terça-feira, 30 de dezembro de 2008

Um defesa esquerdo já era suficiente!

Vai reabrir o mercado e, apesar da imprensa garantir que o FC Porto se pode vir a reforçar com 2 ou 3 jogadores, um lateral esquerdo sería suficiente para equilibrar as coisas no sector defensivo.
Mesmo com a recuperação de Sapunaru, e a deslocação de Fucile para a esquerda, fica claramente a faltar um lateral esquerdo de qualidade ao plantel do FC Porto. Já se percebeu que as características de Lino serão utéis para dar profundidade ao lado esquerdo do ataque mas não servem quando é preciso defender. Quanto a Benítez, parece que nem depois do necessário período de adaptação se vai conseguir impor. O lateral esquerdo argentino é lento e posiciona-se mal perante o adversário directo. Muito pouco para quem foi considerado um dos melhores laterais esquerdos da última edição da liga argentina. Continua de facto a haver muitas diferenças entre o futebol europeu e o sul americano. Perante as más experiências com os brasileiros Leandro, Ezequias e Lino, e com os argentinos Lucas Mareque e Benítez, sería talvez altura de experimentar o mercado europeu. Aliás, a melhor experiência do FC Porto com laterais esquerdos, depois da saída de Nuno Valente (na foto), acabou por ser com o discreto Marek Cech (na foto). Perante as restantes soluções, o eslovaco até era o mais apto para a função mas acabou... dispensado!
O FC Porto pode sempre argumentar que os gastos com a compra dos passes destes jogadores foram relativamente reduzidos. É um facto, mas quem quer chegar longe na exigente Liga dos Campeões não pode adquirir um lateral esquerdo nos saldos sul americanos e esperar que depois o seu rendimento supere todas as expectativas.

A «foto do dia» - Nantes - FC Porto, Taça UEFA 1971/72

Recuamos à edição de 1971/72 da Taça UEFA com uma foto relativa ao jogo da 2ª mão da 1ª eliminatória entre o FC Porto e o Nantes (França).
Na foto, vemos os ‘capitães' do FC Porto (Pavão) e do Nantes (Henri Michel) a procederem à troca de galhardetes perante o olhar do trio de arbitragem. O jogo de Nantes disputou-se a 29 de Setembro de 1971 e terminou empatado 1-1 (Maas aos 77’ e De Michéle, na p.b., aos 87’). Apesar do bom resultado realizado em França, o FC Porto não evitou a eliminação, pois na 1ª mão tinha sido derrotado por 0-2 (Marcos aos 18’ e aos 81’).
Vitória de Setúbal, FC Porto e Académica foram as equipas portuguesas presentes na 1ª edição da Taça UEFA, depois de extinta a Taça das Cidades com Feira. O Vitória acabou por ser a única equipa portuguesa a avançar para a segunda fase. Os setubalenses eliminaram o Nimes (França), enquanto que a Académica se ficou pela 1ª eliminatória, depois de ser eliminada pelo Wolverhampton (Inglaterra).
Quanto ao FC Porto, acabou por ter um ano muito atribulado, com 4 treinadores durante a época: António Teixeira (até à 7ª jornada), Artur Baeta (8ª jornada), Paulo Amaral (até à 21ª jornada) e António Feliciano. No final, um decepcionante 5º lugar no campeonato nacional, e uma eliminação nas meias-finais da Taça de Portugal, marcou uma das nossas piores épocas a nível nacional.

sábado, 27 de dezembro de 2008

O cúmplice de 'El Comandante': Lisandro Lopez

Recentemente tínhamos dado destaque a Lucho Gonzalez, o jogador mais carismático do actual plantel do FC Porto. Agora, é a vez do seu compatriota argentino e actual nº 9 do FC Porto, Lisandro Lopez. Um 'post' dedicado em exclusivo ao Licha e ilustrado com fotos da sua passagem pelo Racing Club de Avellaneda.
O clube que Lisandro representou antes de chegar ao FC Porto é, juntamente com o Boca Juniors, o River Plate, o San Lorenzo de Almagro e o Independiente (o grande rival do Racing, com quem joga o famoso 'Clássico de Avellaneda'), um dos "cinco grandes" do futebol argentino. Actualmente, o Racing é o terceiro clube argentino com mais adeptos, ficando apenas atrás de Boca Juniors e River Plate. Apesar de não possuir o historial destes dois gigantes do futebol sul americano, o Racing já venceu uma Taça dos Libertadores da América, em 1967, e uma Taça Intercontinental, no mesmo ano, frente ao Celtic de Glasgow. 'Licha' López estreou-se na primeira equipa do Racing a 14 de Junho de 2003, num empate (2-2) diante do Vélez Sarsfield. A sua ascensão no futebol argentino foi muito rápida porque logo no ano seguinte tornou-se o melhor marcador do campeonato argentino. Lisandro marcou 12 golos (18 no total da época 2004/05) em 19 jogos no 'Torneo Apertura' 2004. Nessa altura, o treinador do Racing jogava num sistema táctico em 4-4-2 que privilegiava a mobilidade dos dois homens da frente. Ao contrário do que acontece no FC Porto, em que já foi utilizado como extremo e como ponta-de-lança, Lisandro tinha liberdade para percorrer toda a frente de ataque do Racing ao lado do uruguaio Marcelo Guerrero, outro jogador móvel que sabia interpretar na perfeição o 4-4-2.
Depois do sucesso na liga argentina, o interesse de clubes europeus em Lisandro surgiu ainda antes do Verão de 2005. Além do interesse do Benfica, falou-se com alguma insistência da sua transferência para o futebol inglês ou para o Palermo, onde encontraria Mariano González, seu antigo colega de equipa e que veio a reencontrar no FC Porto. Contudo, foi o FC Porto a ganhar a corrida pelo ponta-de-lança argentino. Apesar da veia goleadora que trazia da argentina e da boa pré-época que realizou no seu ano de estreia em Portugal, foi ele o ponta-de-lança sacrificado por Co Adriaanse, que o colocava preferencialmente sobre o lado esquerdo do ataque no apoio a Benni McCarthy e, mais tarde, no apoio a Adriano. Foi com Jesualdo Ferreira que Lisandro potenciou o seu instinto goleador, tendo mantido na época passada um média de quase um golo por jogo, contabilizando no final da época 24 golos em 27 partidas para a Liga. Um registo que lhe garantiu o 1º lugar dos goleadores em Portugal e o 9º lugar no ranking da Bota de Ouro europeia.O seu nome já se encontra na lista dos melhores marcadores de sempre do FC Porto no campeonato nacional, ao lado de Pinga, Costuras, Slavkoo Kordnya, Correia Dias, António Araújo, Azumir, Fernando Gomes, Jacques, Domingos, Mário Jardel, Pena e Benni McCarthy. Além do sucesso que está a marcar a sua passagem pela Europa, Lisandro também tem visto o seu nome surgir com regularidade na convocatória para a Seleccção argentina, tendo tido a confiança dos 3 últimos seleccionadores argentinos: José Pekerman, Alfio Basile e Diego Maradona. Apesar de ser bastante tímido fora das quatro linhas, Lisandro é letal no momento da finalização. Os seus remates, que executa em força e com grande precisão, são a sua grande virtude. Contudo, o ponta-de-lança argentino também é o primeiro a defender, sempre em pressão sobre o portador da bola. Além disso, é um jogador disciplinado e que "faz bom balneário". Em suma, é um jogador 'à Porto'. Temos mesmo que lhe renovar o contrato!

A «foto do dia» - O programa oficial do PSV Eindhoven - FC Porto, Liga dos Campeões 1992/93

Hoje recuamos à edição de 1992/93 da Liga dos Campeões com o programa oficial do PSV Eindhoven - FC Porto, relativo à 5ª jornada da fase de grupos da prova.
O jogo marcou o regresso do FC Porto a Eidhoven depois daquela humilhante derrota por 5-0 em 1988/89. E desta vez vencemos 1-0! Apesar do triunfo não ter sido tão retumbante como a vitória dos holandeses em 1988, pelo menos deu para compensar essa derrota.
Na 'Champions' 1992/93, FC Porto e PSV Eindhoven foram sorteados no Grupo 2, juntamente com AC Milan e Gotemburgo. Depois dos dois clubes terem empatado (2-2) na 1ª jornada da competição, em jogo disputado no Estádio das Antas, o FC Porto foi ao 'Philips Stadion' vencer o PSV por 1-0 através de uma grande penalidade convertida pelo defesa central Zé Carlos, aos 77 minutos de jogo.
Contudo, a vitória do FC Porto já não foi suficiente para destronar o AC Milan da liderança do grupo. Nesse mesmo dia, os italianos derrotaram o Gotemburgo e garantiram o primeiro lugar do Grupo 2 e respectivo acesso à final da 'Champions', que disputaram frente ao Marselha.

