quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Uma batalha pelas meias-finais!

Foi aquilo a que se assistiu ontem no Dragão durante toda a segunda-parte. Mas foi uma batalha leal e intensa entre as duas equipas. FC Porto e Leixões deixaram a pele em campo!
Já esperávamos um jogo difícil, mas com o que não contávamos era com uma segunda-parte cheia de emoção e de futebol ‘à inglesa’, sem interrupções e jogada nos limites. Venceu o FC Porto porque criou sempre mais e melhores oportunidades. Contudo, e apesar de termos iniciado o jogo sem 5 habituais titulares, continuamos a permitir demasiada posse de bola ao adversário. Tal como no jogo frente ao Braga, o FC Porto voltou a dar muita iniciativa de jogo ao Leixões, mas que foi novamente compensada com uma excelente atitude e concentração defensiva. Neste particular, destaco os últimos 10 minutos de jogo. Com apenas um golo de vantagem, o FC Porto deu uma lição de como se deve defender nos últimos minutos de uma partida. Com agressividade e pressão alta, o FC Porto não permitiu que o Leixões se aproximasse da área de Nuno. Nota muito positiva para a forma como o FC Porto está a defender. No entanto, o acerto defensivo não está a ser acompanhado pela dinâmica que caracterizou o ataque do FC Porto em jogos anteriores. Lisandro, por exemplo, tem sido demasiado perdulário em frente à baliza. Tem havido sempre algo a perturbar a finalização do argentino. Um ressalto, uma perna de um adversário, uma má recepção,... Licha anda sem faro de golo!
Fica uma nota também para o Leixões, que nunca baixou os braços e jogou o jogo pelo jogo no Dragão. Excelente atitude das duas equipas.
Depois dos frenéticos segundos 45 minutos de hoje, fica uma interrogação sobre a forma como o FC Porto se vai apresentar no Restelo. Hoje houve gente que teve que correr muito (Lucho, Meireles, Lisandro,...). Mas Jesualdo fez bem ao apostar em alguns habituais titulares porque o adversário, e a tradição da prova, assim o exigiam. Venham as meias-finais!

«Curiosidades FCP» - Que saudades de um FC Porto-AC Milan

Foi um autêntico clássico da Liga dos Campeões durante a década de 90. Já temos saudades daqueles jogos em que FC Porto e AC Milan discutiam os primeiros lugares do grupo na 'Champions League'. Apesar de durante esse período os dois clubes nunca se terem cruzado numa eliminatória jogada a duas mãos, foram protagonistas de vários duelos na fase de grupos da competição. FC Porto e AC Milan começaram por se encontrar na edição de 1992/93 da 'Champions'. O FC Porto de Carlos Alberto Silva fazia a sua estreia na competição e acabou por ser derrotado por 1-0 nos dois jogos que disputou com o fabuloso AC Milan de Fabio Capello. Era o tempo de Baresi, Maldini, Rijkaard, Lentini e Van Basten, entre outros, serem os reis da Europa. O segundo encontro com o AC Milan deu-se logo na época seguinte. Os dois clubes discutiram a liderança do grupo taco-a-taco e só na última jornada é que ficou definido quem jogaria em casa as meias-finais da 'Champions'. Nessa época, a UEFA impõs um único jogo na semi-final, com o primeiro classificado de cada um dos dois grupos a ter o privilégio de jogar a meia-final em casa.
Os dois clubes chegaram à última jornada separados por apenas 1 ponto e, se vencesse os italianos, o FC Porto jogaría a meia-final em casa frente ao segundo classificado do outro grupo, o AS Mónaco. Foi o jogo mais tenso que FC Porto e AC Milan disputaram até hoje. O AC Milan de Savicevic e Jean-Pierre Papin, contra o FC Porto de Domingos e Kostadinov. Os italianos queríam a todo o custo evitar ter de defrontar o Barcelona nas meias finais e apresentaram-se nas Antas com um futebol muito cauteloso. Foi um jogo extremamente táctico e com pouquíssimas oportunidades de golo. O 0-0 final obrigou o FC Porto a jogar a meia-final em Barcelona, onde foi derrotado por 3-0. Quanto aos italianos, depois de afastarem o AS Mónaco, golearam os catalães na final de Atenas por 4-0. O AC Milan de Fabio Capello voltava a ser campeão da Europa. A última vez que os dois clubes se cruzaram foi na época 1996/97. Foi o reencontro com o AC Milan que melhores recordações traz ao FC Porto. O FC Porto foi primeiro classificado do grupo e venceu o AC Milan em San Siro por 3-2. O AC Milan, de George Weah e Roberto Baggio, teve que se render ao super-FC Porto de Zahovic, Drulovic, Artur e Jardel, entre outros. Depois dessa histórica vitória, o AC Milan ainda visitou as Antas, na 5ª jornada da fase de grupos, mas o melhor que conseguiu foi empatar (1-1) e impedir que o FC Porto terminasse essa fase da competição só com vitórias. Ou seja, apesar do equilibrio nos jogos entre os dois clubes, o FC Porto acabou por vencer os italianos apenas uma vez durante a década de 90. Contudo, essa vitória correspondeu ao segundo triunfo do FC Porto em San Siro, depois daquela vitória por 1-0 (golo de Duda) em 1979/80. Nessa eliminatória, os dois clubes começaram por empatar (0-0) nas Antas, tendo depois o FC Porto derrotado o Milan em Itália com um golo de Duda, marcado aos 60 minutos de jogo. O campeoníssimo Milan, orientado pelo carismático Nils Liedholm e com Albertosi, Franco Baresi, Walter Novellino, Gianni Rivera, Fabio Capello e Albertino Bigon, entre outros, no plantel, caíu aos pés do FC Porto de José Maria Pedroto. Foi a primeira vitória do FC Porto em casa dos 'rossoneri'. Um feito notável, pois não haverá muitos clubes europeus que tenham vencido o AC Milan, em San Siro, por duas vezes.
Em cima, a ilustrar o 'post', três fotos relativas a jogos entre AC Milan e FC Porto. A primeira com Savicevic e Aloísio, a segunda com João Pinto e Gianluigi Lentini, e a terceira com Domingos e Sebastiano Rossi.

A «foto do dia» - O banco do FC Porto na Final da Taça de Portugal 1983/84

Hoje recuamos à época em que José Maria Pedroto deixou o comando técnico do FC Porto com uma foto do banco portista na Final da Taça de Portugal 1983/84.
Depois do cancro que lhe foi diagnosticado, Pedroto viu-se obrigado a viajar para Londres, tendo sido internado em Janeiro de 1984. Pedroto entregou a orientação da equipa do FC Porto ao seu adjunto, António Morais (à esquerda, na foto), depois da 10ª jornada do campeonato nacional dessa época, ou seja, o ‘Mestre’ já não orientou a equipa no jogo a que a foto diz respeito, a final do Jamor frente ao Rio Ave (vitória do FC Porto por 4-1).
António Morais subiu à condição de treinador principal e orientou a equipa nas duas finais que o FC Porto disputou, no Jamor e na Final da Taça das Taças, em Basileia, frente à Juventus (jogo a que Pedroto já assistiu em casa, pela televisão).
Pedroto viría a falecer a 8 de Janeiro de 1985, numa altura em que o FC Porto já era orientado por Artur Jorge. Quanto a António Morais, e já depois de deixar o FC Porto, foi um dos treinadores que fez parte da Comissão Técnica da Selecção portuguesa que atingiu as meias-finais do Europeu de França, no Verão de 1984.
Além de António Morais, na foto que ilustra o ‘post’ são ainda visíveis Pinto da Costa, Fernando Vasconcelos (Director), Domingos Gomes, José Alberto Costa e Mike Walsh.

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

A imprensa indígena!

