A LPM (http://www.lpmcom.pt/), agência de comunicação de Luís Paixão Martins, decidiu rescindir o contrato com o FC Porto e terminar a colaboração que recentemente tinha acordado com o clube. Segundo Luís Paixão Martins, a LPM tem sofrido pressões de organismos públicos e privados de forma a deixar de trabalhar com o FC Porto em matéria de comunicação e relações externas. Curiosamente ou não, este vergonhoso episódio teve pouco eco na comunicação social desportiva. Não deixa de ser lamentável que uma certa imprensa desportiva que tem o hábito de classificar o nosso futebol de indígena venha agora ignorar este episódio digno de um país do terceiro Mundo. Mas só depois de consultar o "blog" (http://bloglpm.lpmcom.pt/) de Luís Paixão Martins é que entendi esta tentativa da imprensa desportiva de branquear este episódio. É que segundo o responsável da agência, surgiu no Correio da Manhã uma notícia que associava a LPM ao dossier anónimo entregue recentemente na Policía Judiciária. Segundo uma fonte anónima da PJ, "as investigações desenvolvidas levaram já à identificação de uma agência de comunicação que é "suspeita" de ter participado, ou fornecido conteúdos para a redacção do referido documento". Foi depois desta suspeição e das pressões que se seguiram que a LPM decidiu terminar a ligação com o FC Porto. Aqui fica o conteúdo da carta enviada ao FC Porto e o comentário de Luís Paixão Martins no seu "blog".
A carta da LPM:
«Pela circunstância de estarmos ligados ao Futebol Clube do Porto por um contrato de prestação de serviços de Conselho em Comunicação e Assessoria Mediática temos sofrido, nas últimas semanas, uma lamentável sucessão de pressões ilegítimas. Não é este o momento adequado para tornarmos público o conteúdo e a forma dessas pressões, mas queremos deixar claro que nunca, nos 20 anos de actividade da LPM, algo de semelhante tinha ocorrido. Tememos que a continuação do contrato que nos liga ao FCP possa colocar em risco a normal actividade da LPM em prejuízo dos cerca de 70 colaboradores que empregamos e das cerca de 50 instituições que representamos. Estas circunstâncias levam-nos a solicitar a rescisão amigável do contrato. No momento em que o fazemos deixamos claro que nada de menos ético – muito menos ilegal - ocorreu no nosso relacionamento com a vossa instituição e que as pressões que têm sido exercidas sobre a LPM, essas sim, pressupõem uma lamentável falta de seriedade de entidades que deveriam dar o exemplo ao País. A curta experiência de trabalho com o FCP confirmou, infelizmente, o que tínhamos identificado no diagnóstico inicial: existe uma anormal coligação de interesses que procura impedir a expressão pública da vossa instituição, mesmo quando se trata de situações que poderíamos descrever como de legítima defesa. Nas últimas semanas, porque ocorreram episódios mediáticos (a maior parte sem qualquer intervenção nem do FCP nem da LPM) que mostram quão frágil é o guião construído por esses interesses, foram sendo utilizados sobre a nossa empresa meios, públicos e privados, que relevam sobremaneira o desespero dessas entidades e a falta de consideração pelos princípios éticos que deviam respeitar. Neste contexto, estamos certos de que compreenderão melhor do que ninguém esta nossa decisão.»
O comentário no "blog":
Uma das regras da minha vida é não dar importância às imbecilidades que se me atravessam no caminho. É por não perder tempo com essas matérias que consigo fazer tanta coisa e andar para a frente. Mas, por vezes, sou forçado a abrir uma ou outra excepção - não vá alguém pensar que existe algum pó de inteligência onde só se encontra imbecilidade.A imbecilidade para aqui chamada começou no sábado passado no Correio da Manhã. A propósito de um documento que fora apresentado na SIC sob a referência "Apito encarnado", fonte anónima da Polícia Judiciária anuncia que "as investigações desenvolvidas levaram já à identificação de uma agência de comunicação que é "suspeita" de ter participado, ou fornecido conteúdos para a redacção do referido documento". No dia seguinte, no mesmo jornal, a fonte passou a ter direito a foto e declara o seguinte: "Existem clubes que contratam agências de comunicação para descredibilizar a investigação". Na 2ª feira, no Record, um jornalista reformado que sempre se deu bem com todas as polícias acrescenta o pormenor de a agência de comunicação ter sido "recentemente contratada". Ora, perante esta sucessão de imbecilidades, esclareço o seguinte: 1. Sim, a LPM tem um contrato – que se pode considerar recente – com o Futebol Clube do Porto (o que não é segredo, como se pode constatar na Carteira de Clientes da LPM aqui); 2. Não, a LPM não tem nada a ver com o documento em causa, nem seria eticamente aceitável que algum dos seus colaboradores produzisse ou contribuisse para produzir um documento que foi divulgado pelos media como sendo anónimo embora com o timbre da Polícia Judiciária (Código de Ética da Disciplina de Assessoria Mediática aqui); 3. A LPM não o fez porque tal violaria, como disse, os seus princípios éticos e nunca o faria porque, adicionalmente, nenhum dos seus clientes – nomeadamente o Futebol Clube do Porto – lhe solicitaria tal prática (os Valores da LPM aqui). Há pessoas que, em função da sua actividade profissional, passam a vida a conviver com marginais. Talvez por isso acabem por julgar todos os outros, mesmo os que nada têm a ver com esses ambientes, à luz dos critérios com que avaliam os marginais. E isso, como é bom de ver, não contribui para o discernimento, o rigor da análise e a prudência de quem vem para os media falar em nome de uma instituição tão importante como a Polícia Judiciária. Porque será que, de repente, há jornalistas que julgam que passaram a saber o que eu digo ao telefone?"
Luís Paixão Martins, 21/08/2007
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