Faltam 48 horas para o FC Porto poder assegurar a sua 6ª dobradinha na história do futebol português.
Na 25ª presença na Final da Taça de Portugal, além da dobradinha, o FC Porto também pode igualar o Sporting no nº de troféus conquistados até hoje: 14. É curioso que os dois clubes disputam a 25ª Final da Taça de Portugal, apesar de só se terem defrontado 3 vezes.
Apesar de ser o clube com mais finais perdidas (11), nos últimos 20 anos o FC Porto venceu a competição por 8 vezes e esteve presente em 10 finais, ou seja, o FC Porto disputou uma Final da Taça de Portugal a cada dois anos. Das 5 dobradinhas conquistadas até hoje, 4 foram conseguidas durante esse período, o que é bem revelador do domínio do FC Porto no futebol português das últimas 2 décadas.
Nas 11 finais que perdeu, em 8 delas o FC Porto foi derrotado pelo Benfica. Apesar de no início da década de 80 o FC Porto lutar com o Benfica pela hegemonia do futebol português, em apenas 6 épocas (de 1979/80 a 1984/85) o FC Porto foi derrotado 4 vezes pelo Benfica em finais da Taça de Portugal.
Esperemos que no Domingo a tendência nas finais frente ao Sporting se mantenha: o FC Porto venceu duas e perdeu apenas uma.
Em cima, a ilustrar o "post", surge Vitor Baía a erguer a Taça de Portugal relativa à época 2005/06, quando o FC Porto derrotou o Vit. Setúbal por 1-0.
3 comentários:
Eu não sou portista, mas tal facto não me impede de encarar os factos com seriedade e de os tratar como tal; factos e não convicções. Presentemente tenho que confessar que já não consigo calar a minha revolta e estupefacção pelo momento que atravessa Portugal.
Assistimos, neste momento, ao assassinato social de uma personagem pública, em absoluto frenesim mediático e perante o gozo, finalmente alforrio, de três quartos do país. Pinto da Costa é o seu nome e atrás dele arrasta-se pelo chão o nome do clube a que ele preside – o Futebol Clube do Porto.
Na entrega dos Globos de Ouro, onde o Jesualdo Ferreira recebeu o galardão de treinador do ano, as vaias e apupos que se ergueram só não foram mais explícitas na transmissão televisiva por causa das palmas pré-gravadas; esta reacção fez-me corar de vergonha como se tivesse sido eu o alvo. Perante a audiência das elites mediáticas sufragou-se o nojo do país por tal clube e presidente.
No dia seguinte a um outro espectáculo mediático, este o da leitura da sentença da Liga de Clubes, publicaram-se notícias sobre a perda de sigilo bancário de Pinto da Costa em relação a contas de empresas suas, vítimas de denúncias de Carolina Salgado. Quando o inimigo cai no lodo não se deve cometer o erro estratégico de o deixar levantar; as solas das botas servem para alguma coisa.
Mas afinal qual a causa que levou, finalmente, à condenação, não dos tribunais – que estes são o que sabemos – mas em sede da opinião publica (desportiva?), do homem por causa de quem foi formada a segunda equipa especial de investigação do Ministério Público em toda a história da terceira república em Portugal. Antes desta só uma foi criada e foi-o para investigar um outro fenómeno de "proporções equivalentes": as FP 25 de Abril.
O que está aqui em causa não é se ele é corrupto ou não. Eu disso não sei e se o for não sei se é muito diferente dos que o perseguem, inclusive dos que dirigem o meu clube. O que está aqui em causa são duas acusações específicas, ocorridas numa determinada data, envolvendo determinadas pessoas. Acusações que são o corolário de anos de investigação por parte da mais cara e mais "independente" equipa de investigação em Portugal e que continuamos a pagar como se não houvesse problemas mais graves a resolver neste pais. Por mais que alguns queiram, não se trata de absolutamente mais nada.
Todos os que comentam este caso confessam, em privado ou na televisão, o seu desconhecimento do processo, mas no entanto louvam a coragem da condenação. Como é possível? Que estado de loucura é que nos atingiu?
De certeza que não é por causa das escutas telefónicas que Pinto da Costa será condenado, porque se for, não se compreende por que é que as escutas que mostram Luís Filipe Vieira, João Rodrigues e Veiga a escolher árbitro e pedir favores, e que foram publicados nos mesmos jornais, não deram origem a processos.
De certeza que não é por causa do testemunho de Carolina, porque em qualquer parte do mundo ela não seria considerada uma testemunha credível. Não por causa do seu passado de alterne, mas porque é uma companheira desavinda e com pronunciada e notória intenção de denegrir o antigo companheiro. Para além disso nunca conseguiu apresentar qualquer prova do que afirmou, exibindo apenas testemunhos contraditórios. E testemunhos valem o que valem. Todos podemos dizer mal ou bem de quem nos apetecer.
Pinto da Costa é condenado porque existe uma generalizada convicção de culpa. De que é corrupto e que arquitecta os resultados do clube a que preside à mais de vinte e cinco anos e que portanto este não os merece e que lhes deviam ser retirados. Esta convicção continua a ser uma convicção e não uma certeza, depois do falhanço da toda-poderosa equipa de Morgado em apurar factos novos e emancipados da Carolina. Neste momento a equipa da eminente magistrada investiga transferências de jogadores do FCP e mais recentemente empresas de Pinto da Costa para apurar fugas ao fisco. Tudo com base nas informações de Carolina. Já não se trata de futebol. É a procura de um ponto fraco, do calcanhar de Aquiles. Trata-se de um inimigo que urge abater a qualquer custo. Se doer melhor. Eu nisto não me revejo.