O 'Paixão pelo Porto' faz hoje um parêntesis no acompanhamento da história e da actualidade do "nosso" FC Porto para recuperar uma crónica de um diário desportivo depois do Belenenses-Benfica de Sexta-feira passada.
Apesar de não ser essa a génese do 'blog', o sectarismo de alguma imprensa desportiva é tão evidente que me convidou a recuperar alguns excertos dessa crónica sobre o 'derby' do Restelo. Sim, porque eu simplesmente não quería acreditar no que estava a ler!
Se a crónica em causa tivesse sido escrita em romeno, qualquer leitor menos atento ía julgar que se tratava de uma edição de um periódico daquele país de Leste com o rescaldo de um jogo do Steaua de Bucareste em pleno regime ditatorial de Ceausescu. Naquela altura, a policia secreta ('Securitate') mantinha um controle firme sobre a liberdade de expressão e os meios de comunicação social, e não tolerava qualquer tipo de crítica ou apreciação desfavorável aos méritos do clube do regime, o histórico Steaua de Bucareste. A imprensa desportiva tinha ordens para enaltecer todo e qualquer tipo de feito do maior clube da capital e, ao mesmo tempo, branquear qualquer tentativa de outro clube para se impor e afirmar no futebol romeno. Quem não o fizesse... A comparação é excessiva mas, quase 20 anos depois do fim do regime comunista romeno, ainda conseguimos assistir a alguns regressos ao passado na imprensa escrita portuguesa. Recordar é viver!
Senão reparem, o jornalista começa por afirmar que se assistiu a um grande espectáculo no Estádio do Restelo (pergunto o que terá sido o Nacional-FC Porto, um épico?), para logo depois nos brindar, de forma detalhada, com o conjunto de erros do árbitro que, supostamente, terá prejudicado o Benfica. Isto depois de várias semanas em que o nosso maior rival mais não fez do que aproveitar os constantes equívocos das equipas de arbitragem para vencer os seus jogos. Pelo meio ainda sobram elogios às qualidades (!?) de Pablo Aimar, não fosse ele candidato a 'Bidone d'Oro' da Liga portuguesa 2008/09! Só lendo...
Será que o Belenenses vai sofrer represálias da 'Securitate', perdão, d' A Bola, por ter roubado pontos ao primeiro classificado da Liga?
O treinador do Benfica, Quique Flores, é que “não vai em crónicas” e ainda é dos poucos a manter a lucidez: «Sobram capas de jornais e falta rendimento», comentou no final.

domingo, 25 de janeiro de 2009

Começou a Liga!

Pois é, agora é que começou o nosso campeonato. Perante o equilíbrio no topo da tabela classificativa, era no complicado ciclo de jogos de Janeiro e Fevereiro que o FC Porto jogaría os seus trunfos na Liga. Começámos bem!
Depois de saber que os dois rivais de Lisboa perderam pontos, o FC Porto não podia deixar de marcar uma posição no início do frenético ciclo de jogos das próximas semanas. Vitória (0-2) em Braga com um jogo prático dos tri campeões. Desta vez não fomos mandões no jogo mas revelámos uma excelente condição física e um instinto que parece começar a ser uma imagem de marca do FC Porto 2008/09. Com um adversário que quer discutir o jogo, a nossa forma de atacar torna-se simplesmente venenosa!
Jorge Jesus manda a sua equipa enfrentar os adversários de peito aberto, mas este Braga ainda não tem jogadores com classe suficiente para discutir o jogo pelo jogo com uma equipa como o FC Porto. Aliás, ao cometer o erro de querer jogar no meio-campo do adversário, o Braga acabou por convidar o FC Porto a encetar as suas letais transições ofensivas. Bingo!
Hoje, em vez de pressionar um pouco mais à frente, o FC Porto optou por consentir o domínio territorial do jogo ao Braga. Uma postura pouco prudente mas que acabou por permitir uma fluidez de jogo que o FC Porto não tinha apresentado nos últimos jogos. A maior posse de bola do Braga esbarrou sempre no rigor e concentração defensiva do FC Porto. Apesar de ter consentido muitos cruzamentos, o FC Porto defendeu quase sempre bem. Rolando e Fucile, por exemplo, não perderam um único lance dentro da área do FC Porto. Excelente posicionamento defensivo!
Cissokho foi outro dos destaques lá atrás. Nota-se que os companheiros já confiam no lateral francês. Agora, só lhe falta ganhar maior rigor defensivo.
Do meio campo para a frente merecem nota muito positiva as exibições de Fernando e Hulk. O trinco do FC Porto fez mais um jogaço. Além dos roubos de bola em antecipação, o brasileiro também deu profundidade e largura ao jogo sempre que esteve na posse da bola. Quanto a Hulk, nunca uma alcunha assentou tão bem a um jogador de futebol. Impressionante condição física do brasileiro!
Depois de Braga, segue-se a recepção ao Leixões para a Taça de Portugal. Vamos lá ver que opções é que Jesualdo toma para o jogo de Quarta-feira. Manter o «onze» de hoje ou resguardar alguns jogadores para a visita a Belém?

A «foto do dia» - FC Porto 1967/68

Hoje recuamos à primeira passagem de Pedroto pelo FC Porto, como treinador, com uma foto de um «onze» da época 1967/68.
No campeonato nacional dessa época o FC Porto foi apenas 3º classificado a 5 pontos do campeão, o Benfica, e nas competições europeias foi eliminado logo na 1ª eliminatória da Taça dos Clubes das Cidades com Feira, pelos escoceses do Hibernian (derrota por 3-0 em Edimburgo e vitória, insuficiente, por 3-1 nas Antas).
O FC Porto estava a meio do célebre jejum de 19 anos, no que à conquista do campeonato nacional diz respeito, mas nessa época regressou aos títulos com a conquista da Taça de Portugal. Vencemos o Vit. Setúbal no Jamor por 2-1. Os sadinos marcaram primeiro, por Pedras, mas o FC Porto deu a volta ao resultado com golos de Valdemar e Nóbrega. Foi apenas a 3ª Taça de Portugal conquistada pelo FC Porto até então (o FC Porto tinha vencido 4 edições da competição que antecedeu a Taça de Portugal, o Campeonato de Portugal).
Em cima (da esq. para a dta): Rolando, Fernando, João Almeida, Mário, Atraca, Américo;
Em baixo (da esq. para a dta): Gomes, Djalma, Custódio Pinto (cap.), Manuel António, Malagueta;

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

Vai começar a nossa época!

Pois é, chegou a vez do FC Porto mostrar se é de facto forte. O tão aguardado ciclo de grandes jogos vai começar agora. Liga Sagres, Taça de Portugal, Taça da Liga e Liga dos Campeões, são as quatro provas nas quais o FC Porto vai competir nos próximos 30 dias. E será em sua casa que vai disputar os jogos que podem marcar a época: FC Porto-Benfica, FC Porto-Sporting, FC Porto-Leixões (Taça de Portugal) e FC Porto-At. Madrid, serão todos jogados no Dragão.
Com este quadro de jogos, que posição tomar perante a pouco estimulante Taça da Liga?
Parece que o FC Porto até equaciona uma eventual falta de comparência ao jogo da meia-final da prova. No entanto, as recentes más arbitragens em jogos do campeonato, e os atritos entre o FC Porto e a Liga, não deveríam servir para colocar as coisas neste nível de intransigência. Parece-me que não haverá motivos para tão drástica decisão, mas também sou da opinião que o FC Porto se deve apresentar em Alvalade com os jogadores menos utilizados.
Perante a má calendarização, e os jogos importantes que se avizinham, o FC Porto não devería arriscar lesões ou castigos em jogos de uma competição que nem pela sua entidade organizadora está a ser levada a sério. Além disso, o desgaste que o jogo da meia-final da Taça da Liga pode provocar não tem correspondência com os ganhos que uma presença na final pode garantir.
Segundo a imprensa, o FC Porto pode anular a deslocação a Alvalade se o jogo da outra meia-final, entre Benfica e Vit. Guimarães, for adiado. Uma ameaça algo irreflectida porque, se é um facto que o Benfica tería mais dias de descanso antes do clássico, os outros clubes envolvidos devem merecer a consideração que, infelizmente, a Liga não parece conseguir mostrar. Independentemente do adiamento da meia-final entre Benfica e Vit. Guimarães, o FC Porto devería sempre comparecer ao seu jogo. No entanto, também deve assumir que o jogo da Taça da Liga surge num momento delicado da época. Se o jogo da meia-final fica entre dois jogos importantes do campeonato, e surge numa altura em que também discutimos a nossa continuidade na Taça de Portugal, não há que hesitar: jogamos com a ‘equipa B’ em Alvalade!
Senão reparem, uma equipa que tem vários jogadores que nas próximas semanas vão ser chamados a representar as suas selecções, e que no final de Fevereiro terá uma sequência de jogos que incluem os Oitavos-de-final da Liga dos Campeões, não pode arriscar o desgaste dos seus melhores jogadores num curto espaço de tempo (15 dias) em que vai ter de disputar 5 jogos:
24 de Janeiro: Liga Sagres, Sp. Braga/FC Porto
28 de Janeiro: Taça de Portugal, FC Porto/Leixões
1 de Fevereiro: Liga Sagres, Belenenses/FC Porto
4 de Fevereiro: Taça da Liga, Sporting/FC Porto
8 de Fevereiro: Liga Sagres, FC Porto/Benfica

