segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

«Deixem-nos jogar!»

O desabafo é de Jesualdo Ferreira e ilustra bem o misto de emoções que se viveu ontem no Estádio do Dragão. A revolta, pela imbecil decisão da Comissão Disciplinar da Liga, deu lugar à euforia, com o «show» de bola (5-1!) que o FC Porto ofereceu ao entusiasta público do Dragão. De facto, é uma pena o sistema de jogo que o FC Porto privilegia não “encaixar” em todo o tipo de adversários. Se assim fosse…
Hoje, era absolutamente obrigatório vencer. O que estava em causa não era apenas conservar o sonho (cada vez mais utópico!) do ‘Penta’, mas também manter à vista os lugares que dão acesso à Liga dos Campeões.
Sendo uma competição que permite equilibrar as contas e valorizar, quase exponencialmente, o passe dos jogadores (aquilo que garante a vitalidade do FC Porto pós-SAD), a ‘Champions’ passou a ser quase uma segunda casa para o FC Porto. Além disso, é preciso defender o primeiro lugar na lista de clubes com mais presenças na prova (é provável que o Manchester United se mantenha a par do FC Porto, pois a Inglaterra vai continuar a garantir 4 participantes na prova).
Assim, não foi surpreendente que o FC Porto tenha jogado tudo nesta partida frente ao Sp. Braga. Nas actuais circunstâncias, o empate não nos servia para nada!
Neste momento, e para quem está a realizar uma época relativamente atípica, a perfomance do FC Porto até nem pode ser considerada assim tão decepcionante. Apesar do atraso no campeonato, o FC Porto mantém-se em todas as frentes e parece ser uma equipa em nítido crescimento. Pode ser que a época ainda nos reserve algumas coisas boas…
Agora, as contas não são difíceis de fazer. Com o Benfica e o Sp. Braga a, respectivamente, 6 e 5 pontos de distância, temos que esperar duas escorregadelas de cada um dos nossos adversários. No caso do Benfica, e até ao clássico do Dragão, o FC Porto terá de ver aquela diferença reduzida para pelo menos 3 pontos. Onde (e quando) vamos resgatar esses 3 pontos? E para a semana há um Sporting-FC Porto…
Positivo (+):
- o FC Porto nunca acusou a pressão de ter de vencer;
- a qualidade de passe de toda a equipa do FC Porto (nesse particular, talvez tenha sido o jogo mais bem conseguido da época);
- as assistências de Varela e os golos, e a movimentação, de Falcão (neste momento, já ninguém lamenta a saída de Lisandro Lopez);
- o golo de Álvaro Pereira, que veio premiar as correrias desenfreadas do uruguaio pelo flanco esquerdo;
- a forma concentrada e rigorosa como o FC Porto defendeu;
- a empatia entre o público do Dragão e a equipa;
- o anúncio do FC Porto em torno de um jogo de homenagem às vítimas do temporal na Madeira;
Negativo (-):
- o golo do Sp. Braga talvez tenha sido a única nota negativa numa noite quase perfeita;

