava a AS Roma orientada pelo conceituado e carismático Nils Liedholm.
Nesse jogo, disputado nas Antas a 21/10/1981, o FC Porto venceu os italianos por 2-0 (Walsh aos 41' e Costa aos 46') garantindo, duas semanas depois, a passagem aos Quartos-de-Final ao empatar em Itália 0-0. O FC Porto eliminava a fantástica AS Roma do brasileiro Falcão e do internacional italiano Bruno Conti!

O «cromo do dia» - Kostadinov

Foi um dos melhores e mais temíveis avançados que passaram pelo FC Porto.
Emil Kostadinov nasceu em Sófia (Bulgária) a 12/08/1967. Fez toda a sua formação juvenil no CSKA de Sófia onde, no final da década de 80, formou um fantástico trio de ataque com Hristo Stoichkov e Luboslav Penev. Foi 3 vezes campeão da Bulgária e venceu 3 Taças do seu país. Nessa altura era utilizado a extremo-direito e só depois de chegar ao FC Porto é que se tornou num temível e rapidíssimo avançado. Chegou ao FC Porto na época 1990/91 permanecendo nas Antas durante 4 épocas e meia antes de ser emprestado por 6 meses ao Deportivo da Corunha. Na época seguinte acabaría por realizar o contrato da sua vida ao assinar pelo histórico Bayern de Munique que representou durante 2 épocas tendo vencido uma Taça UEFA. Já na curva descendente da carreira, ainda jogou no Fenerbahçe da Turquia voltando ao CSKA de Sófia em 1997. Em final de carreira rumou ao México para jogar no Tigres mas essa aventura não correu como desejava e no ano seguinte regressou à Europa para jogar no Mainz da Alemanha.
No FC Porto, formou com Domingos uma dupla de sonho tendo os dois marcado, durante esse período, mais de metade dos golos da equipa.
Representou ainda a selecção nacional da Bulgária em 70 jogos, ajudando o seu país a qualificar-se para o Campeonato do Mundo de 1994 com uma exibição inesquecível em pleno Parque dos Principes marcando 2 golos à França e deixando os gauleses fora do Mundial.

domingo, 9 de dezembro de 2007

Temos saudades de Ibson!

É o maior erro de "casting" do FC Porto 2007/08. Depois da saída de Anderson, o meio campo ofensivo do FC Porto ficou orfão de um verdadeiro nº 10. É aí que entra (ou devería entrar) Ibson. O actual nº 7 do Flamengo, se não tivesse sido emprestado, sería provalvelmente o suplente mais utilizado do FC Porto até ao momento. Ibson faz com igual competência a posição 8 e a posição 10, ou seja, o brasileiro sería o substituto perfeito para Raúl Meireles ou Lucho Gonzalez. No Brasil dizem que é o "motorzinho do meio-campo rubro-negro"! Infelizmente, o FC Porto preferiu apostar na imaturidade de Leandro Lima e na preguiça de Mariano Gonzalez! Esse buraco no meio campo do FC Porto só não é mais notório porque o fantástico Lucho Gonzalez tem sabido interpretar quase na perfeição a posição 10. Logo ele que é um jogador alto e esguio, ou seja, que não tem as habituais características físicas de um típico nº 10. Isso só vem potenciar ainda mais as qualidades de 'El Comandante'!
Agora, resta esperar pelo final da época para fazer regressar Ibson ao FC Porto. Um dispensado que foi esta semana eleito para o melhor «onze» do Brasileirão 2007!