A «foto do dia» - O programa oficial do FC Porto - Sp. Braga, campeonato nacional 1967/68

Antecipamos a visita do FC Porto a Braga, da próxima jornada da Liga, com o programa oficial do FC Porto-Sp. Braga, relativo à época 1967/68.
Um programa oficial que custava 1$ (um escudo) e que se destinava a maiores de 8 anos!
O jogo, relativo à 8ª jornada do campeonato da I Divisão, disputou-se nos Estádio das Antas a 3 de Dezembro de 1967 e terminou com a vitória do FC Porto por 4-2. Nessa época, o FC Porto, de José Maria Pedroto, foi 3º classificado a 5 pontos do campeão, o Benfica, enquanto que o Sp. Braga terminou em 11º.
A época do FC Porto ficou marcada pela conquista da Taça de Portugal (vitória por 2-1, no Jamor, frente ao Vit. Setúbal). Américo, Rolando, Pavão, Custódio Pinto, Djalma, Manuel António e Nóbrega, entre outros, foram alguns dos jogadores que nessa época ajudaram o FC Porto a regressar aos títulos depois da conquista do campeonato nacional de 1958/59, com Bella Guttman.

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

O FC Porto (também) é um clube formador

Recentemente, o comentador desportivo Rui Moreira tem insistido em criticar a actual política desportiva e de formação do FC Porto. Parece-me que a apreciação é demasiado excessiva tendo em conta as mais-valias que o FC Porto tem conseguido com transferências de jovens jogadores para outros clubes. Sim, porque é importante não confundir a formação de jovens jogadores com a passagem dos mesmos ao plantel principal. Na semana anterior, Jesualdo chamou a atenção para o facto de o FC Porto ser um clube formador. Fê-lo em forma de auto-elogio, mas não deixa de ter alguma razão porque os jovens que chegam ao FC Porto oriundos de outros clubes também necessitam de ser formados. Será uma formação diferente porque visa o desenvolvimento físico e táctico dos jogadores, o potencial já lá está.
Senão reparem, grande parte dos jovens jogadores que recentemente foram transferidos pelo FC Porto, e que renderam milhões de euros à SAD, nem sequer foram formados no clube. Deco, Paulo Ferreira, Bosingwa, Anderson e Pepe, por exemplo, chegaram ao FC Porto com a sua formação juvenil realizada mas alguns sem cultura táctica e mentalidade para representar um grande clube. No entanto, depois de adaptados a uma nova realidade, ganharam títulos e projecção internacional. Certamente que, dentro de 2 ou 3 meses, o jovem Cissokho será um jogador diferente daquele que agora chegou ao FC Porto. Isto também é formação!
A outra formação, a que implica colocar jovens oriundos dos juniores no plantel principal, é óptima para alimentar o ego de sócios e adeptos mas se não tiver efeitos práticos, ou seja, se não implicar vitórias, não serve!
Raúl Meireles, Bruno Alves (formado no FC Porto), Fernando e Fucile, entre outros, são outros exemplos de jogadores que quando chegaram ao FC Porto não tinham potencial para entrar no «onze» e que agora são quase imprescindíveis para Jesualdo Ferreira.
É certo que, actualmente, o FC Porto tem poucos jogadores da formação juvenil no plantel principal (Ventura, Bruno Alves, Candeias,...) mas, em contrapartida, possui um conjunto de jogadores que, sem terem sido formados no clube, carregam a mística e a ambição do FC Porto do séc. XXI: Lucho Gonzalez, Pedro Emanuel, Lisandro Lopez e Raúl Meireles, por exemplo. Outros se seguirão.... Das duas uma, ou Rui Moreira é daqueles que nunca está satisfeito ou então quer criar um suposto facto para colocar em causa a actual (vitoriosa) política desportiva e de formação da SAD. A formação deve essencialmente servir para criar condições para que no futuro os jovens possam regressar ao FC Porto. Um trabalho que actualmente tem o aval de Jesualdo Ferreira e que passa também pelo actual Director Geral da SAD, Antero Henrique, e pelo coordenador das camadas jovens, Luís Castro. Os títulos não implicam ter jovens da formação no plantel principal. A cultura de vitória é que é importante. Queremos continuar a ganhar!

A «foto do dia» - O bilhete do FC Porto - Brondby, Taça dos Clubes Campeões Europeus 1986/87

Já não se fazem bilhetes assim! Este ingresso deu acesso ao FC Porto-Brondby (Dinamarca), da 1ª mão dos Quartos-de-final da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1986/87. Um bilhete com a imagem de um Barco Rabelo no Douro e a Ribeira ao fundo. Precioso!
O FC Porto encontrou os campeões dinamarqueses depois de afastar o Rabat Ajax (Malta) e o Vitkovice (Checoslováquia). Quanto ao Brondby, atingiu os Quartos-de-final da prova depois de eliminar o Honved de Budapeste (Hungria) e o Dynamo de Berlim (ex-RDA).
Nessa altura, o Brondby era considerada a equipa mais forte do futebol nórdico. Ebbe Skovdahl, que na época seguinte viría para o Benfica, orientava um conjunto de jogadores que marcaram uma época no futebol dinamarquês. O guarda-redes Peter Schmeichel , o capitão da selecção dinamarquesa Lars Olsen, o conceituado John Jensen, o goleador Kim Vilfort e o jovem promissor Brian Laudrup, entre outros, eram alguns dos que representavam o Brondby e que se cruzaram com o FC Porto em 1987. Apesar de só ter atingido os Quartos-de-final da TCE, durante aquele período o Brondby sagrou-se por 3 vezes campeão da Dinamarca (1985, 1987 e 1988).
A eliminatória foi extremamente complicada para o FC Porto. Talvez o potencial dessa equipa do Brondby não tivesse sido, na altura, devidamente enaltecido. No entanto, os dinamarqueses provaram que eram uma equipa forte logo no jogo da 1ª mão (1-0), pois só aos 71 minutos de jogo é que Madjer marcou a Schmeichel o golo que deu vantagem ao FC Porto para o segundo jogo.
Na 2ª mão, os dinamarqueses ainda igualaram a eliminatória, com um golo de Steffensen, aos 36 minutos de jogo, mas Juary voltaría a ser decisivo, igualando a partida aos 70’. O FC Porto estava na meia-final!

domingo, 18 de janeiro de 2009

Era preciso jogar tão devagar?

