O Armando Pinto enviou-nos mais um texto sobre uma modalidade histórica do FC Porto. Desta vez, trouxe-nos uma retrospectiva sobre o Hóquei em Campo. Para ilustrar o 'post', acrescentámos uma foto (a primeira) da equipa de Hóquei em Campo do FC Porto, de 1936.
"Estando-se neste período de defeso das modalidades desportivas em actividade, sobretudo o Futebol, mas também as de pavilhão e mais de alta competição, será oportunidade de fazer uma espécie de romagem ao passado, através de vislumbre de uma das modalidades que deixaram de estar incluídas no ecletismo ainda possível na vida Portista – dando-se breve exemplo do Hóquei em Campo.
O Hóquei em Campo no FC Porto é uma «modalidade saudade», cuja secção foi extinta em 1989, desaparecendo sua prática assim do universo portista. Uma das modalidades em pausa, entre as diversas que ao longo da história do FC Porto estiveram em foco, mas deixaram de ter sequência, como já aconteceu também com o “rugby”, ténis, tiro, water-polo, xadrez, voleibol, ciclismo, etc.Modalidade que no FC Porto foi fundada em 1929, graças aos esforços de José Teixeira Júnior, Carlos Diogo Moreira, do jornalista Rodrigues Teles (mais tarde o primeiro Historiador do FC Porto) e do inglês Brunel Evans.
Logo na época do seu nascimento (1929/30) aconteceu o jogo de baptismo. Desenrolou-se no Campo Soares dos Reis, em Vila Nova de Gaia, a 20 de Outubro de 1929, frente ao Vilanovense e saldou-se por um pesado desaire de 6-0. Nada que desmoralizasse, embora a primeira vitória só tenha acontecido meses mais tarde (12 de Janeiro), frente ao Progresso, por 1-0, com Rothes a ter direito a ficar na história por ter marcado esse golo histórico.
Integravam também essa equipa pioneira uns Manuel Ramos, João Ribeiro Júnior, Manuel Ribeiro, Carlos Moreira, Coelho Costa, Esteves de Sousa, João Gonçalves, Joaquim Lagoa, Alberto Temudo e Brunel Evans.Outros nomes se notabilizaram, no decurso dos anos mais distantes, como John Bessa, Herman Katzenstein, Agostinho Pena, o guarda-redes Francisco Costa, José Eurico Terroso e o considerado terrível atirador Álvaro Lopes Melo, autor de 36 golos numa só época.
Integravam também essa equipa pioneira uns Manuel Ramos, João Ribeiro Júnior, Manuel Ribeiro, Carlos Moreira, Coelho Costa, Esteves de Sousa, João Gonçalves, Joaquim Lagoa, Alberto Temudo e Brunel Evans.Outros nomes se notabilizaram, no decurso dos anos mais distantes, como John Bessa, Herman Katzenstein, Agostinho Pena, o guarda-redes Francisco Costa, José Eurico Terroso e o considerado terrível atirador Álvaro Lopes Melo, autor de 36 golos numa só época.
O primeiro troféu conquistado pela modalidade, para o clube, aconteceu em 1931/32. Obteve-o, em Lisboa, frente ao Internacional (campeão lisboeta), ao vencer por 1-0 e chamava-se Taça das Laranjeiras. Contudo, apenas em 1951/52 o FC Porto ganharia o seu primeiro título de Campeão Nacional (foi a primeira equipa do Norte a consegui-lo). Campeões esses que posaram à posteridade, na foto de equipa anexada (em baixo), na qual ficaram fixados (conforme Fotobiografia do FC Porto, por Rui Guedes):
Em 1º plano (da esquerda para a direita): Manuel Verde, José Guedes, Fernando Moura, Wenceslau Teixeira, Lino Ferreira e Mário Capitão.
Em pé, (da esq. p/ dir): Belmiro Medeiros (Chefe de Secção), José Luís, Manuel Pires, Júlio Silvano, José Pinto, Eugénio Soares, Artur Pereira, Carlos Pinto e Francisco Gonçalves (Massagista).
Nessa lista dos campeões merecem saliência dois nomes de peso, Venceslau Teixeira, um histórico dirigente do clube que, como jogador era um verdadeiro tormento para árbitros e adversários pelo seu génio irascível, e Mário Capitão, antigo colaborador do clube (tal como Américo Capitão, seu irmão, basquetebolista notável também do nosso clube).
Bem como muitos mais se distinguiram por esses e outros tempos, estando na memória dos apaniguados ainda exemplos especiais de Lino Ferreira, Victor Lopes, Manuel Amaral, Ferramenta, Carlos Pinto, Carlos Amaral, Carlos Monteiro, José Luís, Joaquim Leite, etc.