A «foto do dia» - Américo de Sá

Américo de Sá foi Presidente do FC Porto de 1972 a 1982. É com ele na presidência, Pinto da Costa como director do futebol e Pedroto como treinador que o FC Porto consegue quebrar, em 1977/78, o jejum de 19 anos sem vencer um campeonato nacional. Apesar disso, o final da década de 70 foi um período conturbado para o FC Porto, com Pinto da Costa e Pedroto a deixarem o clube em 1980. Insatisfeito com a condução política do futebol do clube, Américo de Sá afastou Pinto da Costa do departamento de futebol e suspendeu a equipa técnica, que com ele se solidarizou. "Américo de Sá queria entrar na Assembleia da República com a cabeça de Pinto da Costa debaixo do braço, mas, em vez disso, leva na testa o grande letreiro de traidor", comentou na altura Pedroto, abrindo as hostilidades para aquele que veio a ser conhecido como o "Verão Quente" do clube. Fernando Gomes, juntamente com Teixeira, Oliveira, Lima Pereira, Frasco, Simões, Freitas, Jaime Pacheco, Quinito, Octávio, Romeu, Albertino, Costa, Sousa e Tibi, saíram em defesa de Pedroto, despedido pelo Presidente Américo de Sá, que não apreciava o estilo de guerrilha de Pedroto e Pinto da Costa em relação ao poder de Lisboa. No final deste conflito, apenas Oliveira e Octávio não deram o braço a torcer e acabaram por abandonar o clube. Gomes optou por ficar mas seria transferido para o Gijon no dia 13 Agosto de 1980. Um período negro, que acabaria dois anos depois com a eleição de Pinto da Costa para Presidente. Uma das bandeiras eleitorais de Pinto da Costa contra Américo de Sá foi precisamente a vassalagem face aos poderes de Lisboa, que aquele praticava, pois era deputado à Assembleia da República.
Nesta foto (à esq.), vemos Américo de Sá na inauguração de uma casa do FC Porto no início da década de 80.

O «cromo do dia» - Tibi

António José Oliveira Meireles, mais conhecido no futebol como ‘Tibi’, foi guarda redes do FC Porto durante grande parte da década de 70 e início da década de 80. Tibi iniciou a carreira profissional ao serviço do Leixões, clube que representou durante 6 épocas. Nessa altura, existia uma grande rivalidade entre o FC Porto e o Leixões que se acentuou com a ida de Tibi para o FC Porto em 1972. Tibi representou o FC Porto em duas fases, primeiro entre 1972 e 1977, e mais tarde entre 1979 e 1983. Acabou por ser mais utilizado durante a sua primeira passagem pelo clube, durante a década de 70, isto porque no início dos anos 80 encontrou na concorrência de Zé Beto um forte obstáculo à titularidade. No seu primeiro ano como dragão, assistiu na bancada à vitória leixonense nas Antas. "Estava o Fonseca na baliza do Leixões. Como estava na tropa, joguei pouco nesse ano e assisti a esse jogo no estádio na companhia da minha mulher" comentou recentemente aquando da última visita do Leixões ao Dragão. A sua passagem pelo FC Porto valeu-lhe o prémio de representar a Selecção Nacional. Depois de deixar o FC Porto, representou o Varzim e o Famalicão acabando por regressar às Antas em 1979. Em final de carreira ainda representou o Recreativo de Águeda (na foto).
Tibi é natural de Matosinhos, onde tem um café, e onde é conhecido pelo Tibi da bola!
Uma curiosidade: depois de uma deslocação às Antas onde foi vencer pelo Leixões, Tibi regressou a Matosinhos no autocarro dos STCP no meio do povo maioritariamente portista. Acabou por não ouvir nenhum apupo tal a qualidade da sua exibição nesse dia. Na época seguinte mudou-se para as Antas!

sábado, 8 de dezembro de 2007

Não houve Taça!

Desta vez, o FC Porto não vacilou nas sempre imprevisíveis eliminatórias da Taça de Portugal. Depois dos recentes dissabores frente a adversários de outros escalões, o campeão cumpriu a sua missão. Na visita a Chaves, vitória por 2-0 num jogo em que o FC Porto revelou concentração e atitude quanto baste para ultrapassar o Desp. Chaves. Sem transmissão televisiva da partida (não se percebe porquê!), Trás-os-Montes recebeu o campeão com estádio cheio. Depois de alguns anos ausente da ribalta do futebol nacional, o Chaves não perdeu a oportunidade de tentar surpreender o campeão. O FC Porto, apesar dos primeiros 30 minutos sofríveis, acabou depois por controlar a partida mas sem nunca ultrapassar o ritmo de cruzeiro. Destaque para o regresso aos golos dos dois pontas-de-lança, ultimamente menos utilizados, Postiga (na foto) e Adriano. Com apenas 2 (Pedro Emanuel e Fucile) titulares do último jogo na Luz, foi perfeitamente natural a falta de entrosamento entre os que iniciaram a partida, mas ainda assim, Jesualdo colocou em campo, na segunda parte, alguma da "artilharia" que levou a Trás-os-Montes. Lisandro Lopez e Lucho Gonzalez acabaram por jogar alguns minutos quando o Chaves já estava sem forças para importunar o FC Porto. "Em vez de treinarem, Lisandro e Lucho jogaram os minutos correspondentes a um ligeiro treino, sem nunca forçar", comentou Jesualdo no final. Segue-se o Besiktas na Terça-feira.