«Curiosidades FCP» - Aymoré Moreira, o “goleiro” que treinou o FC Porto

Hoje, nas «Curiosidades FCP», vamos recordar Aymoré Moreira, um ex-guarda-redes brasileiro que foi treinador do FC Porto durante aquele célebre período de 19 anos que o FC Porto passou sem vencer o campeonato nacional.
O percurso de Aymoré Moreira como jogador e treinador é muito idêntico ao de outro técnico brasileiro que orientou o FC Porto na década de 50, Dorival Yustrich.
Além de terem sido ambos consagrados guarda-redes brasileiros (pertencem os dois àquela geração que ainda não usava luvas), Aymoré Moreira e Dorival Yustrich também partilharam outro dado em comum: foram ambos treinadores do FC Porto.
Aymoré Moreira começou a chamar a atenção da imprensa e dos adeptos quando representava o Botafogo (na mesma altura, Yustrich defendia as cores do Flamengo). Foi neste histórico clube brasileiro, que representou entre 1936 e 1946, que realizou as melhores exibições da sua carreira (apesar da baixa estatura para a posição, pois media apenas 1,72m), sendo também chamado a representar a selecção brasileira.
Impressionada com o seu estilo entre os postes, a imprensa brasileira que acompanhava os jogos do Botafogo logo o apelidou de «guarda-redes elástico e voador».
Depois de terminada a carreira de jogador, Aymoré Moreira optou por continuar ligado ao futebol como técnico, sendo por diversas vezes chamado a orientar a selecção brasileira e chegando mesmo a ser campeão do mundo em 1962, no Chile.
Na ‘canarinha’, orientou várias gerações de consagrados jogadores brasileiros, como Pelé, Didi e Garrincha (na década de 60), e Tostão, Gérson e Rivellino (na década de 70), enquanto que no FC Porto teve o privilégio de trabalhar com Rolando, Cubillas, António Oliveira e Fernando Gomes, entre outros.
Aymoré Moreira chegou ao FC Porto no início da época 1974/75 (tinha orientado o Boavista na época anterior). No entanto, os maus resultados acabaram por ditar o seu afastamento à passagem da 23ª jornada do campeonato (foi substituído por Monteiro da Costa). Apesar da sua saída prematura, o FC Porto conseguiu ser segundo classificado no campeonato, a apenas 5 pontos do Benfica, enquanto que nas competições europeias foi eliminado pelo Nápoles, na 2ª eliminatória da Taça UEFA, e na Taça de Portugal não foi além dos Quartos-de-final da prova.

A «foto do dia» - O cromo do Mlynarczyk no ‘Espanha 82’

Foi o primeiro guarda-redes do FC Porto a estar presente em duas fases finais do mundial de futebol (‘Espanha 82’ e ‘México 86’). Falamos de Mlynarczyk, o “professor” de Vítor Baía.
Hoje, recuperamos o cromo do ‘Mly’ no mundial ‘Espanha 82’ (um cromo que surge autografado pelo próprio).
Além das habituais informações que acompanham este tipo de cromos, no canto superior esquerdo também podemos identificar o popular ‘Naranjito’, que se tornou na primeira fruta-mascote em Copas do Mundo. A laranja vestida com a camisola da selecção espanhola tornou-se um ícone do ‘Espanha 82’, chegando até a protagonizar uma série de desenhos animados na televisão.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

É a cultura de vitória!

Já tínhamos saudades da ‘febre de Quarta-feira à noite da Liga dos Campeões’. Apesar do FC Porto nos ter “habituado mal” (mantemos o recorde de presenças na prova, ex-aequo com o Manchester United), continuamos a ter boas sensações quando ouvimos o hino da ‘Champions’ no Estádio do Dragão. Será que o vamos ouvir na próxima época? A ver…
Hoje, não se jogava apenas a 1ª mão de uma eliminatória entre uma equipa inglesa e uma equipa portuguesa. Tratava-se, fundamentalmente, de um confronto entre dois estilos distintos de jogo. Curiosamente, enquanto que este Arsenal joga ‘à antiga portuguesa’ (futebol apoiado com ‘bola de pé para pé’), o FC Porto de Jesualdo Ferreira continua a privilegiar um estilo mais próximo do anglo-saxónico (transições rápidas suportadas por força e potência física de alguns jogadores), um tipo de jogo que sofreu uma espécie de ‘upgrade’ com a chegada de Rúben Micael.
Hoje, o FC Porto não jogou melhor nem pior que o Arsenal. Jogou com mais empenho (às vezes no limite da agressividade), coragem, atitude, espírito de sacrifício… Enfim, com mais coração!
Só dessa forma é que seria possível contrariar o autêntico carrossel de posse de bola do meio-campo do Arsenal. O FC Porto conseguiu-o, mas agora tem que se preparar mentalmente para a intensidade e paixão com que os ingleses abordam os jogos europeus disputados no seu estádio. Aquilo é um futebol vertiginoso que não vai ser nada fácil de contrariar. Ou seja, o FC Porto vai ter que marcar golos em Londres. E nada garante que, marcando 1 ou mesmo 2 golos, o FC Porto aceda aos ‘Oitavos’. Quem desafia o Arsenal no ‘Emirates Stadium’ não pode apresentar uma postura contida e expectante, senão…
Agora, vamos ver como é que o FC Porto se vai apresentar frente ao Sp. Braga. Depois dos frenéticos e desgastantes 90 minutos de hoje, vai haver muita gente que não vai ter frescura física e mental para abordar mais um jogo decisivo em tão curto espaço de tempo. Complicado!
Positivo (+):
- a cultura de vitória do FC Porto, que lhe permite, mesmo não jogando bem, ter ambição e espírito de conquista;
- a sagacidade (na marcação do livre indirecto que deu origem ao segundo golo do FC Porto), humildade e espírito de sacrifício de Rúben Micael, que entendeu que hoje seria tão útil a defender como tem sido a atacar;
- a entreajuda entre toda a equipa do FC Porto;
- a postura do FC Porto na 2ª parte e, em particular, nos últimos 20 minutos (o 3-1 esteve sempre na mente dos jogadores, que nunca se limitaram a defender a vantagem mínima);
Negativo (-):
- a dificuldade do FC Porto em defender os lances de bola parada (o alto e possante Bendtner nunca foi devidamente anulado);
- as entradas no «onze» de Raúl Meireles e Hulk não tiveram o impacto desejado (a este nível é quase obrigatório estar fisicamente a 100%);
- a ausência de Belluschi retirou ao FC Porto qualidade de passe na primeira zona de construção;

