segunda-feira, 31 de maio de 2010

Jogar ‘à portuguesa’

É demasiado jovem? É. Tem pouca experiência? Tem. É uma aposta arriscada? É. O FC Porto tem-se dado mal com este tipo de apostas? Não! Artur Jorge e José Mourinho que o digam, pois passaram de técnicos de equipas do meio da tabela - Portimonense e U. Leiria, respectivamente – a treinadores campeões europeus.
"A cultura do futebol português aprecia a excelência técnica, a criatividade e a posse. A nossa ideia de jogo de qualidade e futebol espectáculo baseia-se nesses três itens e que se traduzem em equipas como a Holanda, o Barcelona ou o FC Porto de 2002/03, que venceu a Taça UEFA" confessou recentemente Villas-Boas à imprensa portuguesa. Não podemos estar mais de acordo, pois esses princípios são claramente coincidentes com a forma de sucesso que o FC Porto aplicou aquando das suas conquistas internacionais.
Confirmando-se a sua contratação, será muito importante que Villas-Boas insista neste discurso nos primeiros tempos como treinador do FC Porto. É necessário passar essa mensagem à equipa, pois estas coisas têm grande influência na forma como os jogadores vão abordar os jogos.
É inevitável não ver aqui uma ruptura com os modelos de jogo que os dois últimos treinadores do FC Porto (Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira) privilegiavam. Não vamos ter a ousadia de dizer que, com este discurso, Villas-Boas já entra a ganhar, mas é um facto que o futuro treinador do FC Porto começa por “tocar” os adeptos precisamente no ponto que os mantinha mais afastados de Jesualdo: a pouca empatia com o modelo de jogo que o FC Porto utilizava.
Uma conclusão: pela curta passagem de Villas-Boas pela Académica, já deu para perceber que o FC Porto vai ser uma equipa bem posicionada em campo e muito forte tacticamente. Agora juntem-lhe o discurso da ‘criatividade e da posse’. Promete!

A «foto do dia» - Branco

Hoje, na «foto do dia», recordamos o jogador do FC Porto que esteve presente em maior número (3) de edições do campeonato do Mundo, o brasileiro Branco.
A precisão e força que imprimia ao bater livres directos, que constituíram a sua imagem de marca na passagem pelo FC Porto, revelaram-se fundamentais no Mundial dos Estados Unidos, em 1994. Nessa edição da competição, Branco foi o autor do decisivo golo na épica vitória (3-2) do Brasil frente à Holanda, nos Quartos-de-final da prova.
Ao serviço da Selecção do Brasil, Branco venceu duas competições: a Copa América, em 1989, e o Campeonato do Mundo, em 1994.

«Curiosidades FCP» - A breve passagem de Ettore Puricelli

Em vésperas do FC Porto anunciar o nome do novo treinador, recordamos um técnico estrangeiro que orientou o FC Porto no início da época 1959/60, Ettore Puricelli.
Este técnico italiano (nasceu no Uruguai mas adquiriu nacionalidade italiana) sucedeu a Béla Guttmann após a conquista do título em 1958/59. No entanto, e apesar de ser um técnico muito conceituado no seu país, Puricelli acabaria por ter apenas uma breve passagem pela Antas (alguns meses depois de ter chegado foi substituído pelo eslovaco Ferdinand Daucík).
Exceptuando o breve período em que orientou o FC Porto, Puricelli construiu toda a sua carreira de treinador em Itália, onde orientou, entre outros, o Palermo, o AC Milan e o Foggia.
Em cima, recuperámos duas fotos deste antigo treinador do FC Porto. Na primeira, surge com a camisola do AC Milan, clube que representou enquanto jogador no final da década de 40; e na segunda, já como técnico no futebol italiano.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

Um FC Porto de ‘tracção à frente’