O «cromo do dia» - Cesário Bonito

Cesário Bonito nasceu no Peso da Régua a 1 de Agosto de 1909. Foi o 22º presidente do FC Porto e liderou os destinos do clube durante 3 períodos distintos: de 1945 a 1948, de 1955 a 1957 e de 1965 a 1967. A sua eleição para a presidência do FC Porto foi decisiva para a construção da infraestrutura mais marcante da história do clube, o Estádio das Antas.
Um dos seus grandes admiradores é Pinto da Costa. O actual Presidente da SAD do FC Porto considera que Cesário Bonito foi "um homem de grande carácter, leal, destemido, inteligente, sem papas na língua e um verdadeiro líder". Para Pinto da Costa, Cesário Bonito "foi o primeiro dirigente capaz de se levantar contra o despotismo do poder central".
Cesário Bonito tomou conhecimento com a realidade do FC Porto quando, ainda jovem, fez parte da equipa de infantis do clube. Começou aí uma paixão que o levou a assumir funções directivas em 1943, quando foi nomeado vice-presidente na direcção presidida por Luís Ferreira Alves. Chegaría a Presidente do clube 2 anos depois, numa altura em que o debate pela construção e localização do novo estádio marcava a agenda dos adeptos, sócios e dirigentes do FC Porto. Cesário Bonito acabou por ter a derradeira palavra na escolha da zona das Antas para a construção do estádio, tendo sido responsável pela compra dos terrenos em 1948.
Apesar do FC Porto ter sido uma das grandes paixões da sua vida, foi na medicina que exerceu actividade profissional. Quem lhe ficou eternamente agradecido foi Miguel Arcanjo. O ex-jogador do FC Porto tinha um problema grave na vista e foi operado à retina por Cesário Bonito em 1951.
Depois de ter deixado a presidência do clube em 1948, Cesário Bonito foi novamente eleito em 1955. É curioso que, depois de no seu primeiro mandato ter ficado ligado à construção do Estádio das Antas, ficaría novamente asssociado a um feito histórico na sua segunda passagem pelo clube, pois foi em 1955/56, com Dorival Yustrich, que o FC Porto quebrou o jejum de 16 épocas sem ser campeão nacional.
Uma curiosidade: Cesário Bonito foi uma vez irradiado pela FPF depois de ter protestado contra o adiamento de um FC Porto - Sporting, devido ao facto do sportinguista Travassos ter ficado retido no Aeroporto de Madrid por causa do nevoeiro. O ex-Presidente do FC Porto foi suspenso juntamente com mais 6 membros da sua direcção num caso que ilustra bem a diferença de tratamento e o privilégio que na altura era concedido aos clubes de Lisboa.
Apesar de ter sido designado Sócio Honorário do clube em 1952, Cesário Bonito recebería a mais importante distinção do FC Porto em 1983, quando foi nomeado Presidente Nonorário.
O ex-Presidente do FC Porto acabaría por falecer a 4 de Setembro de 1987, ainda a tempo de ver o seu clube ser campeão da Europa pela primeira vez.

quarta-feira, 24 de dezembro de 2008

Porque é Natal

Apesar de não estar a nevar, é inevitável recordarmos a final da Taça Intercontinental que o FC Porto disputou frente ao Peñarol a 13 de Dezembro de 1987.
Fez agora 21 anos que o FC Porto derrotou (2-1) os uruguaios numa final jogada sobre a neve e com uma bola fluorescente. O nevão que se abateu sobre Tóquio tornou o relvado do Estádio Olímpico impraticável mas também ajudou a tornar a final ainda mais épica para o FC Porto. A neve imortalizou a final de Tóquio!Ao contrário do que aconteceu em 2004, frente ao Once Caldas da Colômbia, em 1987 o FC Porto não era considerado favorito pela generalidade da imprensa. Os uruguaios já tinham vencido a competição por 3 vezes e disputavam em Tóquio a 5ª final da Taça Intercontinental da sua história. O Peñarol começou por derrotar o Benfica, em 1962, numa final disputada em 3 jogos. Depois de cada clube ter garantido uma vitória no jogo realizado em sua casa, o Peñarol venceu o terceiro e decisivo encontro disputado em Montevideu.
Os uruguaios voltaram a vencer a Taça Intercontinental quatro anos depois de derrotarem o Benfica, e desta vez com uma vitória sobre o Real Madrid dos conceituados Ferenc Puskas e Francisco Gento. O Peñarol venceu as duas mãos da final por 2-0. Quanto ao terceiro triunfo dos uruguaios na competição, deu-se em 1982 quando derrotaram (2-0) o Aston Villa numa final que já foi disputada em Tóquio e em apenas um jogo.
Actualmente, só o AC Milan supera os uruguaios em troféus conquistados. Os italianos venceram a competição por 4 vezes, enquanto que Peñarol, Nacional, Boca Juniors, Real Madrid e São Paulo conquistaram 3 troféus.
Mas para disputarem esta competição, os clubes sul americanos necessitam de vencer a Taça Libertadores da América. Uma prova equivalente à "nossa" Liga dos Campeões e que o Peñarol já conquistou por 5 vezes (1960, 1961, 1966, 1982 e 1987). Actualmente, o Peñarol é a terceira equipa sul-americana com mais Taças Libertadores conquistadas. Só o Independiente e o Boca Juniors, com respectivamente 7 e 6 troféus conquistados, superam os uruguaios.
Antes de defrontar o FC Porto, o Peñarol venceu a edição de 1987 da Taça Libertadores da América depois de deixar pelo caminho o Alianza Lima (Perú), o River Plate (Argentina), o Independiente (Argentina) e o América de Cali (Colômbia).
Apesar de na final de Tóquio não ter havido favoritos, e da neve ter condicionado o jogo das duas equipas, o FC Porto acabou por demonstrar a sua superior qualidade técnica e derrotar o Peñarol na 5ª presença dos uruguaios na final da competição. O Peñarol tinha perdido para o Real Madrid a 1ª edição da Taça Intercontinental, disputada em 1960, e só voltou a ser derrotado na final da prova 27 anos depois, quando defrontou o FC Porto.

domingo, 21 de dezembro de 2008

Sempre foram 9 vitórias consecutivas!

Foi pena o FC Porto não ter terminado o ano com uma vitória e numa altura em que a empatia entre a equipa e os sócios estava em crescendo. De qualquer forma, era difícil manter a dinâmica de vitória depois de 9 triunfos consecutivos. Mais cedo ou mais tarde voltaríamos a perder pontos. O problema foram aquelas duas derrotas consecutivas, frente a Leixões e Naval, que obrigam o FC Porto a correr atrás do prejuízo e a perseguir o lugar que era habitualmente seu por esta altura do ano. Um novo cenário que é um teste ao carácter e ambição dos tricampeões.
No empate (0-0) de hoje frente ao Marítimo, o FC Porto até nem fez uma má exibição mas a intensidade que colocou no jogo foi sempre demasiado baixa. Além disso, do outro lado esteve um Marítimo que, embora defendendo com muitos jogadores, foi uma equipa muito organizada e que só nos últimos minutos foi obrigada a despejar bolas para a frente.
O FC Porto entrou muito bem no jogo e criou oportunidades suficientes para chegar ao intervalo com uma vantagem de pelo menos um golo. Contudo, nesse período o Marítimo também se pode lamentar de uma bola na trave.
No segundo tempo, a atitude do FC Porto melhorou, houve mais pressão sobre a bola, mas a ansiedade e a falta de espaço nos últimos 30 metros arrastou o 0-0 até final. A verdade é que o FC Porto não soube responder aos desafios tácticos que o Marítimo lhe colocou. Os madeirenses jogaram com uma defesa baixa mas estiveram sempre bem posicionados em campo. Ou seja, hoje pedia-se ao FC Porto mais jogo pelas linhas e menos jogo interior.
Agora, se o Benfica vencer o Nacional voltamos a depender de terceiros para chegar à liderança. Mas nada de dramatismos porque o FC Porto é agora uma equipa mais consistente do que no início do campeonato.
A Liga regressa em Janeiro com o FC Porto a visitar o Nacional e com o objectivo claro de não perder mais pontos até ao decisivo ciclo de final de Fevereiro, e início de Março, com recepções ao Benfica e ao Sporting. Será nessa altura que jogaremos os nossos trunfos na Liga.