A «foto do dia» - A 1ª página do jornal ‘O Porto’ (edição de Maio de 1984)

Em semana de competições europeias, recuperamos uma edição do jornal ‘O Porto’ (entretanto substituído, em 1985, pela revista ‘Dragões’) dedicada à final da Taça dos Vencedores das Taças 1983/84, disputada entre o FC Porto e a Juventus (vitória dos italianos, por 2-1).
A 1ª página desta edição do jornal ‘O Porto’ reflectia bem o estado de espírito dos adeptos, jogadores e responsáveis do FC Porto após a controversa arbitragem de Adolf Prokop. Ao mesmo tempo que destacava a fantástica réplica oferecida pelo FC Porto à equipa de Michel Platini («FC Porto espectacular na final de Basileia»), a 1ª página também reflectia a indignação por algumas decisões controversas do árbitro da ex-RDA. «O árbitro tirou-nos a taça das mãos», lia-se na 1ª página.

«Curiosidades FCP» - 6 figuras do FC Porto 1992/93

Foram os 6 fundamentais (uns mais que outros!) no ‘bi-campeonato’ que o FC Porto conquistou com Carlos Alberto Silva no início da década de 90. Jaime Magalhães, Vítor Baía, Domingos, Tozé, António Carlos e Fernando Couto foram todos utilizados pelo técnico brasileiro durante o percurso que levou o FC Porto ao título, em 1992/93.
Apesar de na foto constarem alguns símbolos portistas da década de 80 e 90, o maior destaque acaba por ir para o único estrangeiro aqui presente, o brasileiro António Carlos (realizou 10 jogos naquela edição do campeonato, tendo ainda marcado 2 golos). Apesar da técnica apurada, este médio-ofensivo acabou por ser dispensado do plantel logo na época seguinte, devido a problemas disciplinares.

domingo, 14 de fevereiro de 2010

O 'Penta' preso por arames!