Apesar do FC Porto ter terminado a época com um «onze» bem mais harmonioso do que aquele que Jesualdo vinha utilizando no início de 2009/10, a verdade é que o início da próxima temporada pode trazer dificuldades no encontrar de uma base que sirva de alicerce ao FC Porto 2010/11, principalmente a nível defensivo. Dois factores vão contribuir para a incerteza no que a um novo «onze» diz respeito: estamos em ano de Mundial e em vésperas de chegada de novo treinador. Isso pode condicionar muito o início de época do FC Porto. Senão vejamos: além de ter 4 defesas (Fucile, Rolando, Bruno Alves e Álvaro Pereira) habituais titulares no Campeonato do Mundo, o novo treinador do FC Porto também vai ter que enfrentar a mais que provável saída do plantel de 2 ou 3 jogadores (Fucile? Bruno Alves? Raúl Meireles? Helton?...) que ocupam posições mais recuadas do campo.
Neste momento, é no meio-campo e no ataque que estão as bases do FC Porto 2010/11. Jogadores como Rúben Micael, Varela, Belluschi, Hulk e Falcão (esperemos que não surja por aí nenhuma proposta irrecusável pelos dois últimos…) são as maiores garantias para um FC Porto forte em 2010/11. O problema, como a grande maioria dos treinadores gosta de salientar, é que as grandes equipas se começam a construir lá atrás. Vamos lá ver se Maicon, Miguel Lopes, Nuno André Coelho e os novos reforços são soluções válidas para uma pré-época algo atípica (se Portugal e Uruguai atingirem uma fase adiantada do Campeonato do Mundo, o FC Porto pode ver-se privado dos seus 4 defesas durante o estágio e os jogos de preparação).
Sendo o primeiro jogo oficial da época já no dia 7 de Agosto (Supertaça, frente ao Benfica) e tendo os jogadores direito a 30 dias de férias, é fácil concluir que não será fácil apresentar uma forte solidez defensiva logo nos primeiros jogos da época (uma boa notícia: o nosso maior rival tem mais jogadores presentes no Mundial). Assim, é muito provável que o novo treinador tenha que improvisar e testar rapidamente um novo quarteto defensivo já nos jogos de preparação, pois os ‘mundialistas’ vão chegar mais tarde ao estágio (os que permanecerem no FC Porto, claro!). Para já, o FC Porto 2010/11 começa por ser de ‘tracção à frente’. Não é um boa forma de começar, mas é o que as circunstâncias permitem!

«Curiosidades FCP» - O «Anjo Branco»

Hoje, nas «Curiosidades FCP», vamos recordar um dos mais célebres defesas-centrais portistas da década de 50, Miguel Arcanjo.
Apesar de se ter sagrado campeão nacional pelo FC Porto em duas ocasiões (1955/56 e 1958/59), foi no regresso do clube aos títulos, em 1955/56, que Miguel Arcanjo ficou na memória de todos os que naquela altura acompanhavam o FC Porto. O trio defensivo (Dorival Yustrich, o técnico de então, jogava apenas com 3 defesas!) que formou com Virgílio e Osvaldo Cambalacho foi um dos mais fortes e consistentes da história do clube.
A alcunha de «Anjo Branco» foi-lhe atribuída por jornalistas franceses depois de ter realizado uma excelente exibição ao serviço da Selecção Militar num amigável frente à França, disputado em Paris.
Apesar dos poucos jogos que realizou com a camisola principal da Selecção, Arcanjo ainda esteve presente na fase de qualificação para o histórico Mundial de 1966.
Recentemente, este antigo defesa-central do FC Porto foi homenageado em Luanda, no decorrer de uma cerimónia que antecedeu a abertura da CAN 2010.

A «foto do dia» - André

Hoje recuperamos uma foto de André com a camisola do Varzim. Apesar de ter representado o FC Porto durante várias épocas consecutivas, foi no clube da Póvoa que este mítico médio-defensivo realizou a sua formação.
André já tinha 26 anos quando chegou ao FC Porto (foi contratado no início da época 1984/85). No entanto, a sua empatia com o clube foi tão grande que lá permaneceu até hoje.
Uma curiosidade: 3 anos depois da chegada de André, o FC Porto voltaria à Póvoa para recrutar outro dos seus símbolos das décadas de 80 e 90, Rui Barros.

