domingo, 8 de fevereiro de 2009

«Curiosidades FCP» - A fidelidade de Virgílio

Hoje recordamos algumas curiosidades associadas ao 2º melhor defesa direito (o 1º será sempre o eterno 'capitão' João Pinto) da história do FC Porto, Virgílio.
O «Leão de Génova», como ficou conhecido depois da fantástica exibição frente à Itália, em 1949, foi um dos jogadores que durante mais tempo representou o FC Porto e que mais fidelidade mostrou ao clube e à cidade que o acolheu. Além da lealdade que sempre exibiu, Virgílio ainda ficou associado a um dos momentos mais excitantes da história do clube, aquele período desde a inauguração do Estádio das Antas, em 1952, até à reconquista do título com Bella Guttmann, em 1959.
Foi Josef Szabo, o treinador do FC Porto de então, que deu indicação à direcção do clube para encontrar um substituto para o carismático Pinga. Apesar de inicialmente ter sido colocado a jogar no meio-campo, Virgílio viría a assumir outras funções quando o técnico Alejandro Scopelli chegou ao clube. O substituto de Szabo foi o grande responsável pelo seu recuo no campo. Inicialmente, Scopelli experimentou-o nos dois lados da defesa, acabando Virgílio por se fixar na direita porque era dextro.
Foi depois da estreia na Selecção nacional que Virgílio recebeu os primeiros convites para deixar o FC Porto. Apesar da derrota (4-1) frente à Itália, Virgílio foi o melhor jogador português em campo e anulou o famoso extremo-esquerdo Carapelese. Os ecos da sua fantástica exibição depressa chegaram a Espanha e, alguns dias depois, o antigo defesa direito do FC Porto seria assediado a mudar-se para o Barcelona e para o Real Madrid. Virgílio recusou! No entanto, dois anos depois os espanhóis voltaram à carga. O Celta de Vigo ofereceu-lhe 500 mil pesetas pela assinatura do contrato e um ordenado mensal de 15 mil pesetas (quando veio para o FC Porto, em 1947, foi-lhe atribuído um prémio de assinatura de 3 contos e um vencimento mensal de 800 escudos). Era uma fortuna mas Virgílio voltou a dizer não aos espanhóis. Para o antigo defesa direito do FC Porto, «trocar de camisola apenas por causa do dinheiro que estava em jogo, se não era violentar o coração e o clube, era, pelo menos, aceitar viver como um mercenário». Passados mais de 50 anos, quantos futebolistas diríam o mesmo?

5 comentários:

Anónimo disse...

O grande VIRGILIO:

Está em «Silva Tapada», na «Casa do Jogador Jovem» (é assim que se chama?) do FC Porto.

FC Porto que, muito justamente, lhe deu a... «mão».

E tantos outros, como (e onde) es- tarão?

O Nóbrega, por exemplo? Que nem quer ouvir falar de... FC Porto?

Essa do mercenarismo...

A foto com o Rocha (que se celebri-zou na Académica) faz parte do
«Ídolos do Desporto» de 1957, de que possuímos exemplar autografado.

Parabéns. Isto é que é «falar» do
... FC DO PORTO.

Anónimo disse...

Realmente, as camisolas dos anos cinquenta / sessenta, especialmente esta com gola, é que eram as mais bonitas e verdadeiras "À Porto"!!!

Anónimo disse...

De facto... «camisolas à Porto», só com a falha (o que já não era pouco) da falta do... glorioso emblema.

Que Yustrich, em 1955, quando cá chegou, impôs que fosse colocado.

Sabiam?

Isto é estória e memória, e dá mt trabalho, não é?

Anónimo disse...

Na foto do Virgílio com o Rocha, naquele Porto-Sporting, vê-se o emblema do Porto...

Anónimo disse...

Pois vê-se.

Foi no campeonato de 1956/57 na
«era Fávio Costa» depois de... Yustrich (da 1ª vez)