Não está a ser nada fácil lidar com o atraso pontual que nos coloca à beira do precipício (neste momento, o FC Porto diz adeus ao ‘Penta’ se permitir que a desvantagem para os primeiros supere os 6 pontos). Depois do empate (0-0) de hoje, estamos ligados à máquina!
A verdade é que o campeonato vai avançando e a margem de recuperação vai sendo cada vez menor. Agora, será obrigatório vencermos o Sp. Braga na próxima jornada (e atenção, porque o Sp. Braga, ao contrário do FC Porto, não terá uma desgastante jornada europeia a meio da semana). É isso que a partir de agora vai ser (ou já está a ser!?) complicado para o FC Porto: lidar com o “obrigatório vencer”.
Mas também não tinha graça nenhuma comandar todos os anos a Liga do princípio ao fim, não é? Este novo cenário também coloca novos desafios e motivações ao FC Porto. É provável que o FC Porto não vá ganhar este campeonato. No entanto, há mais competições para vencer e há uma luta para manter até ao fim. Um aviso aos nossos adversários: difícil não é ser campeão, difícil é continuar sempre no topo!
Hoje, o FC Porto acabou por acusar o desgaste da sobrecarga de jogos das últimas semanas. A semi-poupança que Jesualdo promoveu frente à Académica fez hoje mossa. Houve ali muita gente (Belluschi, Rúben Micael, Mariano Gonzalez, Varela,...) a quem o cansaço mental e físico tirou clarividência. Voltou a não faltar atitude, mas a lucidez e agressividade na hora de finalizar não foram as mesmas de jogos anteriores.
Agora, segue-se o Arsenal. Perante os resultados e as exibições que os ingleses realizaram na actual edição da ‘Champions’ (principalmente nos jogos em Londres), é fácil concluir que o FC Porto não pode deixar de pensar em marcar muitos golos para poder seguir em frente. A postura em campo deverá corresponder ao seguinte: se o Arsenal marcar 3 golos, teremos de marcar 4! E mais: uma possível vitória pela margem mínima, no jogo do Dragão, não garante nada a quem ainda tem de desafiar o Arsenal no ‘Emirates Stadium’. Vamos defrontar um adversário que não é nada contido quando se trata de atacar e marcar golos. Ou seja, com Hulk ou sem Hulk, vamos mesmo ter de ser bravos!Positivo (+):
- a atenção de Helton e o autoritarismo de Rolando (curiosamente, dois jogadores que não foram utilizados a meio da semana);
- a profundidade que Miguel Lopes e Fucile deram às laterais;
- uma ou outra iniciativa de Rúben Micael;
Negativo (-):
- a dificuldade que o FC Porto revelou para lidar com a forma aguerrida e pressionante como o Leixões se apresentou nos primeiros 45 minutos;
- a falta de agressividade do trio-de-ataque do FC Porto (Varela, Falcão e Mariano foram sempre pouco incisivos a atacar a baliza);
- a natural falta de frescura física e mental de alguns jogadores do FC Porto (a sobrecarga de jogos veio confirmar as limitações do plantel 2009/10);

«Curiosidades FCP» - Tommy Docherty e o Arsenal

Como o jogo do FC Porto frente ao Arsenal está aí à porta, hoje recuperamos duas fotos do único homem que serviu o Arsenal, como jogador, e o FC Porto, como treinador: o escocês Tommy Docherty.
Apesar de não ter chegado ao final da época em que representou o FC Porto como treinador (Docherty orientou o FC Porto em 1970/71, tendo sido substituído por António Teixeira à passagem da 25ª jornada), este escocês deixou saudades nos responsáveis e adeptos que acompanharam o seu breve percurso em Portugal.
Docherty deixou pela primeira vez a Grã-Bretanha em 1970, precisamente para orientar o FC Porto. Chelsea, Rotherham United, Queens Park Rangers e Aston Villa foram os clubes britânicos que treinou antes de chegar às Antas.
Na foto (em cima), devidamente autografada, vemos o antigo treinador do FC Porto com a camisola do Arsenal, clube que representou como jogador entre 1958 e 1961.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

Apanhou-lhe o jeito!