quarta-feira, 19 de maio de 2010

Privilegiar a posse de bola

Agora que a saída de Jesualdo Ferreira parece um facto consumado, é altura de anteciparmos um novo período no Futebol do FC Porto. Depois de um ciclo algo atípico (no que a princípios de jogo diz respeito), mas vitorioso, com Co Adriaanse e Jesualdo Ferreira, que treinador e modelo deve o FC Porto agora privilegiar?
Neste momento, mais do que a nacionalidade ou sistema de jogo, há algo a condicionar a escolha do próximo treinador: o facto de Jorge Jesus continuar a ser técnico do Benfica. É esse facto que mais vai influenciar e condicionar Pinto da Costa na escolha do novo treinador do FC Porto. Além de ser fundamental conhecer as manhas e a actual conjuntura do futebol português, o novo treinador do FC Porto deve estar consciente da força do actual ‘Benfica de Jesus’ e da importância que o actual treinador do Benfica teve no reavivar da luta entre FC Porto e Benfica pela hegemonia do futebol português. Um técnico estrangeiro dificilmente terá essa sensibilidade.
Assim, não se entendem as reservas que muitos portistas colocam ao nome de Paulo Bento. Além de conhecer o nosso futebol (condição essencial para um treinador do FC Porto superar o actual ‘Benfica de Jesus’), o ex-técnico do Sporting privilegia um sistema de jogo ‘à portuguesa’, com posse de bola e criatividade. Apesar de sempre ter disposto de ‘orçamentos de clube de Liga Europa’ e de uma estrutura frágil no Departamento de Futebol do Sporting, Paulo Bento conseguiu sempre (com excepção da última época em que esteve em Alvalade, em que o desgaste e o reduzido orçamento o condicionaram) colocar a sua equipa a discutir títulos e a praticar um futebol apoiado, em que a ‘componente criatividade’ sempre foi mais importante do que a ‘componente física’. Além disso, é um treinador frontal e leal com os seus jogadores. Que mais tem a provar para poder treinar o FC Porto?
Quanto a Jesualdo Ferreira, e apesar dos 6 troféus conquistados, deixou sempre os adeptos pouco agradados com a forma como a equipa abordava os jogos. De facto, não faz muito sentido utilizar um sistema de jogo quase anglo-saxónico, com grande preponderância física e de transições rápidas, quando a história do FC Porto foi construída com treinadores que sempre privilegiaram o clássico ‘futebol à portuguesa’. Aliás, se olharmos para as épocas em que o FC Porto conquistou títulos internacionais, verificamos que essas equipas (de Artur Jorge, Tomislav Ivic e José Mourinho) praticavam um tipo de jogo tipicamente latino, com posse de bola e futebol apoiado. É essa a matriz do melhor FC Porto europeu!

A «foto do dia» - Rivelino e Cubillas

Continuamos a recuperar fotos de ex-jogadores do FC Porto que estiveram presentes em edições do Campeonato do Mundo. Hoje, o destaque vai para Teofillo Cubillas, que nesta foto surge ao lado do craque brasileiro Roberto Rivelino.
As selecções que ambos representavam, Brasil e Perú, cruzaram-se nas eliminatórias de acesso à fase final do Campeonato do Mundo ‘Argentina 78’. Nessa edição do Mundial, Cubillas seria segundo classificado na lista dos melhores marcadores da prova. O conceituado Mario Kempes (Argentina) foi o único a superar em golos o ex-nº 10 do FC Porto.

«Curiosidades FCP» - A transferência de Fernando Couto para o Parma

Num momento em que se fala insistentemente na saída de Bruno Alves para outro clube, recordamos a primeira transferência de um defesa-central português do FC Porto para o estrangeiro. Tudo começou com Fernando Couto. O ex-nº 5 do FC Porto foi o primeiro defesa-central português a ser transaccionado por uma soma pouco usual para a época: 3 milhões de euros. Ainda assim, um valor bastante mais baixo do que aquele que o FC Porto arrecadou recentemente com as transferências de Pepe e Ricardo Carvalho, 30 milhões de euros.
Fernando Couto deixou o FC Porto em 1994/95, depois de duas épocas em que formou com Aloísio uma das duplas de defesas-centrais mais eficazes e consistentes da história do FC Porto.
Em cima, recuperámos duas fotos de Fernando Couto nos seus primeiros tempos ao serviço do Parma (a farta cabeleira era a sua imagem de marca!).
Depois de Fernando Couto, seguiram-se mais 3 transferências milionárias de defesas-centrais do FC Porto: Jorge Andrade (18 milhões), Ricardo Carvalho (30 milhões) e Pepe (30 milhões).