Se o jogo da meia-final for para abordar desta forma, então é melhor ficarmos já pela fase de grupos. A Taça da Liga parece não entusiasmar muito o FC Porto. Que sonolência!
Apesar da vitória (1-0), foi um FC Porto preguiçoso o que ontem esteve no Dragão. Faltou alegria e nervo ao jogo dos tricampeões. Durante 1 hora assistiu-se a um péssimo espectáculo. Aliás, o jogo só começou quando o FC Porto marcou, ou seja, depois dos 60 minutos. A falta de intensidade só teve uma vantagem, permitiu a Cissokho estrear-se sem correr riscos. O lateral francês cumpriu e acabou por ser dos melhores em campo na noite de ontem. Contudo, os laterais esquerdos que o FC Porto possuí no plantel são tão inaptos para a função que qualquer reforço faría uma boa estreia. Além de Cissokho, ficam apenas mais dois destaques: Fernando e Guarín. Para o trinco brasileiro é igual disputar um jogo da Taça da Liga ou da Liga dos Campeões, joga sempre concentrado e com garra. Quanto a Guarín, parece estar em muito boa forma. Hoje jogou com muita vontade e determinação.
Nota final para realçar a ausência de Helton, Rolando, Raúl Meireles e Lisandro das duas últimas convocatórias. Como hoje foram poupados, talvez se justificasse a presença destes 4 jogadores no jogo frente ao Nacional. Dessa forma, o FC Porto tinha-se apresentado mais forte na Choupana e talvez pudesse evitar ter agora de ficar dependente de terceiros para aceder às meias-finais da prova. Mas também é verdade que só desta forma é que se pode dar oportunidades aos menos utilizados. Enfim, poupanças...

«Curiosidades FCP» - A surpresa Once Caldas

Recuamos à caminhada do Once Caldas na 'Copa Libertadores 2004' com uma primeira página do diário 'La Patria'. Este periódico sul-americano classificou a vitória do Once Caldas na 'Copa Libertadores' como uma autêntica proeza para o futebol colombiano. O Once Caldas nem sequer fazia parte do grupo dos principais favoritos a vencer a competição e conquistou um troféu que, actualmente, parece mais destinado aos históricos clubes argentinos e brasileiros.
Depois do Peñarol, os colombianos foram o segundo adversário do FC Porto numa final da Taça Intercontinental. Para lá chegar, o Once Caldas necessitou de vencer a 'Copa Libertadores', competição equivalente à 'Liga dos Campeões da UEFA'. Os colombianos começaram por ser apurados na 1ª fase ao vencerem o Grupo 2, que também incluía o histórico Vélez Sársfield, da Argentina. Como se classificou em primeiro lugar do seu grupo, o Once Caldas defrontou, e eliminou, nos Oitavos-de-final um adversário pouco cotado, o Barcelona do Equador. As dificuldades chegaram na fase seguinte. O histórico Santos, do Brasil, foi o adversários dos colombianos nos Quartos-de-final. Depois de empatar (1-1) no Brasil, o Once Caldas venceu o Santos, por 1-0, na Colômbia. Seguiu-se outro gigante sul-americano nas meias-finais, o São Paulo. Na 1ª mão, os colombianos voltaram a empatar no Brasil para depois vencerem (2-1) em sua casa e avançarem para a histórica presença na final da prova.
O Boca Juniors, da Argentina, foi a última vítima do Once Caldas nessa edição da Libertadores. Depois de se terem registado dois empates nas duas mãos da final, o Once Caldas venceu os argentinos nas grandes penalidades. Foi a loucura na Colômbia!
Fazendo sempre o jogo da 2ª mão em sua casa, o Once Caldas superou 3 campeões sul-americanos para chegar ao título. Antes de derrotar o Boca, que tem 5 títulos, os colombianos deixaram para trás Santos e São Paulo. Notável!
Com a conquista da Libertadores, o Once Caldas garantiu o segundo título colombiano na história da competição. A única vitória da Colômbia na 'Copa Libertadores' havia sido em 1989, quando o Atlético Nacional derrotou o Olimpia, do Paraguai.
Quanto à final da Taça Intercontinental (em cima, na foto, Diego e um jogador colombiano), talvez tenha sido a final (das organizadas pela FIFA ou pela UEFA) mais fácil que o FC Porto disputou em toda a sua história. Contudo, por um motivo ou por outro, a bola simplesmente não queria entrar na baliza dos colombianos. Os postes, e a excelente exibição do guarda-redes Juan Carlos Henao, adiaram tudo para as grandes penalidades. Venceu o FC Porto: 8-7!

«Curiosidades FCP» - De Caxinas a Viena

Hoje recordamos algumas curiosidades associadas ao mítico «carregador de piano» do FC Porto: André. O seu percurso no futebol, e na vida, é ainda hoje um exemplo para todos os jovens que um dia sonham em chegar a um grande clube. Nascido em Caxinas (Vila do Conde), numa família de pescadores, foi com naturalidade que o jovem André se viu, desde muito cedo, envolvido na actividade piscatória. A sua juventude foi muito complicada porque a necessidade de ajudar a numerosa família obrigou-o a abdicar dos estudos e, por vezes, a ter de arriscar a própria vida.
«Nasci em Caxinas, numa grande família de pescadores, de 8 filhos, 3 raparigas e 5 rapazes. Dos 10 aos 16 andei no barco do meu pai, que também era criança quando entrou na vida de pescador. Não gostava daquela vida, ingrata, lixada, de muitos sacrifícios, por isso fiz tudo para a abandonar. Quando ia para longe e puxavam os temporais, assustava-me, maldizia aquela vida de muita miséria e muitos riscos, mas até a isso nos habituávamos depressa, mesmo vendo, quase todos os anos, colegas a serem engolidos pelo mar ou a morrerem à entrada da barra da Póvoa sem que ninguém pudesse salvá-los.»
André viu no futebol uma fuga ao tormento do mar. Sendo natural de Vila do Conde, não foi surpreendente que, aos 14 anos, tenha começado a jogar futebol no Rio Ave. Contudo, nem sempre podia comparecer aos treinos porque a vida de pescador continuava e era preciso ajudar a alimentar a família. Com a compreensão e ajuda do pai, André acabou por continuar a jogar e assinar pelo vizinho Varzim. «Assinei o primeiro contrato como profissional com 17 anos de idade, por indicação de António Teixeira, e fui logo campeão nacional da II Divisão. Recebi 4 contos de ordenado. Ganhava mais no mar, mas os meus pais viram que eu tinha mesmo vontade de ser futebolista e ajudaram-me. Acabei o primeiro contrato (que era de um ano) e pedi mais uma verbazinha. Não ma deram e fiquei à boa vida, porque nos clubes onde fui treinar-me não agradei. Um ano depois fui para o Ribeirão, que ajudei a subir da I Divisão Distrital à III Divisão Nacional. O Varzim voltou a contratar-me, a tropa prejudicou-me, não tinha hipóteses de ser titular e fui emprestado ao Ribeirão. Regressei no ano seguinte. Tinha uma força de vontade de vencer no futebol... Para o mar não queria voltar mais!»
Com o Varzim a disputar a I Divisão, André passou a ser seguido de outra forma pelos clubes de topo. Apesar de ser um jogador relativamente baixo, o seu estilo guerreiro chamou logo a atenção da crítica que o considerava o pulmão da equipa do Varzim. Os bons tempos que André passou na Póvoa ainda hoje são recordados pelo ex-jogador do FC Porto com emoção e saudade. André nasceu a 24 de Dezembro de 1957 (véspera de Natal) e o Varzim foi fundado a 25 de Dezembro de 1915. «Sou mais novo do que o Varzim quarenta e dois anos e um dia», lembra com orgulho.Um dos primeiros a reparar nas qualidades do jovem trinco do Varzim foi José Maria Pedroto. O ex-treinador do FC Porto chegou a tentar contratá-lo quando orientava o Vit. Guimarães. No entanto, como André ainda estava vinculado ao Varzim por mais uma época, os clubes acabaram por não chegar a acordo. Uns anos mais tarde, confessaría que uma das maiores mágoas da sua carreira foi não ter tido a oportunidade de ser orientado pelo "Mestre".
Como só chegou ao FC Porto em 1984/85, André já não teve o privilégio de privar com José Maria Pedroto. Contudo, no FC Porto acabou por encontrar o treinador que mais o marcou: Artur Jorge. Quando terminou a carreira, André chegou a considerá-lo um dos melhores treinadores do Mundo, «senão mesmo o melhor».
André estreou-se pelo FC Porto em 1984/85 num jogo contra o Penafiel. No início dessa época, o FC Porto viu Sousa e Jaime Pacheco seguirem para Alvalade. Apesar de muito lamentada, a saída dos dois jogadores deixou em aberto dois lugares no meio campo do FC Porto. A partir daí, André passou a jogar com mais regularidade e foi sem surpresa que garantiu o 'lugar 6' à frente da defesa do FC Porto.
Depois de debutar na Liga portuguesa, seguiu-se a estreia nas competições europeias, frente ao Ajax, a 18 de Setembro de 1985, na 1ª mão da 1ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus (vitória do FC Porto por 2-0, com golos de Laureta e Celso). No entanto, André só atingiría o auge do seu percurso europeu em 1986/87. Nessa época, o trinco do FC Porto foi fundamental na caminhada até à final de Viena. Além das excelentes exibições que realizou durante essa campanha, ainda marcou alguns golos que foram decisivos para o FC Porto chegar à final. O «carregador de piano» começou por marcar dois golos na goleada (9-0) imposta aos malteses do Rabat Ajax, logo na 1ª eliminatória. Seguiu-se novo golo na 2ª ronda da prova, desta vez ao abrir o marcador na 2ª mão da eliminatória frente ao Vitkovice. O último golo que marcou nessa edição da TCE ficou guardado para a recepção ao Dinamo de Kiev. Jogava-se a 1ª mão da meia-final e André abriu o marcador de penalti (em cima, na foto) depois de uma mão na bola do russo Andrei Bal. A verdadeira glória chegaría umas semanas depois, quando atingiu, e venceu, a Final da Taça dos Clubes Campeões Europeus. Foram 30 anos, do nascimento, em Caxinas, até Viena.