Parece que o eterno mal-amado resolveu agora tirar grandes golos da cartola. Depois daquela ousadia frente ao Sporting, Mariano Gonzalez voltou a surpreender-se a si próprio. Afinal, um desengonçado também marca grandes golos!
Hoje, certamente que Jesualdo Ferreira pretendia fazer ainda mais alterações no «onze» do que aquelas que promoveu. No entanto, a possibilidade de atingir mais uma final e disputar ‘mano-a-mano’ com o Benfica a primeira posição na tabela dos clubes portugueses com maior número total de troféus conquistados “convidaram” o Professor a abdicar da habitual rotatividade nos jogos da Taça da Liga. E não tivesse Jesualdo recorrido ao banco de suplentes (entraram Varela e Rúben Micael) e estaríamos agora a lamentar mais uma exibição cinzenta e sem chama do FC Porto. Foi preciso chamar a ‘Infantaria’!
Agora, esperemos que esta ‘poupança parcial’ não tenha consequências nos jogos frente a Leixões e Arsenal.
Sabendo que o empate, ao fim dos 90 minutos, levaria o jogo para as grandes-penalidades, o FC Porto deveria ter procurado garantir o mais cedo possível uma vantagem confortável, de forma a evitar que, num lance fortuito, a Académica pudesse levar a decisão da eliminatória para os ‘penaltys’.
Tal como no jogo da Liga (vitória do FC Porto, por 3-2) André Villas-Boas voltou a surpreender o FC Porto com uma Académica descomplexada e bem posicionada em campo.
Lamentavelmente, voltámos a ser um FC Porto sem dinâmica e passivo. Dos primeiros 45 minutos nem vale a pena falar. Salvou-se aquela pressão final, após a entrada de Varela e Rúben Micael, e o super-golo de Mariano Gonzalez. Foi pouco!
Agora, na Taça da Liga, segue-se o Benfica, naquela que se prevê ser a final mais inflamada e tensa dos últimos tempos no futebol português. Uma autêntica batalha!
Positivo (+):
- a atenção de Nuno e o bom posicionamento de Nuno André Coelho (teve 3 ou 4 intervenções preciosas!);
- o golo de Mariano Gonzalez, que até nem fez um bom jogo;
Negativo (-):
- a 1ª parte do FC Porto;
- Miguel Lopes, que esteve desastrado e ainda viu o seu espaço ser autenticamente “arrombado” pelo promissor João Ribeiro;
- a baixíssima intensidade de jogo de Diego Valeri;
- Freddy Guarín, que confirmou que o seu jogo demasiado físico é, neste momento, incompatível com o meio-campo do FC Porto ‘pós-Ruben Micael’;

«Curiosidades FCP» - A barreira dos 35 golos

É uma meta alcançável e que já foi ultrapassada em 6 ocasiões por jogadores do FC Porto em edições do campeonato nacional. Falamos da mítica barreira dos 35 golos, que, no entanto, só dois goleadores do FC Porto conseguiram superar em mais do que uma ocasião: Fernando Gomes, em 1982/83 e 1984/85, e Mário Jardel, em 1998/99 e 1999/00.
Apesar de Correia Dias e António Araújo também terem superado essa histórica marca – marcaram ambos 36 golos na Liga, em 1941/42 e 1947/48, respectivamente – foram aqueles dois míticos pontas-de-lança do FC Porto os únicos a ultrapassar os 35 golos em duas épocas distintas.
No entanto, as marcas de Correia Dias e António Araújo até acabam por merecer maior destaque, pois foram obtidas em edições da Liga disputadas por menos equipas (12 clubes, em 1941/42, e 14 clubes, em 1947/48), ou seja, os 36 golos daqueles dois históricos pontas-de-lança do FC Porto foram obtidos em menos jogos.
Actualmente, Falcão também poderia perseguir a marca dos 35 golos, mas para isso teria de ter exibido, no início do campeonato, a mesma cadência de golos que tem apresentado nos últimos jogos que realizou na Liga. Agora, para chegar aos 35 golos, o ponta-de-lança colombiano teria de marcar mais de um golo por jogo até final do campeonato.
No FC Porto, só Gomes e Jardel ultrapassaram os 35 golos em duas ocasiões. Gomes apontou 36 golos em 1982/83 e 39 golos em 1984/85, enquanto que Jardel superou a barreira dos 35 golos em duas épocas consecutivas (36 golos em 1998/99 e 37 golos em 1999/00).
Curiosamente, ao superarem os 35 golos no campeonato nacional, Gomes e Jardel também viram essas marcas serem premiadas com a Bota d’Ouro. Enquanto que Fernando Gomes foi o melhor marcador da Europa naquelas duas ocasiões em que ultrapassou a barreira dos 35 golos, Jardel venceu o troféu com a camisola do FC Porto apenas em 1998/99.
No ano seguinte, os 37 golos que ‘Jardigol’ apontou no campeonato não foram suficientes para destronar o inglês Kevin Phillips (Sunderland) do primeiro lugar da lista dos melhores marcadores da Europa.
Com a camisola do FC Porto, ficaram ainda muito próximos da barreira dos 35 golos o croata Slavkoo Kordnya (marcou 29 golos em 1939/40) e Jacques (apontou 27 golos em 1981/82).