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Velhos hábitos!

Frente ao melhor FC Porto da época (que pena o final da temporada ter coincidido com a fase em que estávamos a desfrutar do melhor futebol que o FC Porto praticou), num relvado em bom estado e com as medidas oficiais, seria quase um milagre o Desp. Chaves levar a Taça para Trás-os-Montes. Nestas circunstâncias, tudo o que não passasse por uma goleada já seria positivo para o Desportivo. Algo surpreendentemente, os flavienses conseguiram evitar a goleada e até fizeram melhor que o Benfica (3-1)! Ainda assim, a postura do FC Porto terá contribuído mais para a reduzida vantagem no marcador. Esperava-se mais de quem tanta dinâmica colocou em campo nos últimos jogos.
Tal como já tinha acontecido na final da Taça de Portugal da época passada (vitória por 1-0, sobre o Paços de Ferreira), em que se apresentou cansado e em plena ressaca dos festejos do «tetra», o FC Porto voltou a abordar o jogo com pouca alegria e entusiasmo. Houve demasiada sobranceria (normal quando se defronta o adversário mais modesto que já encontrámos numa final e que chegou ao Jamor com a auto-estima enfraquecida depois de ver confirmada a despromoção?). Ainda assim, fica uma palavra elogiosa para o Desp. Chaves, que nalguns momentos colocou dificuldades ao FC Porto (principalmente a nível táctico e de posicionamento em campo). Nada mau para quem desceu à II Divisão!
Com mais esta vitória, o FC Porto continua a quebrar barreiras, pois a Taça de Portugal era o único troféu que, até hoje, o Sporting conquistara mais vezes do que o FC Porto. Neste momento, o nosso 2º maior rival prepara-se para ser ultrapassado em todos as competições (a Taça das Taças, conquistada pelo Sporting em 1963/64, já foi extinta!). Aliás, no que a conquista de títulos diz respeito, o Sporting há muito que ficou para trás: o FC Porto contabiliza 65 títulos em todas as competições, enquanto que o Sporting se fica pelos 45. Próximo objectivo do FC Porto: ultrapassar o Benfica (67)! Novo duelo entre ambos está já marcado para Agosto, na Supertaça Cândido de Oliveira.
Positivo (+):
- o velho hábito do FC Porto de não terminar a época sem vencer pelo menos um troféu;
- os “golos colombianos”;
- Fernando, Hulk, Guarín e Falcão, os poucos a levarem as coisas mais a sério;
- o final de época do FC Porto, que coincide com o período de maior sequência de vitórias da equipa;
Negativo (-):
- esperava-se uma maior margem de golos na vitória do FC Porto;
- o ritmo de treino que a equipa impôs na 2ª parte;
- a postura de Raul Meireles (será que o rapaz ainda se auto-intitula o ‘sucessor de Pedro Emanuel’?);
- os golos que Hulk desperdiçou na 1ª parte;
- a displicência de Bruno Alves no lance do golo do Desp. Chaves;
- o excesso de confiança do quarteto defensivo do FC Porto;

«Curiosidades FCP» - O FC Porto no ‘México 86’

Com o início do Campeonato do Mundo da África do Sul cada vez mais próximo, vamos continuar a recordar jogadores do FC Porto que estiveram presentes em edições anteriores da competição. Hoje, recuperamos os «cromos» dos jogadores do FC Porto que, ao serviço da nossa Selecção, estiveram presentes no ‘México 86’. Nesta lista, decidimos também incluir jogadores que chegaram ao FC Porto após o final da prova (Sousa e Jaime Pacheco, que trocaram o Sporting pelo FC Porto no Verão de 1986).
Nota: apesar de também terem sido convocados para o ‘México 86’, Jaime Magalhães e Bandeirinha (também chegou ao FC Porto no início da época 1986/87, vindo da Académica) não tiveram direito a «cromo» nesta colecção da ‘Panini’.

