segunda-feira, 30 de agosto de 2010

O caminho faz-se caminhando

E vão 6 jogos oficiais, 6 vitórias consecutivas, 15 golos marcados e apenas 2 sofridos. Imagine-se o que diria a imprensa indígena se fossem outros a apresentar este 'score'... E o FC Porto nem sequer tem sido exuberante (o que não é mau de todo, pois significa que há margem para a equipa crescer), mas nota-se que estão ali os alicerces do bom futebol. Falta olear a máquina!
Se compararmos a postura da equipa nos últimos jogos, não entramos em exagero se dissermos que ontem o FC Porto deu um pequeno passo em frente. Na primeira-parte foi um FC Porto bem mais seguro e dominador do que aquele que tinha defrontado o Genk e o Beira-Mar. Vimos uma postura determinada e assertiva, que até agora só tinha sido mais evidente frente ao Benfica, no jogo da Supertaça.
Mas o melhor teste ao 'novo FC Porto' fica guardado para a próxima jornada, quando recebermos o Sp. Braga. Nesse jogo vamos querer um FC Porto autoritário. A equipa vai ter que deixar uma mensagem forte aos adeptos e aos adversários.
Uma última nota: a actual dinâmica de vitória do FC Porto é um óptimo pretexto para Villas-Boas deixar um desafio público à equipa: chegar ao jogo com o Benfica (10ª jornada) só com vitórias. Não é fácil, mas é por isso que é um desafio!
Positivo (+):
- a postura dominadora e agressiva que o FC Porto apresentou na 1ª parte (só depois dos 40 minutos de jogo é que o Rio Ave se aproximou da baliza de Helton);
- Hulk: tem perdas de bola infantis e irritantes, que depois compensa com poderosos arranques e potentes remates à baliza (o brasileiro será o próximo a deixar o FC Porto por uma verba exorbitante!);
- Rolando e Maicon, que elevaram os indíces de concentração depois de algumas displicências no jogo frente ao Genk;
- a alcunha de 'Polvo' assenta cada vez melhor a Fernando (é impressionante o cada vez maior raio de acção do trinco brasileiro);
- o segundo golo do FC Porto, um momento brilhante de futebol colectivo; nesse lance ninguém foi egoísta, e tanto Belluschi como Varela estavam em boas condições de atirar à baliza;
- a preocupação da equipa em colocar a bola sobre a relva e jogar um futebol atraente (mesmo em momentos de maior pressão do adversário, é raro ver o FC Porto dar chutões para o ar ou recorrer ao anti-jogo);
- as alterações tácticas que Villas-Boas promove durante os jogos são uma das grandes mais-valias do FC Porto 2010/11; os habituais suplentes (Ruben Micael, Souza, Cristian Rodriguez,...) ajudam muito o treinador nessa tarefa pois são muito versáteis e evoluídos tacticamente;
Negativo (-):
- apesar de ter feito um passe para golo, Varela não atravessa um bom momento de forma (o seu futebol massacrante depende demasiado da vertente física);
- a cumplicidade entre os dois homens (Belluschi-Moutinho, Rúben Micael-Moutinho, Souza-Belluschi,...) que têm formado os dois vértices mais adiantados do triângulo de meio-campo ainda não é a melhor (se continuar a privilegiar o '4-3-3', Villas-Boas vai necessitar de maior cumplicidade entre esses dois jogadores);

«Curiosidades FCP» - O bilhete do FC Porto - Shakhtar Donetsk, Taça dos Vencedores das Taças 1983/84

Em semana de sorteio da Liga Europa, recuperamos mais um ingresso relativo a um jogo do FC Porto nas competições europeias. Desta vez recuamos à nossa melhor participação na extinta Taça dos Vencedores das Taças com o bilhete que deu acesso ao FC Porto - Shakhtar Donetsk, da 1ª mão dos Quartos-de-final da prova.
Essa épica eliminatória ficou na memória dos portistas durante muitos anos devido às inesperadas dificuldades que os ucrânianos nos colocaram. No jogo das Antas, realizado a 7 de Março de 1984, o Shakhtar chegou a dispor de uma vantagem de dois golos (Mozorov aos 7’ e Sokolovski aos 38’). No entanto, o FC Porto foi capaz de protagonizar uma das mais históricas reviravoltas europeias do antigo Estádio das Antas: reduziu ainda antes do intervalo, por Jaime Pacheco aos 41 minutos, e garantiu a vantagem mínima para o jogo de Donetsk durante a segunda-parte, com um golo de Frasco, aos 47’, e outro de Jacques, aos 70’.
Ainda assim, o acesso do FC Porto às meias-finais só ficou garantido aos 72 minutos do jogo da 2ª mão, depois de Mike Walsh igualar (1-1) a partida (o Shakthar marcou primeiro, por Grachev, aos 63 minutos). Depois do Shakhtar, seguiu-se o Aberdeen (Meias-finais) e a Juventus (Final).