Bem como muitos mais se distinguiram por esses e outros tempos, estando na memória dos apaniguados ainda exemplos especiais de Lino Ferreira, Victor Lopes, Manuel Amaral, Ferramenta, Carlos Pinto, Carlos Amaral, Carlos Monteiro, José Luís, Joaquim Leite, etc.
O último título de campeão nacional, por ora, foi obtido em 1977/78, na soma das conquistas de oito campeonatos nacionais de seniores, mas entretanto também foi depois conseguida a Taça de Portugal em 1979/80 e 80/81.Modalidade que nunca atingiu grandes parangonas, teve maior destaque através dos renhidos confrontos das equipas do FCP com o Ramaldense, sendo hoje em dia praticada por um número reduzido de clubes no país. Em vista dos referidos baluartes, regista-se, noutra foto junta, um dos últimos dérbis Porto-Ramaldense...
Apesar de já não existir no horizonte clubista, do mundo azul e branco, esta foi, e é, uma modalidade de grande historial e grandioso património Portista, tendo dado às cores Azuis e Brancas uma mão cheia de títulos, vários atletas de craveira internacional, como ainda haver tido a possibilidade de competir, quase no final dos anos 70, em Itália, na fase preliminar da Taça dos Campeões Europeus e ostentar oito títulos nacionais".
Fontes bibliográficas: “75 Anos ao Serviço da Juventude e Desporto”, 1981, coordenação e pesquisa de José Alberto Viana; e trabalho de Luís César, in revista “Dragões” de Dezembro de 2008.
Armando Pinto – Julho de 2009
8 comentários:
É bom haver estas chances de todos se documentarem ficando a conhecer melhor tudo o que é Porto.
mais um bom post neste blog referência. porreiro pá.
Esta é a modalidade onde o "nosso" fez "escola".
E que, por ironia do destino, a viria a extinguir sob a sua pre sidência.
É tb a modalidade em que o irmão, o Dr. José Eduardo, por ter sido extinta no Clube, desistiu de sócio.
Promete, de quando em vez, voltar a sê-lo quando o FC Porto voltar a ter esta modalidade.
Pode "esperar sentado", não é ver dade? Ainda se fosse uma sad?
Fui campeão Nacional pelo Futebol Clube do Porto na modalidade Hoquei em Campo 1967/68 depois entrou Pinto da Costa para seccionista nesse tempo já tinha o gosto de ser campeão.
Climerio Ferreira
Apesar de não ser adepto deste clube, sou um grande adepto e praticante da modalidade! É uma pena que clubes com a grandiosidade do FC do Porto e mesmo do SL e Benfica, tenham deixado morrer modalidades como o Hóquei! Creio que no Porto, a situação é mais flagrante, pois um antigo seccionista é o actual presidente, não tendo sequer esboçado um esforço para reavivar a modalidade no clube! Existe gente disposta a representá-lo, pisos sintéticos não faltam!... falta a vontade! Saudações desportivas!
O meu pai - Raúl Gaspar - foi guarda-redes do FC Porto, não sei exactamente em que anos, mas ainda tenho em minha posse algumas medalhas que eram entregues a atletas que fossem campeões nas modalidades do FC Porto. Lembro-me de uma história sobre a seleccção nacional, no ano em que o meu pai foi seleccionado, acabou
eu sou filha de um antigo praticante da modalidade Fernando Souto Moreira que foi com imensa pena que viu o seu clube de coração deixar morrer a sua paixão que era o hóquei em campo.
Fiz parte da última equipa que conquistou títulos na modalidade de Hóquei em Campo para o FCP no velhinho pelado da Constituição.
Fui Bicampeão nacional na categoria de Júnior nas épocas de 1986/87 e 1987/88, tendo inclusivamente sido o capitão de equipa, e foi com muita tristeza que vi terminarem abruptamente com a modalidade.
Apesar de não ser adepto do clube, e passados 25 anos, ainda guardo com nostalgia a minha camisola número 4, com as cinco quinas no braço esquerdo, e os cartões de atleta dessa altura.
Às vezes ainda me pergunto por onde andarão o Xico, o meu guarda-redes, o Cardoso, o Soares e o Bré, meus colegas da defesa, o nosso médio criativo, o Rogério, o ponta de lança Magalhães, e tantos outros como o Pinto, o Lopes, o Saraiva, o Pedrosa, etc., sem esquecer o doido do Abílio, o nosso guarda-redes suplente.
Eramos uma equipa imbatível superiormente comandada pelo Mister Mira. Que saudades desses tempos!
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