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto - Feyenoord, pré-eliminatória da Liga dos Campeões 1993/94

Continuamos a recuperar ingressos de jogos europeus do FC Porto. Hoje, recordamos o épico confronto entre o FC Porto e o Feyenoord, na pré-eliminatória da ‘Champions’ 1993/94, com o bilhete do jogo das Antas, relativo à 1ª mão da eliminatória.
Nesse jogo, e apesar do autêntico assalto que o FC Porto realizou à baliza de Ed de Goey, o 0-0 manteve-se quase até final. Foi o actual treinador do Sp. Braga, Domingos, que nos deu uma preciosa vantagem para a 2ª mão com um golo marcado aos… 89 minutos!
15 dias depois, o FC Porto conseguiu sair ileso da ‘Banheira de Roterdão’. Um empate (0-0) permitiu-nos aceder à fase de grupos da prova.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Falcão dá-nos asas!

Apesar da imprensa indígena tudo ter feito para camuflar o autêntico ‘banho de bola’ que o FC Porto - com apenas 10 jogadores - ofereceu ao Benfica no clássico da semana anterior, abordámos o último jogo do campeonato com motivação e entusiasmo. Desta vez, foi preciso recorrer ao ‘4-3-3’ para desbloquear um jogo que o FC Porto começou por abordar de forma demasiado despreocupada. No entanto, a 2ª parte trouxe a agressividade e alegria necessárias para derrotar a U. Leiria. Neste momento, arriscamos a dizer que o FC Porto é a equipa portuguesa que mais entusiasmo e alegria coloca em campo. Que pena termos chegado tarde ao campeonato!
Duas notas optimistas para a próxima época: o FC Porto já tem uma base forte (será essencial manter a dupla Hulk-Falcão) e dificilmente Benfica e Sp. Braga farão melhor!
Como as contas se fazem no fim, é altura de fazermos um pequeno balanço da época do FC Porto, pelo menos no que ao campeonato nacional diz respeito. Numa análise a frio, acabou por ser uma época decepcionante, pois as lesões e os castigos não chegam para camuflar o 3º lugar de um clube que ostenta o maior orçamento da Liga (e bem distante do montante que o Sp. Braga despende anualmente com o seu plantel). É claro que um treinador que em 4 épocas vence 3 campeonatos tem legitimidade para reivindicar o benefício da dúvida por mais uma época. No entanto, é preciso não esquecer que, apesar do final de época entusiasmante e vitorioso, o FC Porto raramente foi capaz de produzir bons espectáculos. Ou seja, o discurso da “equipa está a crescer” só agora teve correspondência nas exibições. Aliás, chegou a ser confrangedora a forma atabalhoada e confusa como o FC Porto defrontou alguns adversários no Estádio do Dragão (neste particular, destacamos os empates com Belenenses, Paços de Ferreira e Olhanense) e fora de casa (a derrota na Madeira, frente ao Marítimo, marcou a exibição mais pobre da época).
Sendo assim, e confirmando-se a sua saída, Jesualdo não deve ficar desiludido e amargurado com os responsáveis do FC Porto. Ele conhece a cultura do clube e sabe que a fasquia está sempre lá em cima. Em sua defesa, pode sempre argumentar que houve pedidos que não foram satisfeitos, aquisições que não tiveram o seu aval ou jogadores que não conseguiram fazer esquecer Lucho, Lisandro e Cissokho. Mas isso são contingências a que hoje em dia qualquer treinador do FC Porto tem que se sujeitar. Também foram essas as regras do jogo nas épocas do «tetra»!
Positivo (+):
- o ‘4-3-3’ da 2ª parte, um sistema que só faz sentido quando os dois extremos criam desequilíbrios, como Rodriguez e Hulk criaram (como é possível Jesualdo ter privilegiado este sistema táctico utilizando extremos como Guarín e Mariano Gonzalez?);
- Cristian Rodriguez: 45 minutos de força, velocidade e potência (como Jesualdo gosta!);
- o FC Porto atingiu os 70 golos na Liga;
- Fernando, que foi fundamental naquele período de pressão alta em que a equipa jogou muito subida no campo;
- Falcão, o melhor ponta-de-lança do campeonato e um símbolo do “novo FC Porto”;
- aquela defesa de Beto, no início da 2ª parte, que evitou o que na altura seria o 2-0;
- a generosidade da equipa para com Falcão;
Negativo (-):
- a 1ª parte, claro!
- as novas falhas de marcação no centro da defesa do FC Porto, que espelham bem o que foi a época dos dois defesas centrais: Rolando e Bruno Alves mantiveram a atitude e o profissionalismo, mas baixaram os níveis de concentração;
- apesar das ausências de Raúl Meireles e Bruno Alves não terem tido qualquer influência na dinâmica de jogo do FC Porto, não deixa de ser estranho que Jesualdo tenha prescindido de dois ‘capitães’ no último jogo do campeonato (foi apenas gestão física ou o prenúncio de um novo ciclo no balneário?);