A «foto do dia» - Fernando Mendes

Hoje, na «foto do dia», recordamos um jogador português que jogou nos «três grandes»: Fernando Mendes.
Este antigo lateral-esquerdo representou o FC Porto durante as épocas do «Penta», já depois de ter actuado no Sporting e no Benfica, sagrando-se campeão nacional por três vezes consecutivas: em 1996/97, 1997/98 e 1998/99.
Quando me lembro do Fernando Mendes recordo-me sempre daquele inesquecível jogo (disputado à tarde, salvo erro no final da época 1996/97) em que ele foi o autor dos dois golos (ambos de livre directo e “tirados a papel químico”) com que o FC Porto venceu o Boavista, no Estádio do Bessa, num decisivo «derby» portuense.

«Curiosidades FCP» - Lubomir Vlk

Depois de termos recordado Mihaly Siska, hoje recordamos outro ex-jogador do FC Porto oriundo da Europa de Leste: Lubomir Vlk, o lobo (‘Vlk’) que representou o FC Porto no início da década de 90.
Este defesa-esquerdo chegou ao FC Porto, vindo do Vitkovice (clube que o FC Porto defrontou na extinta Taça dos Clubes Campeões Europeus, em 1986/87), em 1990/91, tendo permanecido nas Antas durante 3 épocas consecutivas (foi bi-campeão nacional com Carlos Alberto Silva).
Nesta foto (devidamente autografada), vemos Vlk com a camisola da Selecção do seu país, a antiga Checoslováquia.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

Um treino na Liga Europa!

Antes do ‘Paixão pelo Porto’ gozar um curto período de férias (voltamos à blogosfera logo após o Rio-Ave-FC Porto, da 3ª jornada da Liga), nada melhor do que uma despedida com um ‘post’ relativo a um confronto europeu. É claro que preferíamos que o FC Porto estivesse a disputar a ‘Champions’, mas a Liga Europa não deixa de ser estimulante. Esta competição também valoriza os jogadores (a chave da viabilidade financeira da SAD) e as probabilidades de atingir uma fase adiantada da prova são muito reais (o FC Porto foi 2º cabeça-de-série no sorteio, ou seja, neste momento está melhor cotado do que, por exemplo, a Juventus, algo impensável há 30 anos atrás).
Se recuarmos às últimas participações do FC Porto na Taça UEFA, verificamos que há razões para estarmos optimistas: atingimos os Quartos-de-final da prova em 2000/01 (eliminados pelo Liverpool) e a Final em 2002/03 (vitória sobre o Celtic de Glasgow). Ontem ficou implícito que FC Porto é superior (mas mesmo muito superior!) ao Genk, mas uma equipa que lidera a liga belga e apresenta um ‘score’ de 11 golos marcados e apenas 1 sofrido merece respeito de qualquer adversário. Essa foi a maior virtude do FC Porto no jogo de ontem: respeitou o seu adversário (ou melhor: respeitou o seu adversário até perceber que este lhe era nitidamente inferior) e disputou o jogo como se a eliminatória tivesse que ficar resolvida no ‘Cristal Arena’. E ficou!
Apesar da vitória, nota-se que o estilo e modelo de jogo de Villas-Boas ainda precisa de ser trabalhado (é impossível mudar hábitos e métodos em apenas 30 dias), mas o actual treinador do FC Porto está a ter consciência que o crescimento da equipa tem que ser acompanhado de vitórias, ou seja, não há margem para lamentar a falta de tempo e de rotinas. O ‘Benfica de Jesus’ colocou a fasquia lá em cima e obrigou o FC Porto a encurtar etapas. Não deve ser fácil fazer essa gestão, mas AVB tem conseguido! Positivo (+):
- o resultado: 0-3! (veja-se o que fizeram os também favoritos Juventus e Liverpool: venceram apenas pela margem mínima!);
- Helton e Fernando, os jogadores do FC Porto em melhor momento de forma (no caso do ‘Polvo’, começa-se cada vez mais a justificar uma chamada à Selecção do Brasil);
- Souza, que voltou a entrar bem no jogo e marcou um golaço (eu atribuía-lhe a titularidade frente ao Beira-Mar, mas quem sai da equipa?);
- não fosse a infelicidade de Hulk e este teria sido o terceiro jogo consecutivo que Villas-Boas repetia o mesmo «onze», algo positivo tendo em conta aquilo que foram as constantes trocas que Jesualdo Ferreira promoveu há um ano atrás por esta altura da época;
- pelo que nos foi dado a ver até ao momento, e que o jogo de ontem confirmou, este será o melhor meio-campo do FC Porto das últimas épocas, em quantidade e qualidade (Fernando, Souza, Rúben Micael, Guarín, João Moutinho, Belluschi,…);
- o trabalho de casa do FC Porto nas bolas paradas (destaque para a forma como Belluschi tem batido os cantos e os livres directos);Negativo (-):
- o Genk (o primeiro classificado da liga belga joga apenas aquilo? E o que mais me surpreendeu nem foi a qualidade de jogo (ou falta dela!), mas sim a postura dos belgas em campo: toda a gente atrás da linha da bola e sempre à espera do erro do adversário);
- as falhas de concentração do nosso quarteto-defensivo (o Genk não marcou porque Helton não deixou!);
- Ukra não agarrou a oportunidade (foi quase sempre complicativo e nunca conseguiu fazer o que se pede a um extremo: criar desequilíbrios e servir o ponta-de-lança);
- houve alguma sobranceria (ontem deu para tudo!) por parte do FC Porto na abordagem de alguns lances (as melhores oportunidades do Genk resultaram de algumas infantilidades. Excusado…);