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto-Real Madrid, 2ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1987/88

Recuamos à Taça dos Clubes Campeões Europeus 1987/88 com o bilhete do jogo entre o FC Porto e o Real Madrid, relativo à 2ª mão da 2ª eliminatória da prova.
O FC Porto começou por eliminar o Vardar, da ex-Jugoslávia, com duas vitórias por 3-0, enquanto que o Real Madrid afastou o Nápoles (2-0 no Santiago Bernabéu e 1-1 no San Paolo) na 1ª eliminatória. Em virtude de o Santiago Bernabéu ter sido interditado pela UEFA, devido aos incidentes no Real Madrid - Bayern de Munique da época anterior, a 1ª mão da eliminatória entre FC Porto e Real Madrid realizou-se em Valência, no Estádio Mestalla. Apesar do FC Porto ter estado em vantagem até aos 83 minutos de jogo, os espanhóis acabaram por vencer essa partida por 2-1 (Madjer aos 59', Hugo Sanchez aos 83' e Sanchis aos 90') e ganhar uma importante vantagem para o segundo jogo.
A 2ª mão realizou-se no Estádio das Antas a 4 de Novembro de 1987. Apesar da grande expectativa que o jogo da 2ª mão gerou (ficaría de fora da competição o campeão da Europa em título, o FC Porto, ou um dos principais candidatos à conquista do troféu, o Real Madrid), os espanhóis acabaram por vencer novamente o FC Porto por 2-1 e avançar para os Quartos-de-final.
Apesar de Míchel ter sido o autor dos dois golos do Real Madrid, esse jogo ficou marcado por uma grande exibição do extremo esquerdo Paco Llorente, que na segunda parte arrasou a defesa do FC Porto. José Antonio Camacho, o ex-treinador do Benfica, também participou nessa partida quando, aos 85 minutos de jogo, foi chamado a substituir Emilio Butragueño.
É curioso que o FC Porto esteve à frente do marcador nos dois jogos da eliminatória mas acabou por ser eliminado. No entanto, os espanhóis também não conseguiram atingir a final da competição porque foram eliminados nas meias-finais pelo campeão da Europa dessa época, o PSV Eindhoven.
Vamos recordar os «onzes» e os marcadores do jogo da 2ª mão da eliminatória entre FC Porto e Real Madrid:
Estádio das Antas, 4 de Novembro de 1987
FC Porto: Mlynarczyk, João Pinto, Geraldão, Semedo, Inácio, Jaime Magalhães (Jorge Plácido aos 66'), Sousa, André, Frasco, Rui Barros (Barriga aos 36') e Madjer;
Treinador: Tomislav Ivic
Real Madrid: Buyo, Chendo, Tendillo, Sanchis, Solana (Paco Llorente aos 46'), Míchel, Jankovic, Martín Vázquez, Gordillo, Emilio Butragueño (Camacho aos 85') e Hugo Sanchez;
Treinador: Leo Beenhakker
Golos: Sousa aos 23', Míchel aos 54' e Míchel aos 69'

«Curiosidades FCP» - Branco, da canarinha ao FC Porto

Hoje recordamos o percurso de um dos melhores (senão o melhor!) defesas-esquerdos da história do FC Porto e do futebol português, o brasileiro Branco. Ainda hoje todos se recordam do seu famoso "pontapé canhão", que garantiu muitos pontos ao FC Porto durante a sua passagem pelo nosso país.
Cláudio Ibrahim Vaz Leal (Branco) chegou à Europa em 1986 para jogar no Brescia. O ex-defesa esquerdo do FC Porto debutou no campeonato italiano já depois de se ter estreado pela Selecção principal do Brasil no Campeonato do Mundo 'México 1986'. Branco era apenas uma jovem promessa no meio de jogadores consagrados como Sócrates, Muller, Zico, Junior, Careca ou Alemão, entre outros. No entanto, o técnico Telê Santana ofereceu-lhe a titularidade em vários jogos da fase final.
Apesar do Brasil ter sido eliminado pela França nos Quartos-de-final da prova, Branco realizou uma excelente exibição nesse jogo e foi sobre ele que foi cometida a grande penalidade que Zico desperdiçou. Depois de surgir no palco mais mediático do futebol mundial, foi com naturalidade que surgiram os convites para Branco vir para a Europa, estreando-se na Serie A ainda antes de chegar ao FC Porto. O Fluminense, que Branco representou durante 5 épocas, aceitou uma proposta do Brescia para transferir o jogador durante o Verão de 1986. No entanto, no ano seguinte o Brescia acabaría por ser relegado à Serie B italiana e foi nessa altura que surgiu o convite do FC Porto para Branco se mudar para Portugal.
No FC Porto, foi campeão nacional (em 1989/90) com Artur Jorge e nesse mesmo ano foi novamente chamado a representar o Brasil no Campeonato do Mundo 'Itália 90'.O ex-lateral esquerdo do FC Porto acabou por representar o Brasil em 3 Campeonatos do Mundo (em 1986, em 1990 e em 1994). No Mundial dos EUA, em 1994, Branco foi um dos heróis da fase final ao marcar o golo da dramática vitória (3-2) do Brasil sobre a Holanda nos Quartos-de-final da competição. Depois de representar o Brasil na geração de Zico e Sócrates, Branco foi campeão mundial ao lado de uma nova geração de craques brasileiros que incluía Romário e Bebeto, entre outros.
Depois de deixar o FC Porto, Branco regressou a Itália, e à Serie A, desta vez para jogar no Génova (na foto), que representou durante 2 épocas. Acabou por abandonar a carreira de jogador no seu regresso ao Brasil mas logo depois foi nomeado coordenador da CBF e em 2006 assumiu o cargo de coordenador técnico do Fluminense. Contudo, foi recentemente dispensado pelo Fluminense depois do histórico clube brasileiro ter ficado apenas em 14º lugar no Campeonato.

quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

Só dependemos de nós!

Está cumprido o último objectivo antes da paragem de Natal. Depois de garantidas as qualificações para os Oitavos-de-final da 'Champions' e para os Quartos-de-final da Taça de Portugal, o FC Porto passa a depender apenas de si próprio para chegar à liderança da Liga.
Foi uma vitória (4-2) inequívoca que o Estrela da Amadora, com alguma felicidade, conseguiu adiar até aos últimos minutos de jogo. Num excelente jogo de futebol, o FC Porto realizou uma das melhores primeiras partes da época. Foi pena a meia-dúzia de oportunidades de golo criadas ter resultado em apenas dois golos.
O FC Porto instalou-se no meio-campo do Estrela logo no início do jogo. Uma pressão asfixiante sobre o homem que transportava a bola permitiu ao FC Porto encostar o Estrela lá atrás. Foi um autêntico assalto à baliza que resultou em apenas duas oportunidades concretizadas pelo FC Porto nos primeiros 45 minutos. Bela demonstração de força dos tricampeões!
Apesar do FC Porto ter ido para o intervalo a vencer 2-1, o Estrela acabou por igualar o jogo no início da segunda parte, num lance de bola parada. Contudo, dois minutos depois, Hulk resolveu marcar o melhor golo da Liga até ao momento. Um remate em vólei que entrou no canto superior direito da baliza de Nélson. GOLÃO!
Depois de passar novamente para a frente do marcador, o FC Porto continuou à procura do golo e a merecida vantagem de dois golos surgiu perto dos 90 minutos num livre de Cristian Rodriguez.
Fernando, Fucile e o trio Rodriguez-Hulk-Lisandro foram os destaques do FC Porto. Fernando foi novamente imperial e Fucile, apesar de ter ficado ligado aos dois golos do Estrela, fez hoje a sua melhor exibição da época até ao momento. O uruguaio não parou um minuto! Quanto ao três homens da frente, quando afinarem o entendimento vão arrasar!
Segue-se o Marítimo antes da paragem de Natal e fim de ano.

«Curiosidades FCP» - O ‘Bidone d' Oro’

Como as coisas em Itália não andam fáceis para o «Harry Potter», hoje recuamos apenas 6 meses com a 1ª página do jornal italiano 'Corriere dello Sport', que trouxe à capa uma entrevista de Pinto da Costa uns dias antes de ser confirmada a transferência de Ricardo Quaresma para o Inter.
Nesta edição do 'Corriere dello Sport', Pinto da Costa confirmava as negociações com o Inter enquanto aguardava uma oferta de Marco Branca, o director desportivo do clube italiano. Inicialmente, o Inter terá proposto ao FC Porto ceder o avançado Suazo a título definitivo e o português Pelé por empréstimo, mas o FC Porto efectuou uma contra proposta, decidindo incluir no negócio apenas Pelé a título definitivo e mais 18 milhões de euros.Quanto a Quaresma, viu recentemente ser-lhe atribuído o ‘Bidone d'Oro’, prémio concedido à maior desilusão do ‘Calcio’, mas ainda assim, ainda há portistas que continuam a lamentar a sua saída. Lamentos que não se entendem porque o jogador nada custou ao FC Porto e, além da sua venda ter gerado uma mais-valia, permite a Jesualdo Ferreira utilizar outro sistema táctico. Apesar de poder resolver um jogo a qualquer momento, Quaresma continua a revelar uma rebeldia táctica que nada agrada aos treinadores e aos próprios colegas de equipa. Uma imperfeição que nem Mourinho parece conseguir contrariar.
A sua transferência para o Inter só trouxe custos à Selecção Nacional, devido à sua pouca utilização, porque ao FC Porto trouxe apenas benefícios. O FC Porto valorizou o jogador durante 4 épocas, não teve qualquer custo com a sua formação e acabou por encaixar 18 milhões de euros com a sua transferência (Ronaldo, por exemplo, rendeu ao Sporting 15 milhões de euros).

