Foi o mais carismático 'capitão' de equipa em toda a história do FC Porto e um elo de ligação muito pouco comum entre os adeptos e a equipa de futebol. Falamos de Fernando Gomes, o 'capitão' perfeito.
Gomes tinha 26 anos e ainda foi a tempo de ser 1º 'capitão' sob a orientação técnica de José Maria Pedroto (nesse ano, Gomes levantaría a Taça de Portugal, no Jamor, já sob o comando de António Morais).
José Maria Pedroto, António Morais, Artur Jorge e Tomislav Ivic (com quem manteve uma relação atribulada) foram os treinadores que confiaram a Gomes a braçadeira de 'capitão' durante a sua passagem pelo FC Porto.
Ao excelente perfil para desempenhar a função, Fernando Gomes juntava a empatia dos adeptos, a cumplicidade dos colegas, a confiança da Direcção e o respeito da imprensa. Se a isto juntarmos uma pouca habitual e inédita veia goleadora, estão encontrados os ingredientes que o tornaram no mais carismático 'capitão' de equipa em toda a história do clube.
Mais do que um jogador 'à FC Porto', Gomes foi um 'capitão' 'à FC Porto'. Além de ter sido um jogador que adorava o clube, o Bi-Bota d'Ouro reagia com incontida alegria, aquando das vitórias, e com profunda tristeza, após as derrotas. Gomes era o 'capitão-adepto'. Uma extensão perfeita dos anseios e esperanças da massa associativa que acompanhou o FC Porto durante o período mais excitante da história do clube, os anos 80.
No entanto, o eterno nº 9 não se limitava apenas a amar o clube que representava. Gomes era um 'capitão' que respeitava os adversários, os dirigentes, os adeptos e a imprensa. Uma postura que contrastava com a de outros 'capitães' de equipa do seu tempo, bem mais severos e inquietos. Nesse aspecto, Gomes apresentava uma postura idêntica à do actual 'capitão' do FC Porto. Lucho Gonzalez também é um 'capitão' sereno e responsável. Tal como Gomes, é muito raro ver 'El Comandante' em atritos com árbitros ou adversários. Contudo, ainda lhe falta atingir o carisma e poder de sedução que Gomes gozava junto da massa associativa. Características que não foram fáceis de encontrar nos 'capitães' que lhe sucederam e que parecem inatingíveis para um argentino que chegou há poucos anos ao clube e que nem sequer é um goleador.
A empatia de Gomes com o FC Porto começou a ser construída logo no primeiro ano em que chegou ao clube. Era um jovem com apenas 18 anos e, apesar de ainda não ter o estatuto de jogadores como Rodolfo ou Rolando, deixou logo a sua marca ao apontar 14 golos no campeonato nacional 1974/75 (um registo superior aos dos consagrados António Oliveira e Teófillo Cubillas, por exemplo). O miúdo foi o melhor marcador da equipa, e logo num altura em que o clube atravessava uma das piores fases da sua história. Notável! Quando Gomes chegou ao FC Porto, em 1974/75, era Rolando o portador da braçadeira de 'capitão'. Como ainda era um jovem, houve necessidade de aguardar mais alguns anos para ser designado como 1º 'capitão' de equipa. Depois de Rolando, seguiram-se Cubillas, Oliveira, Rodolfo (foi 'capitão' durante 4 épocas) e Gabriel. Gomes só assumiría, definitivamente, a braçadeira no início da época 1983/84, após a sua breve passagem por Espanha, onde representou o Sp. Gijón. Foi a primeira vez que o nº 9 foi nomeado 1º 'capitão' de equipa durante a presidência de Pinto da Costa.Gomes tinha 26 anos e ainda foi a tempo de ser 1º 'capitão' sob a orientação técnica de José Maria Pedroto (nesse ano, Gomes levantaría a Taça de Portugal, no Jamor, já sob o comando de António Morais).
José Maria Pedroto, António Morais, Artur Jorge e Tomislav Ivic (com quem manteve uma relação atribulada) foram os treinadores que confiaram a Gomes a braçadeira de 'capitão' durante a sua passagem pelo FC Porto.
Ao excelente perfil para desempenhar a função, Fernando Gomes juntava a empatia dos adeptos, a cumplicidade dos colegas, a confiança da Direcção e o respeito da imprensa. Se a isto juntarmos uma pouca habitual e inédita veia goleadora, estão encontrados os ingredientes que o tornaram no mais carismático 'capitão' de equipa em toda a história do clube.
Gomes despediu-se da função, que tão bem exerceu, um ano antes de deixar o FC Porto. Era altura do consensual, e ainda jovem, João Pinto passar a ostentar a braçadeira. Um ano depois, já com 32 anos, o Bi-Bota d'Ouro despedia-se do FC Porto, acabando por realizar apenas 15 jogos no campeonato nacional 1988/89 (Madjer, Rui Águas e Domingos foram todos mais utilizados que o eterno 'capitão').
Em cima, nas fotos, Gomes surge na habitual troca de galhardetes antes dos jogos. Recuperámos três momentos que marcaram a sua função de 'capitão' em jogos internacionais. Na primeira foto, surge ao lado do 'capitão' de equipa do Dinamo de Kiev, Demianenko, antes do jogo da 1ª mão das meias-finais da Taça dos Clubes Campeões Europeus 1986/87 (vitória do FC Porto, por 2-1); na segunda, surge ao lado de um mítico 'capitão' de equipa do Barcelona, Bernd Schuster, antes de um Barcelona-FC Porto, da 2ª eliminatória da Taça dos Clubes Campeões Europeus, época 1985/86 (derrota do FC Porto, por 2-0); e na terceira, surge ao lado do 'capitão' do Ajax, John Van 't Schip, momentos antes do início do jogo da 2ª mão da Supertaça europeia, em 1988 (vitória do FC Porto por 1-0).
1 comentário:
«... Gomes era o 'capitão-adepto' ...»
Era o "capitão" mas continúa a ser o... "adepto".
Em boa hora "recuperado" (sabe-se lá porquê).
Tem sido um "ferrinho" no "Dragão Caixa". Ele e não só...
Esperempos vê-los nos "jogos a fei jões".
Fazemo-nos entender?
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