«Curiosidades FCP» - Branco e o Fluminense

Hoje, nas «Curiosidades FCP», recordamos a passagem de Branco pelo último clube que representou no Brasil antes de iniciar a sua aventura europeia. Foi o histórico Fluminense que abriu as portas do futebol europeu a este ex-lateral-esquerdo do FC Porto.
Ao serviço do Fluminense, Branco sagrou-se tricampeão carioca, entre 1983 e 1985, e campeão brasileiro, em 1984. Dois anos depois, em 1986, deixou o futebol brasileiro para jogar em Itália (Brescia e Génova), chegando ao FC Porto no início da época 1988/89.
Uma curiosidade: no Fluminense, o ex-lateral-esquerdo do FC Porto jogou ao lado de outros dois defesas brasileiros que reencontrou em Portugal no início da década de 90: o ex-benfiquista Ricardo Gomes e o ex-sportinguista Duílio.

«Curiosidades FCP» - A ‘Celtic View’ e 2 programas não-oficiais da Final de Sevilha

Em semana de estreia do FC Porto na Liga Europa, recuamos à nossa última participação na prova recuperando dois artigos alusivos à Final de Sevilha: a capa da ‘Celtic View’ (revista oficial do Celtic), que 7 dias antes da final deixou um divertido aviso aos milhares de escoceses que naquela semana invadiram as praias e o sul de Espanha: «Don’t forget your beach ball»; e a capa de dois programas não-oficiais que foram vendidos ao público nas imediações do Estádio Olímpico de Sevilha (‘La Cartuja’) antes do início do FC Porto-Celtic.

A «foto do dia» - Mihaly Siska

Hoje recordamos aquele que foi, a par de Mlynarczyk, o melhor guarda-redes estrangeiro da história do FC Porto: Mihaly Siska.
Este antigo guarda-redes húngaro chegou ao FC Porto com apenas 18 anos, vindo do Vasas de Budapeste. Enquanto jogador foi determinante na conquista dos primeiros títulos do clube a nível nacional: 2 Campeonatos de Portugal (prova antecessora da Taça de Portugal), em 1924/25 e 1931/32. Uns anos mais tarde viria a ser fundamental também como treinador, levando o FC Porto à conquista de dois campeonatos nacionais da I Divisão, em 1938/39 e 1939/40.
Uma curiosidade: Siska admirava tanto o FC Porto, a cidade e as suas gentes que decidiu naturalizar-se português, passando a adoptar o nome de Miguel Siska.

domingo, 15 de agosto de 2010

A caminhada vai ser dura!

