Hoje, e novamente com a preciosa colaboração do Armando Pinto, voltamos a recordar outro nome lendário do ciclismo do FC Porto, Carlos Carvalho.
"Esteve o ciclismo recentemente em foco, através da Volta a Portugal em bicicleta que percorreu estradas de partes do país e deteve atenções usuais na época de Verão. Modalidade esta que granjeia interesse particular nas preferências desportivas de muita gente e teve grande historial dentro do FC Porto, sendo hoje uma das secções extintas mas sempre em espera no clube da Invicta.
"Esteve o ciclismo recentemente em foco, através da Volta a Portugal em bicicleta que percorreu estradas de partes do país e deteve atenções usuais na época de Verão. Modalidade esta que granjeia interesse particular nas preferências desportivas de muita gente e teve grande historial dentro do FC Porto, sendo hoje uma das secções extintas mas sempre em espera no clube da Invicta.
Entre a galeria de notáveis do ciclismo e atletas de estirpe que defenderam a camisola azul e branca, contou-se Carlos Carvalho, vencedor da Volta a Portugal de 1959, cuja consagração ocorreu em 15 de Agosto desse longínquo ano. Fez a meio deste mês 50 anos, precisamente, que Carvalho chegou à derradeira etapa vestido de amarelo naquela que foi a 22ª edição da importante prova velocipédica do país.
José Carlos Pereira de Carvalho nasceu a 2 de Janeiro de 1933 na freguesia de Vermoim, tendo porém vivido grande parte da sua vida na vizinha freguesia de Pousada de Saramagos, do concelho de Famalicão. Havendo começado a destacar-se nas corridas populares de bicicletas no início da década de cinquenta, começou depois a competir a sério e logo venceu em 1953 o Campeonato Nacional em Amadores/Seniores. Volvidos tempos ingressou no Futebol Clube do Porto, em 1955, marcando a estreia pelos azuis e brancos na Volta a Portugal, naquela que foi também a sua própria entrada na mais importante prova ciclista portuguesa. Foi então 2º na terceira etapa, venceu o Prémio da Montanha, ajudando ainda o FC Porto a alcançar a vitória na Classificação Geral Colectiva. Depois disso, a sua primeira vitória em etapas na Volta a Portugal ocorreria em 1957, na 17ª tirada com chegada a Lisboa. De imediato, o ano 1958 foi um dos melhores períodos de Carlos Carvalho. Venceu a Clássica Porto-Lisboa, foi 3º da Geral na Volta a Portugal, vencendo duas das suas etapas. Em cujo final o FCP voltou a conquistar o 1º lugar Colectivo.
O seu maior feito seria, porém, alcançado no ano seguinte. Carlos Carvalho foi o vencedor da 22ª Volta a Portugal em Bicicleta, prova disputada ao longo de 26 etapas, num total de 2643,5 quilómetros, à média horária de 33,715 Km/hora. Assim Carlos Carvalho ganhou a "prova rainha" do ciclismo nacional, numa disputada sequência em que diversos ciclistas vestiram a camisola amarela, entre os quais também os seus colegas de equipa Sousa Cardoso e Agostinho Brás, tendo Carvalho alcançado a liderança após uma fuga iniciada pelo também colega portista Artur Coelho (devido ao percurso conter passagens por Felgueiras e Vizela, terras da naturalidade e residência de Coelho, respectivamente, numa tirada até Braga, para depois durante dias ter suportado fortes ataques de Alves Barbosa e ter visto a amarela mudar para o dorso do tavirense Jorge Corvo, até que numa grande demonstração de força na etapa de contra-relógio voltaria depois a vestir definitivamente a camisola talismã de 1º classificado, chegando com ela ao final em apoteose acontecida a 15 de Agosto de 1959, secundado por Jorge Corvo, do Tavira a 5 segundos. A esta vitória, somou-se novamente o 1º lugar por equipas da formação do Futebol Clube do Porto, na classificação geral colectiva.