E quem possui, então, esta convicção tão forte que até se confunde com uma certeza? Esta convicção que desmobiliza qualquer interesse sobre aspectos legais ou morais e apenas direcciona para o pelourinho. Os adeptos do Porto não a têm, claro. Têm-na os adeptos dos seus dois clubes realmente rivais, os quais constituem perto de três quartos dos adeptos em Portugal.
E como é possível que massas tão colossais de pessoas tenham crenças tão parecidas ou tão diferentes?
A explicação não me parece difícil. Todos se lembram do campeonato ganho pelo Sporting em 1999/2000? Pois o Sporting chegou ao último jogo com dois pontos de vantagem sobre o Porto, depois de o segundo ter sido "roubado" de uma forma – mesmo eu tenho que admitir - inacreditável, por Bruno Paixão em Campomaior. Os meus amigos portistas ficaram cabalmente convencidos da corrupção desse campeonato que lhes roubou o "Hexa".
No ano seguinte o mundo do futebol escandalizou-se com a benevolência com que o "sistema" permitiu ao Boavista molhar a sopa em praticamente todos os relvados do país, deixando uma esteira de mortos e feridos nas fileiras adversárias.
Em 2001/2002 o Sporting ganhou um campeonato em que os adeptos contrários se indignaram com o número de jogos resolvidos com penaltis. As suspeitas foram como de costume descomunais.
Em 2004/2005 o Benfica arrecadou um campeonato invulgar, pisando com pezinhos de lã o que se convencionou chamar de "passadeira vermelha". Mais uma vez foi grande e generalizada a revolta e a suspeita.
Ora, este curto parágrafo contém a descrição de todas os campeonatos ganhos por equipas adversárias do Porto desde 1994 e isto é que constitui o cerne do problema. Basta aplicar a fórmula explicada em cima para se perceber o porquê do ódio ao Porto e da convicção, por parte dos adversários, da sua culpa e da do seu presidente que tem permanecido o mesmo.
Neste país ninguém ganha por merecimento. Tudo ganha na batota. Ganhasse o Porto dois campeonatos por década e era um clube simpático e o presidente um tipo culto que até declama poesia, passe a pronúncia.
É claro que existe corrupção no futebol. Ninguém é ingénuo. No futebol e na politica, nas modalidades amadoras e sociedades recreativas. A corrupção existe onde existem interesses. Nas mesas de café, por entre cervejas e tremoços, os amigos e conhecidos repartem amigavelmente estas histórias e convencimentos, riem-se do golo que marcaram com a mão e ofendem-se com a vista grossa feita à bola que bateu em pelo menos 15% do ombro e portanto deveria ser penalti.
Falta apenas o catalisador de todas estas energias, positivas e negativas e o catalisador são os media. No momento em que escrevo este texto não sei quantas pessoas o vão ler, mas se o fizer na televisão sei que vai ser escutado por milhões. Os dirigentes dos clubes que não ganham o suficiente, ou então velhas comadres desavindas, extravasam os seus ódios e dissimulações nos meios de comunicação e catalisam todas as frustrações dos adeptos que conduzem da mesma forma que os políticos gerem os povos nos comícios e mesas de voto.
Temo que o processo tenha ido longe demais e apenas a justiça civil tenha oportunidade de repor o estado de direito que permanece na aparência mas que foi suspenso de facto. Nesta sociedade, quem acusa tem que provar, não o contrário. Nesta sociedade, perante a justiça, causas iguais originam processos iguais. Não pode haver descriminação. Não pode haver perseguição.
Aquilo que está aqui em causa é apenas demonstrar se os dois acontecimentos de que Pinto da Costa é acusado são provados ou não. O resto é política, mediatismo ou clubite.
Quando a chacina de uma pessoa por causa de campeonatos ou outra coisa tão mesquinha como esta, é permitida - gostemos da pessoa ou não da pessoa, e eu não gosto - mais vale passarmos mudarmos de vida. No fim, o trago será sempre amargo. Assim não vale a pena.
# autor desconhecido
Bla, bla, bla, bla...
Bla, bla, bla, bla...
Não era a altura, amigo Ricardo Vara, de lembrar... NÓBREGA?
Foi o autor do golo que nos deu a Taça de 1968 (2-1 ao V Setúbal).
Falemos (escrevendo...) sobre o FC Porto, e seus protagonistas, do «terreno de jogo», se não se importam.
Obrigado.
Amigo Ricardo Vara:
Sem comentar, veja esta «prosa», de formato reduzido, de Álvaro Magalhães, no «JN» de hoje, e na sua rúbrica «Visto no Sofá».
- «Já não há faixas de campeão (e honra também não)»:
«... quem é que as viu? A verdade é que a vida já expulsou as faixas embora as guarde ainda n linguagem (.) os símbolos estão de partida
no futebol e com eles vão também valores e princípios doutros tempos
Atente-se, a este propósito, na inaceitável aceitação sem recurso, pela sad do FC Porto da pema que foi aplicada ao clube. Para a sad a honra de um clube com mais de 100anos, também é, como as faixas, uma coisa de que já só se fala».
E por aí adiante...
Vale a pena ler, e até com mais atenção, que o escrito de Hélder Pacheco citado (e lido) pelo senhor presidente em Lisboa.
Um abraço... murcho.
PS. - Após poucos minutos após a desilusão (isto de se jogar com 10 jogadores até determinada altura e com 9 após a expulsão... ou alguém viu Quaresma?). Fim de semana algo aziago. Nem o «imbatível» hóquei escapou.
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