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Só deu para poupar!

Sem ter visto o jogo (2-1) na TV é-me difícil avaliar a exibição do FC Porto. De qualquer forma, pela convocatória de Jesualdo Ferreira, e pelo resumo da imprensa desportiva ‘on-line’, não deve ter sido uma exibição muito diferente daquela que o FC Porto realizou frente ao Vit. Setúbal na 1ª jornada da Taça da Liga. Só que desta vez, além do adversário ser mais forte, e de ter jogado com os habituais titulares, o jogo foi fora de casa e com nevoeiro. Resistimos até aos 84 minutos!
Não foi surpreendente que tenha sido uma exibição fraquinha porque as nossas prioridades são, naturalmente, outras. Só deu para poupar os habituais titulares.
Os juniores do FC Porto voltaram a começar o jogo no banco e o «onze» inicial foi muito idêntico ao que defrontou o Vit. Setúbal.
Quanto aos destaques individuais, não se justifica nenhuma apreciação porque não consegui ver o jogo. Fica apenas um reparo: a pouca eficácia de Farías no ataque leva-nos a concluir que havería melhores opções para uma alternativa a Lisandro e Hulk. Foi um erro dispensar Adriano.
No Sábado, frente à Académica, é natural que Jesualdo utilize o «onze» habitual de forma a poder garantir o apuramento para as meias-finais da prova, como 1º classificado do grupo ou como melhor segundo. Se ainda formos a tempo...

«Curiosidades FCP» - O FC Porto na Taça dos Clubes das Cidades com Feira 1969/70

Recuamos à edição de 1969/70 da Taça dos Clubes das Cidades com Feira, competição que antecedeu a Taça UEFA, recordando as duas eliminatórias que o FC Porto disputou na prova, com o Hvidovre (Dinamarca) e o Newcastle (Inglaterra).
O FC Porto começou por eliminar o Hvidovre (Dinamarca) na 1ª eliminatória, com duas vitórias, por 2-1 e 2-0. Na 1ª mão, o FC Porto venceu na Dinamarca com dois golos de Hélder Ernesto, aos 62’ e 70’, depois do Hvidovre ter marcado primeiro por Sorensen, aos 29 minutos.
O FC Porto voltou a vencer os dinamarqueses no jogo da 2ª mão, disputado nas Antas a 1 de Outubro de 1969. O brasileiro Rubens Salim marcou primeiro, aos 24 minutos, e Rolando (em baixo, na foto) aumentou a vantagem aos 74’. O sorteio da 2ª eliminatória ditou um Newcastle-FC Porto (em cima, a capa do programa oficial do jogo da 2ª mão). Os ingleses, antes de se cruzarem com o FC Porto, tiveram de ultrapassar o Dundee United (Escócia), também com duas vitórias (2-1 e 1-0).
FC Porto e Newcastle começaram por se defrontar nas Antas a 19 de Novembro de 1969. O confronto terminou empatado (0-0), ficando tudo adiado para o segundo jogo em Inglaterra.
O jogo do St. James Park disputou-se apenas 7 dias depois e a neve que na altura caía no Nordeste de Inglaterra acabou por dificultar o jogo das duas equipas. No final, uma vitória dos ingleses por 1-0 (James Scott aos 22’) afastou o FC Porto dos Oitavos-de-final. O FC Porto foi eliminado da prova e ficou em branco nas duas mãos da eliminatória. Quanto aos ingleses, seríam afastados nos Quartos-de-final por um dos finalistas, o Anderlecht. O Arsenal venceu a competição.

A «foto do dia» - FC Porto 1994/95

Hoje recuamos ao FC Porto de Bobby Robson com uma foto de um «onze» da época 1994/95. Este «onze» é relativo à visita do FC Porto a Chaves para a 9ª jornada do campeonato nacional dessa época. O FC Porto apresentou-se no Municipal de Chaves num 4-3-3, com os extremos do ataque entregues a Secretário, na direita, e António Folha, na esquerda. Mas o maior destaque da foto vai, naturalmente, para os dois russos que trocaram o Benfica pelo FC Porto: Sergei Yuran e Vasili Kulkov. Robson jogava com a dupla Emerson/Kulkov no meio campo e entregava o ataque a Yuran e Rui Barros (Domingos também era muito utilizado).
Quanto ao jogo, o FC Porto venceu o Desp. Chaves por 4-0 (Rui Barros aos 7’, Folha aos 58’, Zé Carlos aos 79’ e 90’) e manteve a liderança do campeonato. Nessa época, o FC Porto não deu qualquer hipótese à concorrência. No final do campeonato, os dois rivais de Lisboa, Sporting e Benfica, ficaram a, respectivamente, 7 e 15 pontos do primeiro lugar. Esse título correspondeu ao 1º campeonato da série de 5 consecutivos (Penta) que o FC Porto conquistou na década de 90.
Em cima (da esq. para a dta): Vítor Baía, Emerson, Zé Carlos, Secretário, Aloísio e João Pinto;
Em baixo (da esq. para a dta): Kulkov, Yuran, António Folha, Rui Barros e Paulinho Santos;

domingo, 11 de janeiro de 2009

Jogar contra uma parede!