O primeiro jogo de qualquer campeonato é sempre complicado, pois ninguém quer entrar a perder (veja-se as surpresas que aconteceram em Paços de Ferreira e no Funchal), mas o FC Porto excusava de ter dado 45 minutos de avanço.
Uma semana depois do frenético jogo frente ao Benfica, era natural que a motivação não fosse a mesma. Ainda assim, não esperávamos que os indíces de agressividade e concentração baixassem tanto, especialmente na 1ª parte. Durante esse período, o FC Porto chegou a assustar-nos: será que íamos ver os mesmos defeitos dos primeiros jogos da época passada? Isso não aconteceu, primeiro porque a Naval não conseguiu manter aquele ritmo intenso e pressionante com que começou o jogo, e depois porque o FC Porto foi suficientemente paciente e astuto para perceber que mantendo o seu estilo jogo acabaría por chegar ao golo, ou seja, nunca caímos na tentação de atacar de forma atabalhoada e bombear bolas para a àrea da Naval.
Se recuarmos 1 ano, ficamos com a sensação que o FC Porto é agora uma equipa mais organizada e que se preocupa em jogar bom futebol. Além disso, Villas-Boas também parece contar com motivação extra dos seus jogadores: há um título para recuperar e os jogadores que têm sido utilizados não parecem condicionados por uma possível transferência, o que não acontecia há um ano atrás, com os apáticos Bruno Alves e Raúl Meireles.
Positivo (+):
- é justo começarmos por destacar positivamente aquele fantástico desarme de Álvaro Pereira sobre Previtali; Estavam decorridos 75 minutos de jogo e o FC Porto jogava apenas com 10 jogadores (Moutinho estava a ser assistido), quando o uruguaio evitou que o ponta-de-lança francês marcasse: um «tackle» que valeu 3 pontos!
- a dupla Rolando-Maicon continua a actuar muito concentrada e também tem beneficiado da confiança transmitida por Helton (está motivado e atravessa um excelente momento de forma);
- Hulk: foi muito individualista, mas os seus arranques foram fundamentais para derrubar a boa organização defensiva da Naval;
- os excelentes indicadores dados por Souza (jogou apenas 10 minutos, mas a vontade que revelou em "pegar" no jogo não engana);
Negativo (-):
- a 1ª parte do FC Porto (onde ficou a intensidade e a 'pressão alta' da semana anterior?);
- a permanência de Sapunaru no «onze» inicial (ontem não comprometeu e até se entende a intenção de Villas-Boas: quer equilibrar a equipa, em virtude do outro lado estar um Álvaro Pereira sempre muito ofensivo, mas o romeno é um jogador sem raça e demasiado posicional. Alguém lhe mostre um vídeo do eterno 'capitão' João Pinto!);
- com dois jogos oficiais já realizados, o FC Porto continua com apenas um ponta-de-lança disponível (no caso de Kléber, não deixa de ser irónico que sejam Marítimo e At. Mineiro a manterem um conflito, e sejam o FC Porto e o jogador a saírem prejudicados);

«Curiosidades FCP» - O programa oficial do Benfica - FC Porto, campeonato nacional 1968/69

Uma semana após o Benfica-FC Porto, relativo à Supertaça Cândido de Oliveira, recuperamos a capa de um programa oficial (custou apenas 1 escudo!) relativo a um jogo disputado entre os dois clubes no antigo Estádio da Luz. O programa oficial foi uma edição da Federação Portuguesa de Futebol e diz respeito ao jogo da 25ª jornada do campeonato nacional 1968/69.
Os dois clubes defrontaram-se na Luz a 20 de Abril de 1969 e o jogo terminou empatado 0-0 (na 1ª volta, o FC Porto tinha vencido o Benfica, nas Antas, por 1-0). Nessa época, o FC Porto terminou a Liga em 2º lugar, a dois pontos do Benfica.
Uma curiosidade: no jogo da Luz, o FC Porto já não foi orientado por José Maria Pedroto, pois o ‘Mestre’, na sua primeira passagem pelo FC Porto como treinador, orientou a equipa apenas até à 24ª jornada do campeonato.

A «foto do dia» - Sousa

Na «foto do dia» de hoje recordamos um dos jogadores que mais presenças acumulou no «onze» do FC Porto durante toda a década de 80: António Sousa.
Sousa chegou ao FC Porto, vindo do Beira-Mar, na época 1979/80. A meio dos anos 80 deixou as Antas para uma breve experiência em Alvalade (apenas duas épocas: 1984/85 e 1985/86). Se assim não fosse, teria representado o FC Porto durante 10 (!) épocas consecutivas. Ainda assim, representou o clube durante tempo suficiente para ainda hoje ser considerado uma das suas grandes referências.