A «foto do dia» - Coreografia argentina

Talvez sejam neste momento os jogadores mais influentes do FC Porto. Lucho Gonzalez e Lisandro Lopez já encarnaram a mística do clube. Ainda recentemente, numa entrevista a um diário desportivo, o antigo capitão João Pinto lembrava: "Há actualmente vários jogadores com a mística do FC Porto, alguns deles estrangeiros, que passaram a adorar o clube pela forma como são respeitados e tratados por todas as pessoas. O Lucho, por exemplo, ou o Lisandro, que vivem o clube intensamente e já interiorizaram a mística do FC Porto. E a prova disso é a forma como treinam e jogam." Na época passada, Lucho parecia carregar sozinho o fervor argentino, mas esta época, com a colocação de Lisandro a ponta de lança, os dois argentinos dividem protagonismo. Guillermo Rivarola, treinador de Lisandro no Racing Avellaneda, comentou recentemente: "se o colocarem no lado direito do ataque cortam-lhe toda a liberdade". É a ponta-de-lança que Lisandro se sente melhor, e assim temos mais oportunidades de o ver festejar os golos colocando a mão espalmada na cabeça, repetindo o gesto em movimentos verticais e colocando a língua de fora. A irmã, Maria Rocio Lopez, defende uma tese que pode desvendar o mistério. "Suponho que tem a ver com a série televisiva que se chama 'Los tres chiflados' (Os três estarolas). O Lisandro imita uma das personagens, o careca Curly". 'Los tres chiflados' é uma série humorística de culto, que fez rir a América entre 1922 e 1971 e é seguida atentamente pela família Lopez na pacata localidade de Rafael Obligado. Mas depois desse gesto, Lisandro faz questão de correr para o compatriota para iniciarem outra divertida coreografia (na foto). Ainda não se sabe o motivo desta estranha forma de festejar os golos.

O «cromo do dia» - Capucho

Nuno Fernando Gonçalves Rocha nasceu em Barcelos a 21/02/1972. Chamavam-lhe Capucho porque era o apelido do pai, e quando começou a jogar nos iniciados do Gil Vicente deram-lhe a alcunha de Capuchinho passando a ser Capucho quando chegou aos séniores. Na altura, foi lançado na equipa principal pelo treinador, e antigo capitão do FC Porto , Rodolfo Reis. Foi em Barcelos que chamou a atenção dos maiores clubes portugueses e dos responsáveis pelas selecções mais jovens de Portugal. Depois de deixar o Gil Vicente jogou três épocas no Sporting e duas no Vit. Guimarães. A experiência e maturidade que adquiriu durante esse período valeram-lhe a chegada ao FC Porto na época 1997/98 estreando-se na equipa principal pela mão de António Oliveira. No FC Porto, Capucho ficou ligado à equipa que conquistou o histórico Penta e também esteve presente, no último ano de contrato, na Final de Sevilha frente ao Celtic. Deixaría o FC Porto no final dessa época para ingressar no Glasgow Rangers. Apesar de nessa altura já se encontrar na curva descendente da carreira, realizou uma época na Escócia e outra em Espanha representando o Celta de Vigo.
Uma curiosidade: apesar do departamento médico do FC Porto o alertar para o risco que corria ao usar caneleiras curtas, Capucho sempre as usou porque sentia que as normais o incomodavam bastante, por serem altas e não o deixarem jogar com tanta liberdade. Uma imagem de marca que ficará para sempre ligada a este excelente extremo direito.