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Seguros e confiantes

Depois do impacto que a estreia de Rúben Micael causou (agora ficamos todos apreensivo de cada vez que o nosso nº 28 é derrubado em falta ou solicita assistência médica, não é? Se ele se lesiona…), havia a natural curiosidade de saber se a Naval estaria preparada para combater a dinâmica que o FC Porto apresentou nos dois últimos jogos. Como o efeito surpresa se esfumou, era natural que o meio-campo do FC Porto tivesse mais dificuldades para surpreender o adversário do que nos jogos frente ao Nacional e ao Sporting.
No entanto, o estado anímico e a confiança da equipa melhoraram tanto que até deu a sensação que o FC Porto ultrapassou com relativa facilidade a unida e organizada equipa de Augusto Inácio. Conclusão: este é o FC Porto mais forte da época! Abençoado mercado de Inverno…
Hoje, apesar do primeiro golo só ter chegado perto do intervalo, a equipa esteve sempre serena e lúcida. O FC Porto até merecia que a diferença de dois golos tivesse chegado bem mais cedo. No entanto, o natural cansaço físico acabou por tirar discernimento a alguns jogadores.
A surpreendente cumplicidade entre Belluschi e Rúben Micael traz um problema a Jesualdo Ferreira. Se o Professor mantiver o ‘4-3-3’, onde vai colocar Raúl Meireles? A solução pode passar por apresentar um triângulo de meio-campo com Fernando, Meireles e Micael, e colocar Belluschi mais sobre a direita (e ao mesmo tempo sacrificar o agora confiante Mariano Gonzalez). A confirmar nos próximos jogos…
Garantido é que se o FC Porto mantiver esta confiança e qualidade de jogo, adivinha-se um confronto excitante frente ao Arsenal, nos Oitavos-de-final da ‘Champions’. Há duas semanas atrás, temia-se que o jogo frente aos ingleses não chegasse na melhor altura para o FC Porto. Neste momento, quando faltam apenas 10 dias para o jogo da 1ª mão, o FC Porto dá a nítida sensação que se vai apresentar forte!
Agora, seguem-se as meias-finais da Taça da Liga. Apesar de ser previsível a utilização dos habituais suplentes (o Arsenal está aí à porta), a possibilidade de arrecadar mais um troféu, que nos colocaria ainda mais próximos do nº total de títulos do Benfica, é suficientemente aliciante para o FC Porto tentar garantir a final da prova.
Positivo (+):
- o jogo colectivo e compacto do FC Porto;
- o regresso dos adeptos e dos aplausos ao Estádio do Dragão;
- as “pilhas” (que duram e duram…) de Álvaro Pereira;
- aquela defesa de Helton, aos 75 minutos, que evitou o golo da Naval na única oportunidade de golo que a equipa de Inácio teve em todo o jogo;
- a fiabilidade de Tomás Costa (não cometeu um único erro!);
- a constante procura do golo por parte de Rúben Micael;
Negativo (-):
- o natural desgaste físico causado por aqueles frenéticos 60 minutos de jogo, na Terça-feira, frente ao Sporting;

A «foto do dia» - FC Porto 1993/94

Hoje, na «foto do dia», vamos recuar ao FC Porto de Tomislav Ivic. Recuperamos o «onze» que o técnico croata utilizou na visita do FC Porto à ilha de Malta, para defrontar o Floriana FC, em jogo da 2ª mão da 1ª eliminatória da Liga dos Campeões 1993/94 (na altura, havia necessidade de se jogarem duas eliminatórias antes de se disputar a fase de grupos).
O FC Porto começou por defrontar o Floriana FC nas Antas, tendo vencido os malteses por apenas 2-0 (golos de Kostadinov e Semedo). Algo surpreendentemente, o FC Porto trouxe apenas um 0-0 da visita ao Estádio Ta'Qali, em jogo disputado a 29 de Setembro de 1993. Salvou-se a passagem à eliminatória seguinte!
Em cima (da esq. p/ dta): Vítor Baía, Secretário, Zé Carlos, Aloísio, Kostadinov e João Pinto;
Em baixo (da esq. p/ dta): Rui Jorge, Folha, Rui Filipe, Paulinho Santos e Semedo;

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

Que grande barrigada!