«Curiosidades FCP» - Cubillas e o ‘soccer’

Voltamos a recuperar uma foto do fantástico Teófilo Cubillas. Desta vez, recordamos a passagem deste ex-jogador do FC Porto pelo futebol norte-americano. À semelhança do que fizeram outros craques da sua geração, como Pelé ou Eusébio, também o peruano experimentou o ‘soccer’ no final da carreira.
Nesta foto, vemos o ex-nº 10 do FC Porto com a camisola do Ft. Lauderdale Strikers, uma das equipas que representou na liga norte-americana após as experiências na Europa (Basileia e FC Porto) e no seu país (Alianza Lima).

domingo, 8 de agosto de 2010

Compromisso com a vitória!

Cheguei a casa já depois das 4h da madrugada, mas valeu a pena ter ido a Aveiro. Há muito tempo que não festejava um golo do FC Porto com tanto entusiasmo como quando Falcão sentenciou o jogo. E além de ter vibrado imenso com a vitória, ainda tirei uma foto com um dos meus ídolos da adolescência: o Bi Bota d'Ouro Fernando Gomes. Perfeito!
Corro o risco de ser excessivo, mas é impossível ficar indiferente à exibição de ontem do FC Porto. Que grande personalidade, chegámos a ser exuberantes! E o que dizer da nossa postura na 2ª parte, numa altura em que vários jogadores já estavam fisicamente "presos por arames"? Ontem foi mesmo 'à FC Porto': BRUTAL!
Com a saída de Bruno Alves consumada, andava muita gente preocupada com o facto do FC Porto poder ficar sem liderança durante o jogo de ontem. Mas o que dizer do apoio entusiasta dado pelos 15 mil portistas presentes nas bancadas do estádio? Ontem fomos nós a voz de comando!
Na conferência de imprensa após o jogo, Jorge Jesus bem que tentou camuflar o mérito do FC Porto e as insuficiências da sua equipa com o tradicional chavão 'sorte do jogo', mas o golo madrugador do FC Porto foi apenas uma consequência natural da forma como abordámos o jogo.
Ontem foi fácil identificar todos os princípios de jogo que Villas-Boas quer privilegiar: a saída em posse, o bom posicionamento em campo (quem diz que uma equipa moderna não deve abordar um jogo grande em '4-3-3' teve ontem uma desilusão) a criatividade e a pressão alta (neste particular, o trio Fernando-Moutinho-Belluschi realizou um jogo absolutamente assombroso).
Após duas derrotas de pré-época, Villas-Boas teve que suportar o burburinho próprio da ‘silly-season’. Em vez de dar minutos ao provável «onze» que poderia utilizar na Supertaça, o actual treinador do FC Porto preferiu (e bem) ser razoável com os jogadores e dar minutos de jogo a todos, inclusive àqueles que tinham grandes probabilidades de deixar o clube ou serem emprestados. AVB foi justo e ontem teve a sua recompensa!
E não é apenas dentro de campo que o FC Porto tem um novo estilo. Fora, Villas-Boas também já deixou bem vincado ao que vem. Ontem, na conferência de imprensa após o jogo, voltou a brindar-nos com o lema do novo FC Porto, o «compromisso com a vitória»!
Positivo (+):
- Villas-Boas, claro! (preparou a sua equipa para ganhar e para jogar bem);
- a segurança que Helton transmitiu à equipa (e isto não é um recado para Roberto!);
- a fiabilidade da dupla Rolando-Maicon (independentemente de ser craque ou não, não me parece que vá ser fácil ao novo reforço defensivo ganhar um lugar no «onze»);
- o jogo dedicado e a atitude contagiante do triângulo de meio-campo Fernando-Moutinho-Belluschi (perdi a conta ao número de vezes que os três foram ao chão tentar desarmar os seus adversários);
- a forma concentrada e bem posicionada como o FC Porto defendeu as bolas paradas;
- o jogo massacrante de Varela (impressionante a forma como cavalgou o lado direito da defesa do Benfica e ofereceu o segundo golo a Falcão: que potência!);
- a paciência e entrega de Falcão (os golos demoraram a aparecer, mas quem joga com aquela alma fica sempre sujeito a marcar);
- a empatia entre a equipa e os 15 mil portistas presentes nas bancadas;
Negativo (-):
- o jogo de ontem confirmou o nosso único grande receio que os jogos da pré-época também confirmaram: o lado direito da defesa é o maior 'handicap' do 'novo FC Porto' (das duas, uma: ou Villas-Boas dedica um período de treino intensivo a Sapunaru e Miguel Lopes ou temos que ir ao mercado comprar um lateral-direito);
- o jogo menos conseguido de Hulk, que abusou das fintas curtas (resultaram quase sempre em perdas de bola) em vez de combinar com os colegas e procurar o jogo no espaço vazio;