A «foto do dia» - Vermelhinho, Gomes e Eurico

Recuamos ao início dos anos 80 com uma foto de 3 jogadores que foram bicampeões nacionais pelo FC Porto nas épocas 1984/85 e 1985/86: Vermelhinho, Gomes e Eurico.
Apesar de terem representado o FC Porto durante várias épocas, ficaram os 3 associados à conquista do terceiro bicampeonato da história do clube. Contudo, além dessa conquista colectiva, houve outros momentos que marcaram a passagem destes 3 jogadores pelo FC Porto.
Enquanto que o eterno capitão Fernando Gomes se destacou em todas as épocas em que serviu o FC Porto, os outros dois jogadores tiveram o seu momento de glória na época 1983/84.
Vermelhinho foi fundamental na passagem do FC Porto á Final da Taça das Taças, pois foi ele o autor do golo com que o FC Porto derrotou o Aberdeen, de Sir Alex Fergunson, na 2ª mão das meias-finais da prova. Quanto a Eurico, foi nessa época que realizou as melhores exibições da sua carreira, chegando a ser considerado, pelo jornal italiano 'La Republica', o melhor central da Europa depois da excelente exibição na Final da Taça das Taças, frente à Juventus, e, no Verão de 1984, depois de ser um dos protagonistas da Selecção no Europeu de França.

sábado, 13 de dezembro de 2008

Valeu pelos 4 golos!

Não fossem os golos e tería sido um jogo muito pouco conseguido por parte do FC Porto. Mesmo com apenas um habitual titular no «onze» inicial, pedia-se mais atitude e motivação ao «onze» do FC Porto que defrontou o Cinfães. Notou-se que havia ali muita gente do FC Porto que não estava para se chatear. Uma postura algo displicente mas que ainda assim possibilitou uma vantagem de 3 golos no resultado final (1-4).
Quanto ao Cinfães, já ninguém lhe tira o mérito de ter colocado dúvidas no vencedor da partida até aos 75 minutos de jogo. Foi só nessa altura que o FC Porto se colocou definitivamente à frente do marcador, o que se ficou fundamentalmente a dever à fraca condição física que os jogadores do Cinfães já apresentavam.
O jogo do FC Porto foi sempre demasiado trapalhão (Pelé e Guarín, por exemplo, prenderam demasiado a bola) e cheio de excessos individuais. Fica o sinal mais para os golos de Guarín, a irreverência de Candeias, o profissionalismo de Tomás Costa e o sentido colectivo de Farías. O sinal menos vai para a inaptidão que Lino continua a revelar sempre que joga a defesa esquerdo e para alguma displicência de Tarik Sektioui na abordagem de alguns lances.
Conclusão: cumpriu-se com o essencial, dar descanso aos habituais titulares e avançar para os Quartos-de-final.

O «cromo do dia» - Zé Beto

José Alberto Teixeira Ferreirinha (Zé Beto) nasceu em Matosinhos a 21 de Fevereiro de 1960.
Zé Beto chegou às Antas vindo do Pasteleira e antes de ingressar definitivamente no FC Porto ainda esteve emprestado ao Beira-Mar, regressando às Antas no início da década de 80 logo após a conquista do bicampeonato com José Maria Pedroto.
Ao contrário de Mlynarczyk, que lhe sucedeu na baliza do FC Porto, Zé Beto era um guarda-redes irreverente e pouco cauteloso. Na memória de todos ficou aquele episódio na Final da Taça das Taças, entre a Juventus e o FC Porto, quando agrediu o árbitro auxiliar, acto que lhe valeu uns meses de castigo por parte da UEFA. No entanto, quem foi mais prejudicado pelo sucedido foi o FC Porto, que na época seguinte foi eliminado pelo Wrexham depois de uma exibição para esquecer do excêntrico Petar Borota. O guarda-redes sérvio substituiu Zé Beto no jogo das competições europeias e acabou por ficar ligado aos 3 golos que os galeses marcaram nas Antas e que lhes valeram a qualificação para a próxima fase. Apesar de nessa época ter ficado de fora dos jogos europeus, devido ao castigo da UEFA, Zé Beto regressaría na época seguinte, acabando por realizar uma das melhores exibições da sua carreira quando o FC Porto empatou (0-0) com o Ajax na 2ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus, época 1985/86. Depois de ter vencido (2-0) os holandeses nas Antas, o FC Porto segurou o 0-0 no Estádio De Meer depois de uma grande exibição de Zé Beto. O Ajax, do carismático Johan Cruyff, ficou em branco nas duas mãos e nem o temível ponta-de-lança holandês Marco Van Basten conseguiu bater Zé Beto nos dois jogos dessa eliminatória. No entanto, para as boas exibições do ex-guarda redes do FC Porto também contribuíram as boas prestações do restante sector defensivo do FC Porto, que nessa altura possuía um dos quartetos defensivos mais coesos da Europa, com João Pinto, Eurico, Lima Pereira e Inácio.
No FC Porto, Zé Beto venceu todos os troféus nacionais (Campeonato Nacional, Taça de Portugal e Supertaça Cândido de Oliveira), sendo ainda titular na Final da Taça das Taças, em Basileia, e suplente na Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus, em Viena.
Depois de representar o FC Porto durante mais de uma década, acabaría por falecer em Fevereiro de 1990, num acidente de viação na A1. A mulher e o filho, que também se encontravam dentro do veículo, acabaram por sobreviver ao trágico acidente.

A «foto do dia» - O programa oficial do Dinamo de Bucareste - FC Porto, Taça dos Clubes Campeões Europeus 1990/91

Hoje recuamos à última participação do FC Porto na extinta Taça dos Clubes Campeões Europeus com o programa oficial do Dinamo de Bucareste-FC Porto, relativo à 1ª mão da segunda eliminatória da competição, época 1990/91.
Foi a última vez que a prova se disputou no sistema de eliminatórias, tendo o FC Porto, na 1ª eliminatória, começado por eliminar o Portadown, da Irlanda do Norte, com duas vitórias, por 5-0 e 8-1. Quanto aos romenos, na 1ª ronda eliminaram os irlandeses do St. Patrick (4-0 na Roménia e 1-1 na Irlanda).
A 1ª mão da segunda eliminatória foi disputada em Bucareste a 24 de Outubro de 1990 e terminou empatada (0-0). No programa oficial do jogo são avançados os «onzes» prováveis de Dinamo de Bucareste e FC Porto. Reparem que os romenos preveram um «onze» do FC Porto que incluía 4 (!) avançados (Stephane Paille, Kostadinov, Domingos e Madjer), o que naturalmente não se confirmou.
Depois do empate em Bucareste, o FC Porto goleou (4-0) o campeão romeno nas Antas e avançou para os Quartos-de-final.

quarta-feira, 10 de dezembro de 2008

Este é o FC Porto da 'Champions'!

É assim que se fortalece o estatuto do FC Porto na mais importante prova de clubes a nível mundial, com vitórias e primeiros lugares. Não basta ostentar o record de clube com mais presenças na prova, é preciso vencer!
Foi a terceira vitória consecutiva na 'Champions' nesta época, a garantir o primeiro lugar do grupo e a comprovar o crescimento da equipa do FC Porto depois do descalabro no Emirates Stadium. A verdade é que nos momentos importantes o FC Porto tem correspondido. Apesar de não liderar a Liga portuguesa, o FC Porto empatou na Luz, venceu em Alvalade (duas vezes!), venceu em Kiev, venceu em Istambul e, no Dragão, derrotou o Arsenal e o Fenerbahçe. Apesar da irregularidade exibicional, o FC Porto mantém a tal cultura de vitória que lhe permite apresentar uma postura ambiciosa e confiante.
No jogo de hoje, e apesar da vitória (2-0) por dois golos, o FC Porto até demorou a interpretar o esquema táctico do Arsenal. Os ingleses apresentaram-se muito subidos no campo e durante a primeira meia-hora o FC Porto teve dificuldades em chegar à área adversária. O Arsenal é muito rápido sobre a bola e mesmo sem Fabrégas, Adebayor, Van Persie e Nasri, é uma equipa organizada e com princípios de jogo bem definidos.
Contudo, após os primeiros 30 minutos o FC Porto passou a ser dono do jogo. Foi uma exibição em crescendo e que nos últimos minutos obrigou os ingleses a fazer contenção de bola para evitar sofrerem mais dissabores. Apesar das hesitações iniciais, o FC Porto realizou uma excelente exibição colectiva. O Arsenal foi atropelado!
Mais uma prova das aptidões de Jesualdo Ferreira para o trabalho de casa. O Professor continua a trabalhar muito bem as suas equipas durante a semana. Apesar de nem sempre tomar as melhores opções, Jesualdo pegou num conjunto de jovens jogadores, que fizeram este ano a estreia na 'Champions', e construiu uma equipa consistente e personalizada. Há um jogador que é o espelho do trabalho realizado pelo Professor, Fernando. O jovem brasileiro nem experiência europeia possuía e agora melhora o seu jogo a cada semana que passa. Hoje fez mais uma grande exibição! Isto é competência de quem orienta o treino diário.
Agora, seguem-se os Oitavos-de-final. Apesar do primeiro lugar do grupo garantir o jogar da 2ª mão dos Oitavos em casa, nesta fase não há equipas mais ou menos desejáveis. Quem quer chegar longe não escolhe adversários mas era engraçado reencontrar Mourinho ou Scolari.

