As contas azuis e brancas estão
no vermelho, depois de cinco anos de resultados positivos o último relatório de
contas deu a conhecer um passivo colossal de quase 36 milhões de euros. Será
que o actual modelo financeiro e desportivo está esgotado? Recentemente o
director desportivo portista Antero Henrique referiu que o modelo de sucesso do
FC Porto “assenta em três pressupostos: recrutamento, desenvolvimento e
rendimento.” Se a nossa análise crítica apontar para um passado recente, diríamos
que até agora este paradigma tem dado bons resultados, com muito dinheiro a
entrar no dragão e desportivamente óptimos resultados. A questão pertinente que
se põem é se no futuro poderá este padrão de gestão continuar a ser posto em
prática. Comprar jogadores a bom preço é cada vez mais difícil, principalmente
no mercado sul-americano, as mais-valias realizadas nestes negócios são menores
e pelo meio ainda há os fundos de jogadores que aos poucos vão tomando conta do
passe dos mesmos numa relação pouco transparente. Talvez ainda seja cedo para
falar numa mudança de estratégia, porém, é imperioso que se faça alguma coisa
de substancial, nomeadamente a redução da massa salarial.
Amândio Rodrigues
2 comentários:
Sejamos realistas: as contas da SAD só colocarão os adeptos em alerta quando os resultados da equipa de futebol não corresponderem às expectativas. Infelizmente, os humores do adepto “normal” estão sempre dependentes da bola que bate na trave…. Mas preocupa-nos mais a inércia a nível do marketing e da projecção da marca (pouco mais de 30 mil pessoas num jogo da Liga dos Campeões é muito pouco) do que a consolidação das contas. Isto é como a economia: se as pessoas não consumirem não há soluções milagrosas! No caso do FC Porto, quanto mais entusiasmo for gerado à volta da equipa de Futebol, mais possibilidade haverá de obter receitas e mais-valias.
Não vejo alternativas, para um Porto minimamente competitivo a competitivo a nível internacional, se não for esse modelo. Se formos a contar apenas com receitas ordinárias, estamos feitos, nem os médios jogadores chegaríamos... É óbvio que acarreta riscos, mas tem de ser por aí. O que se passou foi que para equilibrar as contas temos temos de ter mais valias, em vendas, de cerca de 25 milhões de euros. Na época passada cometemos loucuras, não tivemos essa verba, a diferença entre o que compramos e vendemos não deu os tais 25 milhões, pelo contrário, gastamos mais do que recebemos e assim, prejuízos elevados. Já estamos a arrepiar caminho, só contratamos o Jackson, baixamos a massa salarial...
A situação não é fácil, mas temos de dar a volta, procurando perder a menor competitividade possível.
Abraço
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