O húngaro Janos Kalmar foi o 31º treinador do FC Porto e orientou a equipa nas épocas de 1962/63 e 1963/64. Foi mais um treinador conceituado que passou pelo FC Porto em plena travessia do deserto no que a títulos diz respeito, e que acabaría por não terminar a temporada de 1963/64 sendo substituído na altura por Artur Baeta. Apesar dessa equipa do FC Porto ter sido formada por alguns jogadores conceituados como Américo, Miguel Arcanjo, Custódio Pinto, Azumir, Hernâni ou Carlos Duarte, nessas duas épocas, o FC Porto não foi além da segunda posição e ficou, em ambas, a 6 pontos do Benfica que foi campeão, primeiro com Fernando Riera e na época seguinte com Lajos Czeizler.
Janos Kalmar nasceu na Hungria a 21 de Março de 1908. Antes de chegar a treinador foi um fantástico avançado que representou o MTK de Budapeste e a Selecção da Hungria. Durante a época 1928/29 foi mesmo o melhor marcador do campeonato com 20 golos. Kalmar iniciou o percurso de treinador no Honved de Budapeste tendo na altura o privilégio de orientar a famosa equipa do Honved com Ferenc Puskas, Zoltán Czibor, Sándor Kocsis e József Bozsik. Com esse fantástico naipe de jogadores sagrou-se por quatro vezes campeão da Húngria. Depois da Revolução húngara, Janos Kalmar rumou a Espanha para orientar o Sevilha e mais tarde o Granada CF antes de chegar ao FC Porto na temporada 1962/63. No FC Porto foi vice-campeão nacional e o prestígio que mantinha na altura levaría-o novamente ao futebol espanhol para treinar o RCD Español, o Real Zaragoza e o CD Málaga. O FC Porto acabou por ser a única equipa que orientou, depois do Honved, fora do território espanhol.
2 comentários:
Amigo Ricardo Vara:
Apesar, de facto, de coincidir com a «travessia do deserto» futebolêz falando, a verdade é que, 1963/64, trás grandes e gratas recordações ao FCPorto, Clube.
Dirigido, na altura, por «amor à camisola» (gratuitamente) por José Nascimento Cordeiro que enriqueceu patrimonialmente o FC Porto com pistas para o ciclismo e para o atletismo, além da electrificação,
pioneira no país.
Sairia em conflito com Pinto de Magalhães que, sucedendo-lhe, se recusaria a «devolver-lhe» doações feitas, que o obrigaria a accionar o Clube, mas que, se recusaria a usufruir, entregando à Sociedade Protectora dos Animais.
Futebolezmente falando, era o tempo da «ditadura» lisboeta e, por isso, impossível de se impor, daí, não só Kalmar não vingararia assim sucedendo a Jorge Orth, a Fernando Riera, a Flávio Costa, a Otto Glória, etc., etc..
«Ditadura» terminada após a
«Revolução de Abril» (e não, como se pensa, após a «era Pinto da Costa»).
Surpresos ? Já ouviram falar de Angelo César, Hurgel Orta, Cesário Bonito ? Todos estes, e «à Pinto da Costa», ao defenderem o Clube, viram-se suspensos de funções.
Falei em património? E, já agora, em ecletismo? Reflitam, p.f.; o que era o FC Porto antes de 1982 e o que é agora...
Faço-me entender ?
Claro que, a reflexão não tem de ser feita pelos... «futebolezes»
Um abraço
ERRATA: Ao se referir... 1963/64 (deveria referir... 1962/64); e, quando se refere «doações» (por parte de Nascimento Cordeiro), não está correcto, é...«empréstimos»
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