«Curiosidades FCP» - O homem que levantou a Taça em 1967/68

A uma semana de defrontarmos o Desp. Chaves na final da Taça de Portugal, recordamos o homem que ergueu o troféu aquando da nossa vitória na edição de 1967/68 da competição, Custódio Pinto.
Apesar de ter representado o FC Porto durante 10 épocas consecutivas, este antigo ‘capitão’ portista (assumiu definitivamente a braçadeira na época 1966/67) conquistou apenas um troféu com a camisola do FC Porto, precisamente a Taça de Portugal que ergueu (na foto) na tribuna do Jamor em 1968.
O «cabecinha d’ouro» (alcunha que lhe foi atribuída devido a um fantástico jogo de cabeça que lhe valeu muitos golos) chegou às Antas em 1961/62 (era Jorge Orth o técnico do FC Porto) e por lá permaneceu durante 10 épocas consecutivas.
Apesar de no seu currículo só constar aquele troféu, Custódio Pinto teve o privilégio de se cruzar com duas gerações distintas de históricos jogadores do FC Porto, pois foi colega de Américo, Virgílio e Hernâni, entre outros, no início da década de 60, e ainda jogou ao lado de Rolando, Pavão e António Oliveira no início dos anos 70.
Em cima, também recuperámos a capa do programa oficial (uma publicação da FPF que custou apenas 1$!) daquela final da Taça de Portugal disputada entre o Vit. Setúbal e o FC Porto (vencemos 2-1, com golos de Valdemar e Nóbrega).

A «foto do dia» - Emil Kostadinov

Com o Campeonato do Mundo aí à porta, aproveitamos para recuperar um «cromo», de Emil Kostadinov, retirado de uma caderneta do Campeonato do Mundo ‘França 98’.
Apesar da selecção da Bulgária ter sido uma das grandes surpresas do Mundial disputado quatro anos antes, nos Estados Unidos, no ‘França 98’ não foi além da fase de grupos da prova. Os búlgaros foram últimos classificados num grupo que incluía ainda as selecções da Nigéria, da Espanha e do Paraguai. Apesar da decepcionante prestação da sua selecção, Kostadinov acabaría por ser o único jogador búlgaro a marcar nessa edição do Mundial (o ex-avançado do FC Porto marcou o único golo da Bulgária na derrota por 6-1, frente à Espanha).

segunda-feira, 3 de maio de 2010

I-N-F-E-R-N-O!

