domingo, 1 de agosto de 2010

São mais as virtudes do que os defeitos

É verdade, mesmo depois de duas derrotas, frente a PSG e Bordéus, o FC Porto leva boas indicações do Torneio de Paris. Nos dois jogos que disputou até teve períodos em que mostrou melhor futebol que os seus adversários, mas foi derrotado nos detalhes. Ainda assim, notou-se que os franceses obrigaram o FC Porto a abdicar do seu novo estilo de jogo, em posse e de passes curtos, e a abusar dos lançamentos longos (quando a isso é obrigado, o FC Porto fica demasiado dependente dos esticões que Hulk dá no jogo). Desta vez, e ao contrário do que aconteceu frente à Sampdoria, o FC Porto encontrou adversários que foram mais agressivos e que pressionaram mais alto (estão ambos com a preparação mais adiantada).
A uma semana do jogo da Supertaça, fica a sensação que o Benfica está mais apto para o jogo, o que é natural pois manteve o treinador e o mesmo estilo de jogo. No entanto, não seria nada surpreendente se o FC Porto conquistasse o troféu. Para isso, deveremos abordar o jogo pelo menos com a mesma agressividade que o nosso adversário tem por hábito aplicar. O último jogo que as duas equipas disputaram (vitória do FC Porto, por 3-1) serve como referência. Positivo (+):
- a boa exibição de Varela, frente ao Bordéus, levanta dúvidas sobre qual o trio de ataque a utilizar frente ao Benfica: Rodriguez-Hulk-Falcão ou Varela-Hulk-Falcão?
- Souza, é um jogador elegante e adulto, e só lhe falta adquirir o ritmo do futebol europeu;
- a estreia de Walter a marcar (ainda assim, o brasileiro está bem longe da melhor forma);
- Belluschi confirmou que é uma excelente alternativa a Rúben Micael e/ou João Moutinho;
- apesar do FC Porto ter sido algo permeável a defender as bolas paradas, a dupla Rolando-Maicon parece dar garantias, são ambos fortes no jogo aéreo e na antecipação (a tradição vai manter-se: não vai ser pelo centro da defesa que o FC Porto vai vacilar);
- Hulk, com uma noção cada vez mais apurada do momento certo de passe, finta ou remate;
Negativo (-):
- as dificuldades que o FC Porto revelou na ligação entre o meio-campo e o ataque (a ausência de Rúben Micael no «onze» que defrontou o PSG tornou isso bem evidente);
- Freddy Guarín, que é um corpo estranho numa equipa que vai ter na certeza de passe e na criatividade as suas maiores virtudes;
- a insegurança que continua a marcar o jogo defensivo do FC Porto junto à lateral direita do campo (Fucile pode estar de saída; Miguel Lopes altera o bom com o sofrível, pois é um jogador rápido e aplicado mas precipitado no passe, o que origina perdas de bola que desposicionam a equipa defensivamente; e Sapunaru nem sequer tem qualidade para fazer parte do plantel);
- o jejum de Falcão demora a ser interrompido (o colombiano nunca foi servido da melhor forma);

9 comentários:

Pedro Silva disse...

Graças a Deus que encontro um Artigo de Opinião sobre a Prestação do FC Porto no Torneio de Paris em que alguém viu o Jogo sem pensar no Benfica.

Este Porto de Villas-Boas promete ser muito forte e dominador. Ainda precisa de aperfeiçoar algumas peças e de despachar a lixeira que dá pelo nome de Guarin, Tomás Costa e Mariano, mas promete ser um FC Porto forte e que poderá fazer algo de muito bom nesta Temporada.

O que a Família Portista precisa é de ter calma e de não olhar para o Benfica.

Um abraço e parabéns por saber ver o Futebol caro Ricardo.

Anónimo disse...

Uma análise optimista, como gosto, contrariando os adeptos descrentes e / ou derrotistas que se lêm na net, por estes dias. A equipa do FCP tem de jogar a Supertaça com raiva, ante um benfica povoneado, que anda nas palmas da imprensa e poderes, além dos próprios atletas encarnados pensarem já que são superiores...

Luis disse...