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Afinal, de onde vem a trivela?




O pioneiro foi Roberto Rivellino (na foto) que executava a trivela com perfeição. Na altura, o internacional brasileiro baptizou carinhosamente o gesto de "três dedos", por utilizar os referidos dedos da parte de fora do pé para a execução da trivela. Fomos à Wikipédia saber o significado deste gesto: é uma técnica de passe/remate relativamente recente e ainda pouco utilizada pela generalidade dos futebolistas, pois exige uma elevada capacidade técnica. Executado com a parte exterior do pé, é de difícil execução, mas também de grande espectacularidade e imprevisibilidade. Permite ainda imprimir à bola um efeito que a faz descrever um arco oposto ao que é habitualmente executado quando é impulsionada com a parte interior do pé. O internacional sérvio Ljubinko Drulovic (já retirado) foi um dos mais recentes utilizadores desta técnica. Quaresma parece querer seguir-lhe os passos. Recentemente, João Paulo Vilas-Boas, professor da Faculdade de Desporto da Universidade do Porto, analisou o gesto do "Harry Potter" e concluiu: "É provável que o Quaresma não saiba, mas quando faz um daqueles remates de trivela está a usar um princípio básico da Física. É o chamado efeito de Magnus, o qual produz as "bolas curvas" associadas aos remates mais traiçoeiros para os guarda-redes. A rotação da bola no sentido dos ponteiros do relógio trava, por fricção, o fluxo do ar sobre a bola que é, digamos, tangente às "12 horas" e acelera o fluxo de ar tangente às "6 horas".Tudo isto é Física pura e dura. A isto tudo há que juntar as predisposições morfológicas de cada um. O Quaresma tem joelhos varum, aparentemente arqueados para fora, e pés rodados para dentro, pelo que essa forma de chutar é mais fácil para ele", afirmou o professor Vilas-Boas. Afinal não é magia, é apenas Física!!!

A «foto do dia» - Jesualdo na Luz

Aproveitando a crispação que se gera sempre que Jesualdo regressa à Luz, recordamos hoje uma foto registada aquando da última passagem do Professor pelo Benfica e aproveitamos para elogiar o seu trabalho à frente do FC Porto. Parece que os recentes desentendimentos entre Jesualdo e os jogadores do Benfica, Rui Costa e Nuno Gomes, têm origem nessa passagem do Professor pela Luz. No Sábado, os ânimos voltaram a ficar um pouco exaltados no final do jogo com Jesualdo Ferreira e Nuno Gomes a trocarem algumas palavras mais azedas, não chegando a vias de facto porque logo houve quem serenásse as coisas. Dizem os benfiquistas que Jesualdo é hoje um homem diferente. Ganha com mais frequência contrapõem os portistas.
Para lá da polémica, devemos elogiar o seu trabalho. Apesar das suas equipas não darem grandes espectáculos, são muito organizadas e consistentes. Ainda recentemente, aquando do Besiktas-FC Porto, elogiámos Jesualdo porque é exactamente nesse tipo de jogos que sobressai a forte cultura táctica das equipas por ele orientadas. Para ele, é isso o futebol moderno: boa ocupação de espaços, dinâmica, organização, transições rápidas e rigor defensivo. Uma ideia de jogo que o Professor não gosta de abdicar e confirmada com uma frase que gosta de utilizar: "abdiquei da minha família, dos meus amigos mas nunca dos meus princípios".

domingo, 2 de dezembro de 2007

Foi à campeão!