Assim é difícil! O FC Porto tudo fez para marcar pelo menos um golo mas encontrou um Trofense que levou o autocarro para dentro de campo. Uma postura que já se tornou rara no futebol português e que visou apenas retardar o golo do FC Porto. Conseguiram!
O FC Porto também foi trapalhão em alguns momentos, mas isso também se ficou a dever à enorme quantidade de jogadores que encontrou à frente da área e ao anti-jogo do adversário. Faltou-nos paciência e sorte!
No «onze» que entrou em campo, houve apenas a meia-surpresa Benítez. O argentino cruza bem e até se preocupa em jogar bom futebol, mas continua pouco prudente a defender. Vamos lá ver se o francês Cissokho já estará entrosado com a equipa por alturas do fundamental ciclo de jogos de Fevereiro. Estão a tornar-se demasiado evidentes as lacunas nas laterais do FC Porto. Hoje até Fucile esteve desastrado. O lateral uruguaio foi trapalhão a atacar e permissivo a defender.
Quanto ao jogo, o FC Porto fez uma boa primeira parte e só por falta de eficácia no ataque não conseguiu marcar. Foram 3 ou 4 oportunidades de golo (na pequena área!) que foram desperdiçadas.
No segundo tempo, o Trofense recuou ainda mais. Além de se terem plantado em frente à área, os jogadores do Trofense provocaram constantes interrupções no jogo. Com essa estratégia conseguiram irritar o público e a equipa do FC Porto. Jesualdo tudo fez para alterar o rumo dos acontecimentos mas da forma como o jogo decorria, nem as substituições conseguiríam desposicionar o adversário.
Agora, seguem-se duas saídas (Braga e Belém) perigosas e que podem mexer com as diferenças no cimo da tabela. Será importante para o FC Porto chegar ao ciclo dos jogos grandes dependente apenas de si próprio para chegar à liderança da Liga.

O «cromo do dia» - Jacques

Jacques Pereira nasceu a 3 de Fevereiro de 1955 em Vila Real de Santo António. É curioso que houve sempre dúvidas relativamente à naturalidade deste ex-jogador do FC Porto. Segundo alguma imprensa, apesar de ter nacionalidade portuguesa, Jacques terá (?) nascido em Casablanca (Marrocos) e, posteriormente, sido naturalizado em Vila Real de Santo António.
Jacques foi um bem sucedido avançado que passou pelo FC Porto no início da década de 80. A sua formação juvenil foi feita no Lusitano de Vila Real de Santo António, tendo depois actuado noutro clube algarvio, o Farense, antes de rumar ao norte do país onde viveu os melhores momentos da sua carreira.
Ainda antes de chegar ao FC Porto, onde se sagrou o melhor marcador do campeonato, Jacques representou o Famalicão, de 1975 a 1979, e o Sp. Braga, de 1979 a 1981. A sua chegada ao FC Porto, em 1981/82, coincidiu com aquele período de 5 anos (de 1978/79 até 1984/85), entre os reinados de Pedroto e Artur Jorge, que o FC Porto passou sem vencer o campeonato nacional.
Contudo, e apesar dos golos que marcou em Braga, foi no FC Porto que Jacques se afirmou como um inesperado goleador. Logo na primeira época de azul e branco foi o melhor marcador do campeonato. Apesar do FC Porto ter deixado fugir o título, Jacques vencería a Bola de Prata com a excelente marca de 27 golos em 30 jogos. O avançado do FC Porto aproveitou a ausência de Fernando Gomes, que no ano anterior se transferiu para o Sporting de Gijón, para assumir ele o protagonismo no ataque do FC Porto. No entanto, o Bi-Bota d'Ouro regressaría às Antas no ano seguinte e, naturalmente, Jacques perdería influência no «onze» do FC Porto. Apesar de menos utilizado nos anos seguintes, a sua época de estreia no FC Porto acabou por justificar a mudança de Braga para as Antas, isto porque Jacques foi o grande protagonista da disputa do primeiro troféu da época, a Supertaça. Já com a época a decorrer, o Benfica começou por vencer o FC Porto por 2-0 (dois golos de Nené) na 1ª mão da Supertaça Cândido de Oliveira. Apesar de relativamente confortável, a vantagem benfiquista foi anulada no jogo da 2ª mão com um 'hat-trick' de Jacques! O FC Porto venceu esse jogo por 4-1 (3 golos de Jacques e 1 de Costa), acabando o inspiradíssimo Jacques por ser o grande responsável pela conquista da primeira Supertaça da história do clube.
No entanto, houve outro momento, na época 1983/84, que marcou a sua passagem pelo FC Porto. Foi na 1ª mão da 2ª eliminatória da Taça dos Vencedores das Taças dessa época. O sorteio colocou no caminho do FC Porto os escoceses do Glasgow Rangers. O jogo de Glasgow foi muito difícil para o FC Porto, que só no último minuto de jogo conseguiu marcar e adiar a decisão da eliminatória para as Antas. Foi Jacques que marcou esse golo! Os escoceses venciam por 2-0 quando, aos 89 minutos de jogo, o avançado do FC Porto reduziu para 2-1 e manteve o FC Porto na disputa da eliminatória. Na 2ª mão, o inevitável Fernando Gomes deu a vitória (1-0) ao FC Porto e desviou os escoceses do caminho que levou à final de Basileia.
Quanto a Jacques, permanecería no FC Porto mais uma época antes de regressar a Braga. Com 30 anos, o ex-avançado do FC Porto ainda se manteve mais umas épocas na 1ª Divisão. Depois de deixar o Sp. Braga, ainda jogou no Sp. Covilhã, regressando ao seu clube do coração, o Lusitano de VRSA, em 1988/89. Em final de carreira, ainda representou outro clube algarvio, o UD Castromarinense.
Em cima, a ilustrar o 'post', uma foto de um «onze» do FC Porto da década de 80. Jacques é o primeiro, em baixo, a contar da esquerda.

«Curiosidades FCP» - Cubillas, o publicitário

Pois é, o nosso antigo nº 10 participou numa campanha publicitária quando, ainda jovem, foi convidado a promover uma marca de pilhas (!), a 'Rayovac'.
Os anos 70 foram os tempos áureos da rádio na América do Sul. Tal como os europeus, os sul americanos utilizavam os transístores para acompanhar os relatos dos jogos dos seus clubes e das selecções nacionais. Aproveitando o 'boom' da rádio, a 'Rayovac', que era a empresa líder do mercado das pilhas no Perú, tirou proveito da reputação de Teófilo Cubillas para manter o seu produto na montra do mercado perúano. Uma campanha publicitária, de início dos anos 70, que se valeu do facto de Cubillas já ser nessa altura o jogador mais mediático do futebol perúano para promover um produto antes do craque perúano rumar à Europa.
'Rayovac es la pila que le brinda la emoción del Fútbol', pode-se ler no cartaz publicitário (em baixo).
A 'Rayovac' foi fundada nos EUA (Wisconsin) em 1906. Depois de conquistar o mercado norte americano, a empresa chegaría à América do Sul nos anos 50, fazendo actualmente parte do dia-a-dia dos perúanos. O sucesso da empresa na América do Sul foi tão grande que levou os seus responsáveis a construir um laboratório de desenvolvimento e testes na região, o único do género na América Latina.
É curioso que, em 2005, a empresa voltou a apostar em dois craques sul americanos para promover os seus produtos. Desta vez os escolhidos foram Pelé e Robinho. Os dois brasileiros foram a cara da mais recente campanha publicitária da 'Rayovac' na América do Sul.
Quanto a Teófilo Cubillas, depois da experiência publicitária, e do sucesso no futebol sul americano, chegaría à Europa em 1973 para jogar no Basileia.

sexta-feira, 9 de janeiro de 2009

Deu para ganhar!

