quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Nós somos o FC Porto!

Agora sim, o At. Madrid soçobrou no Dragão. Não foi uma vitória (2-0) com bom futebol, mas houve raça, ambição, querer, responsabilidade e, porque não dizê-lo, aquela cultura de vitória muito própria dos clubes com mais tradição na prova. Grande mentalidade!
Depois de dois jogos, nos Oitavos-de-final da época passada, em que os espanhóis foram protegidos pela sorte, era fundamental o FC Porto corrigir aqueles dois empates e não deixar dúvidas sobre o potencial das duas equipas. O FC Porto é melhor!
É curioso que, na época passada, o FC Porto realizou dois excelentes jogos na eliminatória frente ao At. Madrid e não conseguiu vencer nenhum (2-2 em Madrid e 0-0 no Dragão). Nessas duas partidas, a sorte e a eficácia nada quiseram com o FC Porto. No entanto, ao eliminar os espanhóis, o FC Porto ganhou confiança e, ao mesmo tempo, deixou o adversário receoso de novo duelo com o campeão português. Hoje, o At. Madrid até respeitou o FC Porto, mas encontrou uma equipa que queria muito ganhar e que não se importou de esperar 75 minutos pelo golo.
Apesar do FC Porto encaixar muito melhor no «4-4-2 clássico» que Abel Resino utiliza no At. Madrid do que no «4-4-2 losango» que Paulo Bento privilegia no Sporting, a verdade é que hoje teve mais dificuldades em ganhar o duelo de meio-campo do que no jogo de Sábado.
No entanto, o At. Madrid pareceu sempre uma equipa demasiado dependente do instinto de Aguero e Forlan. Ou seja, a boa posse de bola dos espanhóis até irritou o FC Porto, mas foi algo inconsequente. Ainda assim, o FC Porto foi sempre obrigado a jogar um futebol mais directo, privilegiando, quase sempre, o passe longo e de maior risco.
Assim, a passagem de Raúl Meireles para a posição que Tomás Costa inicialmente ocupou acabou por ser a chave para desbloquear o jogo. Sem Fernando, o FC Porto perdeu poder de choque e de antecipação na zona à frente da defesa, mas ganhou mais qualidade de passe (Meireles, finalmente!) na primeira zona de transição para o ataque. O FC Porto acabou por realizar uma 2ª parte em crescendo e que nos últimos minutos de jogo deixou os espanhóis a... cambalear!
Agora, os próximos 3 jogos (dois com o APOEL e um com o Chelsea) do FC Porto na competição serão fundamentais para o apuramento. Neste momento, as contas são fáceis de fazer: se fizer pelo menos 7 pontos nos próximos 3 jogos, o FC Porto chegará a Madrid, na última jornada, com 10 pontos conquistados, ou seja, com a qualificação para os Oitavos-de-final praticamente garantida.
Hoje, o FC Porto foi paciente e nunca subestimou o seu adversário. Apesar do Atlético ter sofrido 13 golos em apenas 5 jornadas do campeonato espanhol, os espanhóis continuam a ser uma equipa forte numa competição com as características da 'Champions'. Fica a pergunta: quantas equipas portuguesas (e europeias) conseguiriam vencer o At. Madrid?
Positivo (+):
- a cumplicidade entre Hulk e Falcão;
- a intensidade de Fucile (que grande jogo!);
- a entreajuda entre toda a equipa;
- a lucidez táctica do FC Porto nos momentos em que o Atlético esteve por cima no jogo;
- o passe de Raúl Meireles para Hulk no lance do primeiro golo;
- a recordação de Viena no calcanhar de Falcão;
- o calendário do FC Porto (joga agora duas vezes com o 'outsider' APOEL e de seguida recebe o Chelsea);
Negativo (-):
- a dificuldade do FC Porto em "agarrar" no jogo;
- a experiência com Tomás Costa na 'posição 6';
- equipa mantém alguma permessividade a defender os lances de bola parada;

5 comentários:

Dragaopentacampeao disse...

O FC Porto fez uma exibição pálida durante cerca de setenta minutos em que se abusou do passe longo e mal dirigido. Nesse período fomos inofensivos e permitimos que o Atlético rematasse com perigo. Helton foi seguro, mantendo as redes invioláveis.

Depois da entrada de Guarín o jogo levou uma grande volta. Surgiu o Porto europeu a jogar e a encantar.

Temos que conseguir jogar a maior parte do tempo de jogo dessa forma. Se tal acontecer o Penta será mais que certo.

Gostei da raça, atitude, coragem, empenho e classe do Fucile. Hulk, Falcão, Belluschi e Helton foram as exibições positivas.

Um abraço

Anónimo disse...

Exibições fantásticas de Fucile, Hulk, Falcão e Helton. Jesualdo acertou com Guarin... desta vez.
E a goleada (?!!) em Atenas?
Bastou encontrarem uma equipa menos fraquinha e... lá se foram as goleadas. E aí está o futebol medíocre de um grupo cheio de jogadores na pré-reforma.
Em 1987, antes da final entre FC Porto e Bayern, um benfas frustrado manifestou a sua vontade de que a equipa da Invicta perdesse. A partir daí 2 clubes em Portugal me dão alegrias: o FC Porto quando ganha e o Benfica quando perde. Hoje estou radiante!

Fernando Moreira - V. Real

Anónimo disse...

A história mal contada de uma “testemunha normal”

«Maria José Morgado garantiu, ontem, quarta-feira, que Carolina Salgado foi tratada como uma "testemunha normal" no Apito Dourado e revelou-se ofendida com a acusação de que a equipa especial de investigação por si liderada manipulou depoimentos.

