sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Em Sevilha somos (e fomos!) felizes

O futebol tem esta capacidade de nos ligar a lugares que, noutras circunstâncias, pouco significado teriam. Quando escrevermos a história do FC Porto de A a Z, já teremos o S e o V reservados para, respectivamente, Sevilha e Viena.
O FC Porto voltou a ser feliz em Sevilha, mas a verdade é que na 2ª parte nunca teve o jogo controlado. Isso não se ficou a dever a qualquer insuficiência que o FC Porto tenha mostrado, mas ao jogo difícil de contrariar que o Sevilha coloca em prática quando joga no seu estádio. Os espanhóis abusam do futebol directo, com passes longos e constantes mudanças de flanco, talvez como forma de tirar o máximo partido daqueles dois possantes avançados (Kanouté e Fabiano). Nesse aspecto, o Sevilha talvez seja a equipa menos latina das equipas de ‘top’ espanholas.
Contudo, o Sevilha parece ter aprendido pouco com os recentes confrontos, na Liga dos Campeões, entre FC Porto e At. Madrid (4 jogos: 2 vitórias do FC Porto e 2 empates). Fica a sensação que estes ‘médios-grandes’ clubes espanhóis (Dep. Corunha, Valência, Sevilha, At. Madrid,…) olham para o estatuto do FC Porto na Europa com alguma sobranceria. Além disso, julgam-se ‘grandes’ só porque estão inseridos na melhor Liga do mundo…. Mas ser ‘grande’ é outra coisa. Como diz Villas-Boas: «é vencer cá dentro e na Europa»!
Com este resultado, o FC Porto garante o quinto jogo consecutivo sem perder na vizinha Espanha em jogos das competições europeias (empates com Real Madrid, no Santiago Bernabéu, e At. Madrid, no Vicente Calderón, e vitórias frente ao Deportivo, no Riazor, frente ao At. Madrid, no Vicente Calderón, e frente ao Sevilha, no Sánchez Pizjuán). Um ‘score’ notável para um clube que, na altura dos respectivos confrontos, apresentava um orçamento inferior a qualquer um dos seus adversários.
Positivo (+):
- Rolando: juntou um golo à sobriedade e descrição habituais (a sua postura algo tímida e recatada prova que não é necessário levantar a voz para se ser um símbolo do FC Porto);
- a forma determinada e subida no campo como o FC Porto iniciou o jogo (uma postura desgastante e que nos minutos finais teve que ser compensada com algum espírito de sacrifício e uma aitude de combate);
- a excelente leitura de jogo que Villas-Boas fez no momento das substituições (Varela e James estavam a ser os jogadores menos agressivos do FC Porto);
- a sorte também protegeu o FC Porto (a mesma sorte que lhe tinha virado as costas noutra recente visita a Espanha: 2-2 no Vicente Calderón);
Negativo (-):
- na 2ª mão, o FC Porto tem que defender de outra forma os lances de bola parada (alguém tem que “atacar” aqueles cruzamentos para a cabeça de Fabiano e Kanouté);
- a passividade que Varela e James revelaram nalguns lances tornaram a equipa menos agressiva no ataque e colocaram dificuldades acrescidas aos dois laterais do FC Porto;

3 comentários:

Remígio Manuel Silva da Costa disse...

Com o que toda a gente concorda é que, para chegar à felicidade, é preciso trabalhar muito e bem. Foi o que fizeram ontem os jogadores do Futebol Clube do Porto e o seu treinador Villas-Boas que, como se viu, trabalharam muito e bem.

Rui Anjos (Dragaopentacampeao) disse...

Num jogo em que a sorte foi elemento fundamental, o FC Porto lutou com raça e fez por merecê-la.

Primeira parte de pressão alta, domínio, controlo e muita cabecinha.

Segunda parte de menor pressão face à perda de força física, mais sofrida pela cavalgada sevilhana, alguma felicidade na obtenção da vitória, em momentos cruciais.

Destaque pela positiva, a coesão defensiva, onde Rolando, Helton e Otamendi foram gigantes (por esta ordem)e pela negativa o incompreensível desbaratar de fáceis lançamentos do contra-ataque perigoso, por irritantes passes mal dirigidos de que abusaram Belluschi e Moutinho!

Quarta-feira espera-nos uma missão ingrata pois o Sevilha patenteou grande capacidade ofensiva.

Teremos de ser um Porto de boa colheita para prosseguirmos na prova.

Um abraço

Diogo disse...

Jogo muito complicado, em que a nossa estrelinha europeia brilhou mais alto e nos garantiu um excelente resultado. Mas desengane-se quem acha que isto está resolvido, ainda vamos ter um jogo muito difícil na quarta feira, e só um Porto extremamente concentrado segura a força atacante sevilhana!



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