segunda-feira, 19 de julho de 2010

Queremos a fasquia lá em cima!

Apesar dos agradáveis pormenores (principalmente nos primeiros 20 minutos) que marcaram a exibição do FC Porto frente ao Ajax, continuam a haver opções que nos deixam algo inquietos nesta pré-época 2010/11, principalmente a nível defensivo. Estaremos a ser demasiado exigentes quando ainda faltam mais de duas semanas para o início oficial da época? Talvez, mas o actual potencial do nosso maior rival (Benfica) a isso nos obriga. Vamos mesmo ter que ser exigentes com o FC Porto 2010/11!
Neste momento, é a defesa que me deixa mais apreensivo. Apesar de Emídio Rafael estar a ser uma agradável surpresa, ainda há muita gente do sector defensivo que está meio perdida e que continua a não entender que jogar no FC Porto não é apenas sinónimo de títulos e prestígio mas também de responsabilidade e exigência. Vamos começar pelas laterais: se queremos recuperar o título, o FC Porto têm que possuir defesas-laterais tão bons ou melhores que os laterais (Maxi Pereira e Fábio Coentrão) do nosso maior rival.
Julgo que é precipitado pensar-se que na próxima época vamos ter no FC Porto o Fucile concentrado e motivado que esteve no Mundial (e vamos lá ver se ele continua...).
Se a essa dúvida juntarmos a maior eficácia que Álvaro Pereira revela a atacar do que a defender, já temos dois problemas por resolver lá atrás. E as soluções não são muitas, principalmente para a lateral direita, pois Miguel Lopes (é demasiado impetuoso e tem dificuldade em calcular o tempo exacto de desarme) e Sapunaru (posiciona-se quase sempre mal em campo e perde mais de metade dos duelos que trava com o seu adversário directo) não parecem estar preparados para assumir a titularidade (nota: de falta de oportunidades é que alguns jogadores (Sapunaru, Stepanov, Tomás Costa,... ) não se podem queixar, pois Villas-Boas tem sido justo com todos).
No centro da defesa as reticências não são tão grandes, mas a falta de tempo e a provável saída de Bruno Alves podem vir a ser um 'handicap'. Há poucas rotinas entre Sereno, Maicon (parece preparado para ser titular!), Rolando, André Pinto (vai ser emprestado!) e Stepanov (tinha tudo para ser um excelente defesa central mas as suas permanentes desatenções irritam qualquer um!), e muito difícilmente um possível substituto de Bruno Alves assumirá logo a titularidade, a não ser que a SAD nos surpreenda com a contratação de um defesa-central de 'top'.
Ainda assim, e apesar de todas estas reticências, o maior problema do FC Porto continua a chamar-se Jorge Jesus. O actual treinador do Benfica conseguiu que a sua equipa colocasse a fasquia bem lá em cima. E pelo que temos visto até ao momento, o Benfica vai continuar forte em 2010/11. Isso é bom para o campeonato e para o próprio FC Porto, que nas últimas épocas parecia abordar a Liga num registo "piloto automático". Agora, temos que nos mobilizar e fazer uma época ainda melhor do que qualquer uma das épocas do «tetra».
Neste momento ainda é cedo para tirar conclusões definitivas sobre o FC Porto 2010/11, mas fica a sensação de estarmos no bom caminho. Há entusiasmo, um treinador inteligente e ambicioso, uma massa adepta mobilizada e exigente, e um plantel jovem e de qualidade.

2 comentários:

Dragaopentacampeao disse...

Este primeiro jogo no Dragão soube-me a desilusão.

Entendo que será necessário muito trabalho para os jogadores assimilarem os novos processos, as novas concepções e métodos.

Confesso, no entanto, que esperava um pouco mais da equipa.

Nota-se alguma indecisão de AVB no que toca à escolha do plantel. Neste jogo foi bem evidente até pelo número de jogadores utilizados.

Independentemente de faltarem ainda jogadores influentes, Fucile, Rolando, Bruno Alves, Álvaro Pereira, Raul Meireles e Varela, alguns dos quais certamente não farão parte do plantel, esperava que a equipa tivesse já a espinha dorsal mais delineada.

É cedo para tecer críticas mas contava mais de alguns reforços.

Sereno apresentou-se muito permeável, Emídio Rafael muito pouco ofensivo, Moutinho ainda pouco influente, James Rodríguez lento e nada atrevido e ainda pouco corajoso. Esperava dele mais arrojo no um contra um, que foi evitando.

Sapunaru e Tomás Costa foram iguais a si mesmos (fraquinhos)e Belluschi intermitente.

Está na hora de dar passos firmes rumo a níveis mais exigentes. O tempo começa a escassear.

Um abraço

Remígio Manuel Silva da Costa disse...

Na minha opinião, André Vilas Boas, tem vindo a testar as reais potencialidades de algumas pedras, para poder decidir sobre a sua continuação ou dispensa, daí as oportunidades dadas aos que nunca verdadeiramente se afirmaram.

Ontem, terá sido a última.

Se assim for, o plantel está longe de estar fechado.

Entendo a conclusão final que faz e, consequentemente, há muito que não me sentia tão motivado como neste momento estou.