Post assertivo, com atitude positiva e de acordo com aquilo que deve ser o pensamento nesta altura:
Há muito para melhorar, mas também há coisas muito positivas na equipa.
Subscrevo e enalteço a atitude positiva!

Rui disse...

Subscrevo inteiramente o que foi dito por todos.
Há de facto muito a melhorar, principalmente na defesa, mas é impressionante a quantidade de Portistas (ou disfarçados ou daqueles que compram as camisolas "Ulque") que colocam esta equipa ao nível de um Beira Mar, crucificam o treinador como nunca ouvi/li e, a melhor parte, dizem descaradamente "Rua com o Presidente"...enfim, que mudem de clube rapidamente.
Vamos acreditar que a mentalidade de jogar no contra ataque do Prof. Jesualdo Ferreira acabou, que o Porto está de volta para entrar em campo e vencer todos os jogos em que participa. A "pressão" vai ser grande, mas a esperança e vontade também...
O que se vê de menos bom vai com certeza melhorar e o que se vê de bom...também só pode melhorar. Para a semana teremos mais um troféu para "encher" o museu... Força Porto!

Anónimo disse...

Optimismo, muito optimismo e "atitude positiva"... os resultados parece que pouco importam. Senhores... ter um bom presidente e um óptimo treinador não é suficiente. Com algumas excepções, os jogadores são um bando de arrivistas sul-americanos trazidos pelos nrgociantes da SAD. Essa é a realidade ! Enfrentemo-la, se queremos um FCPorto campeão.

Jorge disse...

vi o jogo e admito que não gostei muito, mas como já disse repetidamente, é preciso ter paciência e não esperar demais antes de tempo.
quanto ao jogo do próximo sábado, vamos a ver. comparando a nível teórico e tendo em conta as últimas exibições e os diferentes níveis tácticos e físicos estamos abaixo do Benfica, isso é inegável.

agora a teórica no futebol muitas vezes é um mero tubérculo, como sabemos...por isso vamos em frente, o jogo é para ganhar!!!

um abraço,
Jorge
Porta19

Dragão Azul Forte disse...

Confesso que gostei pouco do que vi, mas é certo que Vilas Boas optou por fazer ensaios menosprezando, nitidamente, o resultado dos jogos ou o fio de jogo. O mais importante é que houve aspectos muito positivos e muito boas indicações dadas pela maioria dos novos jogadores. No post são realçados, muito bem, as coisas de sinal positivo.
Aliás aproveito a ocasião para dizer o seguinte: Ricardo Vara sempre se mostrou um analista racional, ponderando e reflectindo como mandam as regras a um óptimo jornalista (se não o é, podia sê-lo com sucesso garantido). Por isso gosto muito de consultar (faço-o diariamente) o seu blogue. Lembro-me de um post sobre Jesualdo Ferreira (corria a penúltima época do treinador no FC Porto) que considerei, e manifestei-o, uma obra-prima de jornalismo desportivo. Na altura quase tudo desancava no Jesualdo. Eu não e encontrei em Ricardo Vara um dos poucos que deram razão àquilo que eu esperava: Jesualdo tri-campeão, FC Porto tetra-campeão!
Um abraço.

Anónimo disse...

No próximo sábado veremos se tanto optimismo é uma consequência de racionalidade... ou simplesmente fé. Dizem que a fé move montanhas ! O meu optismo é moderado... muito moderado. Tenho sinceras dúvidas quanto ao valor da maioria dos jogadores. Villas-Boas, pese o seu inquestionável valor, não é um santo milagreiro. Necessitamos de jogadores de qualidade... e eles existem em Portugal (portugueses).

Anónimo disse...

Nasceu na Póvoa, onde aprendeu a "jogar à bola". Esteve no FCPorto... mas foi emprestado para Faro, Guimarães e Atenas. Então, alguém da Sad viu o "furo". Não porque viesse melhorar a equipa, mas sim porque era barato, tinha qualidades e... era negócio. Rende agora 22 milhões de euros e vai para a Russia. Ele, Bruno Alves, vai para a Russia, os 22 milhões ninguém sabe (enfim, suspeitasse). E agora? Pois agora virá mais um moreno sul-americano, de que tanto gostam os esforçados trabalhadores da Sad. Enfim... e assim continua !