Nada mau! Com um «onze» inédito era difícil pedir mais ao FC Porto. Foi uma vitória (2-1) sofrida mas que acabou por ser saborosa por ter sido obtida em circunstâncias específicas. O FC Porto apresentou-se em campo com um «onze» sem rotinas e automatismos, e com 4 juniores e um juvenil na convocatória! Acabou por ser um jogo quase sempre mal jogado mas com emoção até ao fim.
É pena a Taça da Liga ainda não ter tradição no futebol português. A competição até faz sentido e talvez merecesse outra atenção por parte dos clubes e dos adeptos. Contudo, e à semelhança do que acontece noutros países, a prova é quase sempre utilizada para fazer rodar os jogadores menos utilizados, pelo menos nos grandes clubes. O que no caso do FC Porto se justifica perfeitamente porque o jogo de Domingo, frente ao Trofense, é bem mais importante que a estreia da equipa na Taça da Liga. Se até uma vitória na Liga dos Campeões é monetariamente mais atractiva que a conquista da Taça da Liga, é compreensível que os grandes clubes resguardem os seus melhores jogadores para outras provas.
Assim, foi natural que o jogo frente ao Vit. Setúbal fosse quase sempre jogado aos repelões. Salvaram-se algumas exibições individuais e a incerteza no marcador até ao final.
No FC Porto, destaque positivo para as exibições de Stepanov, Benítez, Freddy Guarín, Mariano Gonzalez e Farías. Quanto aos míudos que entraram na segunda parte, jogaram pouco tempo mas foram eles a resolver. Cruzamento de Diogo Viana e finalização de Rabiola para o 2-1. Assim vão-se habituando!
Depois da recepção ao Trofense haverá dupla jornada da Taça da Liga. Será natural que Jesualdo volte a dar uma oportunidade aos menos utilizados na Quarta-feira, frente ao Nacional, para no Domingo poder utilizar os habituais titulares na decisão do apuramento para as meias-finais da prova, frente à Académica.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

«Curiosidades FCP» - A 'Cebola' que já faz chorar!

Não resistimos! As últimas exibições do ‘Cebola’ convidaram-nos a recuar à chegada do uruguaio ao futebol português e à sua posterior transferência para o FC Porto.
Rodriguez chegou à Europa vindo do Peñarol. Foi neste histórico clube uruguaio que o ‘Cebola’ fez toda a formação juvenil, chegando à equipa principal do Peñarol (na foto) com apenas 16 anos de idade. A partir daí assistiu-se à sua rápida progressão no futebol uruguaio, tendo, em 2003, sido a grande figura dos Sub-20 uruguaios no Campeonato da América do Sul. Dois anos depois foi nomeado capitão da selecção Olímpica do Uruguai no torneio Sul-Americano disputado na Colômbia. Agora, com apenas 23 anos, já é considerado o sucessor de Álvaro Recoba na principal selecção do Uruguai.
Contudo, a sua rápida ascensão no futebol uruguaio, e o posterior interesse de grandes clubes europeus, também lhe trouxe alguns problemas. Em 2005, o Peñarol propôs-lhe a renovação do contrato mas Rodriguez recusou a proposta pois considerava que o clube estava a dificultar a sua transferência para a Europa. Perante a relutância do uruguaio, a direcção do Peñarol optou por afastá-lo dos treinos durante algumas semanas. Essa medida, além de ter colocado o jogador à margem da equipa, também fez aumentar a insatisfação dos adeptos que passaram a olhar Rodriguez como um traidor. O braço de ferro entre o jogador e o Peñarol continuou até Rodriguez ser transferido para o Paris Saint-Germain, durante o Verão de 2005.
Mas a saída de Rodriguez não foi nada pacífica, tendo os responsáveis do Peñarol apresentado uma queixa à FIFA que obrigou o jogador a adiar a estreia pelo clube parisiense enquanto o conflito entre os dois clubes não ficasse resolvido. A paragem a que foi obrigado, e o natural período de adaptação ao futebol europeu, colocaram-lhe algumas dificuldades para encontrar um lugar no «onze» do PSG. Contudo, acabou por participar em 36 jogos (nem sempre como titular) e ficar no plantel. Na época seguinte, a chegada de Paul Le Guen ao PSG acabou por não ser uma boa notícia para Rodriguez que, nos primeiros jogos da época, se viu preterido no «onze» inicial em detrimento de Jérôme Rothen, Dhorasoo ou Sergei Semak, que eram os preferidos de Le Guen no apoio ao português Pauleta. A meio da época, o jogador chegou a acordo com o PSG para se transferir para outro clube e poder jogar com mais regularidade. Foi nessa altura que Rodriguez soube do interesse do Benfica, chegando à Luz por empréstimo na abertura do mercado de transferências, em Janeiro de 2008. Perante a recusa do Benfica em adquirir o seu passe pelos valores que os empresários do uruguaio pediam, o FC Porto não hesitou e comprou 70% dos direitos do jogador pelo montante de 7 milhões de euros (hoje já vale o dobro!).
Recentemente, foi noticiado em Inglaterra que Rodríguez sería uma das alternativas do Tottenham para o lado esquerdo do ataque caso falhasse a contratação de Stewart Downing, do Middlesbrough. Segundo a imprensa inglesa, caso o negócio com Downing não tivesse sucesso, o treinador dos londrinos, Harry Redknapp, tinha duas alternativas: Rodríguez, do FC Porto, e Juan Arango, do Maiorca. Mas dúvidamos que o FC Porto deixasse sair o jogador em Janeiro e numa altura em que o seu passe se valoriza a cada semana que passa. O 'Cebola' é para ficar!

«Curiosidades FCP» - A transferência de Pinga

Hoje recuperamos a chegada ao FC Porto do primeiro grande talento do futebol português e um dos jogadores mais carismáticos de toda a história do clube: Artur de Sousa ‘Pinga’.
Foi Josef Szabo, treinador húngaro que orientou o FC Porto durante grande parte da década de 30, o grande responsável pela vinda de Pinga para o FC Porto. Depois de um jogo entre uma selecção da Madeira e uma selecção do Porto, o então jogador húngaro do Marítimo chamou a atenção dos responsáveis portistas. Uns dias mais tarde, Szabo recebeu uma carta do ex-guarda-redes e treinador húngaro do FC Porto, Miguel Siska, a convidá-lo a mudar-se para o Porto. Szabo aceitou o convite de Siska para, a troco de 500 escudos por mês, jogar e treinar a equipa do FC Porto, mas o húngaro fez uma exigência aos responsáveis do clube: trazer consigo o maestro da equipa do Marítimo, Pinga.
O jogador chegou ao FC Porto no Natal de 1930, mas segundo relatos da época, a sua transferência acabou por originar uma grande desavença entre os dois clubes, com os dirigentes do Marítimo a acusarem os responsáveis do FC Porto de falsificação de documentos.
A polémica ficou bem retratada numa das primeiras edições de 1930 da revista Stadium: «Sousa deixou de jogar no Marítimo para ficar no Porto. E vale dizer aqui que foi necessário fazerem-se umas falsificaçõezinhas para ele começar desde logo a exercer a sua acção de esplêndido jogador. Uma troca de retratos... umas malandrices na Associação... E aquela carta lavrada no livro da Associação em que, constatando-se que Pinga estava preso pelo Funchal, lhe era vedado jogar no Porto mas, por interferência de alguém que apareceu um dia, depois foi dada como não existindo pelos mesmos directores,...».
Depois de trocar o Marítimo pelo FC Porto, Pinga passou a receber 500 escudos por mês. No entanto, e de forma a camuflar a verba que Pinga ía auferir, também houve necessidade de dissimular uma suposta prestação de serviços do jogador na fábrica de Sebastião Ferreira Mendes. O que é certo é que Pinga se tornaría no jogador mais influente do FC Porto e um dos grandes responsáveis pelos primeiros títulos do clube a nível nacional.
Em cima, a ilustrar o ‘post, uma foto de um «onze» do FC Porto da década de 30. Pinga é o segundo, em baixo, a contar da esquerda.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

‘El Diego de la gente’ vem aí!