A «foto do dia» - Os campeões de Béla Guttmann

Hoje recuperamos uma foto do final da época 1958/59 que regista a homenagem e o entregar das faixas aos campeões nacionais no antigo Estádio das Antas. Uma tradição que se foi perdendo e que, infelizmente, os clubes grandes não parecem ter vontade de recuperar.
O treinador de então do FC Porto, Béla Guttmann, tirou proveito do legado de Dorival Yustrich para, 3 anos depois, fazer regressar o FC Porto ao topo do futebol português. Foi o célebre campeonato decidido na última jornada através de 'goal average'. Benfica e FC Porto chegaram ao último jogo com o mesmo número de pontos, mas uma vitória por 3-0, frente ao Torreense, permitiu ao FC Porto estabelecer uma diferença de 59 golos entre golos marcados e sofridos, enquanto que o Benfica se ficou pelos 58, depois de vencer a CUF por 7-1. Uma última jornada que gerou grande polémica e que ainda hoje é apresentada em várias versões, todas para a mesma história.
Virgílio, Carlos Duarte, Hernâni, Acúrcio, Perdigão, Osvaldo Silva, Miguel Arcanjo, Monteiro da Costa, Gastão e Pedroto, entre outros, foram os grandes protagonistas desse plantel do FC Porto que recuperou o título depois da dobradinha com Yustrich. Depois deste campeonato, só 19 anos depois é que o FC Porto voltou a ser campeão!

«Curiosidades FCP» - A 'Bayern Magazin' de Maio de 1987

Recuamos a Maio de 1987 com a capa da ‘Bayern Magazin’, a revista oficial do Bayern de Munique que nesta edição antecipava a final de Viena, entre os alemães e o FC Porto.
Fundada após a 2ª Guerra Mundial, a ‘Bayern Magazin’ continua a acompanhar o dia-a-dia do Bayern. Nesta edição, o grande destaque foi o confronto de 27 de Maio de 1987, que os alemães anteciparam com os plantéis das duas equipas e o palmarés europeu dos dois clubes nas páginas interiores da revista.
Recentemente, a ‘Bayern Magazin’ sofreu uma remodelação no seu grafismo mas continua a sair para as bancas a cores e no formato revista.

domingo, 7 de dezembro de 2008

15 minutos à FC Porto!

Parecia estar a ser um jogo difícil mas afinal o tricampeão fez 'bluff'! Bastaram 15 minutos à FC Porto para acabar com o jogo e com as esperanças do Vitória. Apesar de ter feito uma primeira parte cinzenta, sem velocidade e sem agressividade, o FC Porto voltou para o segundo tempo muito determinado e com uma atitude bem menos expectante do que na primeira parte. Nesse período, o Vitória até passou mais tempo próximo da baliza do FC Porto mas foi quase sempre inconsequente. Os irrequietos Bruno Gama e Leandro Lima até colocaram algumas dificuldades à defesa do FC Porto mas ainda lhes falta clarividência e um futebol mais adulto. Pode ser que regressem ao Dragão daqui a um ou dois anos.
Quanto ao FC Porto, nos primeiros 45 minutos limitou-se a ficar na expectativa. Uma postura algo preguiçosa do tricampeão. Com uma disposição táctica que privilegiou o lado esquerdo do ataque, com Hulk e Rodriguez a compensarem a falta de profundidade no flanco oposto, o FC Porto não foi dominador mas foi incisivo sempre que se aproximou da área do Vitória.
A segunda parte foi diferente. Além de controlar o jogo, o FC Porto passou a dominá-lo, jogando quase sempre no meio-campo do Vitória. A jogar concentrado e com 'pressing' alto, o FC Porto passou a estar por cima no jogo. O resto são os golos. Bruno Alves foi lá acima marcar o primeiro e Guarín matou o jogo 3 minutos depois, após mais uma arrancada poderosa do incrível Hulk. Quanto ao 3º golo, foi uma obra de arte. Uma jogada fantástica finalizada por Lucho Gonzalez.
Depois de matar o jogo, o FC Porto começou então a pensar na 'Champions'. Não sendo um encontro decisivo, o jogo frente ao Arsenal é importante para definir o primeiro lugar do grupo e fazer esquecer o FC Porto que esteve no Emirates Stadium.
A verdade é que temos umas contas a ajustar com os ingleses. Venha daí o Arsenal!

«Curiosidades FCP» - As parcerias de Kostadinov

Hoje recordamos um dos mais rápidos avançados que passaram pelo FC Porto e pelo futebol português, Emil Kostadinov. Ainda hoje o seu nome provoca arrepios nos adeptos dos nossos rivais, principalmente do Benfica e do Sporting, que não conseguiam esconder um indisfarçável receio de cada vez que o avançado búlgaro visitava a Luz ou Alvalade.
Durante a sua carreira, houve 3 clubes que o marcaram: o CSKA de Sofia, o FC Porto e o Bayern de Munique. Apesar do seu potencial permitir que por vezes jogasse sozinho na frente de ataque dos clubes que representou (Carlos Alberto Silva e Tomislav Ivic, por exemplo, chegaram a utilizá-lo várias vezes como único avançado), foi graças às parcerias que formou que conseguiu potenciar o seu grande talento. Destacamos 3 dessas parcerias: com Hristo Stoichkov, no CSKA de Sofia, com Domingos, no FC Porto, e com Jurgen Klinsmann, no Bayern de Munique.
Kostadinov completou toda a sua formação juvenil no CSKA de Sófia onde, no final da década de 80, formou com Hristo Stoichkov uma dupla que ajudou o CSKA a sagrar-se por 3 vezes campeão da Bulgária. É curioso que os dois jogadores deixaram a Bulgária no Verão de 1990, Kostadinov para jogar no FC Porto e Stoichkov para jogar no Barcelona.
Na época em que chegou ao FC Porto, em 1990/91, começou por ser utilizado a extremo-direito. Artur Jorge, na sua última época como treinador do FC Porto, começou por experimentar um ataque com Madjer, Domingos e Stephane Paille, e só mais tarde, prevendo a saída de Madjer no final da época, experimentou um ataque com Domingos e Kostadinov. Em boa hora o fez porque a dupla rapidamente se tornou numa das parcerias mais fortes de sempre da história do FC Porto. Uma cumplicidade que marcou uma época no futebol português.
Kostadinov permaneceu nas Antas durante 4 épocas e meia, antes de ser emprestado por 6 meses ao Deportivo da Corunha. A meio da época 1994/95 acabaría por realizar o contrato da sua vida ao assinar pelo histórico Bayern de Munique. O búlgaro deixou o FC Porto já com a temporada de 1994/95 a decorrer, mas ainda a tempo de deixar a sua marca na 1ª jornada do campeonato nacional ao apontar o segundo golo da vitória do FC Porto sobre o Braga, no Estádio das Antas. Ou seja, foi ele o autor do 2º golo do Pentacampeonato. Depois de terminada a "sociedade" com Domingos, depressa encontrou outro cúmplice no ataque do Bayern de Munique, o alemão Jurgen Klinsmann (na foto).