O seu maior feito seria, porém, alcançado no ano seguinte. Carlos Carvalho foi o vencedor da 22ª Volta a Portugal em Bicicleta, prova disputada ao longo de 26 etapas, num total de 2643,5 quilómetros, à média horária de 33,715 Km/hora. Assim Carlos Carvalho ganhou a "prova rainha" do ciclismo nacional, numa disputada sequência em que diversos ciclistas vestiram a camisola amarela, entre os quais também os seus colegas de equipa Sousa Cardoso e Agostinho Brás, tendo Carvalho alcançado a liderança após uma fuga iniciada pelo também colega portista Artur Coelho (devido ao percurso conter passagens por Felgueiras e Vizela, terras da naturalidade e residência de Coelho, respectivamente, numa tirada até Braga, para depois durante dias ter suportado fortes ataques de Alves Barbosa e ter visto a amarela mudar para o dorso do tavirense Jorge Corvo, até que numa grande demonstração de força na etapa de contra-relógio voltaria depois a vestir definitivamente a camisola talismã de 1º classificado, chegando com ela ao final em apoteose acontecida a 15 de Agosto de 1959, secundado por Jorge Corvo, do Tavira a 5 segundos. A esta vitória, somou-se novamente o 1º lugar por equipas da formação do Futebol Clube do Porto, na classificação geral colectiva.
Nesse ano de 1959, destaque ainda para o 3º lugar geral alcançado na “Corrida dos Seis Dias”, na Uberlandia, Brasil. País onde anteriormente, em 1957, competira na clássica “9 de Julho”, colaborando no trabalho de equipa ao respectivo triunfo individual do colega Artur Coelho nessa Volta a São Paulo, cujas prestações contribuíram para Carlos Carvalho ainda ter participado na Volta à Espanha, integrando a selecção portuguesa juntamente com Alves Barbosa, João Marcelino, Joaquim Carvalho, Sousa Santos, Agostinho Ferreira, José Firmino, Artur Coelho e Manuel Graça.
Nos anos seguintes, fazendo jus às suas características de trepador, Carlos Carvalho voltou a ser o rei da Montanha na Volta a Portugal em 1960 e 1961, vencidas individualmente pelos colegas portistas Sousa Cardoso e Mário Silva, nas respectivas edições.
Mantendo destacável posição dentro da equipa portista ao longo de 10 anos ao serviço do FC Porto, e depois de contribuir para mais uma vitória colectiva na Volta a Portugal em 1964, aos 31 anos deu novo rumo à sua vida, para terminar a carreira na equipa CEDEMI, de Viana do Castelo, simultaneamente como ciclista e Director Desportivo. Na Volta desse ano, ficou para a história ter ainda vestido a camisola amarela episodicamente, obtida graças a uma fuga isolada para passagem na dianteira em etapa que atravessou suas terras de Famalicão.
Após ter deixado o ciclismo como actividade profissional, continuou ligado à promoção do desporto, através da formação dos mais jovens, motivo porque a Associação Desportiva Outeirense, sediada em Pousada de Saramagos, criou em 1999 uma escola de ciclismo com o seu nome, tendo por objectivo a formação das crianças e dos jovens do ciclismo. Também esta associação lhe promoveu uma homenagem em 2003, entre as muitas jornadas de preito de que tem sido alvo, como, já no início da mesma década de 90 a Associação de Ciclismo do Minho promoveu uma homenagem a C. Carvalho, tendo organizado uma exposição onde foi exibida, por exemplo, a bicicleta com que ele vencera a Volta a Portugal, e em 1993 a Câmara Municipal de Famalicão lhe atribuiu a Medalha de Mérito Municipal Desportivo.
Em 2008, a Associação de Ciclismo de Pousada de Saramagos, depois da extinção da secção de ciclismo da ADRO, criou uma outra Escola de Ciclismo a que deu o nome de Carlos Carvalho. Nesse mesmo ano surgiu anual corrida de ciclismo Troféu Carlos Carvalho – Cidade de Vila Nova de Famalicão, numa iniciativa da referida associação e em colaboração com a Câmara Municipal do respectivo concelho.