O FC Porto e o Estádio do Dragão vão ter o privilégio de serem visitados por Diego Armando Maradona. É já no próximo Domingo que o mítico nº 10 da Argentina visita a Invicta para ver em acção o clã argentino do FC Porto.
Diego nunca se cruzou com o FC Porto, no entanto, a sua visita ao Dragão é um óptimo pretexto para publicarmos um 'post' dedicado exclusivamente ao eterno nº 10. Um tributo, em forma de agradecimento, pela alegria proporcionada por 'El Pibe'. Apesar de Pelé continuar a ser considerado pela FIFA o melhor futebolista de todos os tempos, é a Maradona que asssociamos a paixão pelo futebol. E porquê? Para mim só há uma explicação: Deus gosta de futebol e escolheu Maradona! Diego Maradona nasceu no dia 30 de Outubro de 1960, num bairro pobre do subúrbio de Buenos Aires, chamado Villa Fiorito. Filho de um operário, começou a jogar futebol aos 9 anos no 'Los Cebollitas'. O seu percurso profissional teve início em 1976, quando, com 15 anos, foi contratado pelo Argentino Juniors. Quatro anos depois foi vendido ao histórico Boca Juniors, chegando à Europa em 1982 para representar o Barcelona, naquela que foi a transferência mais cara do futebol mundial até então. Os primeiros tempos em Espanha não foram nada fáceis e quando 'El Pibe' se começava finalmente a adaptar ao futebol europeu contraiu uma grave lesão.
Foi num jogo frente ao Atlético de Bilbao que Maradona se lesionou com gravidade. Uma entrada brutal, e maldosa, de Andoni Goikoetxea valeu a Diego uma fractura do tornozelo e meses afastado dos relvados (confirmar as imagens da TVE no You Tube em http://www.youtube.com/watch?v=N8_JYHtvTS8). Perante a gravidade da lesão, e tendo em conta o estatuto que Maradona já ostentava, a federação espanhola acabaría por castigar o central basco com 25 (!) jogos de suspensão. Dois anos após a chegada a Barcelona, e depois de conquistada a Taça do Rei em 1983, Maradona despedia-se de Espanha rumo ao Nápoles. Em boa hora o fez porque foi em Nápoles que encontrou semelhanças com a "sua" Argentina e onde viveu os melhores momentos da sua carreira.
Uma equipa de sonho, comandada por Ottavio Bianchi, que venceu dois campeonatos de Itália (1987 e 1990), uma Taça de Itália (1987), uma Taça UEFA (1989) e uma Supertaça italiana (1991). Ciro Ferrara, Fernando De Napoli, Andrea Carnevale, Careca, Luca Fusi e Alemão, entre outros, foram alguns dos craques que acompanharam Maradona na saga vitoriosa do Nápoles, em finais dos anos 80. Contudo, também foi em Nápoles que a relação de Maradona com as drogas foi tornada pública pela primeira vez. Em 1991, 'El Pibe' foi castigado com 15 meses de suspensão depois de um teste anti-doping positivo. Foi o adeus a Itália e o início do declínio.
Mas antes da glória em Itália, Diego foi o grande protagonista do Mundial de 1986. A Argentina, de Carlos Bilardo, contava com um grupo restrito de jogadores que, ao lado de Diego, marcaram uma época no futebol argentino: Nery Pumpido, Daniel Passarella, Oscar Ruggeri, Jorge Burruchaga e Jorge Valdano, entre outros, foram alguns dos que ficaram na sombra do homem que venceu o Mundial México 86: Maradona. Além de ter sido ele a conduzir a Argentina ao título, marcou o golo mais bonito de toda a história dos mundiais. Um inspirado Maradona fintou meia equipa da Inglaterra e marcou aquele que viría a ser considerado o golo do século (confirmar em http://www.youtube.com/watch?v=zg3uS4ZBHtM). É deste Maradona que nos queremos recordar e que no Domingo vem ao Porto, como seleccionador argentino, ver Lisandro Lopez e Lucho Gonzalez (tem uma tatuagem de 'El Pibe' na perna). Esperemos que o Estádio do Dragão preste a devida homenagem a Maradona. Ele não é do Nápoles, nem do Barcelona, nem do Boca Juniors. 'El Pibe' é de todos nós!

domingo, 4 de janeiro de 2009

Mais uma reviravolta!

Esta época o FC Porto quer-nos matar do coração! Mais uma reviravolta dos tricampeões numa grande 'jogatana' de futebol na Choupana. Foram duas equipas à procura do golo e que deixaram o adversário jogar. Resultado final: 2-4. Assim vale a pena ver futebol!
O FC Porto voltou a não fazer uma exibição segura mas está cada vez mais letal no ataque. Este FC Porto não é, definitivamente, uma equipa tipicamente latina. Há ali tiques de futebol anglo-saxónico. Jesualdo já tinha avisado para isso mesmo na recente entrevista ao jornal 'O JOGO', este FC Porto é menos seguro a defender mas é explosivo a atacar. Mas quem tem um trio de ataque constituído por Rodriguez, Hulk e Lisandro, não pode pensar de outra forma que não seja marcar mais golos que o adversário.
A procura desenfreada pelo golo, por parte das duas equipas, começou logo no primeiro minuto de jogo. Lisandro na cara de Bracalli atirou à trave. Já perdemos a conta à quantidade de golos que Lisandro lhe viu serem negados esta época pelos postes e pelos guarda-redes adversários. Licha tem que ir à bruxa! Contudo, depois dessa primeira oportunidade, o Nacional tomou conta do jogo. Manuel Machado preparou um esquema táctico que na primeira parte surpreendeu o FC Porto. A excelente posse de bola do Nacional, e as diagonais de Mateus na frente de ataque, confundiram a defesa do FC Porto. Apesar do golo fortuito, o Nacional justificou a vantagem ao intervalo. A segunda parte foi um teste ao estado anímico e emocional dos tricampeões. E o FC Porto passou no exame. Hulk igualou aos 51' e Rodriguez colocou o FC Porto na frente aos 72', num espectacular lance acrobático. Golaço do nosso CR10! Mas este FC Porto continua a ser demasiado macio lá atrás e não foi surpresa ter surgido o golo do empate aos 80 minutos. O FC Porto deu demasiado espaço num lance simples e previsível do Nacional. Valeu o tal futebol abrasivo do ataque do FC Porto para voltarmos à vantagem em cima do minuto 90'. Isto também é um aviso à concorrência: com o trio Hulk-Rodriguez-Lisandro possuído, tudo pode acontecer nos últimos 30 metros. O FC Porto sai da Madeira com a confiança em alta e com excelentes perspectivas de chegar à liderança num futuro próximo.

A «foto do dia» - Dois bilhetes do FC Porto – Vitkovice, Taça dos Clubes Campeões Europeus 1986/87

Regressamos à histórica edição de 1986/87 da Taça dos Clubes Campeões Europeus com dois bilhetes do jogo entre o FC Porto e o Vitkovice, relativo à 2ª mão da 2ª eliminatória da competição. Bilhetes de categoria ‘sócio superior’ e ‘sócio aposentado’, e com um custo de, respectivamente, 500$ (quinhentos escudos) e 400$ (quatrocentos escudos).
Os checos foram o nosso segundo adversário na caminhada até Viena. Depois de eliminar o Rabat Ajax (Malta), o FC Porto defrontou o campeão da antiga Checoslováquia. Os checos tinham sido a grande surpresa da 1ª eliminatória ao eliminarem o Paris Saint-Germain. Depois de empatar em Paris (2-2), o Vitkovice venceu em Ostrava por 1-0 e eliminou os campeões de França.Ditou o sorteio que o FC Porto se deslocasse à Checoslováquia na 1ª mão da 2ª eliminatória. Depois de terem derrotado o Paris Saint-Germain, os checos voltaram a repetir o resultado do jogo frente aos franceses e venceram o FC Porto em Ostrava também por 1-0 (Jirí Sourek aos 24' pen.). Contudo, na 2ª mão o FC Porto deu a volta à eliminatória com uma vitória por 3-0. O jogo das Antas disputou-se a 5 de Novembro de 1986 e aos 30 minutos o FC Porto já vencia os checos por 2-0, com golos de André, aos 5 minutos, e de Celso, aos 26’. Apesar da vantagem ser suficiente para aceder à próxima fase, o FC Porto só marcou o golo da tranquilidade aos 82 minutos, por Paulo Futre.
Seguiu-se o campeão da Dinamarca, o Brondby, nos Quartos-de-final.