Foi ao serviço do Bayern de Munique que Kostadinov conquistou a única competição europeia do seu currículo, a Taça UEFA, em 1995/96. Contudo, foi só no final da sua estadia em Munique que a sua parceria com Klinsmann começou a conquistar a exigente massa adepta do clube alemão. Apesar de Klinsmann ter sido o melhor marcador do Bayern durante essa campanha (foi nessa edição que o alemão marcou 4 golos ao Benfica nos Oitavos-de-final), a dupla com Kostadinov foi fundamental na conquista da Taça UEFA. O último jogo da competição, a 2ª mão da final frente ao Bordéus, ficou marcado por dois golos dos avançados do Bayern que ajudaram a derrotar os franceses. Na 1ª mão, o Bayern já tinha vencido o Bordéus, de Zinédine Zidane, por 2-0 e 15 dias depois confirmou a conquista do troféu com nova vitória no Parc Lescure, desta vez por 3-1.

Vamos recordar os «onzes» e os marcadores dessa partida:
Parc Lescure, Bordéus, 15 de Maio de 1996
Bordéus: Huard, Bancarel, Friis-Hansen, Dogon, Lizarazu (Anselin aos 31'), Croci (Dutuel aos 57'), Lucas (Grenet aos 81'), Zidane, Witschge, Tholot e Dugarry;
Treinador: Gernot Rohr
Bayern de Munique: Oliver Kahn, Matthaus, Babbel, Helmer, Strunz, Sforza, Frey (Zickler aos 60'), Scholl, Ziege, Klinsmann e Kostadinov (Witeczek aos 75');
Treinador: Franz Beckenbauer
Golos: Scholl aos 53', Kostadinov aos 66', Dutuel aos 75' e Klinsmann aos 77'.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

«Curiosidades FCP» - O «onze» que defrontou o Sporting na época 1977/78

É inevitável regressarmos à memorável época que ficará para sempre na história do FC Porto. Desta vez, recuperamos o «onze» do FC Porto que venceu (2-3) o Sporting em Alvalade na 21ª jornada, disputada a 2 de Abril de 1978. É curioso que este «onze» é exactamente igual ao que defrontou o Benfica nas Antas na antepenúltima e decisiva jornada do campeonato nacional 1977/78. Uma equipa tipo que Pedroto privilegiava nos confrontos mais importantes disputados ao longo dessa época e da qual Seninho por vezes também fazia parte, em detrimento do brasileiro Ademir. Nessa época, os resultados dos clássicos foram fundamentais para se apurar o campeão. O FC Porto acabou por não ser derrotado em nenhum dos jogos que disputou frente a Sporting e Benfica, e, apesar de ter empatado (1-1) com o Benfica nas Antas, venceu em Alvalade e empatou (0-0) na Luz.
Além da vitória em Alvalade ter sido fundamental para o quebrar do jejum que durava há 19 anos, também marcou o inverter da tendência nos resultados dos jogos entre os dois clubes no campeonato nacional. Depois dessa vitória, o FC Porto venceu em Alvalade em 14 ocasiões, contra apenas 9 vitórias do Sporting e 7 empates. Ou seja, em 30 anos o FC Porto venceu mais clássicos em Alvalade do que o Sporting. Um registo algo embaraçoso para o nosso 2º maior rival e que teve o seu início na inesquecível época 1977/78.
Em cima: Duda, Gabriel, Freitas, Simões, Murça e Fonseca;
Em baixo: Rodolfo, Octávio, Ademir, Gomes e Oliveira;

A «foto do dia» - O bilhete do Barry Town-FC Porto, 2ª pré-eliminatória da Liga dos Campeões 2001/02

Recuamos à 2ª mão da 2ª pré-eliminatória de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões 2001/02 com o bilhete relativo ao jogo entre os galeses do Barry Town e o FC Porto.
Depois da derrota (1-0) frente ao Wrexham, na edição de 1984/85 da Taça dos Vencedores das Taças, o FC Porto voltou a dar-se mal em nova visita ao País de Gales, e desta vez com um resultado ainda mais inesperado, uma derrota por 3-1 (Rafael aos 17’, Philips aos 37’, Flynn aos 39’ e Lloyd aos 89’) frente ao Barry Town. Apesar do FC Porto (de Octávio Machado) ter esmagado os galeses no jogo da 1ª mão (8-0), a derrota em Gales não deixa de ser surpreendente.
Na 1ª pré-eliminatória, o Barry Town começou por eliminar o FK Shamkir (Azerbeijão) com duas vitórias, por 2-0 e 1-0. Um autêntico feito, já que os galeses se tornaram na 1ª equipa do País de Gales a ultrapassar uma pré-eliminatória da Liga dos Campeões. Contudo, e apesar de goleado nas Antas, o Barry Town ainda cometeu a proeza de vencer o ex-campeão da Europa no seu estádio, o Jenner Park, em Barry.
É curioso que a ‘BBC Sport’ ainda hoje mantém na internet várias informações relativas a essa histórica eliminatória. Confirmar em http://news.bbc.co.uk/sport2/hi/wales/1467218.stm
O Barry Town Football Club foi fundado em 1912 e já se sagrou por 8 vezes campeão do País de Gales. O clube espera este ano ser promovido à ‘Welsh Premier League’ depois de alguns anos nas divisões secundárias do País de Gales.

segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

O quanto baste é pouco!

Depois da fantástica vitória de Terça-feira passada frente ao Fenerbahçe, esperávamos um FC Porto mais dinâmico e com mais alegria. Apesar de ter atingido as 5 vitórias consecutivas, o FC Porto ainda revela pouca fluência no seu jogo. Valeu pelos 3 pontos conquistados.
Sabendo que defrontava uma Académica ainda à procura de si própria, o FC Porto entrou no jogo apático e sem forçar o erro adversário. A Académica deixou-se surpreender num lance de bola parada, permitindo que Cristian Rodriguez se estreasse a marcar pelo FC Porto, mas empatou o jogo logo depois num momento de apatia da defesa do FC Porto. Primeira parte preguiçosa do FC Porto.
Com o empate ao intervalo, o FC Porto entrou decidido a marcar cedo mas o golo de Raúl Meireles, logo aos 50 minutos, convidou novamente a equipa a entrar na letargia e nem a expulsão de Sougou levou o FC Porto a subir no campo e a tentar vencer por mais de um golo de diferença. Foi um FC Porto acomodado.
No FC Porto, ficam apenas 3 destaques individuais: para a Hulk, que andou sempre irrequieto na frente de ataque, para Raúl Meireles, pela clarividência e pelo golo, e para Fernando, pela raça e dedicação. Mais uma bela exibição do clone de Paulo Assunção.
O sinal menos vai para a exibição de Lucho Gonzalez, não pelo penalty falhado mas por ter andado constantemente escondido do jogo, o que é estranho pois 'El Comandante' nem sequer jogou em Istambul.
Agora, segue-se a visita a Setúbal onde o FC Porto inicia um ciclo de 5 jogos em apenas 15 dias.

A «foto do dia» - A homenagem de Santana Lopes

Hoje, na «foto do dia», recuamos à homenagem que o Governo de Santana Lopes fez ao campeão da Europa, e vencedor da Taça Intercontinental, em plena sala de visitas do Estádio do Dragão.
O ex-Primeiro Ministro aproveitou o facto do Presidente da República de então, Jorge Sampaio, se ter recusado a condecorar os campeões da Europa para tomar ele a iniciativa de homenagear o FC Porto e o seu Presidente. Uma atitude censurável do ex-Presidente da República que nem sequer se dignou a receber o FC Porto depois da final de Gelsenkirchen. O equívoco foi logo aproveitado por Santana Lopes para colocar ainda mais tensão no autêntico clima de "guerra-fria" que mantinha na altura com o ex-Presidente da República, e do qual viría a resultar a sua exoneração como Primeiro Ministro.
Na foto, além de Pinto da Costa e Santana Lopes, são ainda visíveis o Presidente da Mesa da Assembleia Geral do FC Porto, Sardoeira Pinto, o Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro, Rui Gomes da Silva, e o Ministro das Cidades, Administração Local, Habitação e Desenvolvimento Regional, José Luís Arnaut.
O FC Porto acabou por ser homenageado umas semanas antes de Jorge Sampaio demitir o Governo de Santana Lopes.

