segunda-feira, 15 de novembro de 2010

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Depois de ter atingido o clímax no jogo da semana passada, frente ao Benfica, o FC Porto corria agora o risco de ficar com poucos estímulos para o jogo frente ao Portimonense. Tal como tínhamos alertado a meio da semana anterior, o verdadeiro trabalho de André Villas-Boas ia começar agora. É preciso gerir o deslumbramento e alguma falta de motivação resultante da confortável vantagem pontual na tabela classificativa.
Nestas circunstâncias, o Portimonense até acabou por ser o adversário ideal para o FC Porto retomar a sua impressionante série de invencibilidade na Liga. Os algarvios correm muito, mas são algo desorganizados a defender e não possuem nenhum jogador que assuma e “agarre” no jogo a meio-campo. A irreverência dos jovens Candeias e Ivanildo nem chegou a fazer cócegas ao preguiçoso FC Porto de ontem. Com mais esta vitória, o FC Porto eleva a sua relação entre golos marcados e sofridos para um interessante ‘score’ de 27-4. Sendo agora esse o primeiro critério de desempate entre dois clubes igualados na tabela classificativa, isso significa que o FC Porto terá de perder 11 pontos para ser arredado do primeiro lugar. Excelente “almofada”!
Uma comparação: por esta mesma altura da época passada, o ‘FC Porto de Jesualdo’ estava a 5 pontos do primeiro classificado, já tinha sido derrotado duas vezes e apresentava um ‘score’ de 21-9 entre golos marcados e sofridos. Ou seja, menos 6 golos marcados e mais 5 sofridos!
Isto significa que o FC Porto de Villas-Boas já ganhou legitimidade para nos oferecer uma exibição menos exuberante como a de ontem.
Positivo (+):
- o golo de Walter (o avançado brasileiro continua um pouquinho pesado, mas tem respondido com golos sempre que é chamado a substituir Falcão);
- Belluschi e Ruben Micael: foram eles a resgatar o jogo da monotonia, descobrindo linhas de passe onde outros só viam pernas do adversário;
- poucos treinadores na Europa revelam tanta confiança nos habituais suplente como Villas-Boas tem revelado (o treinador do FC Porto dá-se ao luxo de não forçar a utilização de jogadores como Sapunaru, Maicon e Falcão);
- apesar do exibição menos conseguida, o FC Porto manteve a baliza inviolável (estamos a falar da defesa menos batida dos melhores campeonatos europeus!);
Negativo (-):
- a numerosa presença de público no Dragão (mais de 40 mil espectadores) merecia mais golos e uma postura mais séria e assertiva por parte da equipa;
- o ritmo médio/baixo que o FC Porto imprimiu durante todo o jogo fez com que a incerteza no resultado se prolongasse até aos… 89 minutos!;

4 comentários:

Remígio Manuel Silva da Costa disse...

Apesar do milho em caixa garantir sustento para muito Inverno, qualquer desperdício, por pequeno que fosse, faria um grande banquete que os bandos famintos dos abutres não deixariam de sequer os ossos por lamber.

Invictus disse...

Muito sinceramente, não gostei do que vi, parece que voltamos ao inicio e/ou ao antigamente.
Sei que as vezes é preciso jogar mal, jogar feio, que as vezes as coisas não saem bem, mas NUNCA depois de um jogo igual ao da semana passada, foi o jogo dos "cincazero" malta, algo esteve mal hoje, faltou alguma coisa, espero que não tenha sido motivação...
Não consegui achar um jogador que se distinguisse dos outros.
Não gostei e pronto.
Valeu pelos 3 pontos e pelo manter da distancia...
Força rapazes

Artur Guedes in
http://oimensovoododragao.blogspot.com/ e http://mundoazulebranco.blog.pt/

Anónimo disse...

Análise objectiva e correcta.
Na actualidade, chega o aniversário do nosso estádio, em maré alta...

A propósito:

É esta, mesmo, uma data que diz muito a todos os Portistas, como, no caso pessoal, também recordo
em

http://longara.blogspot.com/

Aquele dia, apesar daquele frio... tantas imagens... parecendo que estávamos num outro sítio... Quem não tem suas recordações disso tudo, desse dia, daquele acontecimento?!

Abraço

, uma

Anónimo disse...

É normal que ninguém tenha gostado muito do que viu, mas como aqui foi dito, depois de um 5 0 ao grande rival que mais é preciso fazer se nao manter a distância?
Realmente os mais de 40 mil que estavam no estádio mereciam um bocadinho mais, mas percebe-se completamente. Além das várias ausências, o jogo exigia alguma paciência e isso foi notório. O Porto de Villas Boas não é o benfica do Jesus do ano passado que queria golear e esmagar, o Porto faz aquilo que tem de ser feito e numa gestão de esforço não vale a pena exagerar.

De referir que fiquei um pouco desiludido com o Ruben Micael. Parece que joga muito melhor quando entra a meio do jogo e não quando é titular.
O Walter, não sei, precisa de algo, perder uns quilitos talvez e estar mais atento.

Cumps.