Aí está o campeão a mostrar autoritarismo no ataque ao tri-campeonato. Grande personalidade, entrega ao jogo e entreajuda entre toda a equipa a garantirem preciosa vitória na Luz (0-1). O FC Porto entrou no jogo disposto a marcar cedo e durante toda a primeira parte a pressão exercida pelos campeões não deixou o Benfica respirar. Impressionante a disponibilidade física mostrada durante esse período que permitiu, com alguma naturalidade, que o FC Porto fosse para o intervalo em vantagem. Afinal, o Benfica ressentiu-se mais do esforço da jornada europeia enquanto que o FC Porto se apresentou mais fresco e organizado. O bluff de Liverpool deu poker na Luz!
Os destaques no FC Porto: Helton esteve sempre muito atento e concentrado a contrastar com alguma displicência revelada nos últimos jogos, Bosingwa e Paulo Assunção foram responsáveis pelo "apagão" de Rodriguez e Rui Costa, respectivamente, Lucho Gonzalez voltou a correr quilómetros e Quaresma, mesmo sem deslumbrar, continua a ser decisivo. Mais uma trivela da cartola do "Harry Potter"! Mas o maior destaque vai para Lisandro Lopez. Impressionante a disponibilidade física do argentino que, apesar de não ter marcado, foi decisivo na ajuda ao sector mais recuado e um dos grandes responsáveis pela pressão alta que o FC Porto fez na primeira parte. Jogadores assim contagiam toda uma equipa!
Agora, o FC Porto volta a repor diferênças consideráveis na frente da classificação. 7 e 10 pontos de avanço, para Benfica e Sporting, respectivamente, são proporcionais ao bom futebol e consistência do campeão.

A «foto do dia» - FC Porto 1984/85

Hoje, na «foto do dia», recordamos os campeões nacionais 1984/85. Um FC Porto orientado por Artur Jorge que nessa época foi derrotado apenas 1 vez. Impressionante "goal-average" com 78 golos marcados e apenas 13 sofridos. Para esse fantástico registo muito contribuiu Fernando Gomes que nesse ano foi Bota D'Ouro europeu. Nessa época, o ponta-de-lança do FC Porto foi responsável por 39 golos!
Aqui fica o plantel e marcadores dessa época:
Grs: Zé Beto, Barradas, Borota, Matos;
Def: João Pinto, Eurico, Lima Pereira, Inácio, Vitoriano, Mariano, Eduardo Luís, Cerqueira;
Med: Frasco, Quim, Vermelhinho, Semedo, Quinito, André, Costa, Mito, Ademar;
Avs: Jaime Magalhães, Fernando Gomes “cap.”, Paulo Futre, Walsh, Jacques, Cascavel;
Golos: Fernando Gomes (39), Jaime Magalhães (11), Vermelhinho (7), Paulo Futre (6), Eurico (3), Semedo (3), André (2), Lima Pereira (1), Inácio (1), Quim (1), Walsh (1).

sábado, 1 de dezembro de 2007

Venha daí o clássico!

Sendo dia de clássico, aproveitamos para recordar (em cima) uma caricatura que saiu na capa de uma edição de Domingo (em 1989) do jornal “A Bola”. À esquerda, o treinador do FC Porto da altura, Artur Jorge, com o ainda jovem e já talentoso guarda-redes, Vítor Baía. À direita, o treinador do Benfica de então, o sueco Sven-Goran Eriksson, com o ponta de lança, também sueco, Mats Magnusson, o principal goleador do Benfica dessa época, que viría a sagrar-se o melhor marcador (“bola de prata”) do campeonato. Nesse Domingo, o FC Porto venceu o Benfica nas Antas por 1-0 (golo de penalti de Stephane Demol). Em 1989/90, o FC Porto de Artur Jorge sería campeão nacional tendo o guarda redes Vitor Baía sofrido apenas 16 golos.
Mais do que vencer, será importante não perder o clássico de hoje frente ao Benfica. Depois de um início de época fantástico, o FC Porto arrisca-se a ficar com apenas mais 1 ponto que o seu maior rival. Apesar de não ser dramática, essa diferença não espelharía neste momento o real valor das duas equipas. A verdade é que o Benfica não tem culpa das facilidades concedidas pelo FC Porto nos últimos jogos da Liga.
O FC Porto apresenta-se na Luz com alguma margem de manobra porque Camacho não quererá arriscar tudo sob pena de ficar a 7 pontos do primeiro. O mais importante é que, independentemente do resultado de hoje, o FC Porto deixará a Luz na primeira posição da Liga.