«Curiosidades FCP» - Os 22 anos dos Superdragões

Apesar de nem sempre serem notícia pelos melhores motivos, são hoje uma referência na cumplicidade entre o FC Porto e os seus adeptos. Falamos da principal claque oficial do FC Porto, que celebrou ontem 22 anos de vida, os 'Superdragões'.
Este grupo de ultras portistas foi fundado a 30 de Novembro de 1986 e teve origem na dissidência de alguns membros da 1ª primeira claque organizada do clube, os 'Dragões Azuis'. Insatisfeitos com a organização e dinâmica dos 'Dragões Azuis', alguns jovens sócios do FC Porto resolveram optar pela formação de um novo grupo de apoio ao FC Porto que passou a ficar situado na curva sul do antigo Estádio das Antas. Apesar das dificulades iniciais, os 'Superdragões' cresceram rapidamente e são hoje a maior claque portuguesa, com cerca de 103 núcleos espalhados por todo o país. No Estádio do Dragão têm sempre mais de dois mil lugares reservados, Porta 8, sectores 9 e 10. Além do crescimento exponencial em número de membros, os ultras do FC Porto também foram precursores noutras matérias. Além de terem sido a primeira claque portuguesa a ter a sua marca registada, os 'Superdragões' também foram pioneiros no fretar de aviões em nome próprio para acompanhar o FC Porto ao estrangeiro, a Barcelona (jogo frente ao Espanhol em 2000) e a Turim (jogo frente à Juventus em 2002), e em ambos os casos em dias da semana.
Contudo, o grande crescimento da claque nos últimos anos também originou dificuldades no relacionamento com os responsáveis do clube e com os próprios jogadores. Uma intimidade quase promíscua, como denunciava Costinha, em entrevista à revista Sábado em Novembro do 2004: "De dia ameaçavam os jogadores, à noite jantavam com dirigentes do FC Porto", referia o médio que deixou o FC Porto para jogar no Dínamo de Moscovo. O jogador reportava-se à época em que os 'Superdragões' invadiram um treino de Victor Fernandez antes de um jogo em Guimarães.
Mas para percebermos melhor a história e as motivações dos 'Superdragões', recuperamos uma entrevista dada ao JN por Daniel Seabra, Licenciado em Antropologia pela Universidade Fernando Pessoa, um dos maiores especialistas do país sobre claques e que investiga os 'Superdragões' há 16 anos.
A identidade dos 'Superdragões' está intimamente ligada à identificação com a cidade do Porto. Mas constrói-se também pela depreciação do adversário. Como funciona esta dualidade?
"A exaltação do clube tem no discurso de exaltação da cidade do Porto, por oposição ao Sul, um dos seus principais elementos. O discurso de diferenciação relativamente a Lisboa não é novo no clube e nem sequer foi inaugurado por Pinto da Costa ou José Maria Pedroto. Não deixa de reproduzir um discurso identitário que encontramos já no final do séc. XIX e início do séc. XX, por exemplo, nas palavras de Basílio Teles e Raul Brandão. Esse discurso tem profundidade histórica, sendo obviamente exacerbado no futebol."
Esse discurso de identidade negativa – os cânticos insultuosos – o que significa?
"Muitas vezes aquilo que pensamos que é real, é real nas suas consequências. Muitos adeptos do Porto vêm no Benfica o clube do Estado Novo que ganhava, não exactamente pelo seu mérito, mas pela protecção que gozava por parte das estruturas de poder sedeadas em Lisboa. Essa representação existe – e não estou a julgar a sua justeza ou a concordar com ela – e tem as suas consequências ao nível do discurso da claque. Esses cânticos, sobretudo os que são dirigidos ao Benfica - entendido como o principal adversário -, são evidentemente indesejáveis, reprováveis e inaceitáveis. Mantêm-se porque se inserem numa lógica de depreciação do principal adversário."
Nos 'Superdragões' os partidos políticos mais representados são o PS (22,1%) e o PSD (19,8%), havendo depois dois extremos: Bloco de Esquerda (9,2%) e Partido Nacional Renovador (7,6%). Como lê estes números?
"No PS e no PSD, os 'Superdragões' são um espelho do panorama no país. Os outros dois partidos estão sobre-representados. Aqueles que se identificam com o PNR não são necessariamente 'skinheads'. Mas o discurso nacionalista e xenófobo está presente. No entanto, é inaceitável considerar que as claques são um bando de nazis. Inaceitável e os dados confirmam isso mesmo."
Esses dois extremos convivem pacificamente?
"Sim. Ao contrário do que certamente alguns esperariam. Esse é mesmo um discurso instituído pelos líderes da claque. Não lhes interessa saber de que partido ou de que religião são os elementos do grupo; o que lhes interessa é que venham apoiar activamente o FC Porto. Nunca vi, em 16 anos, qualquer tipo de incidente deste tipo."
Já foram também feitas, mas ainda não provadas, associações entre os 'Superdragões' e a guerra de gangs da noite do Porto. Qual é a sua perspectiva?
"É um facto que alguns dos detidos pela polícia na “Operação Noite Branca” frequentavam os 'Superdragões'. Frequência essa irregular e esporádica nalguns casos. Um dos detidos – Bruno Pidá – já não o via lá há muito tempo. A única ligação que consigo estabelecer, honestamente e sem especulação da minha parte, é a presença na claque. Novamente, acho abusivo associar uma claque a um gang. É verdade que houve essa presença e isso foi noticiado. Mas o que não é noticiado – e isso era interessante – é, por exemplo, o número de elementos dos 'Superdragões' que todos os anos concluem a sua licenciatura. Quanto à suposta associação que referiu não se pode tomar a nuvem por Juno. É uma generalização abusiva, gratuita e especulativa."
O núcleo duro dos 'Superdragões' está na Ribeira, como diz o seu líder Fernando Madureira?
"Em parte sim. Esse núcleo tem peso, sobretudo em desempenhos de agressividade. Mas essa ligação que é feita entre a direcção da claque e o núcleo da Ribeira, de onde Madureira é originário, tem que ser lida num contexto de posicionamento numa lógica de afirmação da Ribeira no seio da claque e da gestão das impressões que este núcleo pretende causar".
Qual é o peso real do núcleo da Ribeira?
"É o núcleo que marca uma presença forte em termos de número de elementos, sobretudo nas deslocações tradicionalmente mais difíceis e em que, às vezes, há confrontos. Aí a Ribeira manifesta a sua força e está em peso. Mas a Ribeira tem que ser reposicionada no peso relativo que tem no grupo. Quando eles vão todos à Luz temos que ver também que estão integrados num grupo que chega, por vezes, a atingir três mil elementos ou mais."
Os 'Superdragões' são também como o Porto quando dizemos que a cidade é um somatório dos seus bairros?
"Exactamente. Esta cidade tem mais de 40 bairros sociais e são bastantes os que estão representados nos 'Superdragões'. Depois há ainda os núcleos formados em círculos de amizades."

A ilustrar o "post", 3 fotografias de coreografias dos 'Superdragões'. A primeira diz respeito ao jogo entre o FC Porto e o Manchester United, da Liga dos Campeões 2003/04. Um pano gigante com o dragão sentado numa poltrona e a inscrição, em baixo, "God save the King!". A segunda é uma foto no antigo Estádio das Antas com a coreografia da curva sul no início de um FC Porto - Sporting. Quanto à 3ª foto, regista a presença dos ultras em Sevilha na Final da Taça UEFA 2002/03.

sábado, 29 de novembro de 2008

Agora o tetra!

Depois de garantido o acesso aos Oitavos-de-final da 'Champions', o FC Porto deve agora voltar a concentrar esforços no grande objectivo da época, o tetra!
Apesar de ainda ir disputar com o Arsenal o primeiro lugar do Grupo G da Liga dos Campeões, o FC Porto pode desde já começar a programar o assalto ao primeiro lugar da Liga. Depois da melhor sequência da época, com vitórias sobre Dínamo de Kiev, Sporting, V. Guimarães e Fenerbahçe, o calendário parece reservar-nos um ciclo aparentemente menos complicado até final de 2008. Contudo, o FC Porto vai ter que realizar 5 jogos em apenas 15 dias. É à inglesa! Uma sequência muito desgastante mas que se tornou menos complicada depois do sorteio da Taça de Portugal ter colocado no caminho do FC Porto uma equipa da III Divisão nacional. É que o jogo frente ao simpático Cinfães ficou agendado para 3 dias depois da recepção ao Arsenal e 3 dias antes da visita à Amadora. É natural que Jesualdo Ferreira opte por colocar jogadores menos utilizados frente ao Cinfães de forma a que, 3 dias depois, possa apresentar o melhor «onze» frente ao E. Amadora. Um programa que prova que o FC Porto continua à frente dos seus rivais até na antecipação da calendarização das várias competições. Sabendo que, depois da viagem da Selecção ao Brasil, só podia contar com todos os jogadores internacionais 3 dias antes do decisivo confronto com o Fenerbahçe, o FC Porto adiou o jogo frente ao E. Amadora para depois da eliminatória da Taça. Contudo, o jogar na antecipação também tem custos. Até final do ano, o calendário reserva-nos 6 jogos. Depois da recepção à Académica, segue-se a visita a Setúbal. Começa aí um ciclo desgastante com 5 jogos em apenas 15 dias (V. Setúbal, Arsenal, Cinfães, E. Amadora e Marítimo). Um teste aos tricampeões!

