quinta-feira, 3 de abril de 2008

O «cromo do dia» - Acúrcio

Dos 5 melhores guarda-redes portugueses, da história do FC Porto, ainda só tinhamos recordado Américo e Barrigana. Hoje é a vez de Acúrcio. Mais tarde, recordaremos Pinho e Vitor Baía.
Acúrcio, juntamente com Américo, Pinho e Barrigana, marcou uma época no FC Porto e no futebol português. Talvez o FC Porto nunca tenha tido tantos e tão bons guarda-redes, e durante várias épocas consecutivas. Depois de Barrigana, seguiram-se Pinho, Acúrcio e Américo.
É curioso que, tal como vários atletas do seu tempo, Acúrcio tenha dividido o seu tempo entre o futebol e outra modalidade onde jogava como avançado: o Hóquei em Patins!
Apesar de nesse tempo os jogadores terem a possibilidade de representar os clubes em várias modalidades, as condições nem sempre eram as melhores. Recentemente, Acúrcio deu uma entrevista onde recordou as dificuldades que os jogadores do seu tempo enfrentavam para treinar e jogar: “Havia uma parte do percurso que tinha de fazer a pé, porque não havia transportes para o estádio”.
Acúrcio foi campeão nacional pelo FC Porto na época 1958/59, quando a famosa equipa de Béla Guttmann recuperou o título conquistado 3 anos antes com Dorival Yustrich (o FC Porto voltaria a ser campeão 19 anos depois!).
As fantásticas exibições, ao serviço do FC Porto, também valeram a Acúrcio oito chamadas à Selecção Nacional (Acúrcio também foi internacional no Hóquei em Patins!), tendo-se estreado por Portugal a 21 de Maio de 1959.

3 comentários:

Anónimo disse...

Amigo Ricardo Vara:


MUITO OBRIGADO...

É o mínimo que se lhe pode dizer, depois de publicar esta «separata» (do famoso «Mundo de Aventuras»).

«Revi» o Acúrcio, recentemente, na revista «dragões», numa cerimónia da Delegação de Lisboa do FC Porto,
para que foi convidado.

Eu, aquando miúdo, fui vizinho do Acúrcio. Morava (e nasci) na Rua de Santo Isidro, e ele, morava na Rua Latino Coelho (junto à «Fiat»).

Há cerca de dois anos, eu próprio, solicitei à «Bola» para que (era vésperas de um Belenenses-Porto), em termos de efeméride,lembrassem o golo de Acúrcio no Restelo, em 1958, de baliza a baliza (com a vitória portista por 3-1).

E, surpresa minha, até porque as efemérides lembradas por aquele jornal, normalmente, só se referem aos «grandes» de Lisboa, não só a lembraram como fizeram uma óptima entrevista com Acúrcio.

Acúrcio reside em Cascais (numa localidade de nome... Antas) e ocupa-se na «administração» do Pavilhão Gimnosdesportivo daquela cidade.

O amigo não o refere mas, Acúrcio, também jogou hóquei patins no FC Porto, o que só sucederia até chegar Iustrich que o «obrigou» a optar, assim como o fez em relação ao Pinho que jogava andebol de 11,
também no FC Porto (e como guarda-redes... suplente de Madureira).

Daí, Acúrcio ter sido, também ele, campeão em 1956, exactamente como suplente de... Pinho, e orientado por Iustrich.

Saiu em 1961, após a final da Taça de Portugal (perdida, nas Antas, às «mãos» do Leixões) regressando a Moçambique e dedicando-se, em exclusivo, ao hóquei patins do Desportivo de Lourenço Marques, como Jogador-Treinador, aí tendo conquistado o título nacional de 1962/63.

Teria uma ligeira experiência como treinador de futebol ao serviço do Gil Vicente, em meados dos anos 60.

Possuo o seu «Idolos do Desporto» de Outubro de 1959 que, entre dezenas de outros, guardo muito religiosamente.

Mais uma vez, PARABÉNS, meu amigo Ricardo Vara. Isto é que é um blog.

Um abraço.

Ricardo Vara disse...

Um golo de baliza a baliza?! Desconhecia, grande surpresa!
Muito obrigado por mais este fantástico complemento ao "post".

Anónimo disse...

Amigo Ricardo Vara:


Surpresa minha...

Jámais suporia que um apaixonado, verdadeiramente, pelo Clube, como é o seu caso, e ainda por cima interessado na (sua) história, desconhecesse esse mitico golo de baliza a baliza do Acúrco, no Restelo, ao «magriço» Zé Pereira, chamado de «pássaro azul».

Foi na última jornada do campeonato de 1957/58 e até possúo u,a separata (do «Mundo de Aventuras») desse jogo:

- Acúrcio, Virgílio, Sarmento, Miguel Arcanjo e Barbosa; Pedroto e Hernâni; Carlos Duarte, Jaburú, Gastão e Osvaldo Silva.

Golos de: Carlos Duarte, Jaburú e... Acúrcio. E de Matateu.

Hoje em dia esses golos estão banalizados.

Aliás, como Acúrcio lembra nessa entrevista a «A Bola», que eu provoquei, esse golo foi obtido com um braço partido que, depois, lhe deu muitas chatisses, até com a Direcção do Clube, o que o fez retirar temporáriamente para Moçambique, voltando após o defeso e preparação da época de 1958/59.

Se estiver interessado em ler essa entrevista (deliciosa), transmitir-lhe-ei a data do jornal.

Acúrcio, como lhe disse, é um dos meus mitos, até porque fomos vizinhos e aquela figura (homem enorme) impressionava.

Um abraço.