segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Um FC Porto de trazer por casa!

Começo a escrever este 'post' às 0h45, depois de mais uma vez ter estado presente no Estádio da Luz a acompanhar o nosso mágico FC Porto (julgo que assisti a todos os clássicos disputados na Luz nos últimos 15 anos, pelo menos os respeitantes a jogos do campeonato, e o Benfica venceu poucas vezes!).
Apesar do frio cortante e da chuva persistente que foi necessário suportar, continua a ser um prazer ir à Luz assistir a estes clássicos com tanta tradição e rivalidade (espero que o Benfica continue a ser o nosso maior rival nas próximas épocas, pois esta tensão, que paira no ar sempre que os dois clubes se defrontam, é única no futebol português). No entanto, confesso que nestes últimos 10/15 anos nunca tinha visto o FC Porto abordar tão mal um clássico disputado no Estádio da Luz. Foi só equívocos!
Como é possível Jesualdo repetir aquela fórmula (um '4-3-3' puro) que tão maus resultados deu sempre que em épocas anteriores o FC Porto enfrentou o '4-4-2' losango de Paulo Bento (idêntico ao que Jesus privilegia no Benfica)?
E como é possível deixar que uma equipa cheia de remendos no seu «onze» (o Benfica jogou sem 4 habituais titulares) e com vários jogadores esgotados fisicamente (Ramires, Urreta, Carlos Martins,...) consiga controlar o jogo durante largos períodos?
E como é possível que depois de refrescar o seu «onze» com outros dois remendos (Weldon e Filipe Menezes), o Benfica consiga estar mais perto do 2-0 do que o FC Porto da igualdade?
Sejamos coerentes e justos: o teimoso Jesualdo Ferreira levou um banho de táctica e de estratégia do astuto Jorge Jesus. O Benfica esteve sempre por cima!
A verdade é que os acontecimentos das últimas semanas (vitórias esclarecedoras do FC Porto em Guimarães e em Madrid, e alguma perda de entusiasmo do Benfica, que entretanto desperdiçou alguns pontos) fizeram com que o FC Porto passasse a ter mais responsabilidades sobre o jogo de hoje. Uma derrota, frente a um Benfica menos confiante do que há uns meses atrás e privado de alguns habituais titulares, seria sempre um péssimo resultado, independentemente das contingências do jogo.
Aliás, perante o discurso confiante de adeptos e comentadores desportivos ligados ao FC Porto, até um empate seria considerado um mal menor.
Conclusão: além de ter sabido lidar melhor com as expectativas que se criaram à volta do jogo, o Benfica também soube explorar melhor as insuficiências e limitações do seu adversário.
Agora, na segunda-volta do campeonato, o FC Porto terá que reduzir a diferença de 4 pontos que o separa dos dois primeiros classificados de forma a garantir que, aquando da recepção ao Benfica (penúltima jornada!), depende apenas de si próprio para chegar ao 'Penta'. Não sendo fácil, também não me parece que seja utópico!
Nota: quando estava a caminho de casa, ouvi Jesualdo Ferreira dizer no 'flash interview' que o FC Porto continua empenhado em vencer todas as provas. Esperemos que o discurso do «estar em todas as frentes» não seja para adoptar sempre que o FC Porto perca pontos no campeonato. Não é essa a cultura do clube, e o Professor sabe-o!
Positivo (+):
- o inconformismo de Fernando;
- os primeiros 15 minutos do FC Porto na segunda-parte;
- o esforço do desapoiado Falcão;
Negativo (-):
- o mau posicionamento táctico do FC Porto (a opção por um '4-4-3' rígido levou a que o meio-campo estivesse sempre em inferioridade numérica);
- Guarín, que teima em desperdiçar consecutivas oportunidades (será que o colombiano se vai transformar na nova obsessão do Professor, uma espécie de 'novo Mariano Gonzalez'?);
- a insistente e previsível solução de juntar Farías e Falcão no ataque sempre que a equipa não joga bem;
- a ausência de Varela no «onze»;

3 comentários:

Dragaopentacampeao disse...

Foi uma derrota difícil de engolir, não tanto pelo resultado, mas principalmente pela fraca exibição, num retorno ao passado recente, apenas interrompido em duas ocasiões (Guimarães e Madrid).

Os problemas desta época (imprecisão no passe, perda de bola frequentes, incapacidade de construção de jogo ofensivo, desconcentrações comprometedoras, atitude desajustada e alguma falta de classe)reapareceram num jogo em que o FC Porto tinha tudo para ser feliz.

O adversário, longe da capacidade enaltecida pela propaganda panfletária dos pasquins, soube explorar as fraquezas há muito patenteadas pelos Dragões, com a protecção aqui e ali do habilidoso e mafioso Lucílio Calabote, acabando por levar a água ao seu moinho, num lance duvidoso, onde sobressaíram um conjunto dos defeitos apontados acima.

Pode-se especular se com Varela e Belluschi a titulares a exibição teria sido diferente.

Sinceramente, eu acho que o problema é infelizmente mais profundo.

Falta um patrão do meio campo e um avançado eficaz, diferentes dos que temos.

Ao que parece Pinto da Costa está satisfeito com o plantel! Como ele raramente se engana, continuarei a sonhar com o Penta.

Um abraço

Anónimo disse...

Votos de um feliz natal

Abraço

http://legionofdragons.blogspot.com

Luis disse...

o Porto desiludiu-me neste jogo. fui ver o jogo a casa de amigos, estava confiante numa vitória !!

:)


...bem eu no final... o pior nem foi termos perdido e ter que ouvir os mouros, o pior foi ver o mau jogo que o porto fez, na altura fiquei com uma sensação que perdemos ali o campeonato.

Espero que não, mas alguns jogadores desiludem-me um pouco, e o Jesualdo já não ajuda muito.

Cumps

Luis