A «foto do dia» - O programa oficial do Juventus - FC Porto, Final da Taça dos Vencedores das Taças 1983/84

Recuamos à final de Basileia com a versão italiana do programa oficial que antecipava o Juventus-FC Porto da Final da Taça dos Vencedores das Taças 1983/84.
‘Adesso la coppa’, foi o título que os italianos escolheram depois da Juventus ter acabado de conquistar o campeonato italiano. É curioso que os dois clubes disputaram a Final da Taça das Taças logo após a conquista de um troféu nacional. A Juventus, de Geovanni Trapattoni, chegou a Basileia duas semanas depois de ter conquistado o 21º ‘scudetto’, enquanto que o FC Porto vinha de uma vitória por 4-1 sobre o Rio Ave, na Final da Taça de Portugal.
Depois do 21º título, a ‘Vecchia Signora’ voltou a conquistar o ‘scudetto’ em 1985/86, enquanto que o FC Porto sería campeão nacional logo na época seguinte (1984/85) à da final de Basileia, já com Artur Jorge. Essa época também marcou o fim de um ciclo na 'Juve'. Os italianos disputaram a final da Taça dos Clubes Campeões Europeus frente ao Liverpool (vitória por 1-0) um ano depois de terem derrotado (2-1) o FC Porto em Basileia. Terminou aí o ciclo Michel Platini.

«Curiosidades FCP» - Pedroto e o Belenenses

Antes de chegar ao FC Porto, clube ao qual ficou para sempre ligado, José Maria Pedroto representou outro histórico do futebol português, o Belenenses.
Foi o serviço militar obrigatório que alterou os planos do jovem Pedroto quando ainda representava os juniores do Leixões. Na altura, o ex-treinador do FC Porto foi obrigado a deixar o Norte do país e a fixar-se em Tavira, onde cumpriu o serviço militar na Escola de Sargentos Milicianos. Impossibilitado de efectuar grandes deslocações, Pedroto optou por representar um clube algarvio, o Lusitano de Vila Real de Santo António, que nessa altura disputava a antiga I Divisão nacional.
Segundo relatos da época, terá sido por influência do então Ministro da Marinha, o Almirante Américo Tomás, que Pedroto se vinculou ao Belenenses numa transferência que envolveu aproximadamente 50 contos, 25 contos para o jogador e outros 25 para o Lusitano, com quem Pedroto ainda tinha contrato.
Foi por essa altura que surgiram os primeiros sinais do interesse do FC Porto no jogador. Segundo a imprensa da época, um director do FC Porto ainda terá tentado aliciar o jogador com um cheque de 80 contos para o convencer a mudar-se para a Invicta. No entanto, como nessa altura o jovem José Maria Pedroto já dava mostras de grande personalidade e rectidão, recusou a proposta do FC Porto por já ter dado a sua palavra ao clube da cruz de Cristo. A experiência no Belenenses acabou por ser muito positiva para Pedroto e até para o próprio FC Porto porque o jogador chegaría às Antas com a formação completa e com as funções dentro de campo bem definidas, já que foi no Belenenses que Pedroto aperfeiçoou as aptidões que fizeram dele um dos melhores médios centro da história do futebol português.

Foi num jogo frente ao Sporting que o treinador de então do Belenenses, Fernando Vaz, deu ordens a Pedroto para deixar a zona mais avançada do campo e marcar o sportinguista Travaços. A experiência correu tão bem que Pedroto nunca mais largou as funções de centro campista, chegando ao FC Porto como um dos médios mais consagrados da liga portuguesa e já depois de se ter estreado na Selecção nacional. Foi em 1952 que o FC Porto voltou à carga para tentar convencer o jogador a mudar-se para as Antas. E não foi nada fácil convencê-lo. Como Pedroto se sentia bem no Belenenses, fez uma exigência aos dirigentes do FC Porto: só se mudava por 150 contos! Qual não foi a surpresa quando se soube que o FC Porto aceitou os montantes exigidos pelo jogador, e pelo Belenenses, e estabeleceu na altura um novo record nas transferências do futebol português. Foi o próprio Pedroto que o confirmou: «Eu estava satisfeito no Belenenses e, financeiramente, a minha situação não era nada má, pois também tinha um emprego bem remunerado na Hidro-Eléctrica do Zêzere. Portanto, quando fui abordado por emissários do FC Porto, fixei a verba astronómica de 150 contos para mim, convencido que não seria aceite tal pedido. Às contra-propostas que depois recebi não tirei nem um tostão. Despedi-me do emprego e do Belenenses com aquela quantia em meu poder». A chegada de Pedroto ao FC Porto coincidiu com o início da construção daquela fantástica equipa que foi campeã nacional com Dorival Yustrich e, mais tarde, com Bella Guttman.

quarta-feira, 26 de novembro de 2008

Já está!

Pois é, as contas fazem-se no fim. Quase no fim! A uma jornada do final da 1ª fase lá vamos nós novamente para os Oitavos. Um feito histórico para alguns mas quase uma obrigação para o nosso FC Porto.
Depois da vitória da época passada frente ao Besiktas, nova demonstração de força dos tricampeões em Istambul com vitória sobre o Fenerbahçe por 2-1. Agora, falta ir vencer ao terreno do Galatasaray para fazermos o pleno com os 3 grandes da Turquia.
Foi um FC Porto descomplexado, cheio de personalidade e que jogou o jogo pelo jogo com o Fenerbahçe. O que tínhamos criticado em Jesualdo Ferreira naquela sequência de 3 derrotas consecutivas foi hoje a melhor arma do FC Porto: o trabalho de casa. A equipa jogou muito subida no campo e ocupou muito bem os espaços. Nem se notou a ausência de ‘El Comandante’. Com um 4-4-2 puro, o FC Porto controlou completamente o jogo na 1ª parte. Exibição portentosa do nosso meio-campo, que abafou a bola e não permitiu aos turcos fazerem «o jogo da época» como tinham prometido no dia anterior. Apesar do «onze» inicial do FC Porto indiciar que o 4-3-3 seria a aposta de Jesualdo, isso não se verificou pois Hulk e Lisandro Lopez jogaram sozinhos na frente e Cristian Rodriguez jogou um pouco mais recuado.
Apesar de não atravessar um grande momento de forma, o uruguaio é muito disciplinado tacticamente e permite a Jesualdo mexer facilmente no sistema táctico durante o jogo. Uma solução que Ricardo Quaresma não possibilitava.
Com o trio Fernando-Raúl Meireles-Tomás Costa muito pressionante e a obrigar o adversário a errar, foi com naturalidade que surgiram os golos. O inevitável Lisandro Lopez voltou a bisar e a sua parceria com Hulk promete porque o brasileiro faz ruir qualquer sistema defensivo.
Na segunda parte, o golo fortuito dos turcos intraquilizou-nos mas o FC Porto voltou-nos a sossegar com 20 minutos finais de grande rigor defensivo e concentração. A vitória nunca esteve em causa. Nesse período, só nos surpreendeu a opção de Jesualdo em substituir Tomás Costa demasiado cedo. O argentino estava a ser dos melhores em campo mas Freddy Guarín acabou por entrar bem no jogo e ajudou a segurar o meio-campo.
Agora, com a qualificação garantida e dois pontos a separarem-nos do primeiro lugar, temos umas contas a ajustar com o Arsenal na última jornada.

O FC Porto de Carlos Resende

Apesar de ser o clube português com mais títulos na modalidade (nas variantes de Andebol de 7 e Andebol de 11), na última década o FC Porto foi campeão nacional de Andebol apenas duas vezes.
Esta época, além da continuidade de Carlos Resende como técnico, o FC Porto deu preferência aos jogadores formados na casa e a dois reforços, também portugueses, com estatuto no Andebol nacional, Wilson Davyes e Inácio Carmo. Uma aposta com o objectivo de fazer regressar a modalidade ao título nacional depois do último campeonato conquistado em 2003/04.
A opção de formar um plantel só com jogadores portugueses parece estar a dar resultado. Apesar do orçamento da secção de Andebol ser dos mais baixos das últimas épocas, o FC Porto assumiu este fim-de-semana a liderança do campeonato depois da vitória sobre o Benfica por 29-25.
Além da ascensão ao primeiro lugar da classificação, o FC Porto mantém-se como a única equipa sem derrotas na prova. O técnico Carlos Resende, além de conhecer o Andebol português, parece ser o homem certo para potenciar o excelente trabalho do FC Porto a nível das camadas jovens.
É curioso que esta época o FC Porto tem 3 treinadores, na orientação das equipas de Andebol, Basquetebol e Hóquei em Patins, que no passado foram campeões nacionais pelo FC Porto nas respectivas modalidades.
Depois de ter vestido durante 13 anos a camisola do FC Porto, Carlos Resende é a escolha natural para fazer regressar o FC Porto ao título nacional de Andebol. Consegui-lo sem jogadores estrangeiros no plantel sería no mínimo notável.