E no mesmo ano foi um dos homenageados na Festa do Ciclismo de Alcobaça, no âmbito duma mostra/ Exposição “Reminiscências do Ciclismo”.
E no mesmo ano foi um dos homenageados na Festa do Ciclismo de Alcobaça, no âmbito duma mostra/ Exposição “Reminiscências do Ciclismo”.
Desaparecido fisicamente a 11 de Janeiro de 2004, Carlos Carvalho permanece como um dos maiores desportistas nacionais e, particularmente, ciclista de envergadura na História do FC Porto.
Recentemente, a meio deste mês de Agosto ainda corrente, o seu feito-mor, triunfo na Volta de 1959, foi relembrado na sua terra-natal, tendo a Câmara Municipal de V. N. de Famalicão, através do Pelouro do Desporto, relembrado a passagem do cinquentenário sobre essa vitória do ciclista em apreço, numa alusão dessa conquista feita com colocação de pendões na cidade e outros pontos do seu concelho, mais organização duma próxima exposição retrospectiva da carreira deste famoso corredor.
Ilustra-se este artigo com inicial imagem de Carlos Carvalho vestido com a camisola de vencedor da Volta a Portugal em 1959, depois uma foto duma das equipas que integrou no FC Porto (sendo o segundo a contar da esquerda), mais uma gravura de album desenhado "Heróis da Estrada" (publicação de JN e O Jogo) e uma pose oficial que circulou nos jornais, com a camisola do FC Porto.
Em cima, a equipa do FC Porto que iniciou e terminou completa a Volta a Portugal de 1964, tendo vencido a classificação colectiva, conquistado o 1º lugar individual através de Joaquim Leão, e colocado ainda três dos seus homens nos seis primeiros lugares da tabela. Eis os nomes dessa célebre turma, a contar da esquerda: José Pinto, Sousa Cardoso, Carlos Carvalho, Mário Silva, Joaquim Freitas, Onofre Tavares (orientador técnico), J. Leão, Ernesto Coelho e Mário Sá. Então quatro deles já haviam ganho a Volta, o que era quase um hábito…!"
Armando Pinto, Agosto de 2009
3 comentários:
Uma bela exposição sobre uma modalidade que bem gostaríamos de voltar a ver no Porto. E gostamos de recordar Carlos Carvalho, pequenino mas aguerrido em cima do selim, como os outros indicados no texto, e Azevedo Maia, Cosme Oliveira, Custódio Gomes e tantos mais.
Sou um Portista que começou a gostar do Porto por causa do ciclismo, dos tempos de Gabriel Azevedo, Joaquim Leite, Custódio Gomes e Cª
Tive mágua quando o clube abandonou este desporto. Que recordo por um recorte:
«a primeira grande machadada no ciclismo foi dada pela equipa da "Mako-Jeans" quando resolveu contratar a equipa completa do FCP, que vinha dominando o ciclismo! O nosso Presidente reagiu e pediu à Federação de Ciclismo para alterar os regulamentos de forma a que mais nenhuma equipa ficasse vulnerável a um ataque desta natureza.
Mas claro que a FPC não alterou coisa nenhuma pois os nossos eternos rivais ficaram todos felizes já que o FCP ficou sem as suas vedetas e praticamente impossibilitado de constituir uma equipa minimamente competitiva.
Então o nosso Presidente, Pinto da Costa, resolveu retirar o FCP do ciclismo até que os regulamentos fossem alterados...
Poucos anos depois Benfica e Sporting também acabaram por abandonar a modalidade. A partir daí.... foi sempre a descer... »
sou filho de carlos carvalho resido em geneve suica gosto do ciclismo e do f.c.do porto e mesmo pena que o enginheiro pinto da costa nao goste do ciclismo para podermos uma equipa forte como a 20 anos atras e felicito todos os nossos ciclistas portugueses como tiago machado candido barbosa que correu comigo em cadetes joaquim sampaio e entre outros espero que candido ganhe o menos uma volta a portugal...
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