quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

De tanto falar em ópera…

Está concluído o grande objectivo do FC Porto para este ciclo de jogos de Janeiro: manter (ou aumentar) a vantagem para o segundo classificado da Liga. Os mais exigentes dirão que as coisas têm sido feitas com os ‘serviços mínimos’, mas é impossível exigir mais a quem ostenta o belo percurso do FC Porto 2010/11. Mas pronto, ontem o FC Porto voltou à ópera! Mais uma demonstração de força e espectacular exibição de futebol de ataque!
O ‘FC Porto de Villas-Boas’ é uma equipa muito organizada e que raramente se desequilibra. Ou seja, mesmo quando é menos incisiva no ataque (como aconteceu em Aveiro), isso permite-lhe controlar facilmente um jogo e um adversário. Poderia o FC Porto vencer por margens mais folgadas? Podia, mas neste momento a equipa não tem aquela necessidade de afirmação que tinha no início da época, ou seja, o FC Porto já mostrou que é melhor que os adversários e dá-se agora ao luxo de vencer os jogos correndo menos riscos. Julgo que as exibições empolgantes, como a de ontem, poderão ser mais frequentes quando a equipa sentir aquela ‘pressãozinha’ dos jogos a eliminar e dos ‘clássicos’.
Positivo (+):
- Hulk: até já marca golos ‘à Falcão’!
- Rolando: é mais discreto e menos exuberante do que Bruno Alves, mas tem sido tão ou mais eficiente;
- Emídio Rafael realizou o seu melhor jogo desde que chegou ao FC Porto: muito agressivo a defender e lúcido a atacar;
- já tínhamos saudades destes jogos em que as 3 formiguinhas do meio-campo do FC Porto (Fernando, Belluschi e Moutinho) asfixiam a bola e o adversário;
- a jogada da qual resultou o golo de James Rodriguez: aquilo é ópera dos grandes palcos!
- é a 18ª vez esta época que o FC Porto deixa um adversário “a zeros”, ou seja, não sofremos qualquer golo em 18 dos jogos oficiais que já realizámos esta época: excelente consistência defensiva!
- a antecipação do jogo com o Nacional permitiu ao FC Porto “jogar e vencer em dois campos”: aumentámos a vantagem pontual para o Benfica (ainda que os 11 pontos sejam uma vantagem psicológica, pelo menos até à 20ª jornada) e ficámos com 6 dias de descanso entre os dois exigentes jogos frente ao Sevilha;
- José Mourinho lá se decidiu a fazer um elogio (muito, muito tímido) a André Villas-Boas: «Face à época que está a fazer… está a fazer bem. Não quero dizer nada mais»; Já é alguma coisa para alguém tão ciumento como o ‘special one’;
- numa semana em que a imprensa indígena se preparava para intoxicar a opinião pública lançando dúvidas sobre a decisão de João Ferreira em assinalar (bem!) a grande-penalidade sobre Hulk, eis que surge Jorge ‘Tyson’ Jesus a estragar tudo com aquela cena de pugilato;
Negativo (-):
- as bolas nos postes e o golo mal anulado a Cristian Rodriguez impediram o FC Porto de chegar à justa e merecida goleada;

2 comentários:

Penta disse...

caríssimo,

ontem, no Estádio do Dragão, houve (mais) um recital de bom futebol. houve «ópera» - e daquela que não é bufa! ;)
é mesmo muita «pressão» - só que há já algum tempo que esta não habita para os nossos lados ;)

saudações desportivas mas sempre pentacampeãs!

Tomo I

Dragão Azul Forte disse...

Se isto não é Ópera, pelo menos é Opereta.
Jogo com momentos brilhantes por parte de um FC Porto que diz aos cépticos como é que se canta… no relvado. Na primeira parte foi pena o último passe ter, por vezes, falhado. Se assim não fosse poderiam ter sido 5 ou 6 na baliza adversária.
Portentosas exibições de Hulk e James. Excelente jogo de Belluschi, Fernando, Rafa e Moutinho. Mais uma vez, não gostei de Varela. Desperdiça muito jogo.
Enquanto os outros andam à bofetada, nós jogamos e encantamos. Enquanto os outros prometem espectáculo circense, nós damos recitais de bola (com barítonos, tenores e contratenores bem afinadinhos), autênticos festivais de bom futebol.
Toda a jogada do terceiro golo é um hino ao futebol. Uma obra-prima! Encantador, brilhante! Como o futebol é bonito, assim!
A equipa tem, agora, de atingir de novo o cume da forma para encarar os compromissos difíceis e decisivos que se aproximam. Está no bom caminho. E ainda nos faltam dois tenores: Álvaro Pereira e Falcão!
Bibó Porto!