As eliminatórias da Taça de Portugal são como uma final: é sempre para ganhar! Hoje, mais do que jogar bem ou marcar muitos golos, pedia-se ao FC Porto que garantisse as meias-finais da competição. Não se tratava de compensar o atraso de 6 pontos na Liga, mas de abrir caminho a mais uma presença no Jamor (se ultrapassar o seu adversário das meias-finais, o FC Porto atinge a 27ª final da Taça de Portugal).
Desta vez, o FC Porto foi suficientemente convincente para evitar levar o jogo para as ingratas grandes-penalidades (foi dessa forma que foram decididas as duas últimas eliminatórias da Taça de Portugal jogadas entre os dois clubes). Mas, sinceramente, não esperávamos outra coisa. Depois da goleada e das excelentes indicações que o FC Porto deu na Choupana, não vencer o Sporting no jogo de hoje seria sempre uma mini-decepção. Não contávamos era que o Sporting fosse completamente atropelado: 5-2!!!
Mesmo enfrentando uma autêntica campanha negra na imprensa indígena, o FC Porto tem conseguido manter a lucidez e os seus objectivos alcançáveis (apesar do atraso na Liga, estamos nos Oitavos-de-final da ‘Champions’, nas meias-finais da Taça de Portugal e da Taça da Liga).
De facto, a chegada de Rúben Micael (e o novo posicionamento de Belluschi, que joga praticamente ao lado de Fernando e está a ser o grande responsável pela boa qualidade de passe na primeira zona de construção) trouxe tudo ao FC Porto. Estamos a jogar com muita confiança!
É quase inexplicável como apenas um jogador pode contagiar toda uma equipa e aumentar, quase exponencialmente, a qualidade de jogo e a alegria colocada em campo. Vamos lá ver se não estamos a chegar tarde à época 2009/10…
Positivo (+):
- a segurança e qualidade de posse de bola do FC Porto;
- Mariano Gonzalez (que grande surpresa!), além da habitual generosidade e disciplina táctica, o argentino permitiu que, desta vez, o FC Porto atacasse com 11 jogadores;
- Maicon, que foi uma autêntica muralha;
- a ‘sociedade’ Belluschi-Rúben Micael;
- os golos e o trabalho de ponta-de-lança de Falcão (letal a marcar e inteligentíssimo a jogar de costas para a baliza), um verdadeiro… gladiador!
- o posicionamento em campo da equipa do FC Porto (mérito de Jesualdo!);
Negativo (-):
- a perda de bola (mais uma!) de Fucile que deu origem ao primeiro golo do Sporting;

«Curiosidades FCP» - A dispensa de Barrigana

Foi uma das mais surpreendentes e dolorosas despedidas que um ex-jogador do FC Porto enfrentou depois de representar o clube durante várias épocas consecutivas. Falamos da dispensa do mítico Barrigana, que com 34 anos acabou por ser uma das vítimas da controversa renovação que o técnico brasileiro Dorival Yustrich promoveu quando chegou ao FC Porto (depois de prescindir de Barrigana, Yustrich promoveu o guarda-redes Pinho à titularidade e concedeu o banco de suplentes ao promissor Acúrcio).
Apesar do «Mãos de Ferro» já se encontrar na fase descendente da carreira, ninguém previa que Yustrich viesse a prescindir de um dos jogadores mais conceituados do plantel do FC Porto daquela altura.
Barrigana representou o FC Porto de 1943 a 1955 (só Vítor Baía supera o «Mãos de Ferro» na lista de guarda-redes do FC Porto com mais jogos disputados no Campeonato Nacional), ou seja, apesar de naquela altura já ser um autêntico símbolo do clube, acabou por já não ir a tempo de se sagrar campeão nacional com Yustrich, em 1955/56.
Este ex-guarda-redes do FC Porto foi, muito provavelmente, a maior vítima do primeiro grande jejum da história do clube (16 anos sem vencer qualquer título, de 1940 a 1956).
No entanto, Barrigana ainda foi a tempo de se sagrar campeão nacional da 2ª Divisão. O ex-guarda-redes do FC Porto tinha 35 anos quando ajudou o histórico Salgueiros a vencer a segunda Liga.
Em cima, recuperámos uma histórica foto onde os 3 jogadores que Dorival Yustrich dispensou surgem com a camisola do Salgueiros. Além de Barrigana, Yustrich também dispensou Carvalho (ex-‘capitão’ do FC Porto e da Selecção nacional) e Porcel, um trio que acabou por ser fundamental na ascensão do Salgueiros à 1ª Divisão.