Era um cenário inédito e algo ingrato para o FC Porto: mesmo vencendo, poderia ver o seu maior rival fazer a festa no Dragão. O que estava menos em causa eram os 3 pontos, principalmente para o FC Porto. Mais do que vencer o seu principal rival, o objectivo do FC Porto passava por evitar que o Benfica realizasse a festa do título em pleno Estádio do Dragão. Isso não deve ser visto como um objectivo menos nobre do FC Porto - tal como o desejo de vitória do Benfica não deve ser interpretado como uma afronta ao seu adversário - pois estas coisas são consequência da cada vez mais “apimentada” rivalidade entre os dois clubes. E ainda bem que é assim!
Ontem, o FC Porto não só evitou a ansiada festa do seu maior rival como também ofereceu a todos os portistas uma exibição de força, querer e bom futebol. Para o Benfica foi uma autêntica descida ao Inferno. Só faltou aparecer o Diabo!!!
Na semana anterior, tínhamos referido que ao futebol dinâmico e envolvente do novo ‘4-4-2’ do FC Porto faltava apenas acrescentar maior agressividade e concentração defensiva. Foi isso que aconteceu hoje, o que levou as duas equipas a lutarem imenso pela posse da bola. Foi um jogo com muita luta, correria e contacto físico. Parecia uma final e o Benfica valorizou muito a vitória do FC Porto.
Mesmo com Olegário Benquerença a revelar uma clara dualidade de critérios a nível disciplinar (numa altura em que o FC Porto estava por cima no jogo, cometeu um erro ao expulsar Fucile e não foi coerente em situações idênticas), fomos por ali acima à procura do golo. Nesse período, e apesar de jogar com menos um homem, o FC Porto viu o público ser o 11º jogador (há muito tempo que não víamos o Dragão em autêntica ebulição). Ainda há ‘vitórias à FC Porto’!!!
Positivo (+):
- Guarín, o MVP do clássico (mas apesar do excelente momento de forma, o colombiano não tem características para determinados jogos e adversários);
- Jesualdo Ferreira, que venceu Jorge Jesus na táctica e na estratégia (o Prof. só terá sido derrotado no posicionamento das equipas em campo);
- aquele arriscadíssimo e poderoso desarme de Álvaro Pereira, que quase provocava grande-penalidade sobre Maxi Pereira;
- Belluschi, pelos pequenos pormenores que permitiram à equipa respirar e avançar no terreno, e por aquela “maldade” que garantiu o golo da tranquilidade (o médio argentino ofereceu uma “cueca” a Pablo Aimar e um “remate banana” a Quim);
- Farías, o homem que tem “sete vidas” (tocou duas vezes na bola e marcou um golo!);
Negativo (-):
- a permissividade de Rolando no lance do golo do Benfica;
- o tempo que o FC Porto demorou para se posicionar correctamente em campo e acertar as marcações;
- a qualidade de passe da equipa deve continuar a merecer reparos e preocupação;

A «foto do dia» - 'La vida es Belluschi'

Aproveitando a excelente prestação de Fernando Belluschi no jogo de ontem, recuperamos uma 1ª página da publicação argentina 'Líbero Deportes', que deu destaque a uma grande exibição do médio argentino ao serviço do último clube que representou no seu país, o River Plate.
Belluschi ainda não atingiu no FC Porto a notoriedade que alcançou na Argentina, mas o 'Paixão pelo Porto' volta a chamar a atenção para este médio-ofensivo que, algo surpreendentemente, só agora se começa a afirmar no nosso futebol.
Nesta edição da 'Líbero Deportes', é dado destaque ao protagonismo que Belluschi assumiu num clássico que o River Plate disputou, e venceu, frente ao seu grande rival Boca Juniors, em 2006.

«Curiosidades FCP» - Rui Barros na ‘Hurrá Juventus’

Na semana anterior, recordámos aqui a curta passagem de Juary pelo Inter de Milão. Hoje, nas «Curiosidades FCP», vamos recordar as duas épocas em que Rui Barros representou a Juventus recuperando uma foto do ex-jogador/treinador do FC Porto com a camisola da ‘Juve’ e duas primeiras páginas que a ‘Hurrá Juventus’ (revista oficial do clube) dedicou ao ‘Piccolo’ durante a sua passagem por Turim.
Rui Barros foi destaque da ‘Hurrá’ em duas ocasiões: quando foi nomeado o melhor jogador estrangeiro da Série A (‘Lo Straniero dell’Anno’) e quando os italianos decidiram destacar a humildade e profissionalismo do ex- avançado do FC Porto (‘Rui Barros, Sua Umiltá’).