Na minha modesta opinião, não foi Pinto da Costa, nem Pedroto, e muito menos Mourinho o homem mais importante da história do clube. Esse reconhecimento deve ser dado a António Nicolau d'Almeida, um comerciante de Vinho do Porto que descobriu o futebol nas suas viagens a Inglaterra. «O nosso futuro clube deve chamar-se Foot Ball Club do Porto, por os seus fundadores serem na sua quase totalidade tripeiros natos, a sua sede na cidade do Porto e o principal desporto a que se vai dedicar — o futebol.» Foram estas as primeiras palavras de Nicolau d'Almeida quando decidiu fundar o mágico FC Porto. Junto com o seu pai, era sócio de uma empresa exportadora de Vinho do Porto e assumido «sports-man», praticante do portuguesíssimo jogo do pau, do remo e da natação. Em 1893, tinha 20 anos e viaja até Inglaterra em missão de negócios rendendo-se ao fascínio de um jogo chamado «foot ball». Com a ajuda de alguns amigos das "corridas de bicicleta", consegue finalmente criar o clube com que sonhara, o «Foot Ball Club do Porto». Data escolhida: 28 de Setembro de 1893.
A fundação do Foot-ball Club do Porto foi notícia nos jornais da época, e o evento mais significativo desta primeira e breve existência do clube foi uma partida contra o Club Lisbonense, com o alto patrocínio do Rei D. Carlos. A notícia do evento foi publicada, em cima da hora, pelo «Diário Illustrado», periódico de Lisboa, nos seguintes termos: «Fundou-se, no Porto, um clube denominado Foot Ball Clube do Porto, o qual vem preencher a falta que havia no norte do país de uma associação para os jogadores daquela especialidade. No segundo domingo de Outubro inaugura-se o clube oficialmente, com um grande match entre os seus sócios, no hipódromo de Matosinhos. Ouvimos dizer que serão convidados alguns clubmen de Lisboa. Que o Foot Ball Club do Porto apure um grupo rijo de jogadores e que venha medir-se ao campo com os jogadores do Club Lisbonense, do Real Ginásio Club, do grupo de Carcavellos ou de Braço de Prata, para animar os desafios de football como já o são as corridas de cicles. Eis o que desejamos.»
Alguns anos depois, António Nicolau d'Almeida acedeu ao pedido da futura esposa, que considerava o futebol uma modalidade demasiado violenta, e afastou-se do clube, que entrou num período de letargia.
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