quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Ter Hulk ajuda muito!

Este era um daquele tipo de jogos que deixava os adeptos do FC Porto algo apreensivos, não tanto pelo valor do adversário, pois o APOEL é de facto inferior ao FC Porto, mas pela postura pouco cautelosa que o FC Porto poderia colocar em campo. Um FC Porto demasiado convicto da sua superioridade poderia colocar em causa a vitória no jogo de hoje.
Antes do jogo, recordei-me daquela estranhíssima derrota (2-3) frente ao também acessível Artmedia, da Eslováquia. Nesse jogo, o FC Porto, de Co Adriaanse, subestimou o seu adversário e foi derrotado por 2-3 (depois de estar a vencer por 2-0)!
Felizmente, o 'FC Porto de Jesualdo' é bem mais consistente e compacto do que aquela imprevisível e romântica equipa comandada pelo técnico holandês. Na Europa, o 'FC Porto de Adriaanse' era capaz do melhor e do pior: venceu o Inter de Milão, por 2-0, e perdeu com os eslovacos, por 2-3! Por isso, honra seja feita a Jesualdo Ferreira, que tornou o FC Porto numa das equipas mais difíceis de derrotar na prova.
Hoje, o FC Porto soube dar a melhor resposta depois de ter ficado em desvantagem no marcador numa altura em que já estava por cima no jogo. Na 'Champions', jogando em casa ou fora, é sempre complicado correr atrás do prejuízo. O FC Porto deu a volta e venceu 2-1!
Mas apesar do APOEL ser uma equipa solidária e organizada, a desvantagem do FC Porto no marcador ficou mais a dever-se a alguma apatia que a equipa mostrou na primeira-parte do que às virtudes do adversário, que não possui jogadores que possam desequilibrar um jogo.
Ainda assim, no início da segunda-parte houve necessidade do FC Porto fazer 20 minutos de constante pressão para chegar definitivamente à vantagem. Durante esse período, o APOEL foi asfixiado!
No entanto, essa correria do FC Porto só foi premiada com um golo, mas a vitória nunca esteve em causa, mesmo depois da expulsão de Mariano Gonzalez. Neste momento, já nem sabemos o que condicona mais o jogo da equipa, se a ausência de Belluschi ou se a inclusão de Mariano no «onze». Apesar de ser na posição de médio-interior direito que melhor disfarça os seus defeitos (é lento no transporte da bola e pouco esclarecido), Mariano Gonzalez está muito longe de poder oferecer aquilo que se pede a um titular do «onze» do FC Porto.
Ainda assim, no jogo de hoje o FC Porto nunca esteve dependente da entrada no «onze» do jogador 'x' ou do jogador 'y', pois o APOEL é uma equipa demasiado previsível, principalmente quando ataca. De facto, só um At. Madrid em sub-rendimento é que não consegue vencer os cipriotas no Vicente Calderon. Mas atenção, porque o APOEL não vai querer sair da prova de mãos a abanar. O FC Porto não pode subestimar o seu adversário quando se deslocar a Nicósia.
Esta época, nos jogos europeus disputados em sua casa, o APOEL foi derrotado pela margem mínima (0-1), frente ao Chelsea, e venceu os dois jogos que realizou nas eliminatórias de acesso à fase de grupos (2-0 frente ao Partizan de Belgrado e 3-1 frente ao Copenhaga). É preciso respeitar os cipriotas!
No início da competição, tinhamos referido que o objectivo do FC Porto passava por chegar a Madrid, na última jornada, com a qualificação para os Oitavos-de-final garantida. Agora, isso pode ser uma realidade já na próxima jornada. Para isso, o FC Porto necessita de vencer em Nicósia e esperar que o At. Madrid não vença o Chelsea.
Positivo (+):
- Hulk, marcou 2 golos e começa a fazer das suas arrancadas uma imagem de marca;
- o jogo massacrante (para os adversários!) de Cristian Rodriguez;
- Fernando, que foi autoritário a defender e exuberante a sair para o ataque;
- a pressão altíssima do FC Porto no início da segunda-parte;
- o resultado do At. Madrid, que deixa o grupo partido em dois: os primeiros, Chelsea e FC Porto, e os últimos, At. Madrid e APOEL;
Negativo (-):
- Mariano, claro!
- o excesso de confiança do FC Porto na primeira-parte;
- aquela pequena imprecisão de Falcão (fez um óptimo jogo!) que, na resposta a um cruzamento de Hulk, podia ter dado o terceiro golo ao FC Porto;

2 comentários:

Dragaopentacampeao disse...

Num jogo de futebol, em especial na Champions League, é natural algum cuidado e algum estudo aos adversários.

Os resultados conseguidos pelo Apoel, apesar de uma derrota e um empate, parece ter amedrontado o professor.

A verdade é que o FC Porto começou prudente e acabou em aflição.

o caricato é que a turma cipriota demonstrou no tempo todo, fragilidades primárias, falta de nível e muita inexperiência. Os Dragões foram incapazes de explorar o filão.

Algumas circunstâncias terão influenciado para tal desempenho. Desde logo a falta de criatividade no meio campo onde se juntaram a má forma de Meireles e a falta de discernimento de Mariano. Se ao primeiro é reconhecida classe e capacidade para jogar melhor, ao segundo não lhe reconheço aptidão para servir um Clube de top.

Não entendo a obsessão de Jesualdo por este atleta, bem como a defesa de alguns comentadores que procuram tapar o Sol com a peneira.

O resultado está à vista. Mariano é já o jogador que mais oportunidades falhadas tem tido. É pois natural que a paciência de alguns associados tenha esgotado. Se outros foram com as trouxas por muito menos...

Neste jogo o que me chocou foi a forma amadora com que gerimos algumas situações. Acabar em sufoco, mesmo com menos um elemento, frente a um adversário tão frágil, recorrendo a expedientes próprios de equipas vulgares, é algo com que jamais concordarei.

O FC Porto tem historial e prestígio que deve defender. Esta não é forma de o conseguir.

Um abraço

Anónimo disse...

Ajuda ter Hulk, realmente ajuda. É pena é que Hulk não seja mais inteligente a jogar à bola, para perceber melhor quando se deve poupar, quando deve partir para cima dos adversários ou quando deve passar a bola.