«Curiosidades FCP» - Hernâni

Voltamos a recordar um ídolo portista das décadas de 50 e 60: Hernâni. Quem ainda teve o privilégio de o ver jogar não tem dúvidas em colocá-lo no ‘top-10’ dos melhores jogadores de sempre da história do clube. Hernâni era aquele tipo de jogador que hoje se designa por ‘box-to-box’, um médio que percorria com relativa facilidade todas as áreas do campo e que foi fundamental no regresso do clube aos títulos, em 1955/56.
Aqui ficam algumas curiosidades associadas a este antigo craque do FC Porto:
- na adolescência começou por ser adepto do Benfica;
- iniciou a carreira no Recreio Desportivo de Águeda;
- a sua postura em campo valeu-lhe a alcunha de ‘Furacão de Águeda’;
- já depois de chegar ao FC Porto foi obrigado a cumprir o serviço militar em Lisboa (Regimento de Cavalaria 7), sendo por esse motivo cedido ao Estoril Praia (clube que também apadrinhou a sua estreia com a camisola do FC Porto);
- ao serviço da Selecção Militar foi a grande revelação de um Torneio Internacional realizado na Bélgica, impressionando a crítica e o público;
- em 1952, ainda durante o serviço militar em Lisboa, foi convidado a integrar uma equipa do Sporting numa digressão pelo Brasil;
- na célebre época 1955/56, que terminou com a conquista do título, assumiu a responsabilidade de concretizar uma grande-penalidade que deu o primeiro golo ao FC Porto num difícil e decisivo encontro frente à Académica (nessa época, sagrou-se o 3º melhor marcador da equipa no campeonato);
- no ‘FC Porto de Yustrich’ formou um meio-campo de sonho juntamente com Pedroto, Monteiro da Costa e Gastão;
- a sua força e poder de arranque fizeram dele um dos mais versáteis e polivalentes médios da sua geração, acabando por ser utilizado em várias posições: médio-interior, extremo e até avançado-centro;
- foi o autor de 3 decisivos golos que resultaram na conquista das Taças de Portugal de 1956 (vitória do FC Porto, por 2-0, frente ao Torreense) e 1958 (vitória do FC Porto, por 1-0, frente ao Benfica);
- tinha imenso orgulho na forma como Eusébio a ele se referia: «O Eusébio tratava-me por Sr. Hernâni», confessava o ex-jogador do FC Porto;
- em 1961, e depois de terem chegado a acordo verbal com o FC Porto, os responsáveis do Inter de Milão ofereceram-lhe 1500 contos para se mudar para Itália. No entanto, Angelo Moratti (ex-Presidente do Inter e pai de Massimo Moratti) e o conceituado Helenio Herrera (treinador) levaram uma nega do ex-jogador do FC Porto;
Em cima, nas fotos, vemos este ex-jogador do FC Porto em acção num derby frente ao Boavista (2ª foto) e num jogo disputado no Estádio Nacional, em representação da Selecção (3ª foto).

A «foto do dia» - O bilhete do Anderlecht - FC Porto (Taça UEFA 1982/83)

Voltamos aos ingressos respeitantes a jogos do FC Porto nas competições europeias. Desta vez, recuamos à 2ª eliminatória da edição de 1982/83 da Taça UEFA para recuperarmos o bilhete que deu acesso ao Anderlecht - FC Porto (1ª mão).
A visita a Bruxelas acabou por marcar negativamente a nossa participação na prova. Depois de eliminar os holandeses do Utrecht na 1ª eliminatória, o FC Porto foi “atropelado” pelos belgas. A derrota (4-0!) foi estrondosa, mas é preciso lembrar que, naquela altura, o Anderlecht era uma das equipas mais fortes da Europa. Aliás, os belgas acabaram mesmo por vencer a competição depois de derrotarem o Benfica na final jogada a duas mãos (1-0 em Bruxelas e 1-1 em Lisboa). Era o Anderlecht de Jacky Munaron, Hugo Broos, Morten Olsen, Enzo Scifo, Francky Vercauteren e Czerniatynski, entre outros.
O jogo da 1ª mão realizou-se no antigo ‘Emile Verse Stadion’ (actualmente o Anderlecht joga no ‘Constant Vanden Stock’), a 20 de Outubro de 1982, e terminou com a vitória dos belgas por 4-0 (Lozano aos 6’ e aos 15’, Czerniatynski aos 36’ e Morten Olsen aos 79’).
15 dias depois, o FC Porto acabou por amenizar essa derrota ao vencer o Anderlecht por 3-2. Apesar de ter ido para o intervalo a perder 0-2, o FC Porto deu a volta ao jogo com golos de Costa, aos 65’, e Walsh, aos 70’ e 79’.