Em causa estão declarações prestadas pela irmã gémea de Carolina ao Ministério Público do Porto, em Junho de 2007, aludindo a alegadas "cumplicidades" entre elementos da equipa especial de investigação do Apito Dourado e a ex-companheira de Pinto da Costa. Ana Salgado alegara que Maria José Morgado, na altura coordenadora da referida equipa, telefonava a Carolina para informá-la sempre que era deduzida uma acusação e para "dar-lhe força para continuar". E que o inspector da PJ Sérgio Bagulho, integrante da mesma unidade, teria "treinado" aquela testemunha.

Ontem, no início do julgamento de Ana Salgado - que responde por dois crimes de difamação agravada - a procuradora-geral adjunta rejeitou todas as insinuações, sublinhando que foi posta em causa a sua "honra profissional", bem como a de toda a equipa que liderou. "Nunca telefonei a Carolina Salgado", frisou a magistrada, revelando que o único contacto entre as duas, além do que tinha havido na sede da equipa especial, na primeira inquirição, foi estabelecido por iniciativa da ex-companheira de Pinto da Costa e nada teve a ver com os processos.

"Telefonou-me por razões humanitárias. Disse estar desesperada, com medo de ficar de repente na rua, sem casa, nem bens. Na altura, falei-lhe à pressa, porque estava a caminho da piscina. Disse-lhe para ter calma, que se houvesse algum processo cível ela poderia contestar. Só falei com ela por consideração ao Sérgio Bagulho (a quem Carolina tinha levantado a questão)", afirmou Morgado. Em causa estariam partilhas após a separação de Carolina e do presidente do F.C. Porto.

Quanto à acusação de manipulação de depoimentos, a magistrada afirmou que "não tem cabimento", lembrando que as declarações daquela testemunha, na reabertura dos processos, coincidiram com as que já tinha prestado em ocasiões anteriores.

Questionada sobre o facto de Carolina ter sido inquirida muitas vezes na própria residência, Morgado explicou que tal se deveu à necessidade de "evitar o circo mediático e fugas de informação", lembrando, também, que Carolina recebia protecção policial, por ter sido vítima de ameaças e alegadas perseguições.»
in JN, 01/10/2009


Mesmo fazendo um esforço para acreditar na versão de Maria José Morgado (MJM), as suas declarações suscitam-me um conjunto de interrogações.

É habitual uma "testemunha normal" ter acesso ao número de telemóvel da procuradora-geral adjunta?

É habitual os inspectores da PJ meterem “cunhas” para que a procuradora-geral adjunta atenda telefonemas de "testemunhas normais", ou este caso foi uma excepção aberta por MJM por o inspector da PJ ser o senhor Sérgio Bagulho e a testemunha ser a dona Carolina?

É habitual que inspectores da PJ e a procuradora-geral adjunta se preocupem com problemas pessoais das "testemunhas normais" que, segundo a própria MJM, nada tinham a ver com os processos?

É habitual o Ministério Público inquirir as "testemunhas normais", ou arguidos, na sua própria residência, para "evitar o circo mediático”? Foi isso que aconteceu, por exemplo, com Valentim Loureiro, Carlos Cruz, Paulo Pedroso ou Oliveira e Costa?

Evidentemente, está por nascer o jornalista português com coragem para fazer estas perguntas à toda poderosa procuradora-geral adjunta e suspeito que mesmo que fossem feitas ficariam sem resposta.
Do reflexãoportista

Anónimo disse...

Diferendo com a Euroárea
Câmara de Lisboa salva Benfica
Por Graça Rosendo

A Câmara Municipal de Lisboa aprovou o projecto do Benfica para a Urbanização Sul, na zona do Estádio da Luz, que tinha estado na origem de um dos diferendos do clube com a Euroárea, avança a edição do SOL desta sexta-feira


Com esta decisão, caem por terra os argumentos invocados por esta empresa para executar o clube judicialmente por causa de uma dívida no valor de 2,5 milhões de euros. A Euroárea comunicara ao Benfica, em Julho, que ia executar a letra por não terem sido cumpridos os prazos do acordo estabelecido com o clube para pagar essa dívida. Nesse acordo, estava incluído o compromisso de o Benfica conseguir da CML um aumento da capacidade construtiva na referida Urbanização Sul.

O clube levou a proposta à Câmara em Junho, que a chumbou. Mas no dia 31 de Julho, na última sessão antes de férias, e na sequência de uma reclamação do Benfica, a proposta foi de novo sujeita a votação e acabou por ser aprovada – com os votos favoráveis de todos os vereadores socialistas e dos independentes eleitos na lista de Carmona Rodrigues.

"Sol"

Anónimo disse...

02 Outubro 2009 - 00h30

Autarquia: Para fazer face aos encargos foi obtido crédito no Grupo BPN

Acordo com clubes asfixia EPUL

Os compromissos da EPUL com o Benfica e o Sporting, resultantes do acordo da Câmara de Lisboa com aqueles clubes durante a presidência de Santana Lopes, “colocaram aquela empresa sob grande pressão de necessidades financeiras”, revela um documento assinado pelo então vereador Fontão de Carvalho. Com esses compromissos, a EPUL, que já tinha uma dívida bancária de 60 milhões de euros em 2003, ficou a necessitar de liquidez para encargos “com o Benfica e Sporting nos valores aproximados de 50 milhões de euros e 10 milhões de euros, respectivamente, e de satisfação a curto prazo”, diz carta de Sequeira Braga, ex-líder da EPUL, à vereadora Maria Teresa Maury.

Fique a saber todos os pormenores na edição de sexta-feira do jornal 'Correio da Manhã'.