domingo, 1 de agosto de 2010

São mais as virtudes do que os defeitos

É verdade, mesmo depois de duas derrotas, frente a PSG e Bordéus, o FC Porto leva boas indicações do Torneio de Paris. Nos dois jogos que disputou até teve períodos em que mostrou melhor futebol que os seus adversários, mas foi derrotado nos detalhes. Ainda assim, notou-se que os franceses obrigaram o FC Porto a abdicar do seu novo estilo de jogo, em posse e de passes curtos, e a abusar dos lançamentos longos (quando a isso é obrigado, o FC Porto fica demasiado dependente dos esticões que Hulk dá no jogo). Desta vez, e ao contrário do que aconteceu frente à Sampdoria, o FC Porto encontrou adversários que foram mais agressivos e que pressionaram mais alto (estão ambos com a preparação mais adiantada).
A uma semana do jogo da Supertaça, fica a sensação que o Benfica está mais apto para o jogo, o que é natural pois manteve o treinador e o mesmo estilo de jogo. No entanto, não seria nada surpreendente se o FC Porto conquistasse o troféu. Para isso, deveremos abordar o jogo pelo menos com a mesma agressividade que o nosso adversário tem por hábito aplicar. O último jogo que as duas equipas disputaram (vitória do FC Porto, por 3-1) serve como referência. Positivo (+):
- a boa exibição de Varela, frente ao Bordéus, levanta dúvidas sobre qual o trio de ataque a utilizar frente ao Benfica: Rodriguez-Hulk-Falcão ou Varela-Hulk-Falcão?
- Souza, é um jogador elegante e adulto, e só lhe falta adquirir o ritmo do futebol europeu;
- a estreia de Walter a marcar (ainda assim, o brasileiro está bem longe da melhor forma);
- Belluschi confirmou que é uma excelente alternativa a Rúben Micael e/ou João Moutinho;
- apesar do FC Porto ter sido algo permeável a defender as bolas paradas, a dupla Rolando-Maicon parece dar garantias, são ambos fortes no jogo aéreo e na antecipação (a tradição vai manter-se: não vai ser pelo centro da defesa que o FC Porto vai vacilar);
- Hulk, com uma noção cada vez mais apurada do momento certo de passe, finta ou remate;
Negativo (-):
- as dificuldades que o FC Porto revelou na ligação entre o meio-campo e o ataque (a ausência de Rúben Micael no «onze» que defrontou o PSG tornou isso bem evidente);
- Freddy Guarín, que é um corpo estranho numa equipa que vai ter na certeza de passe e na criatividade as suas maiores virtudes;
- a insegurança que continua a marcar o jogo defensivo do FC Porto junto à lateral direita do campo (Fucile pode estar de saída; Miguel Lopes altera o bom com o sofrível, pois é um jogador rápido e aplicado mas precipitado no passe, o que origina perdas de bola que desposicionam a equipa defensivamente; e Sapunaru nem sequer tem qualidade para fazer parte do plantel);
- o jejum de Falcão demora a ser interrompido (o colombiano nunca foi servido da melhor forma);

«Curiosidades FCP» - O mítico Sousa Santos

Em vésperas do início de mais uma edição da Volta a Portugal em Bicicleta, o 'Paixão pelo Porto' recorda aqui o que foi escrito na saudosa revista «Ídolos do Desporto» (edição de Agosto de 1956) sobre um dos nossos históricos ciclistas: Sousa Santos.
Com este 'post', além de chamarmos a atenção para a tradição que continuamos a manter no Ciclismo, aproveitamos também para desejar um rápido regresso do FC Porto a esta histórica modalidade.
«Joaquim Sousa Santos nasceu em S. João de Vêr, a 24 de Setembro de 1930. Desde pequeno que o garoto sonhava com uma bicicleta como a do padrinho, que era também seu irmão Manuel dos Santos, que lhe construiu uma bicicleta. Não se poupando a trabalhos nem a esforços, colocou o garoto sobre o quadro e zás! O Quim lá foi! A minúscula bicicleta rodou com o miúdo agarrado ao guiador, em pânico, até que se "espetou" contra um muro! Joaquim Sousa Santos, com pouco mais de quatro anos de existência neste mundo atribulado, não ficou a chorar, apesar do susto, choque e... arranhaduras!
Era imensa a sua alegria por ter uma bicicleta. Era pequenina, mesmo feita para a sua idade, e apenas com duas rodas. Era igual à do irmão e padrinho, que corria numa bicicleta a sério vestindo a camisola do FC Porto, e que na altura soltou uma gargalhada, dado que nada melhor do que uns trambolhões para começar. Veio a escola, o trabalho, mas a bicicleta ficou como a sua grande paixão. Filho de uma pobre família, cedo aprendeu um ofício - sapateiro, e muito se sacrificou para poder realizar o seu sonho de ter uma bicicleta como a do padrinho, pois ganhava 20$ por semana. Nas estradas, sempre que passavam ciclistas, ficava parado a olhar e... a desejar seguir-lhes o exemplo, mas não havia dinheiro...
Sousa Santos começou a apertar o cinto dia a dia e dos escassos 20$ retirava 5$ ou 6$ sempre que podia, muitas vezes comia só a tradicional "broa" nortenha. Com muito sacrifício juntou 700$ e surgiu a possibilidade de comprar uma máquina, mas faltavam 100$, que o padrinho Manuel dos Santos lhe emprestou.
Estava-se em 1950. Sousa Santos, com "sangue na guelra", sentia-se "em forma". A sua "pasteleira", com guiador de bicicleta de corrida, "voava" pelas ruas de S. João de Vêr. Um dia pedalava despreocupado quando lhe surgiram, numa curva, Joaquim Costa, Aniceto Bruno, Onofre Tavares e Amândio de Almeida, ciclistas da equipa do FC Porto, em treino. Sousa Santos era conhecido de Joaquim Costa, e este conversou com ele enquanto pedalavam os cinco. Já em bom ritmo, a certa altura, Sousa Santos ouviu Aniceto dizer: - Larga lá o "pato bravo". Toca a andar.... Mas o "pato bravo" encheu-se de brio e acompanhou os "ases" do FC Porto, apesar de várias tentativas para o deixarem para trás. Foi mesmo ali e naquele dia que Aniceto Bruno convidou Sousa Santos a ingressar no FC Porto. Assinou contrato no dia seguinte, passando a ser corredor profissional, e a partir daí começou a preparar-se melhor. A sua alimentação era agora mais cuidada e rica, e passou a ter bom material e horas para treino».
Sousa Santos, ao longo da sua carreira, tanto a nível nacional como internacional (Volta a Marrocos, 3 participações na Volta a Espanha,...), venceu várias provas e etapas, destacando-se:
2º classificado na Volta a Portugal de 1955
2º classificado na Volta a Portugal de 1957
Vencedor da Clássica Porto - Lisboa em 1957
Em cima, vemos o ex-corredor do FC Porto no Estádio do Lima, na recepção que lhe foi prestada após o seu 2º lugar na Volta a Portugal de 1955 (2ª foto), e, na última foto, junto a dois outros míticos ciclistas do FC Porto: Sousa Cardoso e Carlos de Carvalho.

A «foto do dia» - 6 figuras do FC Porto 1989/90

Hoje, na «foto do dia», recuamos à época 1989/90 para recordarmos 6 jogadores que faziam parte do plantel orientado por Artur Jorge: Vítor Baía, Rui Águas, Jaime Magalhães, André, Domingos e Madjer. Destes seis jogadores, apenas Domingos não era habitual titular no «onze» (o actual técnico do Sp. Braga era suplente da dupla Madjer-Rui Águas).
Naquela época, o FC Porto foi campeão nacional com 4 pontos de vantagem sobre o Benfica, de Sven-Goran Eriksson, e viu Rui Águas sagrar-se o melhor marcador da equipa no campeonato, com 17 golos (Madjer ficou-se pelos 14 e